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A RESPONSABILIDADE DO MENSAGEIRO DE DEUS

A RESPONSABILIDADE DO MENSAGEIRO DE DEUS

“Filho do homem, profetize contra os profetas de Israel. A esses que profetizam o que lhes vem do coração, diga que ouçam a palavra do Senhor.” – Ezequiel 13:2

“Vocês não foram consertar as brechas, nem fizeram muralhas para a casa de Israel, para que ela permaneça firme na batalha do Dia do Senhor. As visões que eles tiveram são falsas e as adivinhações são mentirosas. Dizem: ‘O Senhor disse’, quando o Senhor não os enviou. E ainda esperam que a palavra se cumpra!” – Ezequiel 13:5-6

“Porque andam enganando, sim, enganando o meu povo, dizendo: ‘Paz’, quando não há paz. E, quando se constrói uma parede sem argamassa, os profetas a cobrem com cal.” – Ezequiel 13:10

“Portanto, assim diz o Senhor Deus: “Eis que eu sou contra as fitinhas mágicas que vocês usam para enredar as pessoas como se fossem pássaros. Eu as arrancarei dos seus braços, e deixarei livres aqueles que vocês enredaram como se fossem pássaros.” – Ezequiel 13:20

No texto de hoje, através do fiel profeta Ezequiel, Deus repreende os falsos profetas.

Muitas pessoas resumem a função do profeta como alguém que prevê o futuro. Sim, algumas vezes isso acontece. Porém, um profeta na Bíblia é muito mais que isso, é aquele que recebe uma mensagem e a transmite. 

No caso dos profetas de Deus, na Bíblia, Deus lhes enviava uma mensagem e exigia que passassem aos destinatários exatamente da maneira como o Senhor tinha passado, nem mais nem menos, sem alterações da mensagem.

No primeiro texto Deus condena os profetas que ensinavam aquilo que estava em seus corações e não a mensagem que o Senhor tinha ordenado.

Sim, o coração humano é muito enganoso (Jeremias 17:9) e Jesus diz ser fonte de muita maldade (Mateus 15:19). Desta maneira, o mensageiro fiel a Deus não irá expor aquilo que está no seu coração, mas somente o que é mandado e delimitado pelo Senhor. E, claro, encherá seu coração da boa Palavra de Deus.

Como pregador da mensagem de Deus, reconheço que há, sim, a tentação de, ou suavizarmos a mensagem divina, para ganharmos ouvintes ou torná-la pesada, quando queremos chicotear aqueles que julgamos estarem em mau caminho. Nem uma coisa nem outra, devemos ensinar somente a Palavra de Deus, que cumprirá sua função de ensinar, repreender, corrigir e educar na justiça de Deus (Isaías 55:11 e 2 Timóteo 3:16-17).

Cuidado quando formos afirmar “O Senhor disse”, quando estamos querendo que nossas posições ou ideias prevaleçam. Ouço muito no mundo religioso a expressão “Deus me disse” ou “Deus mandou lhe falar” e muitas dessas mensagens não passam de doutrinas humanas.

O papel do que ensina a Palavra de Deus é consertar as brechas, isto é, mostrar onde cada ouvinte está em seu relacionamento com Deus ou falta dele. Às vezes precisamos reforçar as maravilhosas promessas de Deus, mas também não podemos deixar de ensinar o juízo de Deus para os rebeldes. Toda a Palavra do Senhor deve ser proclamada.

Falar somente das promessas de Deus, sem informar da necessidade da obediência é como cobrir a parede de cal sem colocar a argamassa. Aliás, esse texto lembrou-me de Jesus chamando os líderes religiosos de sua época de “sepulcros caiados” (Mateus 23:27), belos exteriormente, mas cheios de podridão e imundícia interiormente.

Finalmente, as fitinhas mágicas utilizadas pelas falsas profetizas, lembraram-me das figurinhas bonitas postadas nas redes sociais as “caixinhas de promessas” ou mesmo o abrir a Bíblia aleatoriamente sem um estudo sério e profundo da Palavra de Deus com o desejo sincero de buscar qual a vontade de Deus na vida com o desejo genuíno de obedecer. Mesmo aqueles ensinos que exigirá esmurrarmos o nosso corpo e o reduzirmos à escravidão de Jesus (1 Coríntios 9:27).

Que jamais sigamos os falsos profetas, mesmo aqueles com palavras bonitas, que mais parecem palestrantes de autoajuda. Que falam somente aquilo que os ouvintes querem ouvir. 

E não sejamos falsos profetas, mas, todos os dias, estudemos, meditemos e busquemos a verdade de Deus na única fonte autorizada pelo Senhor, a Bíblia, a Palavra de Deus. 

E uma vez compreendida, passemos para nossos ouvintes tal qual recebemos.

VOLTANDO AOS PRINCÍPIOS 
BÁSICOS PARA PREGAR MELHOR

Jesus contou de um homem que queria uma casa própria e, comprou um terreno e construiu sem alicerces. Na primeira enchente contra aquela casa, ela caiu.

Ele era vizinho do homem que cavou profundamente até encontrar a rocha. Aí, então, lançou alicerces e sua casa ficou ligada à rocha e inabalável. Ele também enfrentou a mesma enchente que o seu vizinho sem alicerces, mas ao contrário do vizinho, sua casa tinha a firmeza de uma rocha e ficou inabalável.

Todos os domingos nós fazemos a mesma coisa. Isto não é tedioso quando nós entendemos o porquê. Quando não entendemos os fundamentos básicos, então reclamamos como alunos ignorantes perguntando por que estamos repetindo e fazendo algo que não vamos usar para as nossas vidas.

De fato, é ignorância pensar que não precisamos dos fundamentos. Esquecemos que vivemos de princípios fundamentais. Eles são os nossos alicerces. Seja a alimentação que você recebeu na infância à educação que os seus pais te deram. Você é hoje resultado de princípios básicos.

Bem, meu ponto aqui é falar sobre a mensagem dominical. Considerado o ponto alto do culto, a pregação é uma apresentação de muita leitura e de toda a sua vida. É neste momento que o pregador mostra o quanto se preparou, o quanto leu, o quanto deu importância aos fundamentos básicos do estudo pessoal da Bíblia. Estudar e pregar bem a palavra de Deus é coisa séria e, sendo assim, não deve ser tarefa para muitos.

“Meus irmãos, não sejam, muitos de vocês, mestres, sabendo que seremos julgados com mais rigor. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é um indivíduo perfeito, capaz de refrear também todo o corpo.” Tiago 3:1,2

Certa vez dividia uma apresentação com dois outros pregadores e pedi um esboço para cada um deles para que eu pudesse montar os slides da apresentação. Naquele momento vi que eles não sabiam os princípios elementares do preparo de uma mensagem.

