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Boletim de Missões Transculturais – 1 – JOCUM CHIMOIO

Tempo de aprendizado e adaptação

“Não te mandeu eu? Esforça-te e tem bom ânimo; não te atemorizes, nem te espantes; porque o senhor teu deus está contigo, por onde quer que andares.” Josué 1:9

A paz seja com todos em Cristo Jesus nosso Senhor. Pela graça do nosso bom Deus a minha viagem de Malawi para Moçambique no dia 19 de fevereiro foi inteiramente guardada por Ele. Passei uma pernoite em Joanesburgo, e no dia seguinte eu embarquei em um voo com destino a Beira – Moçambique.

Assim que cheguei no aeroporto de Beira fui recebida pela família Rosário com muita alegria e alívio em meu coração.
Ficamos hospedados com uma família de missionários brasileiros moradores de Beira. Com muito amor e hospitalidade fui recebida em seu lar. Levaram-me para conhecer o maravilhoso oceano Índico. No outro dia após o almoço eu e a família Rosário seguimos de carro até Chimoio.
Família Rosário
Sou muito grata a Deus por ter me encaminhado para está família missionária cheia do amor e do Seu Espírito Santo que há dez anos tem servido as pessoas desta nação. Por meio das falas de sabedoria e acompanhamento do sr. Alexandro e da sra. Silvana sobre o campo missionário, cresço dia após dia no desejo de ter intimidade com Jesus e amor pela obra de servir está nação.

Trabalhos na JOCUM
A Jocum de Chimoio serve a comunidade com Treinamento, Evangelismo e Misericórdia. Uns dos trabalhos mais intensos da Jocum é o trabalho com as crianças órfãs vítimas do HIV. O trabalho é feito através do cuidado e acompanhamento constante através do reforço escolar, discipulado de adolescentes, culto de crianças aos domingos, alimentação, visita aos lares e muito clamor a Deus pelas vidas de cada criança, tudo feito muito amor e misericórdia.
Há também o trabalho voluntário semanal com as crianças hospitalizadas no hospital local. Neste mesmo hospital são realizados trabalhos manuais, como por exemplo a confecção de brincos.
Na comunidade Nhamatsane há também o trabalho com a alfabetização de adultos, onde as mulheres podem aprender a ler e a escrever.

Eu estou servindo nas seguintes atividades: reforço escolar, discipulado das adolescentes, visitas na comunidade e ao hospital e atividades de costura. Ao final do dia sinto um cansaço muito grande acompanhado de uma alegria pelo amor ao chamado que Deus me deu.
Tenho sido transformada por Jesus de uma forma muito intensa e a cada dia aprendo coisas novas. Meus olhos estão sendo abertos para ver a grandeza e o amor de Deus e seu precioso plano de salvação.

Desafios

1) Na área emocional…
Não foram apenas uma nem duas vezes que veio o medo em meu coração, insegurança e o sentimento de incapacidade perante está obra. Estou sendo sustentada por Jesus para não desistir.
2) Na área espiritual…
Estou aprendendo a andar no Espírito Santo e ser por Ele conduzida inteiramente, ouvir a Sua voz e confiar-me a Ele plenamente para o serviço do qual Ele me separou. Para tanto, estou sendo quebrada como um vaso de barro e sendo feita de novo.
3) Na área da saúde…
No dia 17/03/2017 fui diagnosticada com malária, mas graças a Deus já estou me recuperando.

Orem sempre pelas crianças, adolescentes e adultos da comunidade Nhamatsane atendidas pela Jocum, as quais, tem sido ensinadas sobre Jesus. Orem por todos os obreiros que servem neste ministério. Orem pelas crianças hospitalizadas no Hospital Provincial.

