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A COTA DE MISERICÓRDIA. SEMPRE NECESSÁRIA! – O EVANGELHO DE LUCAS

A COTA DE MISERICÓRDIA. SEMPRE NECESSÁRIA!

“Não julguem e vocês não serão julgados; não condenem e vocês não serão condenados; perdoem e serão perdoados; deem e lhes será dado; boa medida, prensada, sacudida e transbordante será dada a vocês; porque com a medida com que tiverem medido vocês serão medidos também.” – Lucas 6:37-38

Aqui Jesus não condena o bom discernimento entre o bem e o mal, mas a tendência que temos de ver o pior nas pessoas.

Este texto é a aplicação dos textos anteriores:

“Façam aos outros o mesmo que vocês querem que eles façam a vocês.” – Lucas 6:31

“Sejam misericordiosos, como também é misericordioso o Pai de vocês.” – Lucas 6:36

Às vezes cometemos certos erros sem querer e estamos tão arrependidos, ou o fizemos dentro de um contexto que somente Deus sabe o que nos levou aquilo e gostaríamos de ser compreendidos naquele nosso momento de fraqueza, mas o que encontramos são palavras de condenação, olhar desaprovador ou meneios de cabeça.

Fico imaginando quando Pedro caiu em si após ter negado Jesus, o sentimento de culpa, arrependimento e a tristeza. Gosto de um acontecimento que somente Lucas nos conta:

“Então, o Senhor voltou-se e fixou os olhos em Pedro. E Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe tinha dito: ‘Hoje, antes que o galo cante, você me negará três vezes.” – Lucas 22:61

Que olhar Jesus lançou para Pedro naquele momento de queda de seu fiel, mas também arrogante apóstolo? De reprovação? De condenação? Provavelmente não. Acredito que de compreensão e esperando que Pedro se lembrasse de suas palavras:

“Simão, Simão, eis que Satanás pediu para peneirar vocês como trigo! Eu, porém, orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E você, quando voltar para mim, fortaleça os seus irmãos.” – Lucas 22:31-32

Somente Deus conhece de forma integral os “bastidores de nossa vida”, o que nos levou a cair ou ter aquela atitude indevida. Por isso esse ensino para que não julguem, não condenamos, mas estejamos sempre prontos para perdoar, as 70 x 7 de Mateus 18:21-22 ou as 7 vezes por dia ensinadas nesse evangelho (17:3-4).

A ilustração que Jesus deixa é que precisamos ter sempre uma cota de misericórdia e perdão para os outros. Ele nos ensina através da maneira como devemos encher um recipiente de grãos.

Imaginemos um copo que vamos encher de grãos de feijão. Começamos enchendo até a boca, isto é, a chamada boa medida. Lembro no interior quando fazíamos um pedido: “enche essa garrafa de grãos de arroz em boa medida”, isto é, até a boca. 

Voltando ao exemplo do copo, a ideia é preencher todos os espaços, como também da garrafa. Alguém pode dizer: “pronto, está cheio”. Não, há mais espaço, vamos cobrir a boca do copo ou da garrafa e sacudi-los com violência, várias vezes. Pronto! Aparecerão novos espaços que poderemos preencher com mais grãos, até a boca. Está bom? Ainda não, que tal mais uma sacudida forte? Na realidade, poderemos sacudir e preencher com grão mais duas ou três vezes, até não haver mais espaço para novos grãos, mesmo após a última sacudida. 

Este texto é utilizado pelos religiosos para incentivar seus seguidores a ofertarem. Mas o contexto aqui fala na misericórdia que devemos ter para com todos, “boa medida, prensada, sacudida e transbordante”. Por isso, há textos que nos ensinam sobre o que devemos pensar dos outros. 

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de vocês.” – Filipenses 4:8 

Por que tomar a atitude do outro sempre da pior maneira possível? Por que pensar que a pessoa quis o nosso mal ou teve aquela atitude com a pior intenção? Por que pensar naquela palavra que a pessoa nos disse sempre do lado mais negativo? E ficar sofrendo, “curtindo” uma mágoa ou ressentimento que só irá nos fazer mal.

Vejamos ainda outro texto que falam sobre a motivação de quem ama:

“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” – 1 Coríntios 13:7

Vejamos este texto na versão NBV:

“O amor tudo sofre, sempre crê, sempre espera o melhor, tudo suporta”.

Pensemos: não é esta atitude que esperamos das pessoas quando falhamos? Que elas continuem acreditando em nós, que caímos, mas podemos nos levantar? Que aquilo não é o fim? Por que não a ter com aqueles que falham conosco?

Só o Senhor Jesus mesmo, com seu ensinamento tão sábio, nos ensina a viver de uma forma mais leve, deixando o julgamento final nas mãos de Deus, perdoando e acreditando no melhor das pessoas.

Desta maneira viveremos melhor, leves e muitos dos nossos problemas físicos como gastrite, úlcera e até mesmo certos tipos de cânceres, serão prevenidos. 

E desta forma nos parecermos cada vez mais com o nosso Amado Pai celestial.



MAL ENTENDIDO ESQUISITO

Uma família de missionários americanos convidou uma família da congregação para uma refeição em sua casa. Eles já haviam aprendido a falar português fluentemente e prepararam a melhor refeição para aquela família. O momento foi muito fraternal e amistoso.

Depois da refeição, ela perguntou se tinham gostado.

– E então, o que acharam da refeição?

O irmão, que era peruano, respondeu: 

– Estava mui esquisito.

Na língua dele, em espanhol, isso queria dizer que estava muito gostosa. A irmã americana não entendeu porque, apesar de falar português, não levou em conta o a origem do irmão e não sabia o significado desta palavra em espanhol.

– Esquisita? – Pensou ela consigo mesma.
– Ah, algo estava errado? – Pensou que a resposta significava que a refeição era estranha e considerou a resposta muito mal educada, mesmo se estivesse sendo sincero. Ele guardou para si a sua mágoa e tristeza.

