fbpx

A FORÇA DO AMOR

A FORÇA DO AMOR

“E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente, quase à morte.

Quando o centurião ouviu falar a respeito de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse curar o seu servo.

Estes, aproximando-se de Jesus, lhe pediram com insistência: — Ele merece a sua ajuda,

porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo construiu a nossa sinagoga.” – Lucas 7:2-5

A história do pedido de centurião para que Jesus curasse seu servo é uma história, em minha opinião, terna e com boas lições.

Algo interessante é que, na Bíblia, os centuriões que são citados, quase sempre são pessoas boas e justas, começando pelo relatado no texto de hoje. 

Mas, vejamos outros:

Após a morte de Jesus, o centurião que guardava os crucificados, disse a respeito de Jesus: “Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus.” (Marcos 15:39). Cornélio, o primeiro convertido a Jesus entre os romanos, era um centurião a respeito do qual a Bíblia diz: “Era piedoso e temente a Deus com toda a sua casa, fazendo muitas esmolas ao povo e orando sempre a Deus.” (Atos 10:2). É também um centurião quem salva Paulo da morte na viagem à Roma, não somente salvando sua vida, mas de todos os demais presos (Atos 27:43). 

O centurião (que é muito mais que um “capitão”), liderava uma tropa de elite, tendo sob o seu comando um grupo de cem homens altamente treinados e obedientes, dispostos a tudo.

Voltando ao relato do texto, chama-me a atenção o quanto o amor une as pessoas. Amor aqui significa atos de bondade e cuidado pelo próximo, não o mero sentimento.

O centurião era respeitado pelos líderes judaicos, algo não comum na época, já que ele representava o dominador, o império romano. Mesmo assim, os líderes judaicos vão interceder junto a Jesus e dizem, em outras palavras: “Ele é um bom homem, que ama nosso povo e ajudou a construir nossa sinagoga. Por favor, ajude-o”. 

O amor é a melhor forma para se conquistar alguém. Por isso, a força de um seguidor de Jesus para influenciar pessoas está no amor que demonstra por elas. A força das armas e a violência dominam as pessoas apenas exteriormente, enquanto o dominador está presente. O amor influencia interiormente, mesmo com a pessoa de longe. Alguém já disse: “Me ame e faça o que quiser comigo”.

Também é digno de elogio a preocupação do centurião para com o seu servo. Numa época em que os escravos eram tratados como mercadorias, isto é, facilmente substituíveis, chama a atenção o quanto o centurião estimava seu servo e desejava que ele recuperasse a saúde.

Ainda quero destacar que os líderes judaicos pediram a Jesus com insistência que atendesse ao centurião, mostrando mais uma vez o quanto aquele homem era respeitado pela comunidade local.

Este texto faz-me lembrar do que Paulo diz na sua carta aos efésios:

“Porque ele é a nossa paz. De dois povos ele fez um só e, na sua carne, derrubou a parede de separação que estava no meio, a inimizade.” – Efésios 2:14

Sim, a história do centurião (dominador), seu servo (escravo) e os líderes judaicos (dominados), numa época em que na maioria das vezes seriam inimigos, por causa do amor demonstrado pelo centurião, mostra pessoas que querem bem umas às outras. 

O centurião ama o seu servo e intercede por ele perante os líderes judaicos. Estes amam o centurião e intercedem por ele ao Senhor Jesus. Não é isso uma reprodução do que ocorreria na igreja de Jesus: pessoas diferentes, de origens diferentes, inicialmente até hostis, podem se aproximar buscando o bem uma da outra?

Que qualquer influência que venhamos a ter sobre alguém não seja por força ou violência física ou de palavras duras, mas que nossa força para influenciar esteja na nossa motivação de amar a Deus, amando ao nosso próximo, em especial nossos irmãos em Cristo. 

O amor deve ser o motivo para evangelizarmos. A pessoa deve perceber que não queremos o dinheiro dela, nem mesmo dominá-la, mas apenas levá-la ao senhorio de Jesus. Que somos dominados pelo amor de Cristo (2 Coríntios 5:14) e isto nos motiva a insistirmos em falar com elas sobre nosso Mestre. 