Visita ao Hospital Provincial
Discipulado com as adolescentes

Um Chamado Para Missões Transculturais – Parte 4

Parte 4 – Levar a salvação ao mundo todo não é um projeto humano

“Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” Romanos 10.14-15

A grande comissão de levar o evangelho de Cristo a todas as nações, segundo o apóstolo Paulo só é possível através da união de dois grupos de trabalhadores: aqueles que enviam e os que são enviados.
Da mesma forma que ao longo dos anos Jesus estava me chamando e me preparando para servir em missões, nosso mestre estava preparando a Igreja de Cristo em Campo Grande e a SerCris para servir como enviadores.
Foi em 2015 que a Igreja de Cristo em Campo Grande e a SerCris ouviram a voz de Deus os chamando para enviar uma obreira ao continente africano para servir aos irmãos e responderam: Eis-nos aqui!

O destino inicial era o país de Angola, porém depois de uma série de dificuldades burocráticas, e um ano de espera e desafios,  Deus no controle de todas as coisas abriu as portas para um trabalho de missões em Moçambique.
O privilégio de pregar o evangelho e anunciar a salvação de Cristo é uma dádiva de Deus a nós pecadores redimidos.

“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.” 2 Coríntios 4.7

A obediência a ordem de pregar o evangelho a toda criatura, não trás mérito ao homem que ouve e obedece, mas sim exalta o Deus de amor e dono da seara, pois é Ele quem segundo o próprio Jesus em Mateus 9.38 quem chama os trabalhadores e os capacita.

De geração em geração até o Dia do nosso Senhor Jesus retornar, Deus continuará chamando “enviadores e enviados” para Sua obra redentora de amor, pois certo é que, levar a salvação ao mundo todo não é um projeto humano, mas sim um projeto totalmente Divino em sua essência.

Este é o meu testemunho de como Deus dirigiu os meus passos para missões transculturais. E creio com todas as minhas forças que o mesmo Deus que começou boa obra em mim, a completará até o dia de Cristo Jesus.

Sou peregrina nesta Terra, indo com Jesus Cristo meu mestre para além das montanhas levar Sua mensagem de paz e redenção.

A Ele seja toda glória e honra para todo o sempre, Amém!

Um chamado para missões transculturais – Parte 3

Parte 3 – Portas Abertas

Em 2010, morando em Ribeirão Preto, passei a congregar aos domingos com nossos irmãos ribeirão-pretanos. Não demorou muito para eu saber que dois irmãos daquela congregação, Luciano e Marcel estavam em Campo Grande, MS cursando Teologia na SerCris (Escola de Treinamento para o Serviço Cristão), tendo sido enviados pela própria congregação e, que ao final daquele ano eles retornariam, após 2 anos intensivos de capacitação teológica. Com tal informação, logo pensei que, um dia, quem sabe, eu poderia fazer um curso deste.
Quando estes irmãos retornaram a congregação, vieram em caráter de evangelistas e logo iniciaram projetos de evangelização nos bairros ao redor do prédio da igreja. Os mesmos, convidaram todos os irmãos para ajudar. O trabalho aconteceria no meio da semama e aos sábados. Infelizmente poucos foram os irmãos que se prontificaram para servir nesta obra, inclusive eu.
Neste tempo eu trabalhava em um dos grandes shoppings da cidade e estava limitada aos trabalhos da igreja, pois meus horários de trabalho incluíam sábados e domingos, sem falar da corrida vida acadêmica. Depois de muita oração, Deus abriu uma porta de estágio em uma distribuidora de combustíveis, onde eu poderia ter sábados e domingos livres.
A demanda por famílias querendo estudar a bíblia foi crescendo a medida que os irmãos ofereciam estudos por correspondências e presenciais nos bairros. A necessidade de irmãos responsavéis pelas crianças tornou-se evidente, ao depararem com famílias cheias de filhos e filhas. Um trabalho que eu tive prazer em comprometer-me nos meus sabádos agora livres.

Unidos em Cristo Jesus Para Servir

“Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem contudo lhes dar o necessário para o corpo, qual é o aproveito disto?”  – Tiago 2.15-16

No final de dezembro do ano passado, a irmã Aida e eu ficamos sabendo pela família Kastner que os irmãos malawianos do norte do país da região de Gogodi estavam passando fome, chegando ao ponto de comer raízes e mato para se saciarem. Esta notícia nos deixou perplexas e entristecidas.