Fazer esboço é uma atividade fundamental e universal. Você faz isso o tempo todo sem notar e mesmo sem saber que está fazendo. As nossas conversas mais corriqueiras dependem de um prévio preparo. Quando você perde uma discussão, é falta de saber fazer esboço. Às vezes você sabe na prática, mas erra na teoria e vice e versa.

Já na apresentação da mensagem de Deus no púlpito, você deve saber conscientemente e de propósito fazer a tarefa de casa, isto é, o seu próprio esboço. Outra definição de esboço é uma anotação visual e que pode ser replicada por qualquer pessoa que tenha o mínimo de preparo para expor uma mensagem. Porém se alguém pega o seu esboço e são anotações que não têm fundamento, não tem começo meio e fim, é uma bagunça, então você não está fazendo o básico.

Se alguém lhe perguntasse: o que é um esboço? O que você responderia? Se você não sabe o que responder a esta pergunta neste momento, então você não sabe fazer um esboço.

Uma resposta a esta pergunta poderia ser: “Um esboço é um sistema formal usado para pensar e organizar o seu papel. Por exemplo, você pode usá-lo para ver se suas idéias conectam-se umas às outras, em que ordem as idéias funcionam melhor, ou se você tem provas suficientes para sustentar cada um de seus pontos. Esboços podem ser úteis para ajudar você a ver o quadro geral.”

Uma mensagem sem um esboço é como uma casa sem alicerce. Quando uma pessoa apresenta uma mensagem sem um esboço, fica à deriva e sujeita às tempestades e enchentes, isto é, se for questionado sobre os pensamentos que apresentou, não vai saber defender sua tese, porque nem tem sequer anotação que o guiou para falar o que falou. Cairá em descrédito e, mesmo que estivesse indo para a direção certa, nunca vai poder ajudar àqueles que o ouvem por falta de estrutura.

Você quer pregar a palavra de Deus? Tome cuidado e tenha respeito pela Palavra e pelos que necessitam dela, isto é, todas as pessoas que a ouvem.

Se você quer pregar mas se recusa a voltar aos fundamentos básicos do preparo de uma mensagem, então será julgado com mais rigor porque certamente tropeçará no falar e, assim, não terá domínio sobre mais nada.

Antes de pregar para os outros, pregue para si mesmo começando com muita leitura, meditação, estudo, preparo, aplicação da Palavra para si mesmo primeiro e, quanto mais preparado estiver, peça ajuda para Deus para ter humildade e seja agradecido pelo privilégio de, por um momento, ser o porta voz da Palavra divina.

Transformação

Alguém um dia disse: “A tarefa do pregador é consolar os aflitos e afligir os acomodados”. Talvez esta frase possa representar a transformação que o pregador tem como tarefa ao pensar e preparar a mensagem da Palavra de Deus.

A MENSAGEM

A mensagem é, ou deveria ser, como água fresca no meio dia atravessando o deserto quente e árido. Deveria ser facilmente percebida como mensagem de Deus, que trouxesse em si mesma o poder da palavra e que deixasse os ouvintes satisfeitos da sede e fome de justiça que temos.

Sem dúvida a Palavra tem poder. Deus, pela Palavra, criou do visível o invisível e ainda encarnou a Palavra na pessoa de Jesus, nosso Salvador e, por Ele, descobrimos o poder da Palavra.

“Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, PODER DE DEUS E SABEDORIA DE DEUS.” (1 Coríntios 1:22-24)

Essa é a Palavra que pregamos “PODER DE DEUS E SABEDORIA DE DEUS”. Quando Jesus, Paulo e tantos outros falavam sobre a Palavra de Deus, mesmo alguns deles não sendo exímios no uso da apresentação da mensagem (2 Coríntios 10:10), o resultado era maravilhoso.

“Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.” (Marcos 1:22)
“Então, o procônsul, vendo o que sucedera, creu, maravilhado com a doutrina do Senhor.” (Atos 13:12)

E hoje? Como está a apresentação da mensagem dominical? Além de já se passarem mais de dois mil anos, com o avanço da tecnologia que nos traz informações de um meio nunca visto na história da humanidade, como está a qualidade da mensagem e do mensageiro dominical?

SÓ INFORMAÇÃO

A Palavra de Deus é maravilhosa e poderosa, ponto! Os pregadores do começo da igreja pregavam de tal maneira que as pessoas conseguiam ver Jesus crucificado. Muitos deles tinham sido testemunhas oculares daqueles fatos, a maioria não, mas a maravilha e o poder da mensagem era o mesmo. A apresentação não deixava a desejar.

Hoje nós temos o Velho e o Novo Testamento e tudo está entregue em nossas mãos. Devemos ler e meditar na Palavra de Deus e, assim, acumulamos toda informação que precisamos.

Quando chega o momento da mensagem dominical, não é hora de dar só informação, a informação deve existir, claro, afinal tem muitas pessoas que não conhecem a Bíblia, mas ela deve vir de uma forma tão completa e ao mesmo tempo resumida, que faça a gente lembrar ou dê curiosidade para quem não sabe. O que as pessoas precisam realmente, não é mais informação, elas precisam do objetivo da Palavra, transformação para as suas vidas.

A TRANSFORMAÇÃO

Todo o culto é a mensagem, apesar de estarmos falando sobre a pregação aquI NESTE ARTIGO. Porém, desde que começamos a cantar, estamos transmitindo uma mensagem. A ceia e a oferta são mensagens maravilhosas e poderosas. Então temos um ‘ponto alto’ do culto: A mensagem dominical. Não é o ‘ponto alto’, mas é de relevante importância e, como vimos acima, não deve ser somente informação, mas deve trazer TRANSFORMAÇÃO.

Pense na mensagem do último domingo, ela trouxe alguma transformação ou somente informação? Contar a história é necessário e tem muito efeito nas pessoas, então, o jeito que se conta a história deve ser transformadora, mesmo sem deturpar ou inventar uma nova história. Vivemos e procuramos histórias, mas, acima disso, procuramos a moral da história, a transformação que a informação deve trazer.

A mensagem da oferta deve nos transformar em pessoas mais generosas. A mensagem da ceia deve nos transformar em pessoas mais santas. A mensagem da pregação, deve transformar a nossa semana. A mensagem dos cânticos e hinos espirituais devem transformar nossa relação com Deus através de vidas cheias do Espírito Santo.

Pode ser que você não lembre todas as mensagens que já ouviu na vida, assim como você não lembra de todas as refeições que sua mãe ou esposa fizeram, mas o conjunto delas tanto das refeições quanto das mensagens, a curto, médio ou longo prazos, traz a transformação para as nossas vidas.

Pregadores que trazem mensagens informativas estão falhando em não trazer transformação que deixe eles mesmos primeiro maravilhados com o poder de Deus.

