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O EXEMPLO DE JOÃO E SUA FAMÍLIA – O EVANGELHO DE LUCAS

O EXEMPLO DE JOÃO E SUA FAMÍLIA

“Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre materno.” – Lucas 1:15

A escolha de João para ser o precursor de Jesus, neste texto, trouxe-me vários pensamentos.

1. A grandeza que devemos buscar é aquela aos olhos de Deus. Às vezes nos preocupamos tanto em agradar as pessoas. Especialmente na juventude às vezes até cometemos erros para agradar nosso “grupo”: colegas de escola, do trabalho, amigos na rua, conhecidos… Quando, como João e depois Jesus (Lucas 2:51-51), basta nos esforçarmos para sermos grandes aos olhos de Deus. Vejamos o elogio feito por Jesus a seu primo João no futuro:

“Sim, o que foram ver? Um profeta? Sim, eu lhes digo, e muito mais do que um profeta.” – Lucas 7:26

“E eu lhes digo: entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João; mas o menor no Reino de Deus é maior do que ele.” – Lucas 7:28

2. João está entre aqueles na maneira que o texto sagrado diz textualmente que foram escolhidos antes de estarem no ventre materno. No caso de João, pela descrição, era um nazireu de Deus, isto é, um consagrado a Deus antes do nascimento (Números 6:1-21). Alguns personagens importantes no Velho Testamento foram nazireus como Sansão (Juízes 13:3-5) e Samuel (1 Samuel 1:11). Era um privilégio, cheio de responsabilidades. Sansão não valorizou e pagou com a vida. Samuel, sim e, por isso, foi grande instrumento de Deus, profeta, sacerdote e juiz. Ninguém na Bíblia serviu dessa tríplice maneira. Tudo isso porque Samuel valorizou o seu chamado. Às vezes podemos não ser mais utilizados por Deus porque não tomamos cuidado com nossa maneira de viver, que deve ser compatível com o chamado feito pelo Senhor.

3. A importância dos pais na vida espiritual dos filhos. Não é por acaso que Deus escolheu casais piedosos para cuidarem daqueles que cumpririam grandes missões. Zacarias e Isabel e José e Maria não foram escolhidos por acaso para serem pais de João Batista e Jesus.

Como pais, temos grande responsabilidade na condução de nossos filhos, especialmente na vida espiritual. Esse texto fez-me lembrar dos 49 dias que eu e minha esposa, diariamente, íamos visitar Josué, nascido de forma prematura no 7º mês de gestação. Todos os dias, antes do fim da visita, eu colocava a mão na cabeça dele e orava por ele. Para que logo fosse para casa, que crescesse e, no futuro, fosse um servo de Deus. Isso em 2008.

No ano passado meu coração encheu-se de alegria quando minha esposa disse: “Josué quer ser batizado”. Hoje, lágrimas vêm aos olhos quando vejo ele ajudando a servir a ceia ou manuseando o projetor dos cânticos. Por isso, diariamente oro pela vida dele, em todas as áreas, especialmente na vida espiritual. Fazemos o mesmo pela irmã dele, Bárbara.

E nos esforçamos, eu e a mãe deles, sermos exemplos de fé e dedicação a Deus. Quando falho e ajo de maneira incoerente, vou até ele, reconheço e peço perdão. Tudo porque desejo que Josué seja grande aos olhos de Deus.

Como cristãos, nosso ministério é primeiro em casa. Os filhos precisam ver que aquilo que falamos, incentivamos e ensinamos os de fora, é vivido dentro do lar. Claro que João Batista tinha um chamado desde o ventre materno, como Paulo (Gálatas 1:15) e Jeremias (Jeremias 1:5). Mas, para que atingisse todo o seu potencial, Deus o colocou numa família piedosa.

Que seus filhos, meu irmão, minha irmã, tenham esse mesmo privilégio, crescerem numa família que ama verdadeiramente ao Senhor e vive em obediência a vontade dele.

