Quando eu era pequena esse era um dos maiores desafios da minha mãe: limpar meus ouvidos. Eu particularmente tenho muita agonia disso, até hoje. Mas o limpar que o Espírito Santo de Deus realiza em nós é suave. Eu te convido a deixar seus ouvidos limpos e coração aberto para a mensagem deste artigo.
“A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. E se houver cometido pecados, ele será perdoado. Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz”. Tiago 5:15-16.
Como confessar, se corro o risco desse irmão/ã contar minha falha para alguém? Como confessar, se já vi irmãos usando exemplos de erros durante as aulas e pregações? Com esses e outros pensamentos que, infelizmente, expressam a realidade de algumas congregações a respeito desse tema, temos deixado de tratar o pecado como Deus orienta. “Então já que não há em quem eu confio plenamente, não confesso”. Isso cria uma luta sem fim contra o mesmo pecado e ela se torna mais difícil do que deveria ser.
Mas preste muita atenção no convite que Deus tem para mim e para você: SEJAMOS, NÓS, AQUELE/A QUE VAI ESCUTAR E ORAR POR ALGUÉM QUE COMETEU PECADO. Precisamos, como família em Cristo, estar dispostos a escutar nossos irmãos e irmãs. Mas não escutar apenas suas dificuldades. Nossos ouvidos precisam estar limpos e preparados para escutar confissões de pecados.
Eu tinha a tendência de achar que, por sermos pessoas cristãs, não cometemos pecados. Essa ideia me atrapalhou a simplesmente escutar e orar por uma pessoa que confessou seu pecado a mim. Não foi nada fácil, pois tive que me livrar da ideia de perfeição e santidade pronta e acabada para ter a consciência do processo. A ordem divina é que fujamos do pecado e não sejamos dominados por ele, ou seja, não viver pecando (Rm. 6). Porém, para que a gente se livre do pecado é necessário confessar.
“Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas à luz. Porque aquilo que eles fazem em oculto, até mencionar é vergonhoso”. Efésios 5:11-12
Quando colocamos pra fora o pecado que nos atormenta, isso não se torna vergonhoso. Sim, podemos sentir vergonha e tristeza em confessar algo tão errado, mas serão sentimentos que vão nos ajudar no arrependimento e busca pela mudança (2 Co. 7:10). Contudo Deus não quer que passemos pelo processo de libertação sozinhos.
Ao mesmo tempo em que temos que aprender a confessar, temos que aprender a escutar o outro com sabedoria, amor e oração no processo de libertação.
“Mas o que fazer quando alguém se confessar comigo?” Primeiro limpe seus ouvidos, seus olhos, seu coração, mesmo que te incomode, mesmo que seja algo que você considera absurdo. Olhe para essa pessoa como Jesus olharia. E sobre o que dizer ou fazer, simplesmente ore pela libertação e cura, como vimos anteriormente, junto a isso mostre regularmente que se importa e que está disposto/a a lutar com essa pessoa. Todos nós precisamos estar em constante transformação.
“Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se!”. Eclesiastes 4:10-11.
Sobre o perdão a alguém que pecou, Paulo instruiu a igreja em Corinto com as seguintes palavras
“Agora, ao contrário, vocês devem perdoar-lhe e consolá-lo, para que não seja dominado por excessiva tristeza. Portanto, eu lhes recomendo que reafirmem o amor que têm por ele. […] Se vocês perdoam a alguém, eu também perdoo; e aquilo que perdoei, se é que havia alguma coisa para perdoar, perdoei na presença de Cristo, por amor a vocês, a fim de que Satanás não tivesse vantagem sobre nós; pois não ignoramos as suas intenções.” 2 Coríntios 2: 7, 8, 10 e 11.
Vamos buscar juntos a libertação constante dos pecados para que Satanás não tenha vantagem sobre nós, mas para que vivamos de acordo com o que fomos chamados: família de Deus.