PARA PENSAR

A minha intenção neste artigo é fazer a gente pensar. Precisamos ser mais exigentes porque a Palavra de Deus merece honra. Não que sejamos adoradores de um livro, como alguém um dia já disse, mas somos adoradores do Verbo vivo de Deus, Jesus, que é a palavra encarnada de Deus (João 1:1-5). Jesus, como o Verbo de Deus, veio trazer transformação.

A palavra pregada em todas as nossas atitudes dominicais, por exemplo, deve ser proclamada para nos transformar. A pregação dominical tem transformado você?

O Mel e o Veneno – Água Doce ou Amarga

O deserto é um local inóspito para a sobrevivência. O deserto do Saara, por exemplo, tem uma oscilação de temperatura de 50º a -10º. Nada tem mais valor naquele local do que um copo de água.

Imagine você que, depois de andar uma semana pelo deserto, o que você esperaria ao encontrar? Uma saída ou um Oásis, não é? Um baú cheio de ouro e pedras preciosas não iriam te satisfazer. Certamente você estaria precisando de sombra e água fresca e doce. Água que matasse a sede e não matasse você. Mel e não um veneno.

O deserto é a vida e o Oásis é a igreja. O culto deveria ser como sombra e água fresca e doce como o mel. Imagine novamente que você chega no Oásis e ao tomar um bom gole de água você sente que ela é amarga ou salgada… Que decepção! É exatamente isso que encontramos em muitos cultos que deveria ser feito ao Senhor. Já que é para o Senhor, não deveria ser o melhor? E o melhor para Deus será que não é também agradável para nós? Eu tenho fé que sim!

Todo o culto deve ser agradável a Deus e, penso eu, que quando é agradável a Deus, nos eleva ao nível Dele. Antes de cada culto deveríamos pensar que iríamos ter uma audiência com uma autoridade. Como nos vestiríamos, como nos comportaríamos, o que iríamos falar? Se fôssemos apresentar cânticos às nossas autoridades, como seria a apresentação, quem de nós seria o regente? Se fossemos ter um orador para elogiar a sua gestão, quem escolheríamos e o que ele deveria dizer? Certamente seríamos obrigados a seguir o regimento interno da casa da autoridade. E na casa de Deus, como nos comportamos e o que apresentamos?

Talvez você esteja achando estranha esta comparação, mas ela não é minha não, é do profeta Malaquias:

“Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? — diz o Senhor dos Exércitos.” (Malaquias 1:8)

O pregador deve se preocupar em pregar a Palavra de Deus insistentemente. Deveria pensar que ao pregar, vai elevar as pessoas aos céus, onde Deus está. Deveríamos pensar que quem rege os cânticos é também um pregador, ele tem a maior parte do tempo no culto a Deus para transmitir a mensagem de Deus. Assim como não escolhemos qualquer um para trazer a mensagem de Deus à tona, não deveríamos escolher qualquer um para reger os cânticos.

O mensageiro de Deus deve oferecer água viva, mel e não veneno aos sedentos que vêm do deserto da vida e também abastecê-los para que voltem ao deserto e levem água viva eles mesmos àqueles que não tiveram o privilégio de participarem do Oásis (o culto) na presença de Deus. O culto é um vislumbre da terra que mana leite e mel. Então, os mensageiros da palavra (regente e pregador) devem se esforçar para já mostrar o mel e não o veneno que mata a alma.

“Alguém comparou as Escrituras com uma flor: Da mesma flor as abelhas tiram o néctar que produz mel e as aranhas tiram o que produz veneno. A diferença está na maneira em que a aproximamos: a abelha tira o néctar para fazer mel ao passo que a aranha tira o necessário para fazer veneno. Estudamos a Bíblia com a mente aberta para saborear o mel da palavra em nosso coração“[mfn]Trecho do livro a ser lançado: “Aventuras do Estudo da Bíblia” autor Glen Owen – Resgate Editora[/mfn].

O próximo culto a Deus se aproxima no próximo primeiro dia da semana. Deus é o nosso governador e será para Ele que vamos apresentar o culto. O que vamos levar para a mesa do Senhor? O pé deve pisar com cuidado na presença Dele, os lábios devem falar palavras convenientes na presença Dele, os regentes devem ser consagrados ao Senhor e os cânticos escolhidos em devoção de espírito com antecedência. Devemos apresentar o melhor para o Senhor e o agradável a Ele nos elevará aos céus. O pregador deve ser afiado nas palavras usando a espada do Espírito para falar a Palavra de tal maneira que, mesmo sendo palavras duras e verdadeiras, sejam saboreadas como mel e não como veneno.

“A voz que ouvi, vinda do céu, estava de novo falando comigo e dizendo: Vai e toma o livro que se acha aberto na mão do anjo em pé sobre o mar e sobre a terra. Fui, pois, ao anjo, dizendo-lhe que me desse o livrinho. Ele, então, me falou: Toma-o e devora-o; certamente, ele será amargo ao teu estômago, mas, na tua boca, doce como mel. Tomei o livrinho da mão do anjo e o devorei, e, na minha boca, era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo.” (Apocalipse 10:8-10)

 

Pregação Expositiva

Pregação Expositiva

Antes de mais nada, é preciso definir o que é uma pregação expositiva. A própria palavra nos ajuda a saber, mas em linhas gerais é uma pregação em que o ponto principal é a Palavra e não um assunto apoiado por passagens bíblicas. O pregador deve expor a Palavra de Deus, explicar e aplicar. A Palavra é o conteúdo. Começa com o texto, observa-se o contexto e expõe sem pretexto.

O PREGADOR

A Palavra por si mesma é poderosa, mas quem a usa deve ter uma vida que respeita a mensagem. O apóstolo Paulo começa desse ponto ensinando o jovem Timóteo.

“Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza.” (1 Timóteo 4:12)

A mensagem efetiva deve, primeiro, transformar o pregador. Não importa o que seria o impedimento se o pregador é jovem, velho demais, sem instrução formal, etc. Tudo isso fica em segundo plano quando a vida pessoal é transformada pela Palavra. O que adianta pregar para o mundo inteiro e perder a própria alma? O pregador deve ser um exemplo para a igreja na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza.

A PREGAÇÃO EXPOSITIVA

A pregação que usa a Palavra como fonte principal precisa ter base, e essa base deve ser bíblica. Não toda a Bíblia, mas um texto selecionado de acordo com a necessidade do público. Se vai pregar para um grupo de pessoas que não se converteram ao Senhor, é um texto. Se vai pregar para um público de fiéis, é outro texto. Isto é, cada público conforme as suas necessidades.