Nos comprometemos em nos esforçar para ajudar nossos irmãos do norte do Malawi. O primeiro passo foi orar pedindo a Deus que socorresse nossos irmãos, nos colocando em Suas mãos para os servir. Em seguida, entramos em contato com nossos irmãos conhecidos das congregações do Brasil e Suíça para pedir-lhes ajuda. Graças ao bom Pai, nossos irmãos atenderam nosso pedido de socorro e abençoaram nossos irmãos do norte do Malawi com suas doações.

O milho é a única refeição da maior parte da população pobre do Malawi. Com o milho eles fazem o nsima, uma massa feita da farinha do milho e água. Eles se alimentam em média duas vezes ao dia com este alimento.

No dia 16 de janeiro deste ano, com o apoio contínuo da família Kastner, compramos 1.688 kg de milho com o dinheiro das doações e fomos entregar para nossos irmãos.

Além da família Kastner contamos com a ajuda de nosso irmão malawiano Isacc, que nos ajudou com o dialeto chichewa.

O irmão Isacc, ajudou na organização da distribuição do milho, ficando combinado que os sacos em sua totalidade seriam depositados em um prédio da igreja numa região central para que os representantes de várias congregações pudessem retirar ali segundo suas necessidades.

Para nossa surpresa ao chegarmos lá, o pequeno prédio da igreja estava lotado de homens e mulheres vindo de vilarejos longínquos. Alguns haviam andando por 4 horas para chegar ao local de distribuição do milho. Eles nos receberam com muita alegria.

Quando o irmão Isacc pediu para que se levantassem as mãos todas as congregações ali representadas, 15 irmãos levantaram suas mãos. Em seguida, cada um disse quantos membros haviam em suas congregações; 125, 40, 60, 115, 90, 80, 75, 72, 34, 25… e muito mais.

Não consigo descrever o mix de sentimentos que senti naquele dia. Uma parte de mim estava saltando por dentro pelo evangelho naquela região ter alcançado tantas vidas, mas ao mesmo tempo me sentia em angustia em saber que eram tantos irmãos a sofrer com a fome.

“Queremos ver paz na distribuição de alimento. Como filhos de Deus, sem brigas, mas em paz”
“Estamos lhes entregando este milho doado por nossos irmãos do Brasil, confiando na justiça e sabedoria dos dirigentes da igreja que sabem quais famílias carecem mais do alimento”

Estas frases acima foram ditas pelo irmão Isacc aos representantes de cada congregação em diferentes vilarejos.

As mulheres e as crianças aparentaram mais os sinais da fome do que os homens, isso porque a cultura deles, determina que o homem coma com prioridade, ficando suas esposas e filhos com o resto ou nada. Foi triste saber que dentro dos lares das famílias cristãs acontece isso, a distribuição do alimento não é feita segundo os parâmetros bíblicos de amor e sim culturais de hierarquia.

Para mim estas famílias interioranas do Malawi, não só precisam com urgência de comida para o corpo, mas também comida espiritual. A maior parte deles não tem oportunidade de estudar em uma escola e aprender a ler e a escrever em chechewa ou inglês. Nem Bíblias a maioria dispõe.

Antes de nos despedir, eles abriram seus hinários e cantaram um hino de gratidão a Deus. Cantaram com tanta força e alegria nos olhos que senti meu coração arder. Jesus estava ali entre nós, e foi sua misericórdia que os socorreu no momento de aflição e tristeza.

Deus usou e tem usado a igreja dos EUA, Brasil e na Suíça para trazer comida às casas de nossos irmãos no Malawi, para que Seu nome seja glorificado e exaltado entre as nações.