A RESPONSABILIDADE DE CADA CRISTÃO – O EVANGELHO DE LUCAS

“Igualmente a mim pareceu bem, depois de cuidadosa investigação de tudo desde a sua origem, dar-lhe por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem.” – Lucas 1:3

Este texto destacado de Lucas e a própria atitude do médico amado têm muito a nos ensinar hoje, primeiro como cristãos e especialmente, depois como obreiros no reino de Deus.

O texto diz que Lucas fez “cuidadosa investigação” sobre os fatos ocorridos na vida de Jesus. Hoje temos todo o Escrito Sagrado pronto com seus 66 livros. Precisamos ter um conhecimento básico e global da Bíblia. Porém, quando queremos saber de um assunto específico, precisamos, como Lucas, fazer uma investigação diligente e séria do assunto,

Afinal de contas é o destino de nossas almas que estão em jogo. Por isso, como sempre digo, não podemos terceirar a responsabilidade do nosso destino eterno. Cada um de nós deve ter uma base bíblica suficiente para a razão de nossa fé, uma base extraída a partir de uma leitura séria e profunda dos oráculos de Deus. Não podemos dizer, como alguns dizem: “aprendi assim de fulano”. E citam o pastor, o evangelista, o presbítero, o padre, enfim o que eles consideram “autoridades eclesiásticas”. No reino de Deus os súditos de Jesus não devem ter tal dependência de pessoas.

Em segundo lugar, alguns de nós, pode ser utilizado por Deus como pregadores na igreja dele. Se para o cristão em geral há responsabilidade de estudo sério das Escrituras, imagine para você e para mim, que Deus colocou com essa responsabilidade.

Semanalmente eu ensino pessoas individuais, casais, grupos pequenos e a própria comunidade de Cristo aqui nos Pimentas no culto, Escola Dominical e reuniões diversas. De tempos em tempos sou convidado para ensinar em grupos maiores. Assim, para nós que temos esses privilégios, a responsabilidade de pesquisar nas Escrituras é ainda maior. Para nós cabe esse incentivo dado por Paulo a Timóteo, que servia como evangelista na igreja em Éfeso:

“Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” – 2 Timóteo 2:15

Lucas desejava que Teófilo tivesse plena certeza dos acontecimentos na vida de Jesus. Por isso, inspirado por Deus, fez essa pesquisa da vida do Mestre.

Hoje não temos, tanto cada cristão como aqueles escolhidos como “evangelistas, pastores e mestres” (Efésios 4:11), a mesma inspiração divina que teve Lucas. Mas temos a obra dele e dos demais escritores inspirados da Bíblia. Nossa parte é ler, com cuidado, com diligência, investigando bem as verdades de Deus que salvará a nós e a nossos ouvintes.

“Cuide de você mesmo e da doutrina. Continue nestes deveres, porque, fazendo assim, você salvará tanto a si mesmo como aos que o ouvem.” – 1 Timóteo 4:16

Sejamos, como Lucas foi com Teófilo, cuidadosos na pesquisa sobre o que vamos ensinar às pessoas que nos procuram, como obreiros de Deus. Porém, isso não exime cada cristão, independente da maneira como serve, estudar com afinco a Bíblia, até para corrigir eventuais equívocos no ensino que as pessoas levantadas por Deus cometam.

Até porque cada cristão, homem ou mulher, deve ter como objetivo ser parecido com Jesus e com capacidade para ensinar outros:

“O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem-instruído será como o seu mestre.” – Lucas 6:40.

DEUS LEMBRA-SE DOS INSISTENTES – O EVANGELHO DE LUCAS

DEUS LEMBRA-SE DOS INSISTENTES

“O anjo, porém, lhe disse: — Não tenha medo, Zacarias, porque a sua oração foi ouvida. Isabel, sua esposa, dará à luz um filho, a quem você dará o nome de João.” – Lucas 1:13

Ao contrário do que eu disse num artigo anterior, parece que Zacarias, mesmo já idoso, continuava a orar por um filho. Afinal, o anjo Gabriel afirma que sua oração foi ouvida. Provavelmente, na oração do sacerdote, incluía a restauração espiritual de Israel como nação.

