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A COTA DE MISERICÓRDIA. SEMPRE NECESSÁRIA! – O EVANGELHO DE LUCAS

“Não julguem e vocês não serão julgados; não condenem e vocês não serão condenados; perdoem e serão perdoados; deem e lhes será dado; boa medida, prensada, sacudida e transbordante será dada a vocês; porque com a medida com que tiverem medido vocês serão medidos também.” – Lucas 6:37-38

Aqui Jesus não condena o bom discernimento entre o bem e o mal, mas a tendência que temos de ver o pior nas pessoas.

Este texto é a aplicação dos textos anteriores:

“Façam aos outros o mesmo que vocês querem que eles façam a vocês.” – Lucas 6:31

“Sejam misericordiosos, como também é misericordioso o Pai de vocês.” – Lucas 6:36

Às vezes cometemos certos erros sem querer e estamos tão arrependidos, ou o fizemos dentro de um contexto que somente Deus sabe o que nos levou aquilo e gostaríamos de ser compreendidos naquele nosso momento de fraqueza, mas o que encontramos são palavras de condenação, olhar desaprovador ou meneios de cabeça.

Fico imaginando quando Pedro caiu em si após ter negado Jesus, o sentimento de culpa, arrependimento e a tristeza. Gosto de um acontecimento que somente Lucas nos conta:

“Então, o Senhor voltou-se e fixou os olhos em Pedro. E Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe tinha dito: ‘Hoje, antes que o galo cante, você me negará três vezes.” – Lucas 22:61

Que olhar Jesus lançou para Pedro naquele momento de queda de seu fiel, mas também arrogante apóstolo? De reprovação? De condenação? Provavelmente não. Acredito que de compreensão e esperando que Pedro se lembrasse de suas palavras:

“Simão, Simão, eis que Satanás pediu para peneirar vocês como trigo! Eu, porém, orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E você, quando voltar para mim, fortaleça os seus irmãos.” – Lucas 22:31-32

Somente Deus conhece de forma integral os “bastidores de nossa vida”, o que nos levou a cair ou ter aquela atitude indevida. Por isso esse ensino para que não julguem, não condenamos, mas estejamos sempre prontos para perdoar, as 70 x 7 de Mateus 18:21-22 ou as 7 vezes por dia ensinadas nesse evangelho (17:3-4).

A ilustração que Jesus deixa é que precisamos ter sempre uma cota de misericórdia e perdão para os outros. Ele nos ensina através da maneira como devemos encher um recipiente de grãos.

Imaginemos um copo que vamos encher de grãos de feijão. Começamos enchendo até a boca, isto é, a chamada boa medida. Lembro no interior quando fazíamos um pedido: “enche essa garrafa de grãos de arroz em boa medida”, isto é, até a boca. 

Voltando ao exemplo do copo, a ideia é preencher todos os espaços, como também da garrafa. Alguém pode dizer: “pronto, está cheio”. Não, há mais espaço, vamos cobrir a boca do copo ou da garrafa e sacudi-los com violência, várias vezes. Pronto! Aparecerão novos espaços que poderemos preencher com mais grãos, até a boca. Está bom? Ainda não, que tal mais uma sacudida forte? Na realidade, poderemos sacudir e preencher com grão mais duas ou três vezes, até não haver mais espaço para novos grãos, mesmo após a última sacudida. 

Este texto é utilizado pelos religiosos para incentivar seus seguidores a ofertarem. Mas o contexto aqui fala na misericórdia que devemos ter para com todos, “boa medida, prensada, sacudida e transbordante”. Por isso, há textos que nos ensinam sobre o que devemos pensar dos outros. 

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de vocês.” – Filipenses 4:8 

Por que tomar a atitude do outro sempre da pior maneira possível? Por que pensar que a pessoa quis o nosso mal ou teve aquela atitude com a pior intenção? Por que pensar naquela palavra que a pessoa nos disse sempre do lado mais negativo? E ficar sofrendo, “curtindo” uma mágoa ou ressentimento que só irá nos fazer mal.

Vejamos ainda outro texto que falam sobre a motivação de quem ama:

“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” – 1 Coríntios 13:7

Vejamos este texto na versão NBV:

“O amor tudo sofre, sempre crê, sempre espera o melhor, tudo suporta”.

Pensemos: não é esta atitude que esperamos das pessoas quando falhamos? Que elas continuem acreditando em nós, que caímos, mas podemos nos levantar? Que aquilo não é o fim? Por que não a ter com aqueles que falham conosco?

Só o Senhor Jesus mesmo, com seu ensinamento tão sábio, nos ensina a viver de uma forma mais leve, deixando o julgamento final nas mãos de Deus, perdoando e acreditando no melhor das pessoas.

Desta maneira viveremos melhor, leves e muitos dos nossos problemas físicos como gastrite, úlcera e até mesmo certos tipos de cânceres, serão prevenidos. 

E desta forma nos parecermos cada vez mais com o nosso Amado Pai celestial.