Ipatinga 04 de Novembro de 2024 – Minas Gerais tem 853 municípios e uma população estimada de 21.322.691 habitantes para 2024. O estado é o segundo mais populoso do Brasil, atrás de São Paulo. Se este fosse o roteiro de um filme uma das chamadas seria: “Um missionário contra o Estado de Minas Gerais.” Algo assim ou mais dramático só para chamar a atenção. Me lembro de algumas viagens que fiz de São Paulo para o Nordeste. Ficávamos um dia e meio, isso mesmo, cerca 36 horas somente dentro do Estado de Minas. É um estado rico, imenso e representa muito a cultura brasileira. Meus avós, mãe e esposa nasceram em Minas Gerais. Conta-se que meu bisavô era dono de São Tomé das Letras, mas gosto de pensar que ele era dono do Sul de Minas todo. Talvez ele não tenha sido dono de nem uma plantação de queijo, mas pelo menos é um modo romântico de pensar, não é?
Apenas poucos municípios dos 853 e talvez umas mil almas foram alcançadas pelo evangelho pregado pelas igreja de Cristo em Minas. No coração do evangelismo itinerante, Geraldo Sardinha, conhecido por sua perseverança e fé inabalável, compartilha sua trajetória como missionário em busca de expandir o alcance da igreja de Cristo em Minas Gerais. Em uma entrevista recente no Programa Comunhão, Sardinha abriu o coração sobre os desafios e as recompensas de seu trabalho, revelando um compromisso sólido com o evangelho e uma devoção que supera barreiras.
A Missão Evangelística e o Apoio Familiar
Casado há 34 anos, Geraldo encontra na esposa, Rose, uma companheira incansável, tão dedicada ao ministério quanto ele próprio. “Ela é a minha força em muitas ocasiões. Sempre que eu pensava em parar, ela me encorajava a continuar, a subir aquela última rua ou visitar uma casa a mais,” conta Sardinha. Ao lado de Rose, ele enfrentou a pandemia viajando entre as cidades, espalhando a palavra e encontrando pessoas ansiosas por sentido e apoio espiritual. Com filhos já crescidos e independentes, o casal se entrega de corpo e alma a esse propósito.
Como Geraldo Encontrou sua Vocação e Aceitou o Chamado de Deus
A trajetória de Geraldo no evangelismo itinerante começou em 2020, em meio à pandemia, quando foi convidado por um grupo de fiéis a visitar cidades mineiras ainda sem a presença da igreja. Infelizmente esta é uma características de milhares de municípios espalhados pelo Brasil. “Eu não decidi ser evangelista itinerante; estava orando para voltar ao ministério, e o convite surgiu,” explicou Sardinha. Desde então, ele e sua esposa visitaram 35 cidades, levando a mensagem cristã a lugares que jamais haviam recebido um missionário da igreja de Cristo. Impressionante, não é?
Os Desafios e a Superação pela Fé
Entre os maiores obstáculos que enfrentam está a dependência de recursos limitados e o apoio financeiro da da igreja como um todo. O ideal seria que eles não dependessem de ter que mendigar para pregar, mas por outro lado isso mostra que a força dele é o Senhor. Segundo Geraldo, esse suporte cobre apenas o essencial, e o casal confia na fé para suprir o que falta. “Nunca faltou nada para nós; Deus sempre cuida. Mas o apoio financeiro ainda é uma grande necessidade,” disse ele. Essa dedicação muitas vezes se traduz em milagres, como quando um hotel ofereceu estadia gratuita após entender que o casal estava ali para pregar o evangelho.
Transformações Inspiradoras: Histórias de Vidas Tocadas
Ao longo de suas viagens, Sardinha teve a oportunidade de testemunhar diversas transformações inspiradoras. Em Coronel Fabriciano, por exemplo, ele conheceu uma família que, após uma série de estudos bíblicos, conseguiu superar uma crise familiar que afetava até as crianças. Hoje, essa família permanece unida e ativa na igreja. “Saber que nosso trabalho ajuda a restaurar lares e fortalecer famílias é uma bênção,” contou ele, emocionado.
A Visão de Sardinha para o Futuro: Crescimento e Evangelismo para Minas Gerais
Com uma visão clara para o futuro, Geraldo espera ver igrejas estabelecidas em cidades onde, até agora, não há presença da igreja. Ele acredita que, assim como o apóstolo Paulo, poderá olhar para trás e ver o fruto de anos de trabalho. “Sonho em ver uma igreja em cada cidade grande de Minas,” afirmou.
Para ele, o sucesso de seu ministério é mais do que números ou edifícios; é sobre a comunhão, a união das famílias, e o apoio espiritual que transforma vidas. “Existem lugares em Minas que nunca receberam nossa mensagem, e meu propósito é estar lá, com fé e disposição, para que a semente seja plantada,” conclui Sardinha.
A Relevância do Trabalho Missionário em Tempos de Desafios
A trajetória de Geraldo Sardinha é um reflexo de fé e resiliência. Em tempos em que o apoio à evangelização enfrenta dificuldades, ele continua a mostrar que, com dedicação e apoio comunitário, é possível levar esperança e amor a quem precisa. O testemunho de Sardinha é um lembrete do impacto que o esforço missionário pode ter na sociedade, especialmente nas regiões mais necessitadas de Minas Gerais.
Ainda não Acabou
Atualmente Geraldo e Rose servem a igreja em Ipatinga, mas ele está pronto para ir. Geraldo sardinha se oferece para ir: “Eis-me aqui, envia-me a mim”
O evangelista itinerante Geraldo Sardinha expressou um desejo intenso e inspirador durante uma entrevista: ele quer expandir seu trabalho missionário pelo Brasil e se coloca à disposição do projeto Colheita Brasil, um movimento nacional de plantação de igrejas em territórios (capitais brasileiras) ainda não alcançados pela igreja.
“Desde que voltei ao meu ministério, em 2020, venho dizendo: ‘Eis-me aqui, envia-me a mim’. Estou pronto para ser enviado, já estou preparado,” declarou Sardinha, reforçando seu compromisso em atuar onde houver necessidade. Ele ressaltou que, apesar de ser comum encontrar recursos para o envio de missionários, muitas vezes faltam pessoas que estejam dispostas a ir. Para ele, é uma oportunidade de honrar o chamado que recebeu de Deus, indo onde outros não podem.
O projeto Colheita Brasil é a maior iniciativa evangelística em curso no país, com o objetivo de plantar igrejas e fortalecer comunidades em regiões carentes de apoio espiritual. Sardinha descreve sua esperança de que uma congregação o apoie nessa missão: “O Colheita Brasil não recruta nem treina missionários diretamente; eles dependem das igrejas. Por isso, precisamos de congregações que estejam dispostas a enviar obreiros.” – Afirmou João Cruz na entrevista.
João Cruz, para o Comunhão Notícias