Orar sem cessar é o que a palavra de Deus nos incentiva em textos como 1 Tessalonicenses 5:17. Especificamente por um filho, o texto de hoje fez-me lembrar de vários personagens bíblicos que assim o fizeram: Isaque assim o fez por Rebeca (Gênesis 25:21), Raquel por si mesma (Gênesis 30:22), além claro da súplica de Ana, mãe de Samuel, depois de muitos anos humilhada por sua rival Penina (1 Samuel 1:10-17). Gosto do que leio a respeito de Raquel: “Deus lembrou-se de Raquel, ouviu-a e a fez fecunda.” – Gênesis 30:22

O evangelho de Lucas é o evangelho das orações e do incentivo de Jesus para que não desistamos de orar: é o amigo importuno que incomoda a meia noite (11:5-8), a viúva que insiste com o juiz iniquo (18:1-6) e as mães que insistiam para que Jesus abençoasse seus filhos (18:15-17) apesar da oposição dos seus apóstolos. Eis o ensino de Jesus sobre a importância de não desistirmos de orar:

“Por isso, digo a vocês: Peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam, e a porta será aberta para vocês.” – Lucas 11:9

Assim aconteceu com Zacarias: não parou de orar, insistiu com o Senhor e no momento de Deus foi atendido. Deus tinha o plano de mandar João para preparar o caminho de Jesus. Ao decidir cumprir o seu plano “lembrou-se” de Zacarias, que insistia com Ele, pedindo-lhe um filho. O plano de Deus se cumpriria, mas, não fosse a oração incessante de Zacarias e sua vida justa, Deus poderia ter escolhido outro para ser o pai de João.

Particularmente, sou uma pessoa insistente em minhas orações. Quantas e quantas vezes após meses e até anos orando ao Senhor, fui por Ele atendido. Na realidade, das vezes em que iniciei um período de clamor, súplica e insistência com o Todo-Poderoso, na maioria das vezes fui atendido.

Desta maneira, quero concluir incentivando a você que tem insistido com Deus: pedindo pela conversão de alguém, pela volta de outro aos caminhos de Deus, por um sonho ou projeto de vida, pelo crescimento da igreja, por sua família, para que seja mais achegado a Deus, por um emprego, pela cura da enfermidade de alguém amado…

Não importa. Continue insistindo, pedindo, orando a Deus. Junto com isso, tendo uma vida reta e justa diante do Senhor. Um dia desses é bem possível que Deus lembre da sua oração, intervenha e atenda o pedido que você, noite e dia, tem colocado diante dele.

Como Jesus mesmo diz: “Ora, se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem?” – Mateus 7:11

Peça, insista, fale com o Senhor. Mas jamais duvide do amor e cuidado dele na sua vida. Muitas vezes Deus pareceu não me responder, mas, pelo contrário, a maneira dele foi uma bênção ainda maior do que aquilo que eu estava pedindo insistentemente.

DEUS É RECOMPENSADOR DOS QUE O BUSCAM – O EVANGELHO DE LUCAS

“Nos dias de Herodes, rei da Judeia, houve um sacerdote chamado Zacarias, do turno de Abias. A mulher dele era das filhas de Arão e se chamava Isabel. Ambos eram justos diante de Deus, vivendo de forma irrepreensível em todos os preceitos e mandamentos do Senhor.” – Lucas 1:5-6

Depois de dirigir-se ao amigo de Deus, Téofilo, a quem é remetido o seu evangelho, Lucas começa a relatar sobre um casal que também foi amigo de Deus, Zacarias e Isabel, futuros pais de João Batista, profeta enviado para preparar o caminho do Senhor Jesus.

