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QUANDO DESANIMADOS, VOLTEMOS ÀS ESCRITURAS

QUANDO DESANIMADOS, VOLTEMOS ÀS ESCRITURAS

“Naquela mesma hora, Jesus curou muitas pessoas de doenças, de sofrimentos e de espíritos malignos; e deu vista a muitos cegos.

Então Jesus lhes respondeu: — Voltem e anunciem a João o que vocês viram e ouviram: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres está sendo pregado o evangelho.

E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.” – Lucas 7:21-23

No texto da semana passada vimos que parece que João Batista ficou na dúvida se Jesus seria mesmo o Messias prometido. Ele fez a seguinte pergunta: “Você é aquele que estava para vir ou devemos esperar outro?” – Lucas 7:19

Talvez a ideia que João tinha sobre Jesus fosse a expectativa da maioria: um líder político que libertaria o povo de Israel do jugo romano. A própria prisão do profeta poderia tê-lo deixado frustrado e desanimado. Algo que pode acontecer conosco também.

A resposta de Jesus chama muito a atenção: realiza várias curas e cita textos do profeta Isaías (35:5-6 e 61:1) que apontavam a sua missão de pregar o evangelho do reino.

Jesus age com João da mesma maneira que agiu com o diabo. Não fica discutindo, mas cita as Escrituras. Ele parece querer abrir os olhos de João para que o profeta volte às Escrituras Sagradas e amolde-se a ela. Não é por menos que ele também voltará a Malaquias 3:1, texto que descreve a própria missão do Batista.

Costumo dizer que a Bíblia são as lentes de Deus para vermos a realidade quando nossa visão física embaça nosso discernimento e passamos a olhar tão somente do ponto de vista humano. E quando fazemos isso podemos ficar desanimados, pois parece que o caos e o mal reinam e Deus parece tão distante.

Como exemplo, quero citar o capítulo 4 do livro de Apocalipse. Enquanto aqui na terra parecia que o imperador romano estava no trono, perseguindo a igreja e matando cristãos, Deus mostra a João na visão descrita naquele capítulo a realidade: Deus reinando no trono, tendo Jesus ao seu lado e os 24 anciãos que representam o povo de Deus em todas as épocas reinando em 24 tronos. Ou seja, quem reinava era Deus, mesmo parecendo aos olhos humanos que a grande autoridade era o imperador.

Esse exemplo da frustração de João Batista nos traz uma lição: por mais utilizados que sejamos por Deus, por mais tempo de vida cristã que tenhamos, há momentos que passamos por crises na fé, que ficamos desanimados, pois parece que Deus está tão longe. Aconteceu com pessoas grandemente utilizadas por Deus como o profeta Elias, que parece ter passado por uma grande depressão em razão da perseguição de Jezabel. Leia 1 Reis 17-19.

Nesses momentos precisamos voltar às Escrituras Sagradas para que nossa visão desembace e olhemos do ponto de vista de Deus, amoldando-nos a Ele. 

Sim, Deus reina sempre, mas, em toda a história bíblica isto não significa que não passaremos por perseguições, que às vezes parecerá que o mal reina. Especialmente hoje quando somos bombardeados, com pessoas utilizando a própria Bíblia, para dizer que um cristão fiel não passa por problemas e dificuldades na vida.

Já passou ou está passando por um momento semelhante ao do Batista de desânimo, frustração, com a visão embaçada? Utilize as lentes de Deus, a Palavra, volte a ela e, com certeza, enxergará novamente. E pelas lentes de Deus, até sofremos, mas no final, a vitória é certeza. Daí a importância de conhecermos toda a verdade de Deus, e não apenas parte dela, revelada em Sua Palavra. 

Sabe a razão de todos os dias eu passar tempo na Palavra e escrever essas reflexões? Em primeiro lugar é para alimentar a minha alma, olhar pelas lentes de Deus e reforçar a minha fé. Pois passou também por momentos de desânimo e frustração. E depois, claro, tentar de alguma maneira reforçar a sua fé, querido leitor, que lê essas minhas reflexões diárias há algum tempo publicadas neste portal.

Finalmente, feliz é aquele que não encontra em Jesus e na sua Palavra motivo de escândalo e tropeço.

QUANDO A DÚVIDA QUER ASSALTAR NOSSA FÉ

QUANDO A DÚVIDA QUER ASSALTAR NOSSA FÉ

“Todas estas coisas foram relatadas a João pelos seus discípulos. E João, chamando dois deles, enviou-os ao Senhor para perguntar: — Você é aquele que estava para vir ou devemos esperar outro?” – Lucas 7:18-19

Esta pergunta de João feita a Jesus sempre me causou certo espanto. Afinal, com certeza, seus pais tinham contado a visita do anjo Gabriel a Zacarias e posteriormente a Maria. Da missão que João teria como profeta do Altíssimo (1:76). Sua mãe deveria ter relatado a alegria que o próprio João, ainda no ventre materno, demonstrara com a visita de Maria grávida.

