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A FORÇA DO AMOR

“E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente, quase à morte.

Quando o centurião ouviu falar a respeito de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse curar o seu servo.

Estes, aproximando-se de Jesus, lhe pediram com insistência: — Ele merece a sua ajuda,

porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo construiu a nossa sinagoga.” – Lucas 7:2-5

A história do pedido de centurião para que Jesus curasse seu servo é uma história, em minha opinião, terna e com boas lições.

Algo interessante é que, na Bíblia, os centuriões que são citados, quase sempre são pessoas boas e justas, começando pelo relatado no texto de hoje. 

Mas, vejamos outros:

Após a morte de Jesus, o centurião que guardava os crucificados, disse a respeito de Jesus: “Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus.” (Marcos 15:39). Cornélio, o primeiro convertido a Jesus entre os romanos, era um centurião a respeito do qual a Bíblia diz: “Era piedoso e temente a Deus com toda a sua casa, fazendo muitas esmolas ao povo e orando sempre a Deus.” (Atos 10:2). É também um centurião quem salva Paulo da morte na viagem à Roma, não somente salvando sua vida, mas de todos os demais presos (Atos 27:43). 

O centurião (que é muito mais que um “capitão”), liderava uma tropa de elite, tendo sob o seu comando um grupo de cem homens altamente treinados e obedientes, dispostos a tudo.

Voltando ao relato do texto, chama-me a atenção o quanto o amor une as pessoas. Amor aqui significa atos de bondade e cuidado pelo próximo, não o mero sentimento.

O centurião era respeitado pelos líderes judaicos, algo não comum na época, já que ele representava o dominador, o império romano. Mesmo assim, os líderes judaicos vão interceder junto a Jesus e dizem, em outras palavras: “Ele é um bom homem, que ama nosso povo e ajudou a construir nossa sinagoga. Por favor, ajude-o”. 

O amor é a melhor forma para se conquistar alguém. Por isso, a força de um seguidor de Jesus para influenciar pessoas está no amor que demonstra por elas. A força das armas e a violência dominam as pessoas apenas exteriormente, enquanto o dominador está presente. O amor influencia interiormente, mesmo com a pessoa de longe. Alguém já disse: “Me ame e faça o que quiser comigo”.

Também é digno de elogio a preocupação do centurião para com o seu servo. Numa época em que os escravos eram tratados como mercadorias, isto é, facilmente substituíveis, chama a atenção o quanto o centurião estimava seu servo e desejava que ele recuperasse a saúde.

Ainda quero destacar que os líderes judaicos pediram a Jesus com insistência que atendesse ao centurião, mostrando mais uma vez o quanto aquele homem era respeitado pela comunidade local.

Este texto faz-me lembrar do que Paulo diz na sua carta aos efésios:

“Porque ele é a nossa paz. De dois povos ele fez um só e, na sua carne, derrubou a parede de separação que estava no meio, a inimizade.” – Efésios 2:14

Sim, a história do centurião (dominador), seu servo (escravo) e os líderes judaicos (dominados), numa época em que na maioria das vezes seriam inimigos, por causa do amor demonstrado pelo centurião, mostra pessoas que querem bem umas às outras. 

O centurião ama o seu servo e intercede por ele perante os líderes judaicos. Estes amam o centurião e intercedem por ele ao Senhor Jesus. Não é isso uma reprodução do que ocorreria na igreja de Jesus: pessoas diferentes, de origens diferentes, inicialmente até hostis, podem se aproximar buscando o bem uma da outra?

Que qualquer influência que venhamos a ter sobre alguém não seja por força ou violência física ou de palavras duras, mas que nossa força para influenciar esteja na nossa motivação de amar a Deus, amando ao nosso próximo, em especial nossos irmãos em Cristo. 

O amor deve ser o motivo para evangelizarmos. A pessoa deve perceber que não queremos o dinheiro dela, nem mesmo dominá-la, mas apenas levá-la ao senhorio de Jesus. Que somos dominados pelo amor de Cristo (2 Coríntios 5:14) e isto nos motiva a insistirmos em falar com elas sobre nosso Mestre. 

“Porque as armas da nossa luta não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruir fortalezas. Destruímos raciocínios falaciosos

e toda arrogância que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” – 2 Coríntios 10:4-5.