Ambos eram descendentes do primeiro sacerdote de Israel, Arão, irmão de Moisés. Ambos também eram considerados justos e irrepreensíveis na forma como viviam em obediência aos mandamentos de Deus.

Zacarias e Isabel são exemplos de que é, sim, possível viver da forma que Deus se agrada. Eles lembram de pessoas como Noé (Gênesis 7:1), Jó (Jó 1:1) e Daniel (Daniel 10:11-12), também descritos como pessoas que viveram de forma correta em seu tempo, de conformidade com a vontade de Deus. Por isso foram elogiados por Ele.

O texto diz que ambos não tinham filhos, sendo estéreis e agora já bem idosos. Fico imaginando como o casal deve ter orado a Deus pedindo um filho. Provavelmente já tinham se conformado, tomando por base a reação de Zacarias quando o anjo Gabriel lhe comunicou que seria pai:

“Então Zacarias perguntou ao anjo: — Como terei certeza disso? Pois eu sou velho, e a minha mulher também já tem idade avançada.” – Lucas 1:18

Porém, chama a atenção o fato de, apesar de parecer que não eram ouvidos por Deus, o casal continuava firme em seu temor ao Senhor, o que os levava a viver de forma reta diante do Todo-Poderoso.

Mas, para Deus, sempre é tempo para Ele agir, pois não está limitado a nada, muito menos pelo tempo ou pela vulnerabilidade humana. Já velhos, depois de muito esperar, o casal idoso gerará um filho. Como o anjo dirá a Maria, para Deus não existe impossíveis (1:37).

Zacarias e Isabel deixam para nós duas lições importantes:

1º Deus gosta de utilizar pessoas que lhe são fiéis e que para estes a vontade divina é importante. Quanto mais obediente a Deus alguém é, mesmo com suas limitações humanas, mais Deus pode fazer através dessa pessoa. A questão é que há muitos que, com o tempo, se cansam de fazer o que é certo (Gálatas 6:9), começam a achar que não vale a pena obedecer a Deus, como agiam os sacerdotes nos tempos de Malaquais (3:14-15).

Idosos e estéreis, parecia que não haveria jeito para o casal, mas continuavam de maneira irrepreensível servindo a Deus. É isto que Deus espera de nós: aconteça o que acontecer, independente de nossas limitações, o desejo do Senhor é que nos mantenhamos fiéis, obedientes, com os olhos fixos no Senhor dos Exércitos.

2º Deus é recompensador daqueles que o buscam (Hebreus 11:6). Sim, Deus alegra-se em recompensar a fidelidade dos fiéis. Não somente na eternidade, no céu, mas também aqui na terra. Por causa de sua fidelidade, obediência e reverência, Deus, que já tinha o plano de trazer João Batista com uma missão, Ele escolhe um casal fiel, e ainda sem filhos, para que, através da missão do seu profeta, abençoasse e alegrasse ainda mais a vida daqueles que lhe eram fiéis. Sim, quando nos deixamos ser utilizados por Deus, somos abençoados nesta terra, quando Deus decide nos utilizar no plano dele.

Por estarmos vivendo em consonância com a vontade de Deus, muitas vezes Ele nos dá o que chamo de alguns “mimos”, bençãos extras além do “pão nosso de cada dia”, do “maná” ou da “cesta básica”.

Ele vê que o seguiremos independente desses “mimos” extras e por ser tão amoroso, Ele nos abençoa muito mais do que esperamos. Como a Isabel e Zacarias que não esperavam mais ter um filho, mas mantinham-se fiéis ao Senhor independente dos presentes que Ele podia lhes dar. Assim, foram incluídos e abençoados pelos planos maiores de Deus.

Que Isabel e Zacarias sejam exemplos para nós, tanto de forma individual, para o homem e a mulher cristã, como também para nós, casados, pois, juntos, devemos servir ao Senhor, nosso Deus.

Todos os dias, de forma cada vez mais irrepreensível, independente de nossas dores e limitações.