João também se lembrava de como o Espírito Santo descerá sobre Jesus no momento do batismo, exatamente como a ele fora avisado que aconteceria e desta forma reconheceria o Messias prometido a Israel (João 1:29-34)

Por que, então, João pergunta: “Você é aquele que estava para vir ou devemos esperar outro?”

Eu creio que a resposta seja a mesma que levou Maria e os irmãos de Jesus irem prendê-lo por pensarem que estava louco (Marcos 3:21). É quase certo que a ideia que Zacarias, Isabel e a própria Maria tinham a respeito da missão de Jesus no mundo fosse apenas local e política: livrar o povo de Deus do julgo romano.

Não é por menos que no cântico de Maria e de Zacarias há menção de livramentos nesse sentido:

“Derrubou dos seus tronos os poderosos e exaltou os humildes.” – Lucas 1:52

“Para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam.” – Lucas 1:71

Além disso, pode ser que João pensasse que seu papel no futuro reino de Deus fosse mais importante. A prisão do profeta pode tê-lo deixado confuso e até certo ponto decepcionado, pensando que tinha se enganado quanto ao que pregara aos seus discípulos. Pois o próprio João indicara Jesus para que seus discípulos o seguissem (João 1:35-37).

Essa dúvida de João nos ensina algo importante: há um Jesus que nem mesmo as palavras nas Escrituras captaram totalmente. Há um Jesus que, por mais que estudemos a Bíblia, não compreenderemos na sua totalidade. Isso acontecerá somente no céu (1 João 3:2)

E a maneira de Jesus trabalhar em nossa vida nem sempre compreendemos. Qual a razão para termos momentos de dúvidas e desânimo? Na realidade nunca houve na terra alguém que se aproximou de Deus e compreendesse na total plenitude seu modo de agir.

Vemos dúvidas em diversos profetas como Moisés, Abraão, Elias, Davi, nos homens de Deus no Novo Testamento como Paulo. Até mesmo o próprio Jesus parece ter tido seu momento de dúvidas no Getsêmani.

Paulo entendeu que ainda não conhecia completamente Jesus:

“O que eu quero é conhecer Cristo e o poder da sua ressurreição, tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte.” – Filipenses 3:10

Portanto, a dúvida de João deve, até certo ponto, nos ajudar a não nos cobrar demais quanto nossa fé parece vacilar, quando ficamos desanimados e especialmente não entendemos a maneira de Deus trabalhar em nós e através de nós. Às vezes parece que fizemos tudo certinho, dentro do script de Deus, mas o retorno não parece ser aquilo que imaginávamos.

Hoje quero nos chamar a pensar sobre as vulnerabilidades que existem ainda em nossa fé, talvez momentos de desânimos por não compreendermos totalmente a ação de Deus.

No próximo artigo veremos a resposta de Jesus dada a João. E, com isso, tenhamos certeza, o Senhor não nos julgará por causa de nossas dúvidas, podemos, sim, levá-las a Ele. E no momento certo, no tempo oportuno de Deus, seja nesta vida ainda, seja já morando nas regiões celestiais, compreenderemos perfeitamente.

Nosso papel é manter nossa confiança, mesmo em meio aos sentimentos e dúvidas que vem, especialmente quando estamos sofrendo por fazer o que é certo.



JESUS É A RESSURREIÇÃO E A VIDA

JESUS É A RESSURREIÇÃO E A VIDA

“Chegando-se, tocou no caixão e os que o estavam carregando pararam. Então Jesus disse: — Jovem, eu ordeno a você: levante-se!

O que estava morto sentou-se e passou a falar; e Jesus o restituiu à sua mãe.” – Lucas 7:14-15

O milagre da ressurreição do filho de uma viúva na cidade de Naim é relatado somente por Lucas.

Há um hino chamado “Cristo tem poder” que faz menção a esse acontecimento: “Na cidade de Naim estava uma mulher chorando, seu filho ia ao túmulo e o povo carregando, Jesus parou o enterro e o povo reprovou, Jesus chamou o morto e o morto levantou”

De fato, grande demonstração do poder de Deus a ponto das pessoas falarem: 

“Grande profeta se levantou entre nós. Deus visitou o seu povo.” – Lucas 7:16b

Claro que Jesus é mais que um grande profeta e no decorrer do evangelho as pessoas iriam perceber isso.

Esse milagre lembra a ressurreição do filho de uma viúva realizado pelo profeta Elias e relatado em 1 Reis 17:17-24.

Sim, Deus tabernaculou, isto é, desceu do céu e habitou entre seu povo (João 1:14) e as ressurreições que Ele realizou são apenas um aperitivo daquilo que Ele fez e fará com todos os seus seguidores.

