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QUANDO DESANIMADOS, VOLTEMOS ÀS ESCRITURAS

QUANDO DESANIMADOS, VOLTEMOS ÀS ESCRITURAS

“Naquela mesma hora, Jesus curou muitas pessoas de doenças, de sofrimentos e de espíritos malignos; e deu vista a muitos cegos.

Então Jesus lhes respondeu: — Voltem e anunciem a João o que vocês viram e ouviram: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres está sendo pregado o evangelho.

E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.” – Lucas 7:21-23

No texto da semana passada vimos que parece que João Batista ficou na dúvida se Jesus seria mesmo o Messias prometido. Ele fez a seguinte pergunta: “Você é aquele que estava para vir ou devemos esperar outro?” – Lucas 7:19

Talvez a ideia que João tinha sobre Jesus fosse a expectativa da maioria: um líder político que libertaria o povo de Israel do jugo romano. A própria prisão do profeta poderia tê-lo deixado frustrado e desanimado. Algo que pode acontecer conosco também.

A resposta de Jesus chama muito a atenção: realiza várias curas e cita textos do profeta Isaías (35:5-6 e 61:1) que apontavam a sua missão de pregar o evangelho do reino.

Jesus age com João da mesma maneira que agiu com o diabo. Não fica discutindo, mas cita as Escrituras. Ele parece querer abrir os olhos de João para que o profeta volte às Escrituras Sagradas e amolde-se a ela. Não é por menos que ele também voltará a Malaquias 3:1, texto que descreve a própria missão do Batista.

Costumo dizer que a Bíblia são as lentes de Deus para vermos a realidade quando nossa visão física embaça nosso discernimento e passamos a olhar tão somente do ponto de vista humano. E quando fazemos isso podemos ficar desanimados, pois parece que o caos e o mal reinam e Deus parece tão distante.

Como exemplo, quero citar o capítulo 4 do livro de Apocalipse. Enquanto aqui na terra parecia que o imperador romano estava no trono, perseguindo a igreja e matando cristãos, Deus mostra a João na visão descrita naquele capítulo a realidade: Deus reinando no trono, tendo Jesus ao seu lado e os 24 anciãos que representam o povo de Deus em todas as épocas reinando em 24 tronos. Ou seja, quem reinava era Deus, mesmo parecendo aos olhos humanos que a grande autoridade era o imperador.

Esse exemplo da frustração de João Batista nos traz uma lição: por mais utilizados que sejamos por Deus, por mais tempo de vida cristã que tenhamos, há momentos que passamos por crises na fé, que ficamos desanimados, pois parece que Deus está tão longe. Aconteceu com pessoas grandemente utilizadas por Deus como o profeta Elias, que parece ter passado por uma grande depressão em razão da perseguição de Jezabel. Leia 1 Reis 17-19.

Nesses momentos precisamos voltar às Escrituras Sagradas para que nossa visão desembace e olhemos do ponto de vista de Deus, amoldando-nos a Ele. 

Sim, Deus reina sempre, mas, em toda a história bíblica isto não significa que não passaremos por perseguições, que às vezes parecerá que o mal reina. Especialmente hoje quando somos bombardeados, com pessoas utilizando a própria Bíblia, para dizer que um cristão fiel não passa por problemas e dificuldades na vida.

Já passou ou está passando por um momento semelhante ao do Batista de desânimo, frustração, com a visão embaçada? Utilize as lentes de Deus, a Palavra, volte a ela e, com certeza, enxergará novamente. E pelas lentes de Deus, até sofremos, mas no final, a vitória é certeza. Daí a importância de conhecermos toda a verdade de Deus, e não apenas parte dela, revelada em Sua Palavra. 

Sabe a razão de todos os dias eu passar tempo na Palavra e escrever essas reflexões? Em primeiro lugar é para alimentar a minha alma, olhar pelas lentes de Deus e reforçar a minha fé. Pois passou também por momentos de desânimo e frustração. E depois, claro, tentar de alguma maneira reforçar a sua fé, querido leitor, que lê essas minhas reflexões diárias há algum tempo publicadas neste portal.

Finalmente, feliz é aquele que não encontra em Jesus e na sua Palavra motivo de escândalo e tropeço.

