Todo mundo quer ir para o céu, não é verdade? E que tal já ir treinando aqui mesmo um pouquinho a cada dia? A adoração, a edificação e passagens poderosas da Bíblia têm o poder de nos elevar até onde Deus está. Podemos fazer tudo isso cantando.
Os fariseus eram conhecidos por criarem regras para tudo, apesar de já terem 617 mandamentos. O problema deles foi criar regras que não estavam escritas ou fazerem interpretações do que estava escrito na Palavra de Deus. Com Jesus, aprendemos a simplicidade da Palavra de Deus. Se fosse preciso ficar fazendo interpretações, não seria para as pessoas simples, mas são elas exatamente que Jesus quer atrair.
Corre por aí, de fonte obscura, uma ideia de que no culto não devemos cantar nada que não seja louvor e adoração a Deus, mas não é isso que a simplicidade da palavra nos ensina. Existe, por acaso, uma passagem que nos dê direções explícitas sobre cantar apenas louvor e adoração no culto? Pelo contrário, tanto porque não temos exemplos da ordem do culto e dos cânticos cantados nos cultos da igreja desde o primeiro século. Sobre a ordem do culto, claramente entendemos que eles cantavam, participavam na Ceia do Senhor, ofertavam, oravam, liam e ouviam a explicação da Palavra de Deus e mantinham comunhão todos os domingos.
Vamos pensar juntos em algumas passagens enquanto a lemos abaixo:
“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl 122:1)
“…Está alguém alegre? Cante louvores.” (Tg 5:13)
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais,” (Ef 5:18, 19)
Um dos irmãos mais bem preparados para responder esta questão é o Marcos Menaldo. Ele é, provavelmente, o mais bem preparado regente entre as igrejas de Cristo no Brasil, tanto em conhecimento quanto em prática na regência. Há alguns anos atrás ele gravou um vídeo para o Programa Comunhão que fala sobre o que é salmos, hinos e cânticos espirituais. Leia o que ele disse no vídeo:
“Vou trazer um questionamento que muitas pessoas me fizeram e eu queria explicar hoje sobre hinos, salmos e cânticos espirituais. O que é cada um?
Vamos dar uma olhada na Bíblia, lá em Colossenses3:16, fala assim:
“A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria, ensinar-vos e admoestar-vos uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações.”
O que será que quer dizer isso? Salmos, hinos e cânticos espirituais, será que tem diferença? Não é tudo música? Tem uma diferença entre eles.
Vamos falar primeiro de salmos.
Salmos é tudo que é retirado da Bíblia. Todas as passagens musicadas são salmos. Alguns exemplos: Salmo 100.
“Celebrai com júbilo ao Senhor todas as terras, servi ao Senhor com alegria.”
Outro exemplo: “Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.” (Deuteronômio 6:4-25)
Então, isso são salmos. São cânticos tirados da Bíblia, não é só tirado do livro de Salmos. Qualquer passagem tirada da Bíblia são salmos.
E o que quer dizer hinos?
Hinos são orações cantadas. Tudo que é diretamente para Deus são orações cantadas. Fala direto com Deus. Então, algum exemplo?
“A ti, ó Deus, fiel e bom Senhor, eterno Pai, supremo Benfeitor.” Ou “Eu quero ser, Senhor amado, como um vaso nas mãos do oleiro.”
Então, são hinos diretamente para Deus. É uma oração para Ele.
Cânticos Espirituais
E cânticos espirituais são todas as músicas de edificação, que não foram tiradas da Bíblia e não são diretamente para Deus, mas são de edificação. Fala tudo pertinente ao reino, aos irmãos, sobre a palavra, sobre a Bíblia, mas que não são diretamente para Cristo ou para Deus. Vamos ao exemplo?
“Montanhas e vales e vistas imensas, são obras da mão do eterno Senhor.”
Então, todos esses falam da palavra, falam de Cristo, falam tudo que é de Deus, mas não falam diretamente com Ele.
É só para tirar essa dúvida, que muitas pessoas já me perguntaram sobre isso.“
Assim como vimos na leitura acima em Efésios 5:18, 19, nós devemos nos encher do Espírito através de Salmos, hinos e cânticos espirituais. Nos enchemos do Espírito Santo quando cantamos salmos, hinos e cânticos espirituais, isto é, quando cantamos letras tiradas diretamente da Bíblia com nossas melodias, quando cantamos diretamente para Deus ou para Jesus em adoração e também nos enchemos do Espírito Santo quando cantamos cânticos espirituais, isto é, “músicas de edificação, que não foram tiradas da Bíblia e não são diretamente para Deus, mas são de edificação”.
Devemos cantar só músicas de adoração a Deus no culto? Não! Podemos, mas não devemos como um mandamento ou uma regra ou interpretação de alguém, por mais influência que tenha essa pessoa. Devemos também cantar músicas de amor fraternal, de alegria, pois estamos na casa do Senhor e devemos nos alegrar que é também fruto do Espírito Santo (Gl 5:22-24).
Pra pensar: Se não devemos cantar nada além de louvor e adoração a Deus no culto, então será que não devemos limitar louvor e adoração somente ao culto? Isto é, então não devemos cantar louvor e adoração durante a semana. Paulo e Silas estavam errados quando presos, cantaram louvor e adoração, deveriam ter cantado cânticos de amor fraternal, de evangelismo. Veja que a teoria não se sustenta quando a colocamos ao contrário.
Quanto à criação de regras e interpretações mirabolantes, melhor a gente ler a palavra de Deus e ficar com o simples e usá-la também para defender a nossa fé.
“Assim digo para que ninguém vos engane com raciocínios falazes… Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças. Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo… Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem-vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus. Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquilo outro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade” (Cl 2:4, 6-8, 18-23)