PLENA CONVICÇÃO SOMENTE DA PALAVRA – O EVANGELHO DE LUCAS

“Conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra.” – Lucas 1:2

“Para que você tenha plena certeza das verdades em que foi instruído.” – Lucas 1:4

Deus sabia que as testemunhas oculares da vida de Jesus logo partiriam. Na época em que Lucas escreveu o seu evangelho, somente Tiago, entre os apóstolos, tinha morrido (Atos 12:1-2). Porém, dali há no máximo 5 anos, por causa da perseguição do imperador Nero, Paulo e Pedro seriam martirizados em Roma.

Nessa época Paulo já havia escrito boa parte de suas cartas, bem como Tiago. Entre os evangelhos, Marcos já tinha sido escrito e talvez também Mateus. João seria escrito cerca de 20 a 30 anos depois. Desta forma, Deus inspirou Lucas a escrever o seu relato da vida de Jesus.

Lucas é um evangelho singular. Há muito material em Lucas não presente nas demais narrativas da vida do Mestre. Por exemplo, boa parte dos acontecimentos desses primeiros dois capítulos, a infância de Jesus, entre outros assuntos, somente Lucas relata.

Provavelmente porque o escritor do terceiro evangelho tenha agido como historiador e buscado muitas das testemunhas oculares da história de Jesus em razão dessas ainda viverem como, por exemplo, Maria. Há fatos na vida de Jesus que provavelmente somente Maria poderia passar para o evangelista. Muitas informações não teríamos se Deus não tivesse inspirado Lucas e se este não tivesse se disposto a realizar tamanha obra: escrever sobre a vida e ensinos do Senhor Jesus.

Tudo isso para que Téofilo, o amigo de Deus, e todas as demais pessoas que seriam convertidas, pudessem ter plena certeza da verdade em que foram instruídas. As testemunhas oculares partiriam e a verdade divina, como aconteceu com a tábua dos 10 mandamentos, depois o Velho Testamento, precisariam ser escritas para as gerações futuras. Lucas foi o instrumento de Deus para escrever e Teófilo o agente de Deus para divulgar o escrito do médico amado (Colossenses 4:14).

Sim, Deus desejava que Teófilo tivesse plena certeza das verdades em que foi instruído. E para ter plena certeza Teófilo precisaria ir a fonte. Como acontece conosco hoje. Livros escritos sobre a Bíblia e a vida de Jesus são importantes e tem sua utilidade, artigos escritos, sites, portais, palestras ouvidas e vídeos assistidos. São importantes, mas nada, absolutamente nada, substitui nossa ida direto à fonte, isto é, as Escrituras, para estudarmos, meditarmos, lermos repetidas vezes. Tudo isso para termos plena convicção e certeza das verdades que nos foram passadas.

Através da leitura diária das Escrituras podemos, inclusive, questionar certas “verdades” que nada mais eram que a interpretação da pessoa ou das pessoas, que muitas vezes, de boa vontade, assim entenderam e assim nos passaram.

Nessas mais de 3 décadas lendo a Bíblia, algumas dessas “verdades” que aprendi, ao serem questionadas a partir de um estudo meu atento e diligente, deixaram de ser a verdade, mas apenas um ponto de vista das várias pessoas que Deus utilizou para me instruir. Elas tinham boas intenções, mas elas não são a verdade, pois a Palavra de Deus, lida, refletida e estudada é a única verdade de Deus (João 17:17). Nossas convicções devem ser derivadas direto das Escrituras, não do professor, palestrante ou do pregador.

Hoje, 21 séculos depois, somos também instruídos pelos escritos de Lucas e precisamos, jamais, deixar de tirar diretamente dos escritos sagrados a verdade através das quais habitaremos, no futuro, as regiões celestiais. Nossa alma é muito valiosa e preciosa para que terceirizamos a outros a responsabilidade pelo destino eterno dela.

“Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras têm quem o julgue; a própria palavra que falei, essa o julgará no último dia.” – João 12:48.

A história de Jesus aos amigos de Deus – O EVANGELHO DE LUCAS

“Visto que muitos já empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram.” – Lucas 1:1

“Igualmente a mim pareceu bem, depois de cuidadosa investigação de tudo desde a sua origem, dar-lhe por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem.” – Lucas 1:3

Hoje iniciamos a leitura dos escritos de Lucas, uma vez que, permitindo Deus, meu plano é ler o evangelho e em seguida o livro de Atos.

Lucas é o maior evangelho em conteúdo, apesar de não o ser em capítulos e, pessoalmente, o relato da vida de Jesus, entre os quatro, o meu predileto.

A partir de hoje lerei cada capítulo sem pressa de passar ao próximo, buscando tirar o máximo proveito de cada leitura.

Na reflexão desta semana quero destacar que na introdução do evangelho que leva o seu nome, aliás, uma certeza firme desde o segundo século, o autor afirma que muitos já tinham iniciado projeto semelhante, isto é, narrar os acontecimentos referentes a vida de Jesus.

Há um entendimento de que Lucas tomou como base o reconhecido como o primeiro entre os quatro evangelhos na Bíblia, Marcos, e dali iniciou seu trabalho de pesquisar sobre a vida do Mestre. Por “muitos” também podem ser entendidos os relatos que chegaram a nós conhecidos como “evangelhos apócrifos”, isto é, aqueles não reconhecidos como inspirados por Deus ou canônicos, como o evangelho de Tiago, de Pedro, Filipe e Judas, entre outros.

No meio de tantos, por que somente 4 foram aceitos? Os ateus dizem que houve a interferência, política da igreja, e até mesmo do império romano. Para aqueles que, como eu, creem nas Escrituras e no poder de Deus (Marcos 12:24), vemos Deus agindo para que somente aquilo que Ele queria que chegasse até nós, fosse aceito pela cristandade. 

Penso nisso quando lembro de uma carta citada por Paulo, a chamada carta severa (2 Coríntios 2:3-4), perdida. Talvez Paulo tenha pesado a mão e feito uma carta tão sua, que o autor sagrado não tenha permitido que fizesse parte do cânon.

O evangelho de Lucas, segundo boa parte dos estudiosos, foi escrita antes da morte de Paulo em cerca de 65 DC e, junto com o livro de Atos, após sua chegada a Roma, em 62. Alguns pensam nesta última data como a provável. Nos dois anos em que o apóstolo dos gentios esteve preso, mas com relativa liberdade, Lucas, que estava com ele em Roma, teria escrito seu evangelho.

Finalmente, Lucas é dirigido ao “excelentíssimo Teófilo”, possivelmente uma autoridade romana convertida ao cristianismo. O objetivo é que Teófilo tivesse plena certeza das verdades lhes foram ensinadas a respeito de Jesus (vs. 4).

Alguns pensam que Teófilo pode não ter sido uma pessoa, uma vez que o nome significa “amigo de Deus”. É bem improvável em razão do emprego da palavra “excelentíssimo”.

No entanto, quero aproveitar esse pensamento para concluir que Teófilo provavelmente foi uma pessoa. De posses, que teve condições financeiras para divulgar o relato do Senhor Jesus que lhe chegou às mãos para todos os “téofilos”, isto é, amigos de Deus que, como Ele, desejavam conhecer cada vez mais da vida e ensinamentos do Mestre.

Portanto, a você e eu, “téofilos”, isto é, amigos de Deus, o relato sobre Jesus chegou e teremos o privilégio de aprender do Mestre e com o Mestre como sermos cada vez mais achegados a Deus, para que Ele seja não somente nosso Pai, mas amigo, pois, como diz certa canção, “não existe nada melhor do que ser amigo de Deus”.

