“E onde quer que não receberem vocês, ao saírem daquela cidade sacudam o pó dos pés em testemunho contra eles.” – Lucas 9:5
Estas instruções foram originalmente dadas aos 12 apóstolos e, portanto, temos que tomar o cuidado de não sair do seu contexto e aplicá-la diretamente aos dias de hoje. Os apóstolos tinham o poder de fazer milagres e expulsar demônios, poder este que ficou na era apostólica.
Porém, há alguns ensinos importantes para os dias de hoje. Um deles é entendermos que nosso trabalho deve ser voluntário, conforme ensina o texto paralelo de Mateus.
“Vocês receberam de graça; portanto, deem de graça.” – Mateus 10:8
Claro que é bíblico um obreiro ser sustentado pela igreja, conforme 1 Timóteo 5:15. Porém, é exceção. Na Bíblia o servidor de Jesus, geralmente, tem seu próprio trabalho que o sustenta e aquilo que faz pelo Reino de Deus é voluntário.
Outro ensino importante está no texto que abre a reflexão de hoje: precisamos estar preparados para sermos rejeitados em nossa pregação do evangelho. Eu até diria que a tônica é a rejeição, pois a porta que leva a Jesus é estreita e são poucos os que a buscam (Mateus 7:13-14).
Vejamos esse mesmo texto no livro de Mateus:
“Se alguém não quiser recebê-los nem ouvir as palavras de vocês, ao saírem daquela casa ou daquela cidade, sacudam o pó dos pés.” – Mateus 10:14
O apóstolo Paulo, juntamente com Barnabé tiveram essa atitude na cidade de Antioquia da Pisídia.
“Mas os judeus instigaram as mulheres piedosas de alta posição e os principais da cidade e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, expulsando-os do seu território. E estes, sacudindo contra eles o pó dos pés, foram para Icônio.” – Atos 13:50-51
Sacudir o pó dos pés da cidade foi uma espécie de protesto simbólico, bem como uma maneira de dizer que aquela cidade teve a oportunidade de ser salva e não aceitou. Vejamos o que Jesus ainda diz sobre essa atitude:
“Em verdade lhes digo que haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra, no Dia do Juízo, do que para aquela cidade.” – Mateus 10:15
Olha que coisa terrível: haverá menos rigor no julgamento das cidades pecadores de Sodoma e Gomorra do que para quem rejeita a mensagem de Cristo. Tudo isso porque o único pecado imperdoável é rejeitar Jesus, fazendo a pessoa permanecer debaixo da ira de Deus.
“Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.” – João 3:36
Precisamos ter isso em mente para nos motivar a jamais deixarmos de pregar o evangelho de Jesus, a mensagem do Mestre, pois a palavra que levamos é de salvação e tirará as pessoas do destino de toda pessoa sem Jesus que é o inferno. Tanto que os que gastam sola de sapato (ou gasolina) na busca do perdido é chamado pela Bíblia de pessoas que possuem pés bonitos.
“Como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: ‘Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!'” – Romanos 10:15
Ao mesmo tempo, quando rejeitados, devemos encarar de forma serena, não levemos para o lado pessoal, pois não somos nós que estamos sendo rejeitados, mas o próprio Deus. Não tenhamos, portanto, a atitude de Samuel que quando o povo pediu um rei levou para o lado pessoal, sentindo-se rejeitado.
“E o Senhor disse a Samuel: — Atenda à voz do povo em tudo o que lhe pedem. Porque não foi a você que rejeitaram, mas a mim, para que eu não reine sobre eles.” – 1 Samuel 8:7
Finalmente, que nosso amor pelas almas perdidas deixe nosso coração leve e sereno, sem ressentimento ou amargura, aceitando a rejeição, mas estando sempre prontos a renovar a mensagem de Jesus àqueles que momentaneamente a rejeitaram.
Pois a pessoa pode não aceitar hoje, mas quem disse que daqui a alguns meses seu coração não estará aberto para o evangelho? Pois o trabalho no coração das pessoas continua, sempre, até a volta de Cristo, feito pelo próprio Deus.
Assim, todos os dias é dia de compartilharmos com as pessoas que nos rodeiam a mensagem salvadora do Senhor Jesus.