Passaram muitos anos no Brasil e voltaram para os Estados Unidos, onde encontraram muitos mexicanos. Lecionando em uma escola pública, aprendeu com os alunos que “esquisito” significa que algo é muito bom.

Por muitos anos, ela carregou aquela mágoa contra o irmão sem que ele soubesse disso. Finalmente, em uma de suas visitas, encontrou aquele irmão que estava firme na fé e disse

– Sabe, por muito tempo eu pensei que você não tinha gostado daquela refeição.

O Irmão Peruano ficou intrigado e perguntou:

– Sério? Por quê?
– Você disse que estava esquisita, e eu interpretei errado. Achava que tinha sido uma péssima anfitriã. Naquela época eu não conhecia o significado daquela palavra em espanhol e pensei que você tinha respondido em português.
– Ah, não! Em espanhol, “esquisita” é um elogio. Quer dizer que estava muito boa!
– Sim, eu soube muitos anos depois. Que alívio! Desculpa por carregar essa mágoa por tanto tempo.
– Não se preocupe, que bom que tivemos tempo de resolver isso. Foi só um mal-entendido.

A exemplo destes dois irmãos, carregamos o peso da mágoa, falta de comunicação, falta de fraternidade e comunhão e mal entendidos por muitos anos. Isso faz mal física e espiritualmente.

A igreja é o que nós fazemos dela. Deveríamos fazer da igreja um lugar de amor e perdão, um lugar seguro que, mesmo que pecássemos uns contra os outros, pudéssemos confiar no arrependimento e perdão que vem de Deus aos nossos corações.

O amor de Deus em nós e uns pelos outros deveria ser tão grande que todo e qualquer pecado e mal entendido deveria ser pequeno. É o amor aos irmãos que é a prova de estarmos andando na luz (1 João 2:10). Devemos minimizar os problemas mesmo que sejam graves (1 Coríntios 6:2).

COMO LIDAR COM OS HOMOSSEXUAIS? – Como Jesus lidou com Zaqueu

COMO LIDAR COM OS HOMOSSEXUAIS - Como Jesus lidou com Zaqueu

O que teria levado Zaqueu a encontrar-se com Jesus, chefe dos cobradores de imposto, ladrão, odiado por seus compatriotas, que o fez tomar a importante decisão: “darei metade dos meus bens aos pobres e devolverei 4 vezes mais do que roubei de alguém”?     

Será que Jesus disse a Zaqueu antes de entrar na casa dele: “Vou entrar, mas, pare primeiro de roubar!”? Será que Jesus disse: “lembre-se que estou na casa de um ladrão!” Zaqueu ouviu de Jesus nas suas pregações: “Cuidado com os cobradores de impostos, são todos ladrões”? A resposta é não.

Zaqueu deveria saber que Jesus tinha um ex-cobrador de impostos entre os seus discípulos e jantado na casa dele.  Zaqueu provavelmente sabia que Jesus não condenava as prostitutas, os cobradores de impostos, nem mesmo os zelotes. Basta lermos textos como Lucas 7:32-34 e Lucas 15:1 e Mateus 21:32-34. O que Jesus condenou, e muito, foi a hipocrisia religiosa. Há um capítulo inteiro no evangelho de Mateus, condenando-a (Mateus 23).

Volto a pergunta-título deste artigo: Como, então, tratar os homossexuais? Da mesma maneira que Jesus tratou Zaqueu, a mulher samaritana e seus 6 maridos, Maria Madalena e Paulo, o principal dos pecadores. Como Deus trata a cada um de nós, pecadores.

Da mesma maneira que Jesus lidou com Zaqueu, com cobradores de impostos e com prostitutas – aceitando-os primeiro, como pessoas, para depois mudar suas vidas, caso eles desejem serem mudados.

Quando você começou a estudar a Bíblia, não ouviu da pessoa que o instruiu: “Você está condenado ao inferno”. Primeiro, fomos chamados para o Jesus que nos prometia o céu, foi nos dado tratamento vip, foram dóceis para conosco, com o objetivo maior de nos conquistar para o Senhor Jesus. Por que com os homossexuais deve ser diferente?

Por que a igreja de Jesus deve ser conhecida como aquela que é contra os homossexuais? Claro que a Bíblia tem um nome para a homossexualidade: pecado. Mas não é o único. Olhemos só uma das listas enormes de exemplos de pecados encontrada na Bíblia.

Ou vocês não sabem que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não se enganem: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem afeminados, nem homossexuais, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o Reino de Deus.” – 1 Coríntios 6:9-10

Veja que lista enorme. Causa-me indignação ver deputados da bancada evangélica levantarem a vós contra os homossexuais quando, muitas deles, são pegos em tantos outros pecados como, por exemplo, a mentira, a desonestidade e a corrupção.

Como tratar um homossexual? Da maneira como Jesus tratou Zaqueu, aceitando-o e, claro, se ele quiser saber como fazer parte da igreja de Deus, abrir a Bíblia e mostrar o plano de Deus no evangelho, ao arrependido. “Porque o filho do homem veio buscar o perdido”. (Lc 19:10) e “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; eu não vim chamar justos, e sim pecadores.” – Marcos 2:17

Jesus era um santo falando para um pecador. Nós somos pecadores arrependidos, lutando contra nossos próprios pecados para pecadores ainda não arrependidos. Eles precisam, primeiro, do amor de Deus para ter a atitude de outro pecador: “Ó Deus, se propício a mim, pecador” (Lucas 18:13).

Nosso chamado ao homossexual deve ser: “Venha para a luta contra o pecado. Estamos juntos nesta luta!” Olha os meus pecados, que tenho lutado e vencido: vício em pornografia, vício em sexo, maledicência, julgar os outros, a maneira como eu uso a língua, meus ressentimentos, minha ira, a preguiça, avareza – as mesmas compulsões suas. Estamos no mesmo barco na luta contra o pecado e convido você a, junto comigo, lutar contra os seus”. Devemos nos aproximar do homossexual como um igual, pecador, que precisa, como Ele, de um Salvador.