“Porque as armas da nossa luta não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruir fortalezas. Destruímos raciocínios falaciosos

e toda arrogância que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” – 2 Coríntios 10:4-5.

Como Ser Mais Próximo de Jesus

Participei de um tempo com os irmãos de Vila Maria e Vila Guilherme, que pediram que discorresse a respeito deste assunto: como é de fato minha convivência diária com Deus, os pontos fortes e minha luta diária para ter convivência com o Pai.

Comecei elogiando a pergunta: “Como é, de fato?” Sim, podemos passar a vida inteira falando de Deus, estudando sobre Ele, conhecer os fatos bíblicos sobre Deus, mas ter pouca convivência e exemplos de vida de como se dá esse relacionamento.

Lembrei-me de  Mateus 23:1-2, passagem na qual Jesus diz que na cadeira de Moisés se assentavam os escribas e fariseus, mestres da lei. O Senhor disse: “Façam o que eles dizem, mas não façam o que fazem, pois eles não cumprem aquilo que dizem”. Não podemos ter uma vida cristã falsa, apenas uma religião, mas devemos de  fato ter um relacionamento com nosso Criador e Pai através de Jesus.

Gosto do que Paulo diz em  Filipenses 3:12-14, isto é, ele reconhece que não é perfeito, “não chegou lá”, mas todos os dias esquece o passado e prossegue para o prêmio de encontrar a justificação através da intimidade que tem com Jesus.

Quero falar um pouco sobre as minhas vitórias na busca de intimidade com Deus.

1) Todos os dias, leio a Bíblia e medito em pelo menos um texto. Quem me conhece sabe que  compartilho nas redes sociais essas minhas meditações. Impossível pensar em ter proximidade com Deus sem fazer como Jesus que, diante da tentação, sacava o texto bíblico que estava em sua mente e dizia à tentação: “Está escrito…” Foi assim que Ele venceu Satanás no deserto (Mateus 4:1-11). Não há proximidade com Deus sem que passemos tempo de qualidade e também quantidade com os Escritos Sagrados.

2) Todos os dias tenho meus momentos breves de oração, aqueles rápidos, ao levantar, nas refeições, vários momentos durante o dia, num cumprimento do que Paulo diz em 1 Tessalonicenses 5:17: “Orai sem cessar”. Sim, o contato com Deus deve ser diário, porém, não precisa, em minha opinião, ter um horário marcado, pois o Senhor está sempre presente e à disposição. Afinal, Ele é espírito.

3) Com certa regularidade, faço momentos mais longos de oração. Umas 3 vezes por semana tenho momentos longos com Deus, 30 a 40 minutos de conversa, confissão, louvor, agradecimento, abro o meu coração, às vezes em lágrimas diante das minhas mazelas espirituais e meus momentos de falta de fé. Também é momento de louvá-lo e agradecer suas bênçãos. Jesus, apesar de ser um homem de constante tirava tempos maiores para passar com Deus, por exemplo, de madrugada (Marcos 1:35). Meus tempos com Deus é caminhando de manhã, às vezes me tranco no prédio das igrejas mais próximas de minha casa, estaciono o carro em algum lugar distante, entre outras maneiras de estar próximo de Deus, porém, por mais tempo. É descansar nos braços do Pai.

4) Em minhas leituras, sempre procuro algo prático para fazer. Naquele dia em que estive com os irmãos, tinha lido 1 Samuel 22 e de lá extraído o quanto Davi atraía as pessoas, ainda que  vivesse suas próprias lutas, e como é importante abrirmos nossas lutas às pessoas ao nosso redor, tirando aquela falsa impressão de supercristão. Tento ser o mais transparente possivel com as pessoas com quem me relaciono, especialmente minha família e irmãos em Cristo.

5) Consigo identificar meus principais pecados, orgulho, ira, momentos de falta de fé, às vezes utilizar mal a língua, ver o que as Escrituras dizem a respeito e pedir a Deus força para vencê-los. Isso me faz também ser compassivo com os pecados dos meus irmãos em Cristo. Quando conhecemos os nossos pecados, oramos especificamente por eles, podemos ajudar outros a fazer o mesmo e especialmente teremos mais misericórdia do próximo em suas lutas contra o pecado.