NÃO SEJAMOS COMO O HOMEM TOLO

NÃO SEJAMOS COMO O HOMEM TOLO

“Mas o que ouve e não pratica é semelhante a um homem que construiu uma casa sobre a terra, sem alicerces, e, quando as águas bateram contra ela, logo desabou; e aconteceu que foi grande a ruína daquela casa.” – Lucas 6:49

Esses dias alguém me perguntou: “Por que algumas pessoas não valorizam a comunhão no corpo de Cristo e suas vidas, mesmo depois de serem batizadas, continuam as mesmas, isto é, sem mudança de vida?”

Minha resposta: “Há pessoas que até foram imersas, mas apenas ‘tomaram um banho’, mas não houve conversão verdadeira, uma vez que as motivações foram erradas.

A morte de Jesus na cruz por nós, para nos livrar de nossos pecados, sem que houvesse qualquer outra solução, deve ser a grande motivação para nos tornarmos seus discípulos. Quando fizemos isso, construímos nossa casa sobre a rocha. E a rocha é Jesus,

Porém, a rocha ser Jesus significa que iremos, após imersos nas águas, utilizar o poder do Espírito Santo para praticar tudo aquilo que o Senhor nos ensina.

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.” – Mateus 28:19-20

No artigo da semana passada abordei a pessoa cuja vida é firmada sobre a rocha. O texto de hoje fala do homem chamado de insensato e tolo, no texto paralelo de Mateus (7:26), aquele que ouve as palavras de Jesus, mas não as põe em prática.

Após o batismo, são muitos os ventos, as águas e tempestades que bateram com força em nossa casa espiritual. Porém, a casa, representada pela pessoa motivada por amor a Jesus e que, por isso, procura na Palavra dele a maneira de lidar com as tempestades, somente esta permanecerá em pé.

São tantos os ensinos que o Mestre nos dá: lutar contra o pecado, numa guerra séria (Marcos 9:43-48), não amar mais os valores deste mundo sem Deus (1 João 2:15), fazer questão de congregar com os irmãos, ajudando-nos uns aos outros a permanecermos firmes (Atos 2:46-47, 20:7 e Hebreus 10:25).

Outro mandamento importante é confessar Jesus às pessoas (Mateus 10:32-33). Isto acontece quando vivemos dentro dos padrões de Deus, mesmo contrariando os que nos rodeiam e, em especial, quando pregamos a Palavra de Deus, uma das armas de Deus para nos manter firmes no dia mau (Efésios 6:13):

“Tenham os pés calçados com a preparação do evangelho da paz.” – Efésios 6:15

Assim, se a pessoa, depois de batizada, não lê, estuda, reflete e medita na Palavra de Deus com regularidade, fica ignorante quanto a maneira de Deus para lidar com os ventos e tempestades da vida. Assim, procura conselho entre pessoas não convertidas, nas ciências humanas como a psicologia e a sociologia, sem submetê-las à Palavra de Deus, essa pessoa torna-se presa fácil do diabo e qualquer vento, até mesmo vento de doutrinas erradas a atingem e derrubam sua casa espiritual.

“Para que não mais sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que induzem ao erro.” – Efésios 4:14

E mais, a responsabilidade é da pessoa e de quem a ensina conforme as Escrituras nos dizem. Não podemos suavizar ou tornar mais rigorosa a mensagem de Jesus, devemos pregar somente aquilo que o Senhor nos ensina. Se a pessoa não aceita, não é motivo para mudarmos os relativizarmos seu valor.

“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.” – 1 Coríntios 3:11

Quando dizemos no momento de descermos às águas que seríamos fiéis a Jesus até a morte, isto pode significar décadas e décadas seguindo a Ele e enfrentando as tempestades da vida. Se a motivação é qualquer coisa que não seja Jesus é nosso desejo de obedecê-lo, tenhamos a certeza, nossa casa espiritual está sem alicerce, pois qualquer outro que não sejam Jesus e Sua Palavra, não terá força para nos manter em pé até a vinda do Senhor.

“Portanto, vigiem o tempo todo, orando, para que vocês possam escapar de todas essas coisas que têm de acontecer e para que possam estar em pé na presença do Filho do Homem.” – Lucas 21:36

Não sejamos, portanto, como o homem tolo retratado no texto de hoje. Seu fim é a perdição. Sejamos sábios, mantenhamos nossos olhos em Jesus, encantados com a pessoa dele e desejosos de aplicar o jeito dele em todas as áreas de nossas vidas, especialmente nos ventos, águas e tempestades que bateram com força sobre nós. 