Após crermos, nos arrepender e confessar Jesus como Senhor também passamos pelo milagre da ressurreição no ato do batismo:

“Fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós andemos em novidade de vida.” – Romanos 6:4

E no último dia, o Dia do Juízo Final, o Senhor Jesus, como fez com aquele jovem, chamará a todos que estão no túmulo. E nosso destino vai depender se antes já havíamos ressuscitado quando descemos às águas do batismo. Passaremos por duas ressurreições.

“Não fiquem maravilhados com isso, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a voz dele e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.” – João 5:28-29

Tudo isso porque, mais que um profeta, Jesus é Deus encarnado, a ressurreição e a vida, conforme Ele mesmo diz:

“Então Jesus declarou: — Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.” – João 11:25

Aquele jovem ressuscitou, mas voltou a morrer. Nós, seguidores de Jesus, um dia ressuscitaremos para nunca mais morrer, mas vivermos a eternidade ao lado de Jesus.

Que esta realidade nos anime a viver em fidelidade todos os dias, aguardando a volta do Senhor Jesus.

“O que eu quero é conhecer Cristo e o poder da sua ressurreição, tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte, para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos.” – Filipenses 3:10-11

HUMILDADE ANTE O PODEROSO SENHOR DO UNIVERSO

HUMILDADE ANTE O PODEROSO SENHOR DO UNIVERSO

“Então Jesus foi com eles. Quando Jesus já estava perto da casa, o centurião enviou-lhe alguns amigos, dizendo: — Senhor, não se incomode, porque não sou digno de recebê-lo em minha casa. Por isso, não me julguei digno de ir falar pessoalmente com o senhor; porém diga uma palavra, e o meu servo será curado.” – Lucas 7:6-7

“E, quando os que tinham sido enviados voltaram para casa, encontraram o servo curado.” – Lucas 7:10

Hoje falarei ainda um pouco sobre o centurião. No artigo da semana passada eu destaquei o quanto o amor desse homem por seu servo e pela comunidade judaica tinha atraído sobre ele o respeito e a consideração dos líderes judaicos.

No texto de hoje vemos o quanto esse homem era humilde. No pensamento judaico do primeiro século, uma pessoa entrar na casa de outra era um ato de grande valorização. Essa é a razão, por exemplo, de Zaqueu não ter convidado Jesus para entrar em sua casa, foi o próprio Jesus quem se convidou (Lucas 19:1-10). Hoje o pensamento é inverso, nós esperamos ser convidados e isso para nós representa valorização e respeito.

Imagino alguém dizendo para o centurião romano: “O Mestre está vindo em nossa direção”. O centurião deve ter ficado aflito, pois já não tivera coragem de ir falar pessoalmente com Jesus e agora este vinha ao seu encontro. Por isso mandou os seus servos dizerem o quanto se sentia indigno que o Senhor entrasse em sua casa.

Essa é a maneira correta de nos apresentarmos diante de Deus, de nos aproximarmos dele. Somos indignos, pecadores, quanto mais nos conhecemos e conhecemos a santidade de Deus, mais devemos nos sentir indignos da presença e do favor do Senhor. É ser “pobre de espírito” (Mateus 5:3) e “chorar pelos nossos próprios pecados” (Mateus 5:4). Uma pessoa assim torna-se feliz porque é gente assim que é trabalhável nas mãos de Deus.

Muito diferente da atitude futura do fariseu que convidou Jesus para ir em sua casa:

“E, voltando-se para a mulher, Jesus disse a Simão: — Você está vendo esta mulher? Quando entrei aqui em sua casa, você não me ofereceu água para lavar os pés; esta, porém, molhou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Você não me recebeu com um beijo na face; ela, porém, desde que entrei, não deixou de me beijar os pés. Você não ungiu a minha cabeça com óleo, mas esta, com perfume, ungiu os meus pés.” – Lucas 7:44-46

O fariseu não deu o mínimo tratamento que se esperava que desse a um hóspede que aceita entrar na casa. Já o centurião sentiu-se indigno de receber Jesus em casa. Além de sentir-se indigno, o centurião tinha tanta fé em Jesus que sabia que apenas uma palavra do Mestre seria suficiente para curar o seu servo. Foi uma fé que deixou o próprio Senhor Jesus admirado.

O resultado foi a cura do seu servo. É o que ocorrerá conosco de maneira completa se nos aproximarmos de Deus desta maneira: com humildade, entendendo que somos indignos do seu amor, mas confiantes de que o Senhor é poderoso para fazer infinitamente mais do que pensamos e pedimos, conforme o seu poder que age em nós (Efésios 3:20).

De longe, sem pronunciar uma palavra sequer, Jesus curou o servo do centurião, possivelmente apenas através do seu pensamento. É este Jesus que seguimos hoje, poderoso, que vive para interceder e cuidar de nós (Hebreus 7:25).