Por meio desta infeliz necessidade,  três nações onde o corpo de Cristo está presente se uniram em amor para cuidar de um membro em sofrimento, colocando-se a sofrer juntos, para que na manifestação da ação de Deus venhamos da mesma forma unidos, nos alegrar.

O trabalho de servir os irmãos continua e, já estão sendo acertados os últimos detalhes para levar aos irmãos do norte de Malawi mais milho com o dinheiro arrecadado. Ontem a tarde Aida e eu nos reunimos com os irmãos Isacc e Dale para nos organizarmos acerca das próximas doações. Ficou combinado que os irmãos do Brasil e Suíça doarão o milho e os irmãos dos EUA doarão Bíblias no idioma chechewa. Louvado seja o nome de nosso Jesus Cristo!

Nossa irmã Aida continuará em Malawi até março deste ano e dará prosseguimento nas compras do milho e entrega, porém eu já estou de partida, mas grata por Deus me permitir ver e participar de sua obra de amor entre seus filhos.

Em minhas orações eu peço a Deus que assim como Ele agiu com a viúva de Serepta, que por meio do profeta Elias, teve por longos anos farinha em suas panelas e azeite em suas botijas multiplicadas, que da mesma forma sejam multiplicados os milhos doados até que venham as boas chuvas sobre a terra e eles possam plantar e colher seu próprio milho.

Agradeço a todos que doaram e estão orando pelos nossos irmãos de Malawi. Que Deus os abençoe pelo cumprimento de sua fé.

“De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam.” – 1º Coríntios 12.26

Jesus é Exaltado em Todas as Línguas

“Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai.” Filipenses 2.9-11 ARA

Eu e a princesinha Favor – Culto da tarde Igreja de Cristo em Lilongwe, Malawi.
Sempre ao ler estás palavras de Paulo aos nossos irmãos filipenses, meu coração se quebrantava em tentar imaginar a grandeza de Jesus sobre a Terra. Eu pensava sobre a vasta diversidade de idiomas, dialetos, culturas e povos existentes no mundo, e que o evangelho de Jesus já havia chegado aos corações de boa parte dos povos.
No entanto, somente tive a compreensão mais profunda das palavras do apóstolo Paulo sobre a glória de Cristo sobre toda a Terra, estando entre nossos irmãos do país de Malawi na África, quando ao ouvir pela primeira vez suas orações e louvores à Yesu Cristo (Jesus Cristo) em sua língua materna chamada Chichewa.
Louvores durante o culto dominical – Igreja de Cristo em Lilongwe, Malawi.
À luz desta passagem bíblica, uma reflexão me vem a mente: Jesus confiou a nós cristãos, homens e mulheres, a tarefa de levar Seu Nome a todos os povos, línguas e nações, a fim de que a salvação por meio de seu sangue alcançasse o mundo todo, e desta forma seu nome fosse glorificado e exaltado. Esta ordem uma vez expressada em Sua fala no evangelho de Mateus 28.19-20, está vigente e carece de comprometimento.
Assim como um dia o evangelho de Jesus Cristo chegou a nós no Brasil por meio de famílias cristãs de terras distantes, e foi transmitido em nossa língua
Hinário utilizado pela Igreja de Cristo em Lilongwe, Malawi.
materna, desta mesma forma, o evangelho chegou a Malawi e, têm sido levado em outras partes do mundo. Entretanto, ainda há muitos povos que nunca se quer ouviram falar sobre Jesus, sendo emergenciais as missões transculturais.
Os irmãos do primeiro século foram fiéis neste mandamento, mesmo estando sob grandes e cruéis perseguições, realizando a proeza de evangelizarem o mundo todo conhecido naquele período. Cabe agora, nesta geração, nos esforçarmos para tornar nosso amado Jesus conhecido para que Seu nome seja exaltado e glorificado, começando em nossa família, em nossa rua, em nosso bairro, em nossa escola, em nosso trabalho, em nossa cidade, em nosso estado, em nosso país e enfim em toda Terra. 

“…para que ao nome de Jesus dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor…”