Talvez um homossexual convertido precise ter uma vida de celibatário. Nosso papel é chamá-lo ao arrependimento. Ele deve ser amado, aceito em nosso meio e, querendo, ser transformado pelo poder do evangelho. Com bastante paciência de nossa parte.

Jesus hoje entraria na casa de um homossexual e ouviria, inclusive de muitos evangélicos: “Esse homem entra na casa de um gay”.

Precisamos pregar a verdade de Deus e ensinar tudo o que a Bíblia chama de pecado, entre estes, a homossexualidade (Romanos 1:18 em diante, por exemplo). Ensinar nossos filhos que a prática é pecaminosa, como as demais descritas como pecado na Bíblia. Mas ensiná-los a sempre respeitarem a pessoa, mesmo não concordando com suas atitudes. Sem violência, pois, historicamente grupos perseguidos como gays, negros, mulheres, respondem com violência. Seguimos quem disse: “Se bater na sua face direita, ofereça a esquerda”. (Mt 5: 39)

A igreja de Jesus não pode ser conhecida como aquela que é contra os homossexuais. Isto vai afastá-los ainda mais e torná-los violentos contra nós. Devemos tratá-los como Jesus tratou Zaqueu, um santo falando para um pecador. No nosso caso, um pecador arrependido chamando o outro pecador ao arrependimento. Não é o “sujo falando ao mal lavado”, mas o lavado pelo sangue Jesus oferecendo esse mesmo lavar regenerador do Senhor, chamando o pecador ao arrependimento.

Nota: Mensagem ministrada no culto dominical da igreja de Cristo na cidade de São Vicente/SP., que pode ser acessada abaixo.

Lave os Pés Antes de Dormir

Lave os Pés Antes de Dormir

Na casa dos meus avós não tinha energia elétrica enquanto eu era criança. O dia terminava cedo. O sol se punha lá pelas 18h e a lamparina ficava acesa até umas 20h. Antes de escurecer era hora de tomar banho, mas ainda não íamos dormir. Tinha o jantar e depois as prosas, algum tio meu tocava violão, meu avô contava uma das suas muitas histórias e nós ríamos e criávamos laços profundos.

Lá pelas 20h, era hora de dormir, pois eles acordavam cedo. Então, antes de dormir, já estávamos com os pés sujos. Muitas partes da casa não tinha nem sequer revestimento e os pés sujariam a cama. Ao lado da cama minha avó colocava uma bacia com água morna e lavava os nossos pés antes de dormir, pois já tínhamos tomado banho…

Jesus, Senhor e Mestre

Minha avó era mais importante do que eu, mas ela lavou os meus pés muitas vezes. Um dia Jesus, o Senhor e Mestre, fez o mesmo e lavou aos pés de todos os discípulos. Pedro relutou em aceitar a gentileza e gesto de humildade do Senhor e Mestre Jesus. Mas finalmente ele concordou.

“Então Pedro disse: — O senhor nunca lavará os meus pés! Ao que Jesus respondeu: — Se eu não lavar, você não terá parte comigo. Então Pedro lhe pediu: — Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça. Jesus respondeu: — Quem já se banhou não precisa lavar nada, a não ser os pés, pois, quanto ao mais, está todo limpo. E vocês estão limpos, mas não todos. Pois ele sabia quem era o traidor. Foi por isso que disse: “Nem todos estão limpos.” (João 13:8-11)

Depois Jesus explicou porque Ele tomou a iniciativa de lavar aos pés de todos, inclusive de Judas que estava sujo como se nunca tivesse tomado banho.

Jesus deu o exemplo para seguir. Ele disse:

“Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés de vocês, vocês também devem lavar os pés uns dos outros”. (João 13:14)

Este versículo faz parte da narrativa do Evangelho de João, que descreve a última ceia de Jesus com seus discípulos antes de sua crucificação.

Neste momento, Jesus faz um gesto surpreendente e humilde ao lavar os pés dos discípulos. Isso era algo que normalmente era feito pelos servos ou pelos mais baixos na escala social, mas Jesus, como o Messias e o Mestre, assumiu este papel para mostrar aos seus seguidores o que significa servir uns aos outros.

O versículo de João 13:14 nos lembra da importância de praticarmos a humildade e o serviço aos outros. É fácil ficarmos orgulhosos de nossas realizações e posição social, mas Jesus nos chama a seguir o seu exemplo e colocar o bem-estar dos outros à frente do nosso próprio interesse. Isso pode incluir coisas simples, como ajudar um amigo em necessidade ou oferecer um ombro amigo para alguém que está passando por um momento difícil.

Além disso, o versículo de João 13:14 nos lembra da importância do perdão e da reconciliação. Jesus lavou os pés dos discípulos, mesmo aqueles que duvidavam dele ou que o trairiam. Ele nos mostra que devemos perdoar aqueles que nos magoam e buscar a reconciliação com aqueles com quem estamos em desacordo.

Em resumo, o versículo de João 13:14 nos chama a seguir o exemplo de Jesus e a servir uns aos outros com humildade e amor. Isso pode parecer um desafio em nossa sociedade individualista, mas é uma parte importante da mensagem cristã e um caminho para vivermos vidas plenas e satisfatórias.

Conclusão

Você já lavou o corpo todo? Se você não lavou porque não acredita que o batismo não tira os pecados, então você precisa lavar, mas se já lavou, só precisa ter seus pés lavados e lavar os pés dos outros.

Este evento nos ensina sobre perdão. Não precisa ter água e nem sequer lavar só os pés uns dos outros. Lave os pés de todos que você conhece antes que sejamos chamados para dormirmos no Senhor.