Agora, como preparar e pregar expositivamente? Paulo ensinou o jovem Timóteo e nós sabemos que o apóstolo foi inspirado pelo Espírito Santo, então, também serve para nós. Veja o que Paulo ensinou:

“Até a minha chegada, dedique-se à leitura pública da Escritura, à exortação e ao ensino.” (1 Timóteo 4:13)

a. A Leitura

A pregação deve ter como base a leitura da Escritura, e o texto deve ser a fonte da pregação. Depois de escolher um texto de acordo com a necessidade das pessoas que vão ouvir, precisa ler o texto para as pessoas.

A fé depende muito do que as pessoas ouvem. Se elas ouvem um bom orador, elas desenvolverão crenças. Se elas ouvem um pregador da Palavra, desenvolvem fé.

“Consequentemente, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo.” (Romanos 10:17)

Aí está a importância de pregar a Palavra e não pregar um assunto ou pregar a si mesmo.

b. A Exortação

Exortação é uma palavra que nem sempre é entendida. O significado dela é ânimo. O texto deve ser explicado para que as pessoas se identifiquem com ele, para que possam notar claramente que a Bíblia tem tudo a ver com a nossa realidade, que é atual, verdadeira e traz soluções. Acima de tudo, as pessoas que ouvem a leitura da palavra e sua explicação devem notar que:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16,17).

Para exortar, o pregador precisa ter moral, isto é, ele tem que ser um exemplo do que prega. Ele deve conhecer bem o texto e assim vai mostrar que ele é exemplo na Palavra. Ele deve ter um procedimento transparente na presença das pessoas e na ausência ter o mesmo comportamento, ele deve mostrar amor nas palavras e nas ações, ele deve falar com uma fé perceptível e suas ações também devem estar de acordo com o que prega e ele deve ser um exemplo na pureza, sem pureza ninguém verá o Senhor.

c. O Ensino

Depois de ler, exortar explicando o que leu, chegou a hora de ensinar, ou, em outras palavras, aplicar a Palavra. Os ouvintes já estão observando o pregador e, mesmo que não o conheçam profundamente, já podem ‘sentir’ o quanto vão deixar ele entrar em suas vidas. Já ouviram a fonte da fé através da leitura, estão se identificando com a explicação do texto e se encaixando na situação e seus corações estão abertos para deixar a solução dada por Deus através do ensino (aplicação) da Palavra.

Para um bom ensino, deve-se relembrar o que foi lido, explicado e finalmente o que se deve colocar em prática através da obediência à Palavra. Isto é uma pregação expositiva.

CONCLUSÃO

Quem quer pregar a Palavra de Deus deve ler, entender e aplicar para si mesmo primeiro.

“Em tudo seja você mesmo um exemplo para eles, fazendo boas obras. Em seu ensino, mostre integridade e seriedade; use linguagem sadia, contra a qual nada se possa dizer, para que aqueles que se lhe opõem fiquem envergonhados por não terem nada de mal para dizer a nosso respeito.” (Tito 2:7,8)

Preguemos a Palavra somente, pois ela tem o poder de salvar as almas das pessoas.

“Portanto, livrem-se de toda impureza moral e da maldade que prevalece, e aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los.” (Tiago 1:21)

Preguemos a Palavra somente, pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina.

“Na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos por sua manifestação e por seu Reino, eu o exorto solenemente: Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina.” (2 Timóteo 4:1,2)

Resumindo: Para pregar expositivamente leia a passagem, explique a passagem e aplique a passagem.

Repreensão, Correção e Exortação

O homem estava tendo trabalho para tirar a neve de cima da sua casa. O vizinho viu a dificuldade e quando ele quebrou um dos vidros da janela. Então gritou do outro lado da rua: “Aqueça a casa por dentro que a neve derrete!”.

Se quisermos tirar todo o gelo do pecado que endurece nosso coração, precisamos aquecê-lo por dentro. O culto tem a função de quebrar o gelo do pecado e tirá-lo de cima de nós.

O culto é composto basicamente de seis atitudes: cantar, orar, partir o pão, participar da coleta, pregação e comunhão. Todos os que chegam para adorar, devem sair edificados do culto a ponto de expressarem testemunhos e encorajamento entusiastas a outros durante a semana. O culto nunca acaba, ainda não entendi por que insistem em fazer a “oração final” se domingo é apenas o primeiro dia da semana?

Para que possamos ter um culto impressionante para quem quer que dele participe, devemos seguir o que a Bíblia ensina. O importante é agradar a Deus para que consigamos, de fato, ser edificados. Para tanto, precisamos saber que somos sacerdócio Santo, povo de propriedade exclusiva de Deus, com um real objetivo de testemunhar sobre Aquele que nos tirou das trevas e nos transportou para a Luz (1 Pedro 2:9). No culto de louvor e edificação, precisamos eleger entre nós os melhores sacerdotes, isto é, os melhores regentes, os melhores pregadores, os melhores homens de oração, os melhores servos de Deus. São estes que devem promover, como bons sacerdotes, o culto a Deus. Outros que querem servir a Deus, primeiro precisam aprender que o culto é para servir e não para ser visto. Depois, para desenvolver novos servos da igreja, precisamos, antes de mais nada, colocá-los para aprender a servir e depois de treinados, ensinar as pessoas durante a semana nos encontros bíblicos. Culto não é lugar de inexperientes e de experiências. Promover o culto a Deus deve ser com o melhor que temos e não com o duvidoso.

O apóstolo Paulo ensina muitas coisas práticas sobre a mensagem e os mensageiros nas epístolas de Timóteo e Tito. Aprendemos que quem prega deve ter um equilíbrio ao compartilhar a palavra de Deus. Ele ensina:

“Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina.” – 2 Timóteo‬ ‭4:2‬ ‭NVI‬‬

Uma só mensagem não vai mudar as pessoas, então tenhamos paciência. Uma mensagem vazia (subjetiva)  sobre a vida não dá o sentido que a vida precisa ter e que as pessoas esperam receber na mensagem. Então, quem prega, deve pregar com a sã doutrina.

As pessoas precisam ouvir na mensagem repreensão, correção e Exortação. Não sei o que você pensa quando ouve a palavra exortação. O significado dessa palavra é ânimo. Uma mensagem negativa ou acusativa é mais fácil que apresentar uma mensagem que seja equilibrada contendo repreensão, correção e exortação. Uma mensagem fácil de ouvir dá muito trabalho para preparar. Uma mensagem cujo estilo é baseada na palavra de Deus, atinge as pessoas e suas necessidades, membros do corpo de Cristo e até visitantes.

Se sua mensagem tem 3 pontos principais, que o primeiro ponto seja para repreensão, o segundo para correção e o terceiro para exortação. Esta, sim, é uma mensagem bíblica! Este conceito, como você pode ler e reler na passagem escrita pelo apóstolo Paulo, é bíblico.