Bom início de leitura, portanto, a nós, amigos de Deus. E caso você que lê este artigo ainda não o seja, hoje é dia de iniciar essa jornada de amizade com Deus que deve começar nesta terra culminando com nossa chegada nas moradas celestiais. 

NA PLENITUDE DO TEMPO – O EVANGELHO DE LUCAS

“Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.” – Gálatas 4:4

No dia 05 de janeiro terminei a leitura do livro de Malaquias, depois de 4 anos lendo a Bíblia inteira, primeiro o Novo e depois o Velho Testamento.

Encerrei, claro, no livro do profeta Malaquias, que apontava para a vinda do Messias ou do Sol da Justiça (4:2). O livro termina em cerca de 430 AC.

Porém, quando entramos no Novo Testamento nos deparamos com uma sociedade judaica muito diferente daquela deixada em Malaquias, no tempo da reconstrução do segundo templo.

Termos desconhecidos no Velho Testamento como sinagoga, fariseus e saduceus são encontrados nos evangelhos. Nos deparamos, não mais com os persas, mas com os romanos dominando a nação de Israel, que continua sem sua liberdade política. O que aconteceu?

Os estudiosos da Bíblia chamam esse período de cerca de 400 anos do “silêncio de Deus”, época no qual Deus não levantou novos profetas no meio do seu povo que, por esse motivo, ficou tão animado com o aparecimento de João Batista, o maior profeta, nas palavra de Jesus (Lucas 3:15 e 7:28).

Nesse período, apesar de não ter se comunicado através de profetas enviados, Deus continuo preparando todo o palco mundial para a vinda de Jesus, seu Filho, e Salvador do mundo.

Após o domínio persa, observado nos livros de Ester, Ageu, Zacarias e Malaquias, a Grécia passa a dominar os judeus, conforme predito pelo profeta Daniel. Aliás, conforme o profeta havia dito para Nabucodonosor, na profecia dos 4 reinos, iniciando pelo rei babilônico (Daniel 2).

Em razão dos abusos e a violência cometidos pelos gregos, os judeus se revoltam e obtém uma admirável vitória, que lhes dá liberdade política e independência por 100 anos, entre os anos 164 e 63 AC. No entanto, por causa de conflito entre as diversas famílias judaicas que governaram a nação naquela época, Roma é chamada para apaziguar esses grupos. O general Pompeu, depois de mediar os conflitos, assume o governo e anexa Israel ao império romano, que começa a crescer. Estamos no ano 63 AC.

Os judeus passam a ser governados por figuras conhecidas no Novo Testamento como a família dos Herodes, iniciando com Herodes, o grande, nomeado em 37 AC e sucedido por seus descendentes Herodes Antipas, Herodes Filipe, Herodes Agripa, entre outros. Todos são vassalos e marionetes de Roma. E a Judéia, onde Jesus seria crucificado, passa a ser governada por procuradores romanos, sendo Pôncio Pilatos o mais conhecido.

Apesar da violência romana, esta também é responsável pela organização legal de Israel, das estradas construídas, da segurança chamada de “pax romana”, que garantem estabilidade política, tão utilizados pelos apóstolos, em especial Paulo, para propagar posteriormente o evangelho pelo mundo conhecido até então.

Este é o pano de fundo para a história que já comecei a ler, da vinda de Jesus, no tempo oportuno de Deus, quando tudo estava preparado para a salvação do mundo. E Lucas nos relata esses acontecimentos. É esta a leitura que iniciei no dia 08 de janeiro e não tenho pressa para terminar.

Mais uma vez será mostrado, como ocorreu na leitura do Velho Testamento, que o Senhor dos Exércitos sempre esteve no controle da história, como ocorreu na história do Velho Testamento. E assim permanecerá até a volta gloriosa do Senhor Jesus.

Agradeço mais uma vez a meu irmão João Cruz, pelo espaço reservado para as minhas reflexões diárias da Palavra de Deus que, permitindo o Senhor, serão publicadas semanalmente.

Boa leitura para nós.