A FORÇA DO AMOR

A FORÇA DO AMOR

“E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente, quase à morte.

Quando o centurião ouviu falar a respeito de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse curar o seu servo.

Estes, aproximando-se de Jesus, lhe pediram com insistência: — Ele merece a sua ajuda,

porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo construiu a nossa sinagoga.” – Lucas 7:2-5

A história do pedido de centurião para que Jesus curasse seu servo é uma história, em minha opinião, terna e com boas lições.

Algo interessante é que, na Bíblia, os centuriões que são citados, quase sempre são pessoas boas e justas, começando pelo relatado no texto de hoje. 

Mas, vejamos outros:

Após a morte de Jesus, o centurião que guardava os crucificados, disse a respeito de Jesus: “Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus.” (Marcos 15:39). Cornélio, o primeiro convertido a Jesus entre os romanos, era um centurião a respeito do qual a Bíblia diz: “Era piedoso e temente a Deus com toda a sua casa, fazendo muitas esmolas ao povo e orando sempre a Deus.” (Atos 10:2). É também um centurião quem salva Paulo da morte na viagem à Roma, não somente salvando sua vida, mas de todos os demais presos (Atos 27:43). 

O centurião (que é muito mais que um “capitão”), liderava uma tropa de elite, tendo sob o seu comando um grupo de cem homens altamente treinados e obedientes, dispostos a tudo.

Voltando ao relato do texto, chama-me a atenção o quanto o amor une as pessoas. Amor aqui significa atos de bondade e cuidado pelo próximo, não o mero sentimento.

O centurião era respeitado pelos líderes judaicos, algo não comum na época, já que ele representava o dominador, o império romano. Mesmo assim, os líderes judaicos vão interceder junto a Jesus e dizem, em outras palavras: “Ele é um bom homem, que ama nosso povo e ajudou a construir nossa sinagoga. Por favor, ajude-o”. 

O amor é a melhor forma para se conquistar alguém. Por isso, a força de um seguidor de Jesus para influenciar pessoas está no amor que demonstra por elas. A força das armas e a violência dominam as pessoas apenas exteriormente, enquanto o dominador está presente. O amor influencia interiormente, mesmo com a pessoa de longe. Alguém já disse: “Me ame e faça o que quiser comigo”.

Também é digno de elogio a preocupação do centurião para com o seu servo. Numa época em que os escravos eram tratados como mercadorias, isto é, facilmente substituíveis, chama a atenção o quanto o centurião estimava seu servo e desejava que ele recuperasse a saúde.

Ainda quero destacar que os líderes judaicos pediram a Jesus com insistência que atendesse ao centurião, mostrando mais uma vez o quanto aquele homem era respeitado pela comunidade local.

Este texto faz-me lembrar do que Paulo diz na sua carta aos efésios:

“Porque ele é a nossa paz. De dois povos ele fez um só e, na sua carne, derrubou a parede de separação que estava no meio, a inimizade.” – Efésios 2:14

Sim, a história do centurião (dominador), seu servo (escravo) e os líderes judaicos (dominados), numa época em que na maioria das vezes seriam inimigos, por causa do amor demonstrado pelo centurião, mostra pessoas que querem bem umas às outras. 

O centurião ama o seu servo e intercede por ele perante os líderes judaicos. Estes amam o centurião e intercedem por ele ao Senhor Jesus. Não é isso uma reprodução do que ocorreria na igreja de Jesus: pessoas diferentes, de origens diferentes, inicialmente até hostis, podem se aproximar buscando o bem uma da outra?

Que qualquer influência que venhamos a ter sobre alguém não seja por força ou violência física ou de palavras duras, mas que nossa força para influenciar esteja na nossa motivação de amar a Deus, amando ao nosso próximo, em especial nossos irmãos em Cristo. 

O amor deve ser o motivo para evangelizarmos. A pessoa deve perceber que não queremos o dinheiro dela, nem mesmo dominá-la, mas apenas levá-la ao senhorio de Jesus. Que somos dominados pelo amor de Cristo (2 Coríntios 5:14) e isto nos motiva a insistirmos em falar com elas sobre nosso Mestre. 

“Porque as armas da nossa luta não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruir fortalezas. Destruímos raciocínios falaciosos

e toda arrogância que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” – 2 Coríntios 10:4-5.

NÃO SEJAMOS COMO O HOMEM TOLO

NÃO SEJAMOS COMO O HOMEM TOLO

“Mas o que ouve e não pratica é semelhante a um homem que construiu uma casa sobre a terra, sem alicerces, e, quando as águas bateram contra ela, logo desabou; e aconteceu que foi grande a ruína daquela casa.” – Lucas 6:49

Esses dias alguém me perguntou: “Por que algumas pessoas não valorizam a comunhão no corpo de Cristo e suas vidas, mesmo depois de serem batizadas, continuam as mesmas, isto é, sem mudança de vida?”