ELE TEM MISERICÓRDIA

Certa vez fui me aconselhar com um irmão que achava ser experiente e contei os meus problemas que estava passando. Depois de contar, perguntei:
– Você já passou por isso?
– Não – ele respondeu.

Fiquei decepcionado e até hoje sinto as palavras que pensei, mas que não foram ditas:
– Então você não pode me ajudar…

Não consigo lembrar se ele deu algum conselho, pois o sentimento de solidão naquele momento foi maior do que qualquer lembrança do momento.

No Velho Testamento os sacerdotes trabalhavam pela pureza do povo através do ensinamento e das práticas dos sacrifícios. Os sacrifícios eram feitos primeiro em favor dos próprios sacerdotes (até mesmo o sumo sacerdote), então pelo povo.

Os sacerdotes eram homens comuns como nós. Sujeitos a tentações e tão pecadores quanto o povo. Eles carregavam a função e autoridade do sacerdócio, mas eles mesmos não poderiam ajudar o povo, então também tinham que confiar nos rituais e sacrifícios.

Então, certo dia lá em Israel, um homem chamado João estava com dois dos seus discípulos e viu o seu primo passado na rua. Era um primo distante, aparentemente só se encontraram no ventre materno, um encontro que mexeu com João, mas não sei se ele poderia lembrar disso (Lucas 1:39-44 – leia, é interessante…).

João então disse para os seus discípulos: “Eis o Cordeiro de Deus!” (João 1:36)

Todos aqueles sacrifícios desde o início agora estavam encarnados na pessoa de Jesus, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (João 1:29).

Jesus é o sacrifício e o sacerdote, pois Ele mesmo se ofereceu por todos para a todos purificar através do seu sacrifício lá na cruz. Então agora, siga a leitura:

“Nós temos a Jesus, o Filho de Deus, como o nosso Sumo Sacerdote, o qual entrou nos céus. Por isso devemos conservar firme a fé que temos. O nosso Sumo Sacerdote não é alguém que não possa se compadecer de nossas fraquezas. Ao contrário, ele foi tentado de todas as maneiras, assim como nós também somos tentados, mas nunca pecou. Por isso devemos nos aproximar com confiança ao trono do nosso Pai, que é cheio de amor, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajudará na hora em que precisarmos.” (Hebreus 4.14-16 – Versão Fácil de Ler).

Jesus entrou no Lugar mais santo, na presença de Deus, como Sumo Sacerdote e não sem sangue. Com o seu próprio sangue Ele ofereceu o sacrifício por todos os que Nele têm fé e expressam essa fé na prática através da obediência ao Evangelho. Ele continua fazendo isso toda semana quando estamos reunidos para lembrar da sua morte, sepultamento e ressurreição e que nós também morremos com Ele através do batismo. Ele é o nosso Sumo Sacerdote que se compadece de nós. Ele que, sem pecados, se fez pecado por nós e nos deu o Seu sangue como antídoto contra o pecado.

Ele se compadeceu de nós desde sempre. Mostrou sua compaixão quando veio voluntariamente, conheceu quem somos e que não merecemos e, mesmo assim, se sacrificou por nós. Isto é compaixão! O Senhor é cheio de misericórdia e compaixão (Tg 5:11).

Nunca se esqueça de que “Ele foi tentando de todas as maneiras, assim como nós também somos, mas nunca pecou”, este, sim, pode ter compaixão de nós! Este sim, é digno de confiança! Este sim, é digno de fidelidade! Ele nos representa todos os domingos diante de Deus e por causa Dele Deus, que é cheio de amor, “nos dará misericórdia e graça que nos ajuda na hora em que precisamos”.

Andar na Luz

É difícil admitir erros ainda que sempre afirmemos que todos erram e que errar é humano. Você admite os seus erros com facilidade? Nem eu, sempre encontro algo que me justifique ou que, pelo menos, explique os meus erros.

Interessante que é exatamente este comportamento que a gente gosta de ver nas pessoas e o que mais funciona é reconhecer os erros. Evita muitos conflitos e abre espaço tanto para pedir perdão quanto para dar o perdão.

O apóstolo João foi um homem muito privilegiado, acredito que bilhões de pessoas gostariam de ter o mesmo privilégio que ele teve. Ele mesmo relata a experiência e não deixava de compartilhar com quem pudesse:

“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos próprios olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida — e a vida se manifestou, e nós a vimos e dela damos testemunho, e anunciamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada —,o que vimos e ouvimos anunciamos também a vocês, para que também vocês tenham comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo.” (1 João 1:1-3)

Ele queria compartilhar a alegria que teve e hoje nós conhecemos mais Jesus e até podemos dizer pessoalmente através do testemunho de João.

“E escrevemos estas coisas para que a nossa alegria seja completa.” (1 João 1:4)

A mensagem é clara como a luz e contrastante com as trevas. E nós escolhemos um lado pelo comportamento. A mensagem de João é direta:

“A mensagem que dele ouvimos e que anunciamos a vocês é esta: Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos enganamos, e a verdade não está em nós.” (1 João 1:5-8)

Deus é luz, manter comunhão com Deus é andar na luz. Andar na luz, onde Deus está, só é possível através da comunhão uns com os outros. Neste momento um fenômeno espiritual ímpar acontece, nós somos purificados dos pecados pelo sangue de Jesus.

