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Juventude Desprezada

Juventude Desprezada

Jovens que estão iniciando suas carreiras profissionais ou precisam ganhar dinheiro para estudar, ajudar em casa ou realizar seus próprios sonhos buscam emprego. No entanto, bons empregos geralmente requerem experiência, algo que os jovens normalmente não possuem. Como eles adquirirão experiência se ninguém lhes der uma chance de começar? Os jovens enfrentam inúmeros desafios ao iniciar suas vidas e precisam provar seu valor.

Na igreja, muitas vezes, são vistos apenas como promessas para o futuro. Isso pode criar a falsa impressão de que não estão contribuindo, o que não é verdade. Certa vez, um evangelista afirmou: “Eu não trabalho com jovens, eles são como o vento. Você nunca sabe para onde vão.” Talvez seja por essa razão que os jovens são frequentemente subestimados, pois, assim como os ventos, que não sabemos de onde vêm nem para onde vão, eles também têm um grande potencial e podem gerar energia.

A igreja precisa se tornar um local de confiança para os jovens, um refúgio para os pecadores. Os jovens não devem sentir medo da igreja. Pelo contrário, devem ser ensinados a não se subestimarem. Eles têm responsabilidades e precisam receber conselhos específicos para a juventude. O apóstolo Paulo encontrou um jovem de vinte e poucos anos, reconheceu seu potencial, e o treinou de perto. Deu-lhe instruções avançadas e responsabilidades, permitindo-o agir sozinho após o treinamento. Além disso, exortou:

“Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1 Timóteo 4:12).

Para evitar que os jovens sejam menosprezados, eles devem se tornar modelos e exemplos para toda a igreja. A igreja deve olhar para os jovens e encontrar neles um padrão de conhecimento e prática da Bíblia em suas vidas, um exemplo nas palavras e ações, demonstrando amor puro, fé e um compromisso com a santidade, apesar das influências do mundo e das turbulências da juventude. Os jovens têm esse potencial, como o apóstolo João também observou:

“Jovens, eu vos escrevo, porque tendes vencido o Maligno… Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno” (1 João 2:13, 14).

A questão do reconhecimento dos jovens está em suas mãos, mas eles precisam de orientação e liderança. Líderes adultos e jovens devem trabalhar juntos para que sigam o padrão estabelecido por Deus em benefício da igreja.

Os jovens não são o futuro se eles não estiverem na igreja lá no futuro. Eles são o presente, o presente de Deus para que nós possamos nutrir e instruir no caminho que devem andar e, se desviarem, saibam para onde voltar.

O EXEMPLO DE JESUS E SUA FAMÍLIA – O EVANGELHO DE LUCAS

O EXEMPLO DE JESUS E SUA FAMÍLIA

“Logo que os pais o viram, ficaram maravilhados. E a sua mãe lhe disse: — Filho, por que você fez isso conosco? Seu pai e eu estávamos aflitos à sua procura. Ele respondeu: — Por que me procuravam? Não sabiam que eu tinha de estar na casa de meu Pai? Não compreenderam, porém, as palavras que lhes disse. E voltou com eles para Nazaré e era submisso a eles. E a mãe dele guardava todas estas coisas no coração.” – Lucas 2:48-51

Costumo dizer que Maria, José e Jesus são exemplos para as famílias de hoje. Uma família formada por, no mínimo, 7 pessoas, uma vez que, além de Jesus, o casal tinha mais 4 filhos, Judas, José, Simão e Tiago, além de irmãs, conforme nos relata Marcos 6:3.

José e Maria são exemplos de pais que educam seus filhos nos caminhos de Deus (Provérbios 22:6, Deuteronômio 6:1-7, Efésios 6:4 e Colossenses 3:21). Além disso, também cuidam dos filhos e protegem. Provavelmente a aflição de José e Maria no exemplo de hoje seja em razão da perseguição que Herodes, o grande, fez ao bebê Jesus, ainda quando ele estava em Belém (Mateus 2:16). Várias crianças foram mortas em razão da interpretação equivocada de Herodes de que Jesus vinha roubar-lhe o trono.