Minha resposta: “Há pessoas que até foram imersas, mas apenas ‘tomaram um banho’, mas não houve conversão verdadeira, uma vez que as motivações foram erradas.

A morte de Jesus na cruz por nós, para nos livrar de nossos pecados, sem que houvesse qualquer outra solução, deve ser a grande motivação para nos tornarmos seus discípulos. Quando fizemos isso, construímos nossa casa sobre a rocha. E a rocha é Jesus,

Porém, a rocha ser Jesus significa que iremos, após imersos nas águas, utilizar o poder do Espírito Santo para praticar tudo aquilo que o Senhor nos ensina.

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.” – Mateus 28:19-20

No artigo da semana passada abordei a pessoa cuja vida é firmada sobre a rocha. O texto de hoje fala do homem chamado de insensato e tolo, no texto paralelo de Mateus (7:26), aquele que ouve as palavras de Jesus, mas não as põe em prática.

Após o batismo, são muitos os ventos, as águas e tempestades que bateram com força em nossa casa espiritual. Porém, a casa, representada pela pessoa motivada por amor a Jesus e que, por isso, procura na Palavra dele a maneira de lidar com as tempestades, somente esta permanecerá em pé.

São tantos os ensinos que o Mestre nos dá: lutar contra o pecado, numa guerra séria (Marcos 9:43-48), não amar mais os valores deste mundo sem Deus (1 João 2:15), fazer questão de congregar com os irmãos, ajudando-nos uns aos outros a permanecermos firmes (Atos 2:46-47, 20:7 e Hebreus 10:25).

Outro mandamento importante é confessar Jesus às pessoas (Mateus 10:32-33). Isto acontece quando vivemos dentro dos padrões de Deus, mesmo contrariando os que nos rodeiam e, em especial, quando pregamos a Palavra de Deus, uma das armas de Deus para nos manter firmes no dia mau (Efésios 6:13):

“Tenham os pés calçados com a preparação do evangelho da paz.” – Efésios 6:15

Assim, se a pessoa, depois de batizada, não lê, estuda, reflete e medita na Palavra de Deus com regularidade, fica ignorante quanto a maneira de Deus para lidar com os ventos e tempestades da vida. Assim, procura conselho entre pessoas não convertidas, nas ciências humanas como a psicologia e a sociologia, sem submetê-las à Palavra de Deus, essa pessoa torna-se presa fácil do diabo e qualquer vento, até mesmo vento de doutrinas erradas a atingem e derrubam sua casa espiritual.

“Para que não mais sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que induzem ao erro.” – Efésios 4:14

E mais, a responsabilidade é da pessoa e de quem a ensina conforme as Escrituras nos dizem. Não podemos suavizar ou tornar mais rigorosa a mensagem de Jesus, devemos pregar somente aquilo que o Senhor nos ensina. Se a pessoa não aceita, não é motivo para mudarmos os relativizarmos seu valor.

“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.” – 1 Coríntios 3:11

Quando dizemos no momento de descermos às águas que seríamos fiéis a Jesus até a morte, isto pode significar décadas e décadas seguindo a Ele e enfrentando as tempestades da vida. Se a motivação é qualquer coisa que não seja Jesus é nosso desejo de obedecê-lo, tenhamos a certeza, nossa casa espiritual está sem alicerce, pois qualquer outro que não sejam Jesus e Sua Palavra, não terá força para nos manter em pé até a vinda do Senhor.

“Portanto, vigiem o tempo todo, orando, para que vocês possam escapar de todas essas coisas que têm de acontecer e para que possam estar em pé na presença do Filho do Homem.” – Lucas 21:36

Não sejamos, portanto, como o homem tolo retratado no texto de hoje. Seu fim é a perdição. Sejamos sábios, mantenhamos nossos olhos em Jesus, encantados com a pessoa dele e desejosos de aplicar o jeito dele em todas as áreas de nossas vidas, especialmente nos ventos, águas e tempestades que bateram com força sobre nós. 

CAVAR BEM ATÉ CHEGARMOS AO SENHOR JESUS – Evangelho de Lucas

CAVAR BEM ATÉ CHEGARMOS AO SENHOR JESUS

“Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor!’, e não fazem o que eu mando?” – Lucas 6:46

“Esse é semelhante a um homem que, ao construir uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha. Quando veio a enchente, as águas bateram contra aquela casa e não a puderam abalar, por ter sido bem construída.” – Lucas 6:48

O evangelho de Cristo nos chama a tê-lo como Senhor de nossas vidas e não somente Salvador. Ter Jesus como Senhor é um grande privilégio. É ser guiado por palavras de vida eterna, como disse o apóstolo Pedro em João 6:68 e ser cuidado pelo Senhor que nos fornecerá todo o necessário para o nosso crescimento, até chegarmos às regiões celestiais em sua volta gloriosa.