Aqueles que pregam devem ter em mente, além da repreensão e correção também a exortação, isto é, o ânimo. Alguém que deve repreender e corrigir, deve animar (exortar) as pessoas para colocar em prática a repreensão e a correção ouvidas. Uma pessoa que não tem ânimo, não vê motivos para obedecer.

“Se por estarmos em Cristo nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a vocês mesmos.” – ‭‭Filipenses‬ ‭2:1-3‬ ‭NVI‬‬

Geralmente já chegamos com muitos problemas no domingo. Precisamos ânimo para começar a semana e continuar progredindo e compartilhando a fé. Precisamos de ânimo na luta contra o pecado. Alguém, por acaso, vai procurando sair sentindo-se acusado, pressionando e sobrecarregado? Não foi o que Jesus nos prometeu quando nos chamou para sermos discípulos.

Você deve saber que diabo significa acusador, não é? Mas temos um justificador e Ele é maior que qualquer acusação, isso deve transparecer na pregação. Jesus nos anima a continuar, Jesus nos exorta a procurar o perdão, a nos arrepender, nos exorta com o seu amor do jeito imperfeito que somos e nos justifica. Ele tem misericórdia em nossas fraquezas. O pregador representa Jesus como um porta voz, por isso deve ter compaixão e sua mensagem deve exortar (animar) os que estão cansados e sobrecarregados.

Neste artigo estou focando na exortação, mas nunca devemos esquecer a repreensão e a correção, se deixarmos de lado estes assuntos, vamos ter uma mensagem desequilibrada.

A pregação anima as pessoas ou, segundo tenho testemunhado, faz com que saiam desanimadas e considerem não voltar mais (já vi muitas saindo da igreja desanimadas com a mensagem). Não as chamemos de fracos na fé, pelo contrário, melhoremos como mensageiros da palavra de Deus. Aqueçamos os corações com a exortação que vem da palavra de Deus para quebrar gelo do pecado que oprime e deprime.

Aprendendo Pregar Com o Cinema

Se você é como eu, deve gostar de bons filmes. O problema é encontrá-los. Por outro lado, existe a questão do tempo, isto é, perder o tempo assistindo filmes e tirando pouco proveito. Todo filme que assisto eu procuro pelo menos uma frase ou ilustração que possa usar em algum momento. Muitas vezes a gente descobre que perdeu tempo só no fim do filme.

Filmes não passam de histórias contadas de maneiras diferentes. Tem gente que gosta de ler a mesma história que os filmes contam em forma de livro. Outras pessoas dão preferência para um resumo contado por alguém do que ler ou assistir a história. Finalmente uma boa forma de aproveitar enquanto assisto um filme é aprender a contar histórias como eles, roteiristas e diretores, contam. Os filmes e as boas histórias são contadas da seguinte forma:

Introdução

Todo filme tem uma introdução. Se ela não for bem feita ou se você não gostar da introdução, todo o filme está comprometido. Agora note bem todos os filmes que você assistir, eles têm uma introdução para prender a atenção e que leva ao interesse de ficar preso por, pelo menos, uma hora e meia. Todo esse tempo sentado para assistir a um filme depende da introdução.

Se você já assistiu o Resgate do Soldado Ryan você pode lembrar que ele tem uma introdução que te prende. A história começa com um prólogo em que um veterano leva sua família ao cemitério americano na Normandia, e um flashback se junta ao capitão John Miller (Tom Hanks) e GIs em um navio fazendo a aproximação no dia 6 de junho de 1944 à praia de Omaha (o dia D). para enfrentar o devastador incêndio da artilharia alemã. Esse massacre em massa de soldados americanos é representado em uma sequência inesquecível de 24 minutos. Os homens de Miller avançam lentamente para finalmente conquistar uma edificação de concreto de onde os soldados alemães atiravam. A praia está repleta de corpos e um dos corpos com o nome “Ryan” estampado em sua mochila… Pronto, você já quer saber o resto da história…

Argumentos

Depois de uma introdução daquelas, você começa a ter mais informações sobre o objetivo do filme: salvar um soldado. O chefe do Estado-Maior do Exército, general George C. Marshall ((Este general é uma pessoa real)) (Harve Presnell), sabendo que três irmãos Ryan da mesma família foram mortos em uma única semana, pede que o irmão sobrevivente, soldado James Ryan (Matt Damon), seja localizado e trazido de volta para os Estados Unidos. O Capitão Miller recebe a tarefa e ele escolhe um tradutor, Upham (Jeremy Davis), hábil em linguagem, mas não em combate, para se juntar ao seu esquadrão. O capitão Miller tem um sargento de confiança, é o Sargento Horvath (Tom Sizemore), seguidos pelos soldados Mellish (Adam Goldberg), Médico Wade (Giovanni Ribisi), cínico Reiben (Edward Burns) do Brooklyn, o ítalo-americano Caparzo (Vin Diesel), e o religioso sulista Jackson (Barry Pepper), um ás atirador de elite que invoca o Senhor enquanto aponta seu rifle de alta precisão.

Tendo experimentado anteriormente a ação na Itália e no norte da África, o esquadrão se espalha por áreas ainda cheias de nazistas. Depois que eles perdem um homem em uma escaramuça em uma vila bombardeada, alguns no grupo começam a questionar a lógica de perder mais vidas para salvar um único soldado.

Cada cena apresentada, cada novo fato vai te afundando cada vez mais na poltrona e você quer que eles saiam todos vivos do enredo, mas o fim vai ser surpreendente…

Então, da mesma forma que o cinema conta histórias desta maneira e cria cola cada vez mais adesiva enquanto desenrola o enredo, as nossas mensagens devem ser envolventes.

Conclusão

Como já disse, o fim do filme tem um começo quando eles finalmente encontram o soldado Ryan. Eles têm que enfrentar uma última batalha já quase sem munições contra um pelotão dos nazistas que vem se aproximando da cidade onde Ryan e o seu agrupamento estão.

Quando o filme acaba alguns têm vontade de chorar e outros de levantar e aplaudir a história. Porém, tudo está baseado em princípios bem simples, mas muito bem estudados, elaborados e desenrolados. Os princípios são: começo, meio e fim, ou seja: introdução, argumentação e conclusão.