Fico imaginando a aflição do casal buscando o filho por três dias. Costumo dizer que após sermos pais, nunca mais teremos sossego. Pois nos preocupamos com eles quando pequenos, quando vão crescendo, especialmente na adolescência e, mesmo quando se casam e saem do lar, continuamos ainda cuidando deles, orando por eles. Não é por menos que vemos Maria em frente a cruz de Jesus, nos últimos momentos do Senhor aqui na terra (João 19:25). José, na época, provavelmente já havia falecido.

Jesus também é o exemplo para os filhos. Aos 12 anos já estava plenamente ciente de sua condição de Filho de Deus e de sua missão aqui na terra. Maria e José, mesmo avisados por anjos, parece que haviam esquecido, eis a razão da grande preocupação com o jovenzinho Jesus.

Ao mesmo tempo, Jesus é exemplo para nós no respeito e na submissão aos pais. Mesmo já sabendo mais que seus pais, mesmo ciente de sua natureza divina, Jesus é submisso às suas próprias criaturas, pois sem Jesus nada do que foi feito se fez (João 1:3). Que exemplo de humildade para todos nós, especialmente em nossa relação com nossos pais.

Existem filhos que esquecem que tudo o que sabem, começou do ensino dos pais. Quando crescem, se desenvolvem, estudam, muitas vezes têm mais conhecimento que os pais. E por isso acham que não devem respeitar-lhes e honrar seus progenitores, ouvindo de seus conselhos. Desculpe, mas isso é arrogância.

Jesus não agiu assim. Do alto de sua condição de Filho de Deus, ele topou ser submisso a dois humildes nazarenos, José e Maria. Até os 30 anos agiu assim, tanto que honrou o seu pai terreno José, exercendo a mesma função que ele, carpinteiro.

Que José e Maria, junto com sua família, sejam tomados como exemplos para nossas famílias. Cuidando uns dos outros, educando os filhos, protegendo-os e fazendo questão de viver em obediência às leis de Deus. Como fazia o casal indo todos os anos para Jerusalém.

E, claro, aprendamos com Jesus, que do alto de sua divindade, se fez carne, topou ser servido por um humilde casal e, mesmo ciente da sua condição divina, não a colocou acima dos seus pais terrenos, mas honrou-os e a eles se submeteu.

A FORÇA DO EXEMPLO DOS PAIS – O EVANGELHO DE LUCAS

A FORÇA DO EXEMPLO DOS PAIS - O EVANGELHO DE LUCAS

“Todos os anos os pais de Jesus iam a Jerusalém, para a Festa da Páscoa.” – Lucas 2:41

Textos como este me fazem ver ainda mais a razão de Deus ter escolhido José e Maria como pais terrenos de seu Filho Jesus: era um casal piedoso, que fazia questão de obedecer aos mandamentos divinos para que comparecessem ao templo de Jerusalém anualmente (Êxodo 23:15 e Deuteronômio 16:1-8).

Era uma família de poucos recursos (vs. 24), mas todos os anos colocava como prioridade ir a festa da Páscoa, como nessa ocasião relatada por Lucas. Desta maneira seus filhos, iniciando por Jesus, tinham a oportunidade de observar e ter como modelo a piedade e devoção de seus pais.

De fato, as Escrituras contêm ensinamentos para que os pais passem a sua fé para seus filhos.

“Ensine a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele.” – Provérbios 22:6

“E vocês, pais, não provoquem os seus filhos à ira, mas tratem de criá-los na disciplina e na admoestação do Senhor.” – Efésios 6:4

Esse negócio que a gente vê o mundo pregando, de esperar os filhos crescerem e escolherem sua fé não é bíblico. A responsabilidade principal dos pais é encaminhar seus filhos a se tornarem discípulos de Jesus e filhos de Deus.

Claro que os pais devem tomar tempo para ensinar a seus filhos os caminhos de Deus. Mas o ensino maior deve ser através do seu exemplo de vida. Os filhos devem crescer vendo os pais lendo a Bíblia, orando e especialmente aplicando aquilo que aprendem das Escrituras e ensinam a seus filhos no dia a dia. Claro que nenhum de nós é perfeito, mas os filhos precisam ver em nós pessoas que utilizam o poder do Espírito Santo para colocar em prática aquilo que aprendemos de Deus nas Escrituras.

