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A Igreja de Cristo da Bahia Contra o Tempo

A Igreja de Cristo da Bahia Contra o Tempo

Feira de Santana, Bahia – 27 de Setembro de 2024 – No estado da Bahia, onde vivem mais de 14 milhões de pessoas, o desafio da expansão do Reino de Deus tem se tornado um tema central entre as congregações da igreja de Cristo. Recentemente, durante um congresso realizado em Simões Filho, servos  debateram os obstáculos e as oportunidades que cercam essa missão, destacando o crescimento quantitativo e qualitativo das igrejas como peças essenciais para cumprir esse chamado. Este texto destaca as falas de Idílicio Pereira há muito tempo apelando às Congregações e irmãos pela plantação de igreja.

O Desafio da Expansão

Com uma população vasta e uma geografia ampla, a Bahia representa um campo missionário em potencial. O estado possui 417 municípios e apenas uma fração desses conta com congregações ativas. O debate entre os líderes religiosos locais foca-se em como expandir essas igrejas e evangelizar um número maior de pessoas. Como mencionado durante o evento, a cidade de Salvador, com seus mais de 2,4 milhões de habitantes, possui apenas quatro congregações principais, colocando uma responsabilidade descomunal em cada uma delas: evangelizar cerca de 604 mil pessoas por congregação.

Essa missão, apesar de grandiosa, traz consigo desafios estruturais, como o limitado número de congregações, a ausência de liderança em várias regiões e o desinteresse por novos modelos de crescimento. Para líderes como o irmão Crispim, convidado especial do Pará, a falta de foco no crescimento quantitativo está impedindo o avanço do Reino de Deus.

Idalício apresenta a seguinte estatística para alcançar todos os municípios da Bahia: com o ritmo atual de crescimento, que leva cerca de 3,84 anos para estabelecer uma congregação em uma nova cidade, seriam necessários 1.553 anos para que cada um dos 417 municípios baianos tivesse ao menos uma congregação. Segundo a expectativa dele, com tristeza ele afirma que nunca este objetivo vai ser alcançado…

Crescimento Quantitativo vs. Qualitativo

No cerne das discussões está o dilema entre quantidade e qualidade. Durante o congresso, foi enfatizado que muitas igrejas hoje se concentram mais em aprimorar a qualidade espiritual de seus membros do que em expandir seu número. Embora essa seja uma abordagem válida, muitos veem isso como uma desculpa para não investir em missões e na criação de novas congregações. Afinal, missão é compromisso e trabalho árduo.

A Bíblia, conforme argumentado por Idalício, traz exemplos claros de crescimento quantitativo. No livro de Atos, a igreja primitiva cresceu rapidamente em número, com milhares de pessoas se convertendo em curto espaço de tempo. O apóstolo Paulo, ao escrever a Timóteo, também destacou a importância de ensinar a fé a homens fiéis, que, por sua vez, deveriam ensinar a outros, criando um ciclo de multiplicação espiritual e numérica.

O Modelo de Expansão Bíblico

Os líderes presentes no congresso também discutiram o modelo bíblico de expansão, focando-se no papel das congregações maiores no envio de pregadores experientes para auxiliar na formação de novas igrejas. Esse foi o exemplo deixado pelos apóstolos, que ao verem a necessidade em regiões como Samaria e Antioquia, enviaram Pedro, João e Barnabé para fortalecer as congregações locais.

Segundo a fala do Idalício, enfatizando a necessidade de missão e expansão da igreja, na Bíblia, vemos o exemplo claro de que o crescimento da igreja não era apenas espiritual, mas também numérico. Em Atos 2:41, quase 3.000 pessoas foram batizadas, enquanto Atos 4:4 relata que o número de crentes cresceu para cerca de 5.000, evidenciando a importância de se alcançar mais almas para Cristo. O crescimento da igreja também é mencionado em Atos 9:31, onde é dito que, ao caminhar no temor do Senhor e no conforto do Espírito Santo, a igreja “crescia em número”. Além disso, o envio de Barnabé pela igreja de Jerusalém para Antioquia em Atos 11:22-24 ilustra o modelo de apoio e envio de pregadores experientes para fortalecer novas congregações, algo que as igrejas na Bahia poderiam replicar. Esses exemplos mostram que, ao mesmo tempo em que devemos focar no fortalecimento espiritual (qualitativo), a expansão quantitativa da igreja também é uma responsabilidade cristã.