Agora, a gente senta no banco da igreja e espera ver um épico todo domingo e como é que saímos? Ah, o culto não é um show… verdade! O louvor não é entretenimento… verdade! A comunhão não é uma ficção… também concordo! No entanto, o culto não deveria ser coisa de amador. Neste caso estou me referindo à pregação. Tenho visto muitas pregações até aqui. Afinal são mais de 1800 cultos e, consequentemente, pregações que tenho presenciado nestes mais de 30 anos. Muitas, mas muitas pregações que todos ouvimos, não tem cabeça nem pé, nem introdução nem conclusão. A gente não acha o fio da meada. Isso quando a gente não sai com mais críticas do que edificação. Estas desculpas de que o culto não é show, entretenimento e ficção, não passam de desculpas para não dar trabalho e mudar para melhor. A morte de Jesus, motivo maior pelo qual estamos lá reunidos, é o principal momento da humanidade e não está certo se nós minimizarmos isso com nossa pobre apresentação (Deus está na platéia). Provavelmente estamos dando no culto todo o mesmo que a maioria dá na coleta.

Precisamos, sim, buscar ser como Apolo que era homem poderoso em palavras para pregar sobre Jesus. Mesmo Apolo precisou ser instruído, imaginemos nós, então, o quanto temos a progredir.

“E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloqüente e poderoso nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João. Ele começou a falar ousadamente na sinagoga; e, quando o ouviram Priscila e Aqüila, o levaram consigo e lhe declararam mais precisamente o caminho de Deus.” (Atos 18:24-26)

Além do mais, é necessário que o servo de Deus tenha poder nas palavras que fala, pois a Palavra de Deus é de poder e coragem. Leia o que Paulo fala para Tito acerca do padrão que todos os homens devem ter de crescimento que são os presbíteros:

“Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.” (Tito 1:9)

Irmãos, precisamos estudar mais sobre homilética, oratória e exegese para que nossas pregações realmente sejam como a Palavra de Deus, isto é, poderosa para admoestar na sã doutrina, convencer os que contradizem e salvar o perdido. Prepare-se de tal modo que ao final dê vontade de chorar ou levantar e aplaudir, mesmo que ninguém vá fazer isso, prepare-se porque você estará servindo ao Senhor dos senhores que merece toda honra e glória através da sua pregação.

Pregação Negativa

Lembro o tempo de juventude em que eu ainda estava aprendendo a viver. Os meus irmãos me criticavam por alguns comportamentos e até pela personalidade. Meus pais me corrigiam como bem lhes parecia e por um tempo eu me senti com muita baixo auto-estima. Com o tempo eles também amadureceram e respeitam um pouco mais o que é personalidade e esquecerem muitos dos meus erros.

Talvez você também consegue lembrar de tempo da sua vida em que as palavras eram duras e isso mexeu com sua auto-estima. Tempos em que você precisava de compreensão e apoio e ouvia só críticas. Talvez você ainda esteja passando por isso na sua vida. Com o tempo e o amadurecimento a gente aprende que quem dá poder às críticas somos nós mesmos. Aprendi que quando alguém lhe joga uma crítica, você é quem decide o que faz com ela, isto é, você a faz construtiva ou destrutiva, porque críticas são críticas.

Agora, você já passou por todo o processo: ouviu a palavra de Deus, teve fé em Jesus como salvador, arrependeu-se dos seus pecados, confessou Jesus como seu Senhor e Salvador, foi batizado por imersão nas águas e tem sido perseverante mesmo em face às dificuldades que você passa. Quando você vai à igreja, o que você espera? Você encontra a comunhão, instrução, a ligação com o corpo de Cristo através da Ceia, tem a oportunidade de expressar a generosidade que recebeu através da oferta mostrando a gratidão pela prosperidade que Deus tem te dado cuidando de você. Certamente você espera ouvir a Deus através da pregação, não é mesmo? Mas imagine que você chega e tudo o que você ouve são acusações. Ei, acusador é outro.

Uma mensagem recente que ouvi, de tantas que tenho ouvido dizia: “Você é egoísta!”. Foi uma mensagem muito negativa e não tinha nada edificante. Quase que o pregador disse: “Você não presta”. Acho até que ‘entre as linhas’ ele disse isso, afinal, era isso o que parecia. Eu já não sou mais adolescente e isto não me fez me sentir mal e nem sequer me fez ‘vestir a carapuça’. Aquela mensagem não serviu para minha edificação e não senti que era o que a igreja precisa.

A Bíblia diz o que a igreja precisa. Um irmão conversando comigo disse:
– Eu acho que as mensagens nesta congregação são muito negativas. Só se fala sobre problemas. Por acaso somos uma igreja amaldiçoada?

Uma mensagem biblica edificante precisa sim repreender e corrigir, mas também precisa exortar. Exortação significa “chamar para perto”, “consolar”, “confortar”, “encorajar”, “fortalecer”, etc. Isso significa que a mensagem bíblica ao ser preparada precisa ser planejada para ter um equilíbrio de 33,3% de repreensão, 33,3% de Correção e 33,3% de Exortação. Totalizando, assim, 99,9% (arredonde para 100%). Espero que esteja entendendo que precisa ter um equilíbrio na sua mensagem. As pessoas precisam, sim, de correção, de repreensão, mas tão importante quanto é a exortação. Sobre este assunto, leia o artigo que aborda mais sobre isso.

Os pecadores, os que estão cansados e sobrecarregados, todos os que vêem até Jesus e sentam-se aos pés Dele no culto esperam ser repreendidos e corrigidos, mas precisam sair encorajados, fortalecidos pela mensagem.

O apóstolo Paulo ensina muitas coisas práticas sobre a mensagem e os mensageiros nas epístolas de Timóteo e Tito. Aprendemos que quem prega deve ter um equilíbrio ao compartilhar a palavra de Deus. Ele ensina:

“Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina.” – 2 Timóteo‬ ‭4:2‬ ‭NVI‬‬

Uma só mensagem não vai mudar as pessoas, então tenhamos paciência. Uma mensagem vazia sobre a vida não dá o sentido que a vida precisa ter. Então pregue com doutrina.

As pessoas precisam ouvir na mensagem repreensão, correção e Exortação. Não sei o que você pensa quando ouve a palavra exortação. O significado dessa palavra é ânimo. Uma mensagem negativa ou acusativa é mais fácil que apresentar uma mensagem que seja equilibrada contendo repreensão, correção e exortação. Uma mensagem fácil de ouvir dá muito trabalho para preparar. Uma mensagem cujo estilo é baseada na palavra de Deus, atinge as pessoas e suas necessidades, membros do corpo de Cristo e até visitantes.

Aqueles que pregam devem ter em mente também a exortação, isto é, o ânimo.

“Se por estarmos em Cristo nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a vocês mesmos.” – ‭‭Filipenses‬ ‭2:1-3‬ ‭NVI‬‬

Geralmente já chegamos com muitos problemas no domingo. Precisamos ânimo para começar a semana e continuar progredindo na fé. Precisamos de ânimo na luta contra o pecado. Alguém, por acaso, vai procurando sair sentindo-se acusado, pressionando e sobrecarregado? Você deve saber que diabo significa acusador, não é? Mas temos um justificado e Ele é maior que qualquer acusação, isso deve transparecer na pegação. Jesus nos anima a continuar, Jesus nos exorta, isto é, nos anima a procurar o perdão, a nos arrepender, a nos amar do jeito imperfeito que somos e nos justifica. Ele tem misericórdia em nossas fraquezas. O pregador representa Jesus, por isso deve ter compaixão e sua mensagem deve exortar os que estão cansados e sobrecarregados.