Agora, precisamos entender claramente também que as trevas é uma realidade oposta a Deus. Assim como andar na luz, andar nas trevas também é uma realidade. Já vimos acima o que é andar na luz, então, o que é andar nas trevas? Na prática é fazer o contrário do que é andar na luz. Vamos pegar o versículo 7 e o coloquemos contra a luz:

“Para andarmos nas trevas, onde Deus não está, só não manter comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus não nos purificará de todo pecado” (Paráfrase contrária minha de João 1:7)

Você que já foi batizado, só tem uma forma de conseguir a purificação dos seus pecados: andar na luz através da comunhão com os irmãos. Por isso é tão importante o que o autor de Hebreus diz: SIMPLIFICANDO: FALTAR AO CULTO É PECADO E É, NA PRÁTICA, ANDAR NAS TREVAS. Leia mais sobre o assunto no artigo: “FALTAR AO CULTO É O MAIOR PECADO

“Não deixemos de nos congregar, como é costume de alguns. Pelo contrário, façamos admoestações, ainda mais agora que vocês veem que o Dia se aproxima.” (Hebreus 10:25)

Ao estarmos em comunhão, estamos reconhecendo nossos pecados. Além de necessário, somente desta forma que nós conseguiremos o perdão de Deus. Ao reconhecer, devemos confessar e confiar que Ele perdoa e purifica de tudo, confessar é a condição. Se não confessar, significa que você não reconhece os seus pecados. Você, novo discípulo ou que já está no caminho há algum tempo, se disser que não tem pecado, então está cometendo um grave erro, pois esta atitude faz de Deus um mentiroso e Ele bem conhece todos os nossos pecados.

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não cometemos pecado, fazemos dele um mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” (1 João 1:9,10)

Dizer que somos pecadores é uma frase sempre no tempo presente, nunca no passado. Dizer que vivemos nas trevas pode ser uma frase do passado, se mantivermos constante comunhão uns com os outros e Jesus nos purificará de todos os nossos pecados e injustiças.

João tinha uma boa intenção ao escrever sobre Jesus, as trevas e a luz. Ele escreveu para que não pecássemos, mas sabendo que isso aconteceria, ele também nos dá a solução. Cometer um pecado é pior que um crime. Quem peca, merece morrer e ser condenado, porém Deus nos amou de tal maneira que nos deu a solução. Jesus, além de advogado, Ele tomou o nosso lugar sendo Ele mesmo o sacrifício pelos nossos pecados.

“Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Mas, se alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados — e não somente pelos nossos próprios, mas também pelos do mundo inteiro.” (1 João 2:1,2)

Nós devemos conhecer Jesus tão pessoalmente quanto João. Jesus disse um dia para Tiago:

“Você creu porque me viu? Bem-aventurados são os que não viram e creram.” (João 20:29)

Não temos desculpa para não conhecer Jesus tão de perto quanto todos eles. Jesus está vivo e ativo e o conhecemos através da obediência. Você conhece a Jesus? Antes de responder, considere as palavras de João a respeito disso:

“E nisto sabemos que o temos conhecido: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: “Eu o conheço”, mas não guarda os seus mandamentos, esse é mentiroso, e a verdade não está nele. Mas quem guarda a sua palavra, nele verdadeiramente tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: quem diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.” (1 João 2:3-6)

Conclusão:

  1. Lembre-se das palavras do Evangelho de João: “disse Jesus: porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram que creram” (Jo 20:29). Se você quer privilégio, não esquecer que já tenha fé, é suficiente.
  2. Aos seus olhos, quem é Jesus. Se você tivesse que escrever para alguém sobre Jesus, o que escreveria?
  3. Não deixe de frequentar o culto. Comunhão é andar na luz. Faltar ao culto é andar nas trevas.
  4. Sempre vamos cometer pecados, mas não precisamos viver em pecado. Admita a verdade que somos pecadores, nos coloca no lugar certo: Dependente de Jesus Cristo.
  5. Se você pecar não deixe satanás te acusar e condenar. Acredite sempre na purificação que você tem através culto vida confissão dos pecados E lembre-se que você já contratou Jesus como seu advogado.
  6. Jesus morreu pelos seus pecados para que você fosse salvo.

COMO AS EXTREMIDADES DA VIA LÁCTEA

Assim a cruz de Cristo afasta de nós os efeitos dos nossos pecados

“Bendiga, minha alma, o Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.” – Salmos 103:1

Esta semana li o salmo 103, belíssimo e cheio de grandes verdades e ensinamentos. São tantos que não consegui destacar apenas um versículo, mas, comentarei alguns deles, que encheram meu coração de alegria, segurança e esperança.

Por que devemos bendizer sempre ao Senhor?

“Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui conforme as nossas iniquidades.” – Salmos 103:10

Sim, se o Todo-Poderoso nos tratasse sempre de acordo com nossas ações, nenhum de nós receberíamos as bênçãos que recebemos. Deus é sempre compassivo e veremos durante esta reflexão a razão de sua compaixão.

“Pois quanto o céu se eleva acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto o Oriente está longe do Ocidente, assim ele afasta de nós as nossas transgressões.” – Salmos 103:11-12

O salmista deseja nos ensinar o quão misericordioso é Deus e utiliza medidas da sua época.

Hoje possivelmente ele diria que a misericórdia de Deus pode ser medida em anos-luz e, ao invés de utilizar o Oriente e Ocidente, ele utilizaria as galáxias conhecidas. Por exemplos, hoje a distância entre os limites da Via Láctea, a galáxia em que vivemos, os cientistas calculam em 2 milhões de anos-luz. Um ano luz corresponde a uma distância percorrida na velocidade da luz, 360 mil quilômetros por segundo. Lá no céu, sentiremos o efeito da misericórdia de Deus que, por causa de Jesus, não levará em conta os nossos pecados, afastando as suas consequências nefastas de nós. Tudo por causa do que Jesus fez na cruz por nós.

“Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem.” – Salmos 103:13

Acredito que nós pais sabemos bem o quanto ficamos compadecidos com os nossos filhos, especialmente quando estão sofrendo. Mesmo quando esse sofrimento vem em decorrência de atitudes erradas deles. Não vibramos por estarem colhendo o que plantaram, mas sofremos junto com eles e fazemos o que pudermos para que o sofrimento deles cessem.