Porém, ter Jesus como Senhor e como consequência obedecermos a Palavra dele é algo que irá nos preencher de tal forma que enfrentaremos melhor as enchentes e as tempestades da vida, conforme nos mostra o texto paralelo de Mateus.

“Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela não desabou, porque tinha sido construída sobre a rocha.” – Mateus 7:25

A prática da Palavra de Deus nos faz não apenas memorizadores do seu conteúdo, mas vai além. Aqui no texto de Lucas ensina que “cavamos, abrimos profunda vala e lançamos o alicerce sobre a rocha”.

Não nos contentamos em um conhecimento superficial da Palavra, mas queremos que ela alcance nossa interioridade, o mais profundo do nosso ser, e isto vai nos purificar o nosso coração, conforme o texto passado.

“A pessoa boa tira o bem do bom tesouro do coração, e a pessoa má tira o mal do mau tesouro; porque a boca fala do que está cheio o coração.” – Lucas 6:45

Utilizando a ilustração da construção, ter Jesus como Senhor é chamá-lo para que Ele venha inicialmente visitar a “sala” de nossa casa, como fazemos com visitas com quem não temos intimidade.

Mas, aos poucos, de glória em glória (2 Coríntios 3:18), vamos fazendo de Jesus íntimo e o convidamos a conhecer a cozinha, os quartos e até mesmo os porões de nossa vida, o mais profundo de nosso ser onde, muitas vezes, guardamos o lixo, juntamos sujeiras. Ao fazermos isso, Jesus vai nos limpando.

Por isso exige cavar profunda vala. A leitura bíblica superficial e esporádica não permite isso. É a leitura reflexiva, comparativa de nossa vida, com o profundo desejo de conhecimento da vontade de Deus (Efésios 5:17), mas também da prática dessa mesma Palavra.

Quando a Palavra está implantada em nós (Tiago 1:21) podem vir a chuva, transbordaram dos rios e chegarem os ventos fortes (e tenha certeza que virão) e nossa casa espiritual, fincada em Jesus e na Sua Palavra, não cairá.

Eu mesmo, em 3 décadas e meia seguindo a Jesus, quantas tempestades, ventos e chuvas já caíram sobre a minha vida. Até senti o abalo da decepção com as pessoas, comigo mesmo, com as tribulações e problemas da vida. 

Porém minha casa espiritual está segura em Jesus, minha maior inspiração de vida, especialmente na prática de Sua Palavra. A cada tempestade que tenta me derrubar como Jesus, busco na Palavra dele e digo “está escrito” e decido, com o poder do Espírito Santo, fazer do jeito dele, mesmo muitas vezes desejando fazer do meu jeito.

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para julgar os pensamentos e propósitos do coração.” – Hebreus 4:12

A Palavra de Deus deseja, não fazer apenas reparos ou mudanças em nosso exterior, mas uma renovação profunda em nós que começa lá no interior, no mais profundo do nosso ser, muitas vezes chamado de coração na Palavra de Deus. Pois é lá que tudo começa.

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto. Quem poderá entendê-lo?” – Jeremias 17:9

Somente o Senhor Jesus, com Sua Palavra, para fazer aquela faxina constante em nosso coração, deixando-nos purificados.

“Vocês já estão limpos por causa da palavra que lhes tenho falado.” – João 15:3. 

QUERO TER UM CORAÇÃO PURO

QUERO TER UM CORAÇÃO PURO

“Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto.” – Lucas 6:43

“A pessoa boa tira o bem do bom tesouro do coração, e a pessoa má tira o mal do mau tesouro; porque a boca fala do que está cheio o coração.” – Lucas 6:45

A parábola das duas árvores é rica em ensinamentos e uma advertência para todo seguidor de Jesus: o que habita lá no íntimo, dentro do meu coração?

O Senhor Jesus diz que do coração humano procede todo tipo de mal:

“Porque do coração procedem maus pensamentos, homicídios, adultérios, imoralidade sexual, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.” – Mateus 15:19

E a saída do que está no coração é a boca, aquilo que pronunciamos. É verdade: vai sair exatamente aquilo que é abundante no nosso interior.

E no contexto de Lucas, olhando os textos anteriores está nossa capacidade de perdoar ou não, a abençoar ou não nossos inimigos e especialmente a tendência que há em nós em condenar e julgar os outros, olhando mais os pontos negativos de uma pessoa do que os positivos.

Há ressentimentos, inveja, ira e rancor em minhas palavras? Aquilo que sai de minha boca edifica e ajuda outros ou causa discórdia, humilha e diminui?

Eu pergunto: regularmente você faz um inventário do seu coração, daquilo que tem habitado o seu interior?

Eu costumo fazer e nem sempre encontro sentimentos bons, e quando isso acontece, percebo que vou me tornando uma pessoa amarga e esse amargor sai especialmente das minhas palavras.