Conteúdo de Uma Mensagem Bíblica

Fui muito abençoado por conhecer a igreja ainda quando eu era criança. Lembro de várias pregações que ouvi. Ouvi muitos pregadores bons. Algum tempo depois eu mesmo me tornei pregador e eles foram minhas referências. Lembro de bons pregadores como Solerte Valente e Aramis Teresin, Walter Kreidel, Walter Lapa, Howard Norton, Modesto Pelegrin, João Pennisi. Mais tarde comecei a estudar os estilos deles informalmente.

Lembro de tantas ilustrações que ouvi e vi. Um destes pregadores certa vez levou dois pulmões para ensinar aos jovens sobre o cigarro, a prevenção e o pecado. Outro usou a sua língua nativa para ilustrar que muitas vezes tratam os pregadores como dog (cachorro) ou god (Deus). Outro levou um leãozinho de pelúcia para falar de Jesus. Outro, no meio de uma palestra, deixou um isqueiro cair propositalmente para que as pessoas pensassem sobre isso. Outro pegou um monte de moedas, provavelmente umas trinta e, pregado sobre Judas jogou as moedas no chão para os irmãos terem a sensação daquela noite de traição. Ainda estou aprendendo sobre como fazer uma boa mensagem.

Estas e tantas outras ilustrações serviram para impregnar a palavra de Deus nas mentes e corações. Sei que ainda não aprendi tudo. Vou viver aprendendo e depois que morrer ainda não vou ter aprendido tudo. O que aprendi até agora? Gostaria de compartilhar com você algumas coisas para que você tenha recursos para usar nas suas mensagens.

Introdução, Argumentos e Conclusão

Todas as mensagens são como as conversas informais ou formais. Todo tipo de comunicação tem um começo meio e fim. Se algum tipo de comunicação não respeitar estas regras básicas, fica sem sentido, não passam de palavras aleatórias, subjetivas, etc. Uma mensagem para ser entendida, acompanhada e lembrada depois, precisa ter uma introdução (começo), argumentação (meio) e conclusão (fim).

Mais abaixo outros conteúdos obrigatórios que a sua mensagem deve ter para que seja uma mensagem poderosa. Sim, sei que a Palavra de Deus é o poder para a salvação, mas nós podemos ser os empecilhos se não soubermos usar. A palavra de Deus é boa se alguém a usa de maneira adequada (1 Tm 1:8). Precisamos ser cooperadores da Palavra e isso vem somente pelo esforço. Tem que estar preparado para fazer a mensagem oportuna a todo o tempo:

Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” (2 Tm 4:2)

Repreensão, Correção e Exortação

Os pregadores precisam entender que o assunto da pregação é a Palavra. A Palavra de Deus produz fé verdadeira, aperfeiçoa e salva a alma (Rm 10:17; 1 Tm 3:16, 17; Tg 1:21). Para pregar, como dito acima, precisa estar preparado tendo oportunidade ou não.

Um irmão conversando comigo disse:
– Eu acho que as mensagens nesta congregação são muito negativas. Só se fala sobre problemas. Por acaso somos uma igreja amaldiçoada?

Uma mensagem biblica edificante precisa sim repreender e corrigir, mas também precisa exortar. Exortação significa “chamar para perto”, “consolar”, “confortar”, “encorajar”, “fortalecer”, etc. Isso significa que a mensagem bíblica ao ser preparada precisa ser planejada para ter um equilíbrio de 33,3% de repreensão, 33,3% de Correção e 33,3% de Exortação. Totalizando, assim, 99,9% (arredonde para 100%). Espero que esteja entendendo que precisa ter um equilíbrio na sua mensagem. As pessoas precisam, sim, de correção, de repreensão, mas tão importante quanto é a exortação. Sobre este assunto, leia o artigo que aborda mais sobre isso.

Os pecadores, os que estão cansados e sobrecarregados, todos os que vêem até Jesus e sentam-se aos pés Dele no culto esperam ser repreendidos e corrigidos, mas precisam sair encorajados, fortalecidos pela mensagem.

Admitamos ou não, a pregação dominical é o ponto alto do culto. Precisamos eleger ao púlpito os melhores pregadores da igreja. Púlpito não é hora de experiência e treinamento. Os homens precisam receber treinamento durante a semana nos grupos de estudos bíblicos, nos sábados, precisam ter oportunidade de ensinar a Bíblia em particular para assim estarem aptos e preparados para subir ao púlpito.

Ao prepara qualquer mensagem biblica, pergunte para si mesmo:
– Esta mensagem tem repreensão, correção e exortação?

Estilo Correto

Se você foi ‘eleito’ pela congregação para pregar no domingo, isto é um chamado de Deus e um reconhecimento do seu crescimento espiritual. É um privilégio! Você deve sentir-se obrigado a responder com preparo, leitura e oração. Se você vai pregar, antes de mais nada, escolha o estilo correto para a mensagem. Não tem estilo errado, tem o melhor. O melhor estilo para uma aula dominical é o estilo tópico ou textual. Já para mensagens chamadas de pregação, o melhor estilo é mensagem expositiva. Se você não souber escolher o estilo correto, então você já começou mal. Leia este artigo sobre o que é uma mensagem expositiva e como preparar uma mensagem expositiva.

Ilustrações

Jesus usava ilustrações nunca usadas antes. De onde Jesus tirava as suas ilustrações? Enquanto a fonte pode ser desconhecida, sabemos que Jesus recebeu do Pai toda autoridade para pregar e o Espírito do Senhor estava com Ele para pregar (Lucas 4:16-21). As ilustrações usadas por Jesus foram chamadas de parábolas.

As ilustrações de Jesus tinham a função de colocar uma comparação ao lado da verdade. Tenho para mim que as ilustrações de Jesus tinham base em acontecimentos verdadeiros, isto é, baseados em histórias reais.

As ilustrações têm a função de “quebrar o gelo”, mas se não souber usar acaba congelando tudo. Se vai usar ilustrações, e na minha opinião um pregador bem preparado deve usá-las, saiba usar de tal forma que a comparação colocada ao lado da Palavra de Deus seja enriquecedora.

Uso da Emoção na Mensagem

Temos um problema na mensagem. O problema são os extremos. De um lado vemos o apelo das emoções sendo exploradas a tal ponto que as pessoas ficam impedidas de pensar. São tantos gritos e recursos externos sendo usados que não corrigem, não repreendem e não exortam. Serve como uma fuga para o momento, mas a pessoa sai mais vazia do que quando entrou.