A razão de Deus ter tanto misericórdia de nós encontra-se no versículo a seguir:

“Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó.” – Salmos 103:14

Deus é nosso Criador e sabe exatamente quem somos, especialmente depois que nos rebelamos contra Ele, caímos no jardim do Éden e fomos de lá expulsos. Somos pó, frágeis, fracos e precisamos sempre do auxílio dele.

Porém, a misericórdia e compaixão de Deus é reservada apenas para um tipo de pessoa.

“Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade sobre os que o temem, e a sua justiça, sobre os filhos dos filhos, para com os que guardam a sua aliança e para com os que se lembram dos seus preceitos e os cumprem.” – Salmos 103:17-18

Vários versículos deste salmo afirmam que a misericórdia de Deus é reservada para aqueles que o temem (vs. 11, 13 e 17). E neste último texto é condicionado àqueles que guardam a sua aliança e lembram-se dos seus preceitos, cumprindo-os.

No Velho Testamento foi assim. Deus tinha grande compaixão por pessoas como Abraão, Davi, Noé, Moisés, entre outros, exatamente porque temiam a Ele e viviam em obediência. Não eram perfeitos, mas utilizavam todas as suas forças para viverem obedecendo. 

No Novo Testamento o justo de Deus é aquele justificado na cruz, mas que vive todos os dias lutando contra o pecado, buscando conhecer a vontade de Deus e utilizando o poder do Espírito Santo que nele habitar para matar sua velha natureza humana e viver em novidade de vida.

“Porque, se vocês viverem segundo a carne, caminharão para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificarem os feitos do corpo, certamente viverão.” – Romanos 8:13

“Fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós andemos em novidade de vida.” – Romanos 6:4

Sim, bendigamos ao Senhor todos os dias pela sua misericórdia e compaixão para conosco. E que isto nos leve a viver mais e mais, diariamente, em novidade de vida. 

TENHA PACIÊNCIA COMIGO, QUE PAGAREI OS 100 DENÁRIOS QUE LHE DEVO

Mateus 18:21-35

INTRODUÇÃO

“Então Pedro, aproximando-se, perguntou a Jesus: — Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?
Jesus respondeu: — Não digo a você que perdoe até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” – Mateus 18:21-22

“Tenham cuidado. Se o seu irmão pecar, repreenda-o; se ele se arrepender, perdoe-lhe. Se pecar contra você sete vezes num dia e sete vezes vier para lhe dizer: “Estou arrependido”, perdoe-lhe.” – Lucas 17:3-4

Ouvimos da ideia de perdoar 70 x 7, que soma 490 vezes. Ou perdoar 7 vezes ao dia. Além de todo o simbolismo da perfeição do número 7 e da complenitude do número 10, a chamada parábola do credor incompassivo nos ensina várias lições para nossas vidas, especialmente no contexto do corpo de Cristo, o reino de Deus. Afinal, no contexto de igreja precisaremos nos relacionar às vezes por anos com os irmãos em Cristo e o perdão será muito necessário.

I – EXPLICANDO A PARÁBOLA

Ao contar a parábola, Jesus diz: “Por isso o reino dos céus é semelhante a…”

O reino dos céus é o governo de Deus, o reino de Deus, a maneira de Deus nos tratar e conosco relacionar-se.

Certo rei, ajustando contas da dívida dos seus servos, um deles deve-lhe 10.000 talentos.

Uma quantia absurda, impagável, pois cada talento equivalia a 6.000 denários e cada denário a 1 dia de trabalho.

Linguagem de hoje

Salário mínimo mensal R$ 1.100,00

Um salário diário R$ 36,66

1 denário R$ 36,66

1 Talento R$ 220.000,00

10 mil talentos R$ 2 bilhões e 200 milhões

Você que está lendo este artigo, teria condições de pagar divida tão alta, mais de 2 bilhões de reais? Creio que nenhum de nós chegaremos um dia a ter uma dívida destas em termos humanos. Jesus exagera de propósito.

Uma vez aque aquele homem não tinha condições de pagar a dívida, ela é executada à maneira da época: perda da liberdade. Hoje somente dívida de pensão alimentícia, e mesmo assim dos últimos 3 meses, dá ensejo à prisão civil.

Nos versículos 26-27 vemos o óbvio, para uma dívida impagável, somente o perdão gracioso do rei. Pois nem que aquele homem vivesse várias vidas conseguiria pagar.

Logo após ser perdoado, aquele homem encontra um servo seu, que lhe devia 100 denários.

1 denário R$ 36,66

100 denários R$ 3.666,00

A maioria de nós deve ou já deveu um valor desses e conseguiu pagar. Essa dívida parcelada é perfeitamente pagável. Por isso, no versículo 29 ele diz algo verdadeiro: “Tenha paciência comigo, que tudo pagarei”.

Mas o homem que tinha sido perdoado não quis esperar, pelo contrário, executou, usou do seu “direito” e tirou a liberdade do seu servo.

Ao saber disso, o Rei chamou o homem que não quis perdoar, tirou dele o perdão concedido e o entregou aos carrascos, até que pagasse sua dívida. Quando ele poderia pagar? Nunca, pois a dívida era impagável. Ele morreria na prisão.

No versículo 35 há a sentença final de Jesus:

“Assim também o meu Pai, que está no céu, fará com vocês, se do íntimo não perdoarem cada um a seu irmão.” – Mateus 18:35

Este texto final causa-me caláfrios, quando eu percebo o quanto o perdão de Deus é condicional ao nosso perdão ao próximo (Mateus 5:23-24 e Lucas 6:37-38).

II – LIÇÕES DA PARÁBOLA DE JESUS

1. Uma dívida impagável

Todos nós somos como o primeiro homem perdoado. Temos ou tínhamos (para quem já aceitou o perdão de Deus em Jesus), uma dívida imensa que são os nossos pecados. Imagine que nesse momento, como no cinema, numa tela fossem passados todos os seus atos e pensamentos da sua vida. Com certeza haveria muito que eu e você nos envergonharíamos. São nossos pecados, perdoados por Jesus na cruz, são os nossos 10 mil talentos devidos.