Quando noto esses sentimentos ruins, tento entender a razão deles, se não estou sendo muito rigoroso no trato com o outro e especialmente levo a Deus em minhas orações, confesso a Ele e peço que me ajude.

Também uma dica é ir colocando dentro do coração o que é bom e, claro, por isso, todos os dias busco na Palavra de Deus, a partir das lentes de Deus, a realidade: somente Deus é bom, por isso não posso colocar muita expectativa nas pessoas. Dessa maneira, quando elas falham, procuro sempre ter uma dose extra de misericórdia para com elas. Da mesma maneira que espero que tenham para comigo (vs. 31).

É importante não ficar “curtindo” maus sentimentos (somos os mais prejudicados), levá-los a Deus, validá-los (não dá para negar sentimentos), mas, ao mesmo tempo, pedir a ajuda de Deus para que sejam eliminados de nosso coração.

Finalmente, seguir o conselho de Paulo:

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de vocês.” – Filipenses 4:8

O que vai habitar nosso coração entra primeiro por nossos pensamentos. Daí a importância de “coá-los” segundo a Palavra do Senhor, pelas lentes de Deus. Desta maneira ocorrerá conosco o que Jesus nos ensina:

“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.” – Mateus 5:8

Sim, de tempos em tempos eu preciso fazer uma limpeza do meu coração, tirando de lá sentimentos que não são de Deus. E essa limpeza é feita a partir do que percebo que anda saindo dos meus lábios.

Só Deus para conservar em nós essa pureza, um coração livre de maldade, rancor e maus sentimentos, disposto a perdoar a todos os que, com intenção ou não, nos magoarem.

“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.” – Salmos 51:10. 

TIRE A TRAVE DO OLHO PRIMEIRO – O EVANGELHO DE LUCAS

TIRE A TRAVE DO OLHO PRIMEIRO

“Jesus lhes contou também uma parábola: — Será que um cego pode guiar outro cego? Não é fato que ambos cairão num buraco?

— O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem-instruído será como o seu mestre.” – Lucas 6:39-40

Um cego pode guiar outro cego? A resposta é óbvia: claro que não!

Olhando o contexto, Jesus refere-se àqueles que são severos em ver os erros dos outros, conforme comentei em outro artigo neste espaço, mas cegos para reconhecerem os seus próprios. Tanto que o Senhor ilustra:

“Por que você vê o cisco no olho do seu irmão, mas não repara na trave que está no seu próprio olho?” – Lucas 6:41

De fato, na vida cristã, quanto mais dura a pessoa é com os pecados (ou os ciscos no olho do próximo), normalmente maior é a trave que tem no próprio olho. Já presenciei escândalos no reino de Deus na vida de pessoas tão prontas para apontar o erro do outro.

Dessa forma, para uma pessoa guiar outra, precisa primeiro tirar a trave do próprio olho e, desta forma, verá claramente para ajudar o outro com o seu cisco.

“Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu olho e então você verá claramente para tirar o cisco que está no olho do seu irmão.” – Lucas 6:42

No entanto, esse texto não proíbe totalmente a correção. Apenas nos adverte da importância de uma autocorreção primeiro.

Desta forma, a partir do conhecimento e da prática da Palavra de Deus, estaremos prontos para ensinar e corrigir outros que, sim, estão cegos para as verdades de Deus.

Há um risco quando não conhecemos a Palavra de Deus e não a praticamos e queremos guiar outros: podemos cair no buraco, junto com o outro, e, na Bíblia o buraco tem um nome: inferno.

“Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas, porque vocês percorrem o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornam filho do inferno duas vezes mais do que vocês!” – Mateus 23:15

Por outro lado, em nossa busca de crescimento espiritual, nosso limite é nosso Mestre, o Senhor Jesus. Desta forma, enquanto vivermos, estaremos em contínuo processo de aprendizagem e correção de nossas falhas e pecados, até sermos cada vez mais parecidos com Cristo.

Sim, a partir de nossa vivência com o Senhor Jesus e Sua Palavra, as pessoas que nos rodeiam devem ver em nós traços dele, como aconteceu com os apóstolos no início da igreja:

“Ao verem a ousadia de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, ficaram admirados; e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.” – Atos 4:13

No texto acima, há alguns dias o Senhor tinha sido interrogado por aquele Sinédrio. E agora os líderes daquela casa notavam como aqueles homens tinham traços do seu Mestre.

Que cresçamos de tal maneira, de glória em glória (2 Coríntios 3:18) que traços do caráter de Jesus sejam vistos em nós de uma forma cada vez mais visível.

A COTA DE MISERICÓRDIA. SEMPRE NECESSÁRIA! – O EVANGELHO DE LUCAS

A COTA DE MISERICÓRDIA. SEMPRE NECESSÁRIA!