No entanto, nós pais, precisamos ser coerentes. É nossa obrigação viver a Palavra, mas, quando falharmos e vamos falhar, não é para esconder ou fingir que nada aconteceu. Devemos chegar em nossos filhos, reconhecermos nossa falha e, quando eles foram atingidos por ela, humildemente pedirmos perdão.

O exemplo é tudo. Até os 12 anos Jesus cresceu vendo seus pais anualmente colocarem como prioridade irem a Jerusalém. Era algo planejado, fazia parte do orçamento e esforço da família. O mesmo, nossos filhos devem ver em nós. Aqui em casa os filhos cresceram sabendo que quarta-feira (no caso aqui em Guarulhos) é dia de nosso encontro com os irmãos, que domingo, faça frio ou sol, estaremos reunidos para o culto dominical. Que somente um acontecimento extraordinário faria com que não estivéssemos presentes. Que receber pessoas em casa para uma leitura da Palavra ou irmos visitar alguém com esse propósito, seria algo normal em nosso lar. Não adianta ensinar a importância da igreja e, de forma incoerente, darmos prioridade a outras coisas.

Claro que os filhos crescem, tomam as suas decisões e por mais piedosos que os pais sejam, não significa que automaticamente os filhos os acompanhem. Basta ver os filhos de pessoas devotas a Deus na Bíblia como, por exemplo, os filhos do profeta Samuel (1 Samuel 8:3).

No entanto, hoje falo a você, como eu, abençoado com a missão de pai. Não negligencie essa missão, não relativize a importância do exemplo pessoal. Os filhos precisam, primeiro, ver nosso exemplo de dedicação a Deus para depois ouvirem nossa palavra de ensinamento.

Como fizeram José e Maria, os pais terrenos de Jesus, exemplo para Jesus menino e os outros filhos que vieram depois. Não é de estranhar que dois outros filhos do casal, Tiago e Judas, são escritores inspirados de livros no Novo Testamento, sendo Tiago, por muito tempo, um dos presbíteros na igreja em Jerusalém. Era chamado de Tiago o justo e o homem que possuía “joelhos de camelos” em razão de sua vida constante de joelhos, em oração.

Algo que aprendeu inicialmente com José e Maria, piedosos pais e exemplos de fé em Deus.

O EXEMPLO DE JOÃO E SUA FAMÍLIA – O EVANGELHO DE LUCAS

O EXEMPLO DE JOÃO E SUA FAMÍLIA

“Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre materno.” – Lucas 1:15

A escolha de João para ser o precursor de Jesus, neste texto, trouxe-me vários pensamentos.

1. A grandeza que devemos buscar é aquela aos olhos de Deus. Às vezes nos preocupamos tanto em agradar as pessoas. Especialmente na juventude às vezes até cometemos erros para agradar nosso “grupo”: colegas de escola, do trabalho, amigos na rua, conhecidos… Quando, como João e depois Jesus (Lucas 2:51-51), basta nos esforçarmos para sermos grandes aos olhos de Deus. Vejamos o elogio feito por Jesus a seu primo João no futuro:

“Sim, o que foram ver? Um profeta? Sim, eu lhes digo, e muito mais do que um profeta.” – Lucas 7:26

“E eu lhes digo: entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João; mas o menor no Reino de Deus é maior do que ele.” – Lucas 7:28

2. João está entre aqueles na maneira que o texto sagrado diz textualmente que foram escolhidos antes de estarem no ventre materno. No caso de João, pela descrição, era um nazireu de Deus, isto é, um consagrado a Deus antes do nascimento (Números 6:1-21). Alguns personagens importantes no Velho Testamento foram nazireus como Sansão (Juízes 13:3-5) e Samuel (1 Samuel 1:11). Era um privilégio, cheio de responsabilidades. Sansão não valorizou e pagou com a vida. Samuel, sim e, por isso, foi grande instrumento de Deus, profeta, sacerdote e juiz. Ninguém na Bíblia serviu dessa tríplice maneira. Tudo isso porque Samuel valorizou o seu chamado. Às vezes podemos não ser mais utilizados por Deus porque não tomamos cuidado com nossa maneira de viver, que deve ser compatível com o chamado feito pelo Senhor.