TIRE A TRAVE DO OLHO PRIMEIRO – O EVANGELHO DE LUCAS

TIRE A TRAVE DO OLHO PRIMEIRO

“Jesus lhes contou também uma parábola: — Será que um cego pode guiar outro cego? Não é fato que ambos cairão num buraco?

— O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem-instruído será como o seu mestre.” – Lucas 6:39-40

Um cego pode guiar outro cego? A resposta é óbvia: claro que não!

Olhando o contexto, Jesus refere-se àqueles que são severos em ver os erros dos outros, conforme comentei em outro artigo neste espaço, mas cegos para reconhecerem os seus próprios. Tanto que o Senhor ilustra:

“Por que você vê o cisco no olho do seu irmão, mas não repara na trave que está no seu próprio olho?” – Lucas 6:41

De fato, na vida cristã, quanto mais dura a pessoa é com os pecados (ou os ciscos no olho do próximo), normalmente maior é a trave que tem no próprio olho. Já presenciei escândalos no reino de Deus na vida de pessoas tão prontas para apontar o erro do outro.

Dessa forma, para uma pessoa guiar outra, precisa primeiro tirar a trave do próprio olho e, desta forma, verá claramente para ajudar o outro com o seu cisco.

“Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu olho e então você verá claramente para tirar o cisco que está no olho do seu irmão.” – Lucas 6:42

No entanto, esse texto não proíbe totalmente a correção. Apenas nos adverte da importância de uma autocorreção primeiro.

Desta forma, a partir do conhecimento e da prática da Palavra de Deus, estaremos prontos para ensinar e corrigir outros que, sim, estão cegos para as verdades de Deus.

Há um risco quando não conhecemos a Palavra de Deus e não a praticamos e queremos guiar outros: podemos cair no buraco, junto com o outro, e, na Bíblia o buraco tem um nome: inferno.

“Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas, porque vocês percorrem o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornam filho do inferno duas vezes mais do que vocês!” – Mateus 23:15

Por outro lado, em nossa busca de crescimento espiritual, nosso limite é nosso Mestre, o Senhor Jesus. Desta forma, enquanto vivermos, estaremos em contínuo processo de aprendizagem e correção de nossas falhas e pecados, até sermos cada vez mais parecidos com Cristo.

Sim, a partir de nossa vivência com o Senhor Jesus e Sua Palavra, as pessoas que nos rodeiam devem ver em nós traços dele, como aconteceu com os apóstolos no início da igreja:

“Ao verem a ousadia de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, ficaram admirados; e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.” – Atos 4:13

No texto acima, há alguns dias o Senhor tinha sido interrogado por aquele Sinédrio. E agora os líderes daquela casa notavam como aqueles homens tinham traços do seu Mestre.

Que cresçamos de tal maneira, de glória em glória (2 Coríntios 3:18) que traços do caráter de Jesus sejam vistos em nós de uma forma cada vez mais visível.

A COTA DE MISERICÓRDIA. SEMPRE NECESSÁRIA! – O EVANGELHO DE LUCAS

A COTA DE MISERICÓRDIA. SEMPRE NECESSÁRIA!

“Não julguem e vocês não serão julgados; não condenem e vocês não serão condenados; perdoem e serão perdoados; deem e lhes será dado; boa medida, prensada, sacudida e transbordante será dada a vocês; porque com a medida com que tiverem medido vocês serão medidos também.” – Lucas 6:37-38

Aqui Jesus não condena o bom discernimento entre o bem e o mal, mas a tendência que temos de ver o pior nas pessoas.

Este texto é a aplicação dos textos anteriores:

“Façam aos outros o mesmo que vocês querem que eles façam a vocês.” – Lucas 6:31

“Sejam misericordiosos, como também é misericordioso o Pai de vocês.” – Lucas 6:36

Às vezes cometemos certos erros sem querer e estamos tão arrependidos, ou o fizemos dentro de um contexto que somente Deus sabe o que nos levou aquilo e gostaríamos de ser compreendidos naquele nosso momento de fraqueza, mas o que encontramos são palavras de condenação, olhar desaprovador ou meneios de cabeça.