“Não julguem e vocês não serão julgados; não condenem e vocês não serão condenados; perdoem e serão perdoados; deem e lhes será dado; boa medida, prensada, sacudida e transbordante será dada a vocês; porque com a medida com que tiverem medido vocês serão medidos também.” – Lucas 6:37-38

Aqui Jesus não condena o bom discernimento entre o bem e o mal, mas a tendência que temos de ver o pior nas pessoas.

Este texto é a aplicação dos textos anteriores:

“Façam aos outros o mesmo que vocês querem que eles façam a vocês.” – Lucas 6:31

“Sejam misericordiosos, como também é misericordioso o Pai de vocês.” – Lucas 6:36

Às vezes cometemos certos erros sem querer e estamos tão arrependidos, ou o fizemos dentro de um contexto que somente Deus sabe o que nos levou aquilo e gostaríamos de ser compreendidos naquele nosso momento de fraqueza, mas o que encontramos são palavras de condenação, olhar desaprovador ou meneios de cabeça.

Fico imaginando quando Pedro caiu em si após ter negado Jesus, o sentimento de culpa, arrependimento e a tristeza. Gosto de um acontecimento que somente Lucas nos conta:

“Então, o Senhor voltou-se e fixou os olhos em Pedro. E Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe tinha dito: ‘Hoje, antes que o galo cante, você me negará três vezes.” – Lucas 22:61

Que olhar Jesus lançou para Pedro naquele momento de queda de seu fiel, mas também arrogante apóstolo? De reprovação? De condenação? Provavelmente não. Acredito que de compreensão e esperando que Pedro se lembrasse de suas palavras:

“Simão, Simão, eis que Satanás pediu para peneirar vocês como trigo! Eu, porém, orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E você, quando voltar para mim, fortaleça os seus irmãos.” – Lucas 22:31-32

Somente Deus conhece de forma integral os “bastidores de nossa vida”, o que nos levou a cair ou ter aquela atitude indevida. Por isso esse ensino para que não julguem, não condenamos, mas estejamos sempre prontos para perdoar, as 70 x 7 de Mateus 18:21-22 ou as 7 vezes por dia ensinadas nesse evangelho (17:3-4).

A ilustração que Jesus deixa é que precisamos ter sempre uma cota de misericórdia e perdão para os outros. Ele nos ensina através da maneira como devemos encher um recipiente de grãos.

Imaginemos um copo que vamos encher de grãos de feijão. Começamos enchendo até a boca, isto é, a chamada boa medida. Lembro no interior quando fazíamos um pedido: “enche essa garrafa de grãos de arroz em boa medida”, isto é, até a boca. 

Voltando ao exemplo do copo, a ideia é preencher todos os espaços, como também da garrafa. Alguém pode dizer: “pronto, está cheio”. Não, há mais espaço, vamos cobrir a boca do copo ou da garrafa e sacudi-los com violência, várias vezes. Pronto! Aparecerão novos espaços que poderemos preencher com mais grãos, até a boca. Está bom? Ainda não, que tal mais uma sacudida forte? Na realidade, poderemos sacudir e preencher com grão mais duas ou três vezes, até não haver mais espaço para novos grãos, mesmo após a última sacudida. 

Este texto é utilizado pelos religiosos para incentivar seus seguidores a ofertarem. Mas o contexto aqui fala na misericórdia que devemos ter para com todos, “boa medida, prensada, sacudida e transbordante”. Por isso, há textos que nos ensinam sobre o que devemos pensar dos outros. 

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de vocês.” – Filipenses 4:8 

Por que tomar a atitude do outro sempre da pior maneira possível? Por que pensar que a pessoa quis o nosso mal ou teve aquela atitude com a pior intenção? Por que pensar naquela palavra que a pessoa nos disse sempre do lado mais negativo? E ficar sofrendo, “curtindo” uma mágoa ou ressentimento que só irá nos fazer mal.

Vejamos ainda outro texto que falam sobre a motivação de quem ama:

“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” – 1 Coríntios 13:7

Vejamos este texto na versão NBV:

“O amor tudo sofre, sempre crê, sempre espera o melhor, tudo suporta”.

Pensemos: não é esta atitude que esperamos das pessoas quando falhamos? Que elas continuem acreditando em nós, que caímos, mas podemos nos levantar? Que aquilo não é o fim? Por que não a ter com aqueles que falham conosco?

Só o Senhor Jesus mesmo, com seu ensinamento tão sábio, nos ensina a viver de uma forma mais leve, deixando o julgamento final nas mãos de Deus, perdoando e acreditando no melhor das pessoas.

Desta maneira viveremos melhor, leves e muitos dos nossos problemas físicos como gastrite, úlcera e até mesmo certos tipos de cânceres, serão prevenidos. 

E desta forma nos parecermos cada vez mais com o nosso Amado Pai celestial.