3. A importância dos pais na vida espiritual dos filhos. Não é por acaso que Deus escolheu casais piedosos para cuidarem daqueles que cumpririam grandes missões. Zacarias e Isabel e José e Maria não foram escolhidos por acaso para serem pais de João Batista e Jesus.

Como pais, temos grande responsabilidade na condução de nossos filhos, especialmente na vida espiritual. Esse texto fez-me lembrar dos 49 dias que eu e minha esposa, diariamente, íamos visitar Josué, nascido de forma prematura no 7º mês de gestação. Todos os dias, antes do fim da visita, eu colocava a mão na cabeça dele e orava por ele. Para que logo fosse para casa, que crescesse e, no futuro, fosse um servo de Deus. Isso em 2008.

No ano passado meu coração encheu-se de alegria quando minha esposa disse: “Josué quer ser batizado”. Hoje, lágrimas vêm aos olhos quando vejo ele ajudando a servir a ceia ou manuseando o projetor dos cânticos. Por isso, diariamente oro pela vida dele, em todas as áreas, especialmente na vida espiritual. Fazemos o mesmo pela irmã dele, Bárbara.

E nos esforçamos, eu e a mãe deles, sermos exemplos de fé e dedicação a Deus. Quando falho e ajo de maneira incoerente, vou até ele, reconheço e peço perdão. Tudo porque desejo que Josué seja grande aos olhos de Deus.

Como cristãos, nosso ministério é primeiro em casa. Os filhos precisam ver que aquilo que falamos, incentivamos e ensinamos os de fora, é vivido dentro do lar. Claro que João Batista tinha um chamado desde o ventre materno, como Paulo (Gálatas 1:15) e Jeremias (Jeremias 1:5). Mas, para que atingisse todo o seu potencial, Deus o colocou numa família piedosa.

Que seus filhos, meu irmão, minha irmã, tenham esse mesmo privilégio, crescerem numa família que ama verdadeiramente ao Senhor e vive em obediência a vontade dele.

VIVEMOS O QUE PREGAMOS E PREGAMOS O QUE VIVEMOS?

“Então pus jarras cheias de vinho e copos diante dos filhos da casa dos recabitas e lhes disse: — Bebam! Mas eles disseram: — Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos ordenou: “Nunca bebam vinho, nem vocês nem os seus filhos.” – Jeremias 35:5-6

O capítulo de hoje tem como título na versão da minha Bíblia, “o exemplo dos recabitas”, povo nômade que habitou Israel.

Deus manda que Jeremias lhes ofereça vinho e eles dizem que não beberão, pois assim foram ensinados. Deus, então, utiliza essa coerência na vida dos recabitas para condenar a desobediência de Judá, que há séculos era ensinado pelo próprio Deus através dos profetas que ele enviava e mesmo assim vivia em constante rebeldia aos ensinos do Senhor. Afirmava ser o povo de Deus, mas não vivia de acordo com essa condição.

De fato, se há algo elogiável numa pessoa é a coerência entre aquilo que ela diz ser e valorizar e suas atitudes no dia a dia. Conheço pessoas que, por seus valores, até mesmo sofrem, perdem financeiramente, mas mantém a coerência entre o que dizem ser e o comportamento, isto é, a maneira em que vivem.

É o que o Senhor Jesus espera ver em nós nas palavras ditas no evangelho de Mateus:

“— Nem todo o que me diz: “Senhor, Senhor!” entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” – Mateus 7:21

Por outro lado, Deus condenou os religiosos de sua época, os fariseus, exatamente pela incoerência que havia entre o discurso daqueles e a maneira como viviam. Por isso foram chamados de hipócritas ou atores, apenas representavam um papel.

