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A DEMOCRACIA É GENEROSIDADE DIVINA

Estamos em ano eleitoral. Em outubro escolheremos o Presidente da República, o governador do Estado, 1 Senador por Estado, deputado federal e deputado estadual. É a super eleição que ocorre a cada quatro anos, realizada 2 anos depois da eleição para prefeitos e vereadores.

A rede de fast food Burger King, recentemente, apresentou um comercial bem humorado incentivando os eleitores brasileiros a não anularem seu voto. Para ver o comercial, acesse o seguinte link.

https://youtu.be/PgijpiWjOKs

De fato, o voto é talvez o principal instrumento nas democracias modernas através do qual os próprios cidadãos escolhem seus governantes, algo inexistente nos tempos bíblicos, daí a importância de termos cuidado ao utilizarmos textos relativos a governos naquela época sem antes o adequarmos ao mundo em que vivemos, séculos depois.

O Que Diz a Constituição?

Cresci aprendendo o que a Constituição Federal proclama nos seus primeiros artigos:

“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” – artigo 1º, § único da Constituição Federal.

Porém, hoje, depois de estudar com profundidade o assunto, apesar de respeitar o texto legal, concordo totalmente com o texto bíblico, para o cristão fiel a Jesus, mais importante que as leis humanas (Atos 5:29):

“Que todos estejam sujeitos às autoridades superiores. Porque não há autoridade que não proceda de Deus, e as autoridades que existem foram por ele instituídas.” – Romanos 13:1

Sim, quando escreveu a carta à igreja em Roma, boa parte do mundo da época era governado pelo império romano, naquele momento tendo Nero como imperador. Ele foi um dos governantes mais tiranos, que perseguiu os cristãos, provavelmente foi o responsável pela decapitação do próprio Paulo e da crucificação de Pedro e, mesmo assim, o apóstolo diz que todo governo constituído tinha origem divina.

Tive minha visão ampliada para este assunto a partir da resposta de Jesus a Pôncio Pilatos, governador da Judéia, quando este disse ao Mestre: “Então Pilatos o advertiu: — Você não me responde? Não sabe que tenho autoridade tanto para soltar você como para crucificá-lo?” – João 19:10

A resposta de Jesus esclareceu-me muito a respeito das autoridades constituídas:

“Jesus respondeu: — O senhor não teria nenhuma autoridade sobre mim se de cima não lhe fosse dada.” – João 19:11a

Sim, Pilatos estava sendo utilizado por Deus, em sua covardia e tirania, para que os propósitos divinos fossem totalmente executados.

Sim, meus irmãos, toda autoridade pertence a Deus em todo o Universo. Porém, o Senhor, de forma graciosa, concede parte de sua autoridade ao ser humano. Começou com Adão na criação do mundo, dando-lhe autoridade sobre todos os animais (Gênesis 1:28).

Desta forma, todo governante tem a chancela divina. Nos tempos antigos, os reis e monarcas ascendiam ao trono a partir de revoluções e derrubadas de governos. Só para citar como exemplo, tudo leva a crer que Nero assumiu o trono do império romano após assassinar o imperador Cláudio, seu padrasto, envenenado, com a ajuda de sua mãe e esposa do imperador, Agripina.

Claro que o ser humano não lida bem com autoridade e poder, somente Deus o faz com maestria. E, por isso, quando o governante usurpa o poder que é somente do Senhor, o próprio Deus o derruba, como aconteceu com Nabucodonosor, humilhado pelo Senhor em Daniel 4 e o próprio Herodes Agripa I, ferido por um anjo em Atos 12:20-25.

O ser humano nunca lidou bem com o poder. Mesmo nas chamadas teocracias (governos de Deus) da Bíblia durante os reinos de Saul e Davi, quando os reis eram escolhidos diretamente por Deus (1 Samuel 10:1-8 e 16:1-13), estes cometeram atrocidades em razão de terem o poder tanto de legislar, executar e julgar (os três poderes de hoje, Executivo, Judiciário e Legislativo estavam nas mãos de apenas uma pessoa ou um pequeno grupo). Basta lembrar da tirania de Saul matando os 80 sacerdotes de Deus (1 Samuel 22:6-19) ou mesmo do bom rei Davi, assassinando o marido da mulher com quem tinha adulterado (2 Samuel 11). É o problema de poder concentrado nas mãos de poucos.

Provavelmente, em razão dessa falta de habilidade das pessoas com o poder, com o tempo, Deus inspirou homens a pensarem no governo tripartido (os três poderes citados). Hoje é uma bênção vermos que nenhuma autoridade, nos países democráticos como o Brasil, tem poder ilimitado e na maioria das nações, os governantes estão limitados pelas leis e pelas constituições locais. Lamento quando leio pessoas pedindo que seja instaurada uma ditadura no Brasil. Ditaduras, sejam de esquerda, de direita, teocráticas, são mais prejudiciais que benéficas.

Como disse no início, hoje temos o poder de escolher nossos governantes e defendo, neste artigo, a democracia como um gesto de generosidade divina, para que o governante seja limitado em seu poder e no tempo em que irá governar. 

Da mesma maneira em que, nas revoluções, não era Deus quem escolhia os governantes (ou alguém acha que Deus escolheu Hitler como ditador da Alemanha?), uma vez escolhido pelo seu povo ou pelas forças políticas de sua época, automaticamente Deus chancela a escolha e concede parte de seu poder àquele governante. E, claro, quando o governante exagera no exercício do poder, o próprio Deus o remove. Porém, na sua tolerância, o Senhor espera, tem paciência. E uma escolha errada irá causar aos governados muito sofrimento. Daí a importância de termos sabedoria na escolha.

Claro que isto não significa que não possamos, como cidadãos, protestar de forma pacífica, utilizar os meios de comunicação e mesmo os meios legais, como o impeachtment (impedimento), para corrigir os desmandos do governo ou até mesmo tirá-lo do poder. No entanto, como cristãos, não podemos pegar em armas ou utilizar de formas injustas para derrubar qualquer governante que assuma o poder. A razão é que o discípulo de Jesus está convicto de que acima desse governante (por pior que seja), está Deus, o seu Senhor pessoal e também o Senhor do Universo.

Voltando ao comercial do Burger King, daí a importância de exercermos o nosso direito do voto, instrumento da democracia, esse sistema maravilhoso, porém, imperfeito por causa do ser humano, de Deus conceder parte do seu poder ao Presidente da República, governadores do Estados, Senadores, Deputados Federais e Estaduais.

Na última eleição, do total de mais de 147 milhões de eleitores, mais de 31 milhões sequer compareceram às urnas, mais de 8 milhões anularam o voto e mais de 2 milhões votaram em branco. Ou seja, apenas 104 milhões efetivamente escolheram seu candidato. Mais de 40 milhões resolveram não exercer seu direito e, no Brasil, também dever. Depois não adianta reclamar, pois perdeu o direito ao não exercer sua escolha.

Meus irmãos, não foi Deus quem escolheu o Presidente, o governador do seu Estado, os senadores e deputados. Foi você na qualidade de eleitor, que exerceu esse magnífico poder, o voto, concedido graciosamente pelo Senhor do Universo.

Que o comercial do Burger King possa influenciar e que, nestas eleições, pensemos nisso, decidindo escolher nosso governante e analisando bem a quem estaremos outorgando parte do poder que o Todo-Poderoso nos deu de forma graciosa e generosa.

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