Lá no Éden fomos contaminados pelo pecado e  nem a destruição do mundo na época do dilúvio resolveu. Por isso a Bíblia diz que Jesus encontrou a todos nós mortos em nossos pecados e delitos (Efésios 2:1-3).

Pense naquilo mais justo que você já fez. Isaías diz que, aos olhos de Deus, não passam de trapos de imundícia (Isaías 64:6)

Porém, o mesmo texto, Efésios 2:4-7, diz que, da mesma maneira que o rei na parábola, que representa Deus, perdoou aquela dívida impagável daquele homem, Deus pagou nossas dívidas na pessoa de Jesus Cristo, quando Ele morreu na cruz por nós. Estamos perdoados, passado, presente, futuro, enquanto estivermos com os olhos fixos em Jesus (1 João 1:7-9)

Você lembra do filme “De volta para o futuro” do Steven Spielberg? Quem não gostaria de ter uma máquina do tempo, voltar ao passado para corrigir erros cometidos? Em Jesus, temos essa possibilidade, não precisamos voltar, mas, lá na cruz, todos os nossos pecados foram perdoados, a nós que aceitamos a proposta de perdão de Jesus no evangelho.

Aliás, saber que fomos perdoados é motivação para diariamente lutarmos contra o pecado que “tenazmente nos assedia” (Hebreus 12:1).

2. Devemos uns para os outros 100 denários

Cada pessoa com quem convivemos, especialmente no contexto da igreja, deve 100 denários um para o outro. Eu devo 100 denários para cada pessoa com quem convivo. E cada pessoa também me deve 100 denários.

Cada pessoa tem suas qualidades, mas também tem seus pecados, suas manias, seus jeitos, suas opiniões, que me incomodam. Eles representam os 100 denários da parábola.

A comunhão é algo bom, mas, quanto mais tempo ficamos juntos, mais percebemos os 100 denários que nos são devidos, que são os pecados e defeitos de cada um. Por isso há um movimento forte chamado dos “desigrejados”, isto é, pessoas que desistiram de conviver como igreja ou assembleia e dizem “queremos Jesus, mas não queremos a igreja”, algo totalmente contrário a vontade de Deus na Bíblia.

Por melhor que uma pessoa seja, ela tem seus pecados, suas manias, seus jeitos, sua chatice, que representam os 100 denários que cada pessoa deve uma para a outra.

Gilnor, um dos evangelistas na igreja onde congrego, disse algo que me deixou reflexivo: “As pessoas querem viver na igreja como se já estivessem no céu”. 

Perfeito, precisamos entender que, sim, fazemos parte da igreja, o reino de Deus aqui na terra, mas a realidade celestial ainda não chegou.

100 denários são nossos pecados, são nossas manias, são nossos espinhos. Lembra-me daquela história dos porcos espinhos que, para não morrerem na época do inverno, tiveram que tolerar os espinhos uns dos outros, para que pudessem se manter aquecidos.

3. Perdoar 70 x 7 ou 7 vezes ao dia.

Pensa na pessoa que mais pecou contra você, provavelmente não chegou a 490 vezes ou 7 vezes no dia. Jesus exagera para mostrar que o perdão de Deus para conosco é incomparável com as vezes que teremos que perdoar uns aos outros. Portanto, deve haver sempre um espírito perdoador em nós.

Sejamos, pois, compassivos (Colossenses 3:12-14), vamos destacar o que cada um tem de bom e sermos misericordiosos com o que têm de negativo, tendo sempre uma dose de compaixão pelo nosso irmão.

4. Se você e eu somos de Jesus, temos a mente de Cristo e o coração do conservo: “Tenha paciência comigo, e pagarei tudo ao senhor”.

Não sejamos do tipo: “Você tem que me perdoar, sou assim mesmo!”, mas, sim, “irmão, lamento as vezes em que falho ou falhei com vocês. Por favor, não desista de mim, pois estou tentando não falhar mais com você”. Esta deve ser nossa atitude.

Vamos tornar esses 100 denários em 90, 80, 50 denários – por isso estamos sendo transformados de glória em glória (2 Coríntios 5:17) e permitindo que Jesus faça a boa obra em nós. (Filipenses 1:6).

Sim, devemos ter em mente que precisamos perdoar uns aos outros. Mas também tenhamos em mente: “Eu não quero ser uma pedra de tropeço na vida do meu irmão, na vida da igreja”

5. Cuidado com os carrascos da falta de perdão

Sim, não perdoar causa maior sofrimento àquele que não perdoa – Eu tenho experiência disso. A pessoa fica acorrentada conosco, até a perdoarmos. Somos torturados. Alguém disse que não perdoar é beber veneno pensando que irá fazer mal ao outro.

Na parábola, o servo impiedoso seria torturado até que pagasse toda a dívida. Ele nunca conseguiria. Cuidado! Nossa falta de perdão pode fazer com que Deus tire o seu perdão que Ele nos deu. Foi o que o Rei fez com o homem que não teve compaixão do seu servo.

6. Advertência de Jesus

“Assim também o meu Pai, que está no céu, fará com vocês, se do íntimo não perdoarem cada um a seu irmão.” – Mateus 18:35

Não adiantar dizer que perdoou e não querer olhar no rosto. Não adianta dizer que perdoou e desviar para não cumprimentar. “Deus é quem perdoa” diz aquele que não quer perdoar. Mas Deus diz: “Sim, eu já o perdoei, agora falta você”.

Quem me conhece sabe da minha lista de desafetos, pessoas com quem tive e tenho dificuldade para perdoar – já constou mais de 20 pessoas, hoje tem bem menos – são pessoas por quem oro todos os dias para, do íntimo, de todo o coração, conseguir perdoá-las dos 100 denários que me devem.

