“Todos os anos os pais de Jesus iam a Jerusalém, para a Festa da Páscoa.” – Lucas 2:41
Textos como este me fazem ver ainda mais a razão de Deus ter escolhido José e Maria como pais terrenos de seu Filho Jesus: era um casal piedoso, que fazia questão de obedecer aos mandamentos divinos para que comparecessem ao templo de Jerusalém anualmente (Êxodo 23:15 e Deuteronômio 16:1-8).
Era uma família de poucos recursos (vs. 24), mas todos os anos colocava como prioridade ir a festa da Páscoa, como nessa ocasião relatada por Lucas. Desta maneira seus filhos, iniciando por Jesus, tinham a oportunidade de observar e ter como modelo a piedade e devoção de seus pais.
De fato, as Escrituras contêm ensinamentos para que os pais passem a sua fé para seus filhos.
“Ensine a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele.” – Provérbios 22:6
“E vocês, pais, não provoquem os seus filhos à ira, mas tratem de criá-los na disciplina e na admoestação do Senhor.” – Efésios 6:4
Esse negócio que a gente vê o mundo pregando, de esperar os filhos crescerem e escolherem sua fé não é bíblico. A responsabilidade principal dos pais é encaminhar seus filhos a se tornarem discípulos de Jesus e filhos de Deus.
Claro que os pais devem tomar tempo para ensinar a seus filhos os caminhos de Deus. Mas o ensino maior deve ser através do seu exemplo de vida. Os filhos devem crescer vendo os pais lendo a Bíblia, orando e especialmente aplicando aquilo que aprendem das Escrituras e ensinam a seus filhos no dia a dia. Claro que nenhum de nós é perfeito, mas os filhos precisam ver em nós pessoas que utilizam o poder do Espírito Santo para colocar em prática aquilo que aprendemos de Deus nas Escrituras.
No entanto, nós pais, precisamos ser coerentes. É nossa obrigação viver a Palavra, mas, quando falharmos e vamos falhar, não é para esconder ou fingir que nada aconteceu. Devemos chegar em nossos filhos, reconhecermos nossa falha e, quando eles foram atingidos por ela, humildemente pedirmos perdão.
O exemplo é tudo. Até os 12 anos Jesus cresceu vendo seus pais anualmente colocarem como prioridade irem a Jerusalém. Era algo planejado, fazia parte do orçamento e esforço da família. O mesmo, nossos filhos devem ver em nós. Aqui em casa os filhos cresceram sabendo que quarta-feira (no caso aqui em Guarulhos) é dia de nosso encontro com os irmãos, que domingo, faça frio ou sol, estaremos reunidos para o culto dominical. Que somente um acontecimento extraordinário faria com que não estivéssemos presentes. Que receber pessoas em casa para uma leitura da Palavra ou irmos visitar alguém com esse propósito, seria algo normal em nosso lar. Não adianta ensinar a importância da igreja e, de forma incoerente, darmos prioridade a outras coisas.
Claro que os filhos crescem, tomam as suas decisões e por mais piedosos que os pais sejam, não significa que automaticamente os filhos os acompanhem. Basta ver os filhos de pessoas devotas a Deus na Bíblia como, por exemplo, os filhos do profeta Samuel (1 Samuel 8:3).
No entanto, hoje falo a você, como eu, abençoado com a missão de pai. Não negligencie essa missão, não relativize a importância do exemplo pessoal. Os filhos precisam, primeiro, ver nosso exemplo de dedicação a Deus para depois ouvirem nossa palavra de ensinamento.
Como fizeram José e Maria, os pais terrenos de Jesus, exemplo para Jesus menino e os outros filhos que vieram depois. Não é de estranhar que dois outros filhos do casal, Tiago e Judas, são escritores inspirados de livros no Novo Testamento, sendo Tiago, por muito tempo, um dos presbíteros na igreja em Jerusalém. Era chamado de Tiago o justo e o homem que possuía “joelhos de camelos” em razão de sua vida constante de joelhos, em oração.
Algo que aprendeu inicialmente com José e Maria, piedosos pais e exemplos de fé em Deus.