6) Por meio da leitura de bons livros, também encontro conhecimento, força e ânimo para aplicar melhor à Palavra de Deus na vida. Faço isso com frequência. Leio tanto livros com enfoque cristão como qualquer outro literatura que possa me ajudar a lidar melhor comigo mesmo. Às vezes leio de maneira mais prazerosa, por lazer. Na minha página no Facebook há uma relação de livros lidos e que incentivo a leitura.

7) Procuro ter encontros semanais com irmãos para lermos a Bíblia e orar juntos. Nesta pandemia, tenho feito muitos contatos online e temos edificado mutuamente nossa vida. Tenho encontros semanais, quinzenais, mensais e esporádicos com diversos irmãos em Cristo.

Apesar de grandes vitórias, ainda há muito a mudar para uma comunhão mais intensa e próxima com o Pai celestial. Todos os dias é uma luta contra os pecados citados. É o orgulho que tenta me afastar de Deus e dos meus irmãos, é a minha lista de desafetos (pessoas com quem tenho dificuldade me me relacionar e tenho certos ressentimentos), que diminui, mas não acaba, é a língua ainda ferina que me obriga a pedir  perdão para as pessoas que magoo, em especial, minha esposa.  É a luta contra meu ateísmo e incredulidade, quando fico desesperado diante dos problemas da vida. Quantas vezes saio para meus encontros com Deus desesperado e volto com o coração cheio de paz. Glória a Deus por seu amor e consolo! 

Dois textos da Bíblia têm me ajudado a ter paz e a declarar que, no meio de tudo isso, há mais vitórias que derrotas. O primeiro é 1 Coríntios 9:27:

“Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”

Este texto me ensina que devo ter disciplina para não fazer minhas vontades, esmurrar o meu corpo à escravidão de Jesus e da sua vontade. É isto que me ajuda a orar, ler a Bíblia e ter comunhão com os irmãos, mesmo nem sempre o desejando. 

O Segundo é Mateus 11:28-30: 

“Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei.”

Este ensino de Jesus me dá o equilíbrio necessário ao mostrar que a vitória não vem apenas por força de vontade, mas em descansar nos braços de Deus e esperar dele força para que eu possa aproximar-me dele cada vez mais.

Jesus quer ser todos os dias mais próximos de nós. Porém, há a nossa parte, de corrermos ao encontro daquele que nos amou e morreu na cruz para que sejamos mais e mais próximos dele e do seu Pai.

Quem ama o próximo cumpre a lei

“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.” (Romanos 13:8)

Como cristãos, temos a responsabilidade de zelar pelo nome que levamos. Se não estamos tão preocupados com o nosso nome, precisamos lembrar que carregamos um nome precioso e maravilhoso, que é o nome de Cristo. A responsabilidade de carregar este nome já é suficiente para termos condutas irrepreensíveis perante Deus e os homens.
Não podemos deixar que o nosso “nome” de cristão, seja manchado por uma vida desordenada. A instrução de Paulo em Romanos 13:8 é de não dever nada. Se não podemos dever nada, então precisamos aprender a lidar com toda e qualquer situação que possa nos levar a isto.
Mas uma coisa estaremos sempre em divida: o amor, pois este, precisamos compartilhar todos os dias, em todo tempo e em todos os momentos.
Por mais que amemos, sempre estaremos em divida, porque não temos como pagar o que Cristo fez por nós – Ele amou e nós precisamos amar também; amar como Ele amou.
Nossa conduta deve ser irrepreensível para com Deus, para com todas as pessoas e para com as autoridades, independentemente como exercem seus deveres (conforme versos anteriores; 1 a 7).
O amor que recebemos de Deus precisa ser compartilhado e oferecido a todos e não somente a alguns poucos que escolhemos. Este é o verdadeiro amor. Esta é maneira certa de amar ao próximo.
Que o Senhor nos guie e ilumine neste caminho de luz rumo a morada eterna nos céus.