Outro extremo é se tornar linear na apresentação da mensagem. Não pode apelar para uma lágrima ou um sorriso. Não pode fazer a pessoa levantar a mão e bater palmas e é um sacrilégio. Como podemos ler a Bíblia sem emoção nenhuma? Não consegue ver Jesus sorrindo, chorando e até usando de emoções nas suas pregações? Confesso que quando leia Lucas 4:16-21 eu sempre me arrepio… Por que não proporcionar o mesmo para a irmandade?

Não podemos permitir que nossa objetividade mate a nossa humanidade. Conheço um irmão chamado Paulo que expressa sua fé literalmente gritando “Aleluia”. Por que alguém não pode dar glória a Deus e nós dizermos amém? Ele é conhecido como Paulo Aleluia.

Conclusão

Uma mensagem biblica poderosa precisa colocar a Bíblia em primeiro lugar. Tudo deve girar em torno da Palavra de Deus. Ao preparar e apresentar a mensagem deve seguir uma lógica que a mensagem mesma apresenta: começo (introdução), meio (argumentos) e fim (conclusão.

Uma mensagem biblica poderosa deve repreender, corrigir mas também deve exortar quem se humilha nos pés do Senhor precisa ser levantado pelo Senhor através da sua Palavra.

O pregador precisa estar preparado e, muito tempo antes da apresentação, deve saber que deve levar um sermão e não uma aula. A escolha do estilo da mensagem garante que seja bíblico, objetivo e todos saiam edificados.

A mensagem deve trazer suas comparações identificáveis pelos irmãos nas suas vidas através de ilustrações e também de emoções. Se a Palavra de Deus não for identificada em nossas vidas e necessidades, então nós como representantes do Senhor da Palavra, não estamos prontos e nem sequer fazendo jus ao chamado do Senhor.

Estes são alguns ítens que sua mensagem deve conter para ser apresentada no domingo. Muitos outros ítens podem fazer parte, mas tenha certeza de que não entrem em conflito com a Palavra de Deus.

Ficarei feliz se estiver sendo útil para você.

Qual a Diferença Entre Aula e Sermão?

Um pregador estendeu-se por uma hora durante a pregação. No final ele quis saber de alguns membros o que acharam da mensagem. Todos foram muito polidos e alguns foram curtos na resposta. Finalmente o pregador decidiu perguntar para um irmão idoso conhecido por sua sinceridade. Ele dizia o que pensava sem nada a perder. Alguns o achavam ácido, outros admiravam a conquista de poder dizer o que se pensa sem se preocupar em agradar aos homens. O pregador perguntou:
– Então, irmão, o que achou da mensagem?
– Achei que a mensagem foi como uma espada.
O pregador logo pensou numa passagem de Hebreus que diz: “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4:12).
Então o pregador perguntou:
– A mensagem foi afiada como a palavra de Deus?
– Não! Respondeu o irmão – Foi longa, chata e fria…

Por que a pregação seria chata, se a fonte dela é a Palavra de Deus? Talvez por ser longa demais a mensagem possa se tornar chata e fria. Os pregadores precisam ser mais objetivos. Talvez faltem dois pilares de qualquer mensagem bíblica: oração e leitura. Outros motivos podem ser que as pessoas estão esperando da pregação uma atração tanto quanto encontram com facilidade em vídeos e publicações das redes sociais. Hoje os pregadores estão competindo diretamente com a comunicação digital. A igreja e, principalmente, esta geração, não aceitam mais pregadores medíocres. Os pregadores precisam saber qual é a diferença entre dar uma aula e fazer um sermão.

Existem alguns estilos de mensagens. Vou apresentar aqui 3 estilos. Dois deles devem ser usados para aulas bíblicas e aulas dominicais e um desses estilos é o melhor para sermões. Não existem estilos errados, existe o melhor para aulas e o melhor para pregação. Vamos analisar um pouco sobre estes estilos e quais deles se enquadram para aulas e para mensagens de púlpito. A maioria das pregações de púlpito ultimamente estão mais ligadas ao estilo de aulas do que a de sermões.

Mensagens em Tópico

Nas mensagens em tópico, o pregador ao preparar a mensagem a prepara tendo como base um título, ou seja, um tópico. Isto é bom para se tratar de assuntos que a igreja quer e precisa ouvir. É um estilo ideal para se usar em aulas. Encontra-se PROBLEMA PARA CONTEXTUALIZAR a mensagem textual desde que se usa várias passagens.

O título uma vez escolhido, tem-se a liberdade de se procurar as passagens que falam sobre o assunto escolhido. Por outro lado, para uma mensagem de púlpito, não é prudente fazer um tour pela Bíblia. Num culto você serve a Palavra de Deus para várias pessoas diferentes em idade, fase da vida, sexo, necessidades, etc. Dê preferência para tratar de assuntos usando este estilo em aulas durante a semana ou Escola Dominical.

Mensagem Textual

Na mensagem textual escolhe-se um texto. Pode ser um texto curto ou longo. O problema encontra-se muitas vezes na escolha do texto.  Algumas possibilidades de escolhas de textos e os perigos são:
Textos longo Cansam os ouvintes. ( Salmo 119 )
Textos obscuro Causam polêmicas no auditório. ( I Cor. 11:10 – o Véu)
Textos difíceis Os ouvintes não entendem. ( Ef. 1:3 – A Predestinação )
Textos duvidosos “E Deus não ouve pecadores” ( João 9:31 )

Mensagem Expositiva

Na mensagem expositiva o objetivo é explorar o que diz a Palavra de Deus. Tudo gira em torno da Palavra de Deus. É uma mensagem fácil de contextualizar. Tira-se do texto o título, a introdução, as argumentações e a conclusão. Leia o artigo “Como Preparar Mensagens Expositivas“.

Uma mensagem expositiva tem três pontos apreciados no seu conteúdo. Paulo instruiu a Timóteo que na pregação ele deveria dar ênfase a estes três pontos:

“Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina.” (2 Timóteo 4:2)

Uma mensagem expositiva repreende, corrige e exorta todas as pessoas na igreja. Leia um artigo publicado sobre o assunto. É uma mensagem agradável de se ouvir. Os jovens gostam de ouvir mensagem que os corrija, que os repreenda, mas que também os anime (exorte). Muitas mensagens são tão negativas que as pessoas saem desanimadas do culto. Se tornam mensagens longas, chatas e frias.

A sugestão dos estudiosos é que o estilo expositivo seja o preferencial para se preparar e se apresentar mensagens no púlpito. Os demais estilos (tópico e textual) devem ser usados para aulas.