CONCLUSÃO

Meu irmão, fui perdoado de meus 10 mil talentos e quero perdoar você da sua dívida de 100 denários. Porém, que possamos também dizer uns aos outros:

“Tem paciência comigo, que pagarei os 100 denários que lhe devo.”

Esforcemo-nos para que a dívida com nossos irmãos vá diminuindo para 90, 80, 50 denários, pois “aquele que começou boa obra em nós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1:6). Amém!

“Dependência” – João 1.4,5

“A vida estava nele e a vida era a luz dos homens” – João 1:4

     Quando olhamos para a lua cheia, em um dia de verão, geralmente ela está brilhante, gigante, perfeita, mas, ao contrário do que se fala, a lua não brilha, ela apenas reflete o brilho do sol, sem o qual ela desaparece, é o que chamamos eclipse lunar.

     Desde que o homem comeu o fruto da árvore proibida do Jardim é como se tivéssemos travados em um loop¹ eterno, em que nos escondemos e não conseguimos encontrar Deus, como nos temos do gênese.

    A humanidade, desde Adão, tem dificuldades de entender a vontade de Deus, isso faz parte do que significavam as palavras “certamente morrereis”, em parte, naquele momento, Adão destravou o sistema de decomposição da carne, e com esta mesma atitude encerrou seu vínculo com Deus, morrendo espiritualmente, devido a sua incapacidade de viver plenamente, se tornou escravo dos próprios desejos, trabalhamos, estudamos e lutamos ao longo de quase 8 mil anos, para satisfazer prazeres tão efêmeros que no século XIV começou a circular o ditado:

“Carpe Diem”(~aproveite o dia),

Como podemos aproveitar a vida se não estivermos livres, vamos nos destruir em escravidão (Gn 3; Tg 1.13-15; 1Jo 2.15-17).

     Não, Deus não ficou parado, punitivamente estático no jardim do Éden; podemos inclusive acreditar que o pecado original foi a chave para a consciência, conscientes da própria existência os homens tomaram decisões, e aqui estamos (Rm 5; 1Co 15).

     João na introdução gloriosa e poética de seu relato sobre a vida de Jesus nazareno, descreve-O como o Cristo de Deus aos homens, poderoso para curar e cheio de compaixão pela humanidade, ao ponto de pagar o preço pela nossa liberdade, para vivermos, como originalmente, agindo pelos instintos da fé e não pelos instintos da carne (Rm 6.1-4, 17-23, 8.5, 15-17).

     Esse convite de João declara a vitória eterna de Deus sobre o mal, assim como demonstra o poder, disponibilidade e interesse de Deus em nos ter próximos a Ele, ao pagar do próprio bolso, com o próprio sangue, a alforria de nossa vida, Ele ainda nos dá um propósito e esperança, refletir a luz dEle, aqui na terra, a todos os homens, TODOS, sem acepção ou descriminação, enquanto aguardamos pelo último dia (Jo 3.16; Rm 1.16,17).

“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”
Romanos 1:16

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  1. Loop é um termo utilizado em informática para um conjunto de instruções que um programa de computador percorre e repete um significativo número de vezes até que sejam alcançadas as condições desejadas.

“Trouxa” – Colossenses 4.6

“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um”

Colossenses 4:6

 

                   Trouxa é um fardo (embalagem) com roupas, toalhas, lençóis, mas que é comumente utilizada para se referir a pessoas bobas, que são deixadas pra traz pela astúcia daquele que ultrapassa, e é claro, ninguém aprova essa corrida, mas efetivamente pouquíssimos são os contracorrentes que tentam mudar isso, e, com efeito de simplificação, tornam-se trouxas, por tentarem mudar o mundo.

                   Nesse sentido, predomina no mundo uma filosofia do individual, em que o mundo existe para que eu conquiste um status superior ao do resto ou que sobreponha o máximo possível de pessoas, e para isso não há regras, ainda que se deem algumas pinceladas de filantropia, o coração da raça humana abriga agonia e ganância, de uns maneira tal que é mais fácil aceitar que “errar é humano” do que “permanecer no erro é tolice”, porque todos querem o status de “humano”, sem no entanto aceitar a própria tolice existencial.

                   Paulo, acredito eu, sofria de tamanha forma que foi capaz de expressar (confessar) sua angústia, e ganância; ao contrário de nós, Paulo não recorreu ao sigilo profissional-cliente, mas para todas as pessoas que lerem sua carta aos romanos, em todos os tempos, expressou sua fraqueza, desejando ser cristão, falhando miseravelmente como homem, mas, e aqui está a lição, pacientemente confiando na misericórdia de Deus em lhe conceder infinitas oportunidades de acerto (Rm 7.14-25).

       Nesse espírito de gratidão, de resignificação, aprendizado e arrependimento, a atitude do cristão, segundo Paulo, é transformada, pelo renovar da nossa mente em Cristo, assumimos um compromisso de mudança de prioridades, óptica, perspectiva e objetivo, agora nossa meta é salvar vidas (Rm 6.1-4, 12.1,2; Gl 2.20, 6.10).

               Então não, não importa quem seja, ou o que façam, nem qual o histórico, e por tanto, qual a fama da pessoa, devemos sempre conceder o direito da dúvida, e mesmo confirmando o que havíamos sido advertidos, por amor e gratidão a Deus, somos orientados a manter a porta do perdão aberta. A vida do cristão não é essa bonança hipócrita pregada continuamente pelo ecumenismo religioso, pois exige do crente o sacrifício do amor, da paz e da generosidade, mesmo no meio do ódio, da guerra e da escassez (Cl 3.9-17; 1Ts 5.12-24).

Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;
acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos. Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.

–  Colossenses 3:12-17  –

 

Senhor, te pedimos que sejas paciente conosco, nos dando oportunidade de aprender a sermos amorosos em todo tempo com todas as pessoas, testemunhando para todas as pessoas do amor que conhecemos em Jesus e edificando aqueles que como nós assumiram esse compromisso, amém.