“Então Jesus falou às multidões e aos seus discípulos: — Na cadeira de Moisés se assentaram os escribas e os fariseus. Portanto, façam e observem tudo o que eles disserem a vocês, mas não os imitem em suas obras; porque dizem e não fazem.” – Mateus 23:1-3

Sim, temos um nome a zelar, somos cristãos, isto é, pessoas que decidiram um dia serem discípulos de Jesus (Atos 11:26) e viverem conforme os seus mandamentos e seu exemplo de vida.

Porém, nem sempre, infelizmente, vemos cristãos vivendo de acordo com aquilo que são ou pelo menos dizem ser. Quando é conveniente, deixam de lado seus valores e vivem como os pagãos. Nosso Mestre, Jesus Cristo, quer ver em nós frutos, isto é, ações que condizem com aquilo que somos, filhos de Deus e seguidores de Jesus.

“Ao verem a ousadia de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, ficaram admirados; e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.” – Atos 4:13

Vejam que texto maravilhoso. A maneira de Pedro e João agirem os denunciava como sendo pessoas que haviam estado com Jesus, isto é, suas vidas atestaram a influência do Mestre.

Claro que não estou falando de perfeição, isso somente no céu. Mas, viver em coerência é buscar obedecer os mandamentos do Mestre e, quando falhamos, termos a humildade para reconhecer. Isto é, aquilo que falamos deve ser cada vez mais próximo daquilo que vivemos.

Que sejamos pessoas coerentes entre aquilo que dizemos ser (filhos de Deus e seguidores de Jesus). Que nossos valores vividos mostrem isso em nossa maneira de proceder, mostrando a coerência entre a fé que dizemos ter e nossas atitudes no nosso dia a dia.

SEJAMOS FIÉIS COMO O PROFETA JEREMIAS

“Antes de formá-lo no ventre materno, eu já o conhecia; e, antes de você nascer, eu o consagrei e constituí profeta às nações.”

Então eu disse: — Ah! Senhor Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança. Mas o Senhor me disse: ‘Não diga: ‘Não passo de uma criança.’ Porque a todos a quem eu o enviar, você irá; e tudo o que eu lhe ordenar, você falará. Não tenha medo de ninguém, porque eu estou com você para livrá-lo’, diz o Senhor. Depois, o Senhor estendeu a mão e tocou na minha boca. E o Senhor me disse: “Eis que ponho as minhas palavras na sua boca.” – Jeremias 1:5-9

“Você, Jeremias, prepare-se e vá dizer-lhes tudo o que eu ordenar a você. Não se assuste por causa deles, para que eu não tenha de fazer com que você fique assustado na presença deles.” – Jeremias 1:17

“Eles lutarão contra você, mas não conseguirão derrotá-lo; porque eu estou com você para livrá-lo, diz o Senhor.” – Jeremias 1:19

Estou lendo o livro de Jeremias, profeta cujo ministério durou do ano 627 até cerca de 586 AC. Portanto, ele foi o mensageiro de Deus por cerca de 40 anos e destaca-se a maneira fiel como falou a Palavra de Deus, mesmo sendo duramente castigado e perseguido por seus contemporâneos que não desejavam ouvir a Palavra de Deus, mas aquilo que lhes fosse conveniente.

Jeremias está entre aqueles sobre os quais a Bíblia diz que foram escolhidos antes do ventre materno como João Batista (Lucas 1:15) e Paulo (Gálatas 1:15).

Quando o profeta diz que não passa de uma criança, ele demonstra não somente humildade, mas relata o fato de ser mesmo muito jovem, ainda dependente de seus pais quando foi escolhido por Deus.

Da mesma forma como aconteceu com Isaías (Isaías 6), Jeremias é chamado por Deus e recebe a Palavra dele para falar não somente a Judá, mas também às nações. Por isso alguns chamam Jeremias de profeta às nações,

A ordem de Deus é que fale somente o que for a Palavra do Senhor, mesmo que para isso tenha que ser perseguido e, de fato, será. A promessa de Deus é que o Senhor o protegerá, pois o Senhor está com Ele. Lembra que algo semelhante Jesus disse a Paulo:

“Certa noite Paulo teve uma visão em que o Senhor lhe disse: — Não tenha medo! Pelo contrário, fale e não fique calado, porque eu estou com você, e ninguém ousará lhe fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade.” – Atos 18:9-10

No entanto, ser protegido por Deus não significa ser livre de todos os sofrimentos. Muitos chamam Jeremias de “o profeta chorão” exatamente porque ele sofreu muito durante o seu ministério e sua mensagem foi rejeitada pela grande maioria da nação. Seu maior sofrimento foi a rejeição do seu povo quanto a mensagem que ele pregava.