No entanto, o cenário atual na Bahia está longe dessa realidade. Muitas congregações, conforme ressaltado pelos participantes, estão estagnadas. Não houve a criação de novas igrejas nos últimos anos em várias regiões, e a responsabilidade por essa expansão tem sido deixada para poucos. A falta de treinamento de novos pregadores e o foco em eventos e programas internos também foram apontados como obstáculos para a evangelização eficaz.

Idalício afirma que as congregações da Bahia estão gastando aproximadamente meio milhão de reais por ano em eventos, como congressos e confraternizações, enquanto o investimento em missões e evangelização é significativamente menor. O argumento principal é que, embora a comunhão entre os irmãos seja importante, o foco excessivo nesses eventos acaba desviando recursos que poderiam ser direcionados para a expansão do Reino de Deus, comprometendo o crescimento quantitativo e a evangelização em novos territórios.

Comparação com Denominações

Durante a palestra e sua fala em um vídeo, foi feita uma comparação direta entre o modelo de crescimento das igrejas presentes no congresso e o das Assembleias de Deus, que têm mais de 5.200 congregações apenas no estado da Bahia. Embora as Assembleias de Deus sejam criticadas por divergirem doutrinariamente em certos aspectos, deve-se reconhecer que, em termos de expansão quantitativa, essas igrejas têm obtido sucesso. Sua estratégia de espalhar congregações por praticamente todos os municípios foi vista como um modelo a ser estudado e possivelmente adaptado para o trabalho missionário.

Casos Reais: O Impacto da Falta de Crescimento

Em algumas cidades baianas, as consequências da falta de crescimento são visíveis. Congregações que poderiam estar em pleno funcionamento estão vazias ou limitadas em sua capacidade de alcançar novas pessoas. Em Feira de Santana, por exemplo, uma congregação com espaço para apenas 200 pessoas é insuficiente para uma população de mais de 600 mil habitantes. A necessidade de dividir as congregações em congregações menores foi apresentada como uma solução prática para aumentar a presença e o impacto da igreja em regiões densamente povoadas.

Outro ponto destacado foi o papel das congregações em áreas rurais. Idalício enfatizou que essas regiões, muitas vezes esquecidas, também precisam ser alvo de missões. Com uma abordagem estratégica, o evangelho pode chegar a mais comunidades, especialmente com o apoio de pregadores experientes e aposentados que têm a flexibilidade de se deslocar e ajudar no crescimento dessas congregações e sustento próprio.

Conclusão: O Futuro da Missão

O crescimento quantitativo das igrejas na Bahia é um desafio que exige ação imediata. Os modelos bíblicos de expansão precisam ser adaptados às realidades locais, e os líderes devem adotar uma visão de longo prazo para garantir que a mensagem do evangelho alcance mais pessoas. O congresso de Simões Filho serviu como um importante ponto de partida para essa reflexão, mas é necessário mais do que discussões teóricas. A expansão do Reino de Deus, tanto em quantidade quanto em qualidade, depende da disposição dos líderes e das congregações de se comprometerem com a missão.

Conforme o evento concluiu, o foco para 2025 é simples: cada congregação deve começar outra. Se esse objetivo for alcançado, o impacto será sentido em todo o estado, proporcionando a mais pessoas a oportunidade de conhecer e aceitar a fé cristã. O desafio está lançado, e agora é o momento de agir.

Ficou decidido entre os irmãos que participaram uma ação prática que vai levantar o assunto mensalmente, formar um comitê de ação para colocar em prática as ideais e transformar em ações concretas.

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