Quero destacar 4 lições que podemos aprender no capítulo 1 do livro:

1. Deus deseja nos chamar para servi-lo na pregação do evangelho. E ao fazer isso o Senhor irá nos equipar e preparar. Aliás, nossa preparação é todos os dias nos aprofundarmos não somente na leitura, mas especialmente no estudo da Bíblia. O cristão tem o Espírito Santo que o guiará em toda a verdade de Deus. Mas não fará isso sem que haja tempo investido na leitura, reflexão e memorização da Palavra de Deus.

2. O Senhor nos sustentará e nos fornecerá todo o necessário para a nossa missão. Desde que entendamos que o Senhor nos garante “o pão nosso de cada dia”. Que ser servidor de Deus não vai enriquecer ninguém, pois a fome do verdadeiro discípulo de Jesus consiste em fazer a vontade do seu Pai celestial (João 4:24). A mesma fome que seu Senhor, Jesus, teve.

3. Devemos ensinar somente aquilo que Deus nos revela em Sua Palava e mais nada. Eis algo desafiante e sério. Deus coloca vidas sob nossa responsabilidade e o destino eterno delas está em ensinarmos a pura e verdadeira Palavra de Deus. Somente isso. Mais uma vez exige de nós, seguidores de Deus, diligência e dedicação em tudo o que falamos e especialmente se nossa vida reflete aquilo que ensinamos. Além da humildade para promovermos a Deus e não nós mesmos.

4. Finalmente, o fato de nossa mensagem ser rejeita não mostra um problema em nós, mas no ouvinte, nem sempre disposto a fazer a vontade de Deus. Nossa parte é ensinar a mensagem. Ensinar falando e com a vida vivendo a Palavra. O resto é entre Deus e a pessoa a quem ensinamos. Lembremo-nos que dos 4 tipos de ouvintes, somente um cresce e frutifica, conformo nos ensina Jesus na parábola do semeador (Marcos 4:1-20).

Toda a minha leitura de Jeremias estou compartilhando nas redes sociais Whatsap e Facebook. Serão 51 dias úteis lendo, refletindo e meditando na Palavra de Deus que é nossa, dada pelo Senhor através do seu fiel profeta, Jeremias. Com certeza seremos muito abençoados.

ICEBERGS ESPIRITUAIS

“Esses são como rochas submersas nas festas de fraternidade que vocês fazem, banqueteando-se com vocês sem qualquer receio. São pastores que apascentam a si mesmos; são nuvens sem água impelidas pelos ventos; são árvores que, em plena estação dos frutos, continuam sem frutos, duplamente mortas e arrancadas pela raiz” – Judas 12

A carta de Judas é um daqueles livros que não entendemos direito a razão de estar entre os livros inspiraos do Novo Testamento. Quando a igreja estava decidindo quais livros fariam parte do cânon (livros inspirados), Judas e 2 Pedro foram livros bastante discutidos.

Mas se Deus fez questão que fizesse parte dos escritos inspirados da nova aliança, com certeza, em sua sabedoria, tinha um motivo especial pra isso.

O assunto dessa carta é basicamente um lembrete contra falsos pastores e mestres que faziam parte da igreja, mas não eram convertidos, pelo contrário, atrapalhavam a família de Deus.

Vejamos alguns termos utilizados pelo irmão de Jesus em sua carta:

1) Rochas submersas – lembra um pouco o iceberg que levou o Titanic ao naufrágio. São as pedras de tropeço, que participam de tudo o que o discípulos participam, mas seu objetivo é destruir. São estes o que causam divisão, estão sempre reclamando e criticando os irmãos, promovendo discórdias.

2) Pastores que apascentam a si mesmo – Eles não influenciam ninguém pois, quando os irmãos se aproximam deles, percebem que falam muito, mas suas vidas não refletem aquilo que falam. Pelo contrário, seu comportamento causa escândalo no meio da irmandade.

3) Nuvens sem água, árvores sem frutos – São pessoas que nada produzem, a começar, em suas vidas, não há a produção do fruto do Espírito. Além disso não evangelizam, não levam ninguém a Jesus, é como aquele terreno da parábola do semeador, representam a pessoa dividida entre os valores de Deus e os valores do mundo sem Deus.

É um lembre forte a todos nós, que precisamos constantemente estar vigiando, olhando nossas ações, se são coerentes com o que falamos e, especialmente, com o que está escrito nas Sagradas Escrituras.

Há um risco grande, uma ameaça divina, pessoas assim, como diz o final do versículo, serão arrancadas pela raiz e para estes já não resta sacrifício pelo pecado, pelo contrário, a certeza da vingança divina.

Assim, irmãos, cuidemos de nós, animemos uns aos outros e aqueles que não querem, depois de um tempo incentivando, deixemos nas mãos de Deus, que saber exercer sua misericórdia e amor, mas também seu juízo. 

“O que esperamos?” – Ef 3.20

          O mundo tem várias expectativas, muitas delas são o motivo da felicidade ou depressão das pessoas; como humanos, é necessário que visualizemos claramente, tanto o agora (onde estamos/quem somos), quanto o futuro (onde queremos estar/quem queremos ser). Olha o que Paulo sugere:

“Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nósa ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” – Efésios 3:20,21

          Até aqui, Paulo em seu discurso da superabundante Graça de Deus aos homens, lembra seus leitores das coisas passadas, dos aspectos dificultadores e estressores da relação entre Deus e os homens, onde Deus, em duas infinita misericórdia, indicou, pavimentou, iluminou uma estrada eterna para os que quiserem se aproximar dEle (Ef 1.3-8, 2.1-5).
A partir daqui, Paulo destaca a importância do abandono do velho homens, de seus preconceitos e egoísmos, que todos, sujeitando-nos a autoridade de Deus, vivamos em prol da vida e saúde de nossos irmãos em Cristo, assim como assumamos um compromisso de combate a mentira, assim como contra seu pai (Ef 3.10-21, 4.1-6, 5.1-2, 6.10)
Assim, a vida do cristão deve ter uma fluidez e constância, de abandono do velho e apropriação do novo em Cristo, visto que esta Graça impossível está acessível, devemos buscá-la de todo coração, com toda força e entendimento, a fim de que o sacrifício de Deus e o nome de Jesus sejam glorificados em nossas vidas como seguidores e servos de Cristo (Rm 6.1-4; 2Co 12.9)
Visto que temos certeza do prêmio reservado para nós, andamos confiadamente naquele que nos perdoa e salva da condenação eterna, não mais segundo esse mundo mas, seguindo uma lógica diferente, de gratidão, fé e amor a Deus que pode e concede todas as coisas em Cristo Jesus, nosso Senhor (Hb 12.1).

 

Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” – Romanos 6:1-4

 

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“Benção aos malditos” – Lc 6.27,38

“Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam […] dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”

Lucas 6:27, 38

 

                   Em 49 versículos, Lucas sintetizou o que Mateus quase não pôde fazer em três extensos capítulos; muito provavelmente por prioridades, o tema do amor de Deus e sua justiça ocupam grande espaço no relato do médico; ao passo que Mateus desenvolve a autoridade de Jesus sobre a lei como um rei, Lucas parece mais interessado em provar sua divindade.

                   Novamente, a justiça de Deus é contrastante com nosso ideais, e a proposta divina para o crente parece pesada de mais para que a pratiquemos diligentemente; talvez hoje seja ainda mais difícil entender e viver esse princípio. A nossa capacidade de fazê-lo depende diretamente da nossa compreensão da Graça, que nos foi ofertada: Deus, quando ainda éramos seus inimigos, preparou um plano para nossa salvação, e Jesus, antes mesmo de reconhecemos nossas necessidades de perdão, pagou o preço justo pela nossa libertação (Mt 11.25-30; Rm 5.19-21).

                   Em mais curtas palavras que Lucas, e tantos outros antes de mim, os quais testemunham a mesma mensagem, e que ao longo dos tempos homens carnais tentam distorcer e monetizar: “ame o teu próximo como a ti mesmo, e faça a ele tudo o que você gostaria que fizessem com você”, ATITUDE, não espere que eles venham e paguem a dívida, assuma a dívida. Jesus está dizendo, desfaçam-se de todo pudor, orgulho e preconceito, assumam o papel que eu lhe dei, aceitem a graça que lhes oferto e esperem em Deus toda justiça (Mt 7.12, 22.33; Fp 2.1-7)

                   Esse mundo é injusto, e nós temos a missão de mostrar a justiça de Deus que, na pessoa de Jesus, não de importou com a vergonha da cruz, a corruptibilidade da carne ou com a teimosia e orgulho daqueles que se escondem sob pretexto de imperfeição, mas cumpriu todas as profecias e proferiu sobre toda a Terra a benção eterna da vida, não da condenação, benção da vida em abundância e sem fim (Jo 10.9-11).

“Trouxa” – Colossenses 4.6

“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um”

Colossenses 4:6

 

                   Trouxa é um fardo (embalagem) com roupas, toalhas, lençóis, mas que é comumente utilizada para se referir a pessoas bobas, que são deixadas pra traz pela astúcia daquele que ultrapassa, e é claro, ninguém aprova essa corrida, mas efetivamente pouquíssimos são os contracorrentes que tentam mudar isso, e, com efeito de simplificação, tornam-se trouxas, por tentarem mudar o mundo.

                   Nesse sentido, predomina no mundo uma filosofia do individual, em que o mundo existe para que eu conquiste um status superior ao do resto ou que sobreponha o máximo possível de pessoas, e para isso não há regras, ainda que se deem algumas pinceladas de filantropia, o coração da raça humana abriga agonia e ganância, de uns maneira tal que é mais fácil aceitar que “errar é humano” do que “permanecer no erro é tolice”, porque todos querem o status de “humano”, sem no entanto aceitar a própria tolice existencial.

                   Paulo, acredito eu, sofria de tamanha forma que foi capaz de expressar (confessar) sua angústia, e ganância; ao contrário de nós, Paulo não recorreu ao sigilo profissional-cliente, mas para todas as pessoas que lerem sua carta aos romanos, em todos os tempos, expressou sua fraqueza, desejando ser cristão, falhando miseravelmente como homem, mas, e aqui está a lição, pacientemente confiando na misericórdia de Deus em lhe conceder infinitas oportunidades de acerto (Rm 7.14-25).

       Nesse espírito de gratidão, de resignificação, aprendizado e arrependimento, a atitude do cristão, segundo Paulo, é transformada, pelo renovar da nossa mente em Cristo, assumimos um compromisso de mudança de prioridades, óptica, perspectiva e objetivo, agora nossa meta é salvar vidas (Rm 6.1-4, 12.1,2; Gl 2.20, 6.10).

               Então não, não importa quem seja, ou o que façam, nem qual o histórico, e por tanto, qual a fama da pessoa, devemos sempre conceder o direito da dúvida, e mesmo confirmando o que havíamos sido advertidos, por amor e gratidão a Deus, somos orientados a manter a porta do perdão aberta. A vida do cristão não é essa bonança hipócrita pregada continuamente pelo ecumenismo religioso, pois exige do crente o sacrifício do amor, da paz e da generosidade, mesmo no meio do ódio, da guerra e da escassez (Cl 3.9-17; 1Ts 5.12-24).

Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;
acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos. Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.

–  Colossenses 3:12-17  –

 

Senhor, te pedimos que sejas paciente conosco, nos dando oportunidade de aprender a sermos amorosos em todo tempo com todas as pessoas, testemunhando para todas as pessoas do amor que conhecemos em Jesus e edificando aqueles que como nós assumiram esse compromisso, amém.