Fico imaginando quando Pedro caiu em si após ter negado Jesus, o sentimento de culpa, arrependimento e a tristeza. Gosto de um acontecimento que somente Lucas nos conta:

“Então, o Senhor voltou-se e fixou os olhos em Pedro. E Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe tinha dito: ‘Hoje, antes que o galo cante, você me negará três vezes.” – Lucas 22:61

Que olhar Jesus lançou para Pedro naquele momento de queda de seu fiel, mas também arrogante apóstolo? De reprovação? De condenação? Provavelmente não. Acredito que de compreensão e esperando que Pedro se lembrasse de suas palavras:

“Simão, Simão, eis que Satanás pediu para peneirar vocês como trigo! Eu, porém, orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E você, quando voltar para mim, fortaleça os seus irmãos.” – Lucas 22:31-32

Somente Deus conhece de forma integral os “bastidores de nossa vida”, o que nos levou a cair ou ter aquela atitude indevida. Por isso esse ensino para que não julguem, não condenamos, mas estejamos sempre prontos para perdoar, as 70 x 7 de Mateus 18:21-22 ou as 7 vezes por dia ensinadas nesse evangelho (17:3-4).

A ilustração que Jesus deixa é que precisamos ter sempre uma cota de misericórdia e perdão para os outros. Ele nos ensina através da maneira como devemos encher um recipiente de grãos.

Imaginemos um copo que vamos encher de grãos de feijão. Começamos enchendo até a boca, isto é, a chamada boa medida. Lembro no interior quando fazíamos um pedido: “enche essa garrafa de grãos de arroz em boa medida”, isto é, até a boca. 

Voltando ao exemplo do copo, a ideia é preencher todos os espaços, como também da garrafa. Alguém pode dizer: “pronto, está cheio”. Não, há mais espaço, vamos cobrir a boca do copo ou da garrafa e sacudi-los com violência, várias vezes. Pronto! Aparecerão novos espaços que poderemos preencher com mais grãos, até a boca. Está bom? Ainda não, que tal mais uma sacudida forte? Na realidade, poderemos sacudir e preencher com grão mais duas ou três vezes, até não haver mais espaço para novos grãos, mesmo após a última sacudida. 

Este texto é utilizado pelos religiosos para incentivar seus seguidores a ofertarem. Mas o contexto aqui fala na misericórdia que devemos ter para com todos, “boa medida, prensada, sacudida e transbordante”. Por isso, há textos que nos ensinam sobre o que devemos pensar dos outros. 

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de vocês.” – Filipenses 4:8 

Por que tomar a atitude do outro sempre da pior maneira possível? Por que pensar que a pessoa quis o nosso mal ou teve aquela atitude com a pior intenção? Por que pensar naquela palavra que a pessoa nos disse sempre do lado mais negativo? E ficar sofrendo, “curtindo” uma mágoa ou ressentimento que só irá nos fazer mal.

Vejamos ainda outro texto que falam sobre a motivação de quem ama:

“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” – 1 Coríntios 13:7

Vejamos este texto na versão NBV:

“O amor tudo sofre, sempre crê, sempre espera o melhor, tudo suporta”.

Pensemos: não é esta atitude que esperamos das pessoas quando falhamos? Que elas continuem acreditando em nós, que caímos, mas podemos nos levantar? Que aquilo não é o fim? Por que não a ter com aqueles que falham conosco?

Só o Senhor Jesus mesmo, com seu ensinamento tão sábio, nos ensina a viver de uma forma mais leve, deixando o julgamento final nas mãos de Deus, perdoando e acreditando no melhor das pessoas.

Desta maneira viveremos melhor, leves e muitos dos nossos problemas físicos como gastrite, úlcera e até mesmo certos tipos de cânceres, serão prevenidos. 

E desta forma nos parecermos cada vez mais com o nosso Amado Pai celestial.



O PADRÃO DE JESUS É ALTO – O EVANGELHO DE LUCAS

O PADRÃO DE JESUS É ALTO

“Digo, porém, a vocês que me ouvem: amem os seus inimigos, façam o bem aos que odeiam vocês. Abençoem aqueles que os amaldiçoam, orem pelos que maltratam vocês. Ao que lhe bate numa face, ofereça também a outra; e, ao que lhe tirar a capa, deixe que leve também a túnica.” – Lucas 6:27-29

O padrão de Jesus para a maneira de viver dos seus discípulos é alto e revolucionário. Na verdade, inverte o padrão do mundo sem Deus.

Em textos anteriores Jesus elogia os pobres, os que passam fome e os que choram porque serão enriquecidos, saciados e terão a alegria que vêm de Deus.

Agora o Senhor Jesus afirma que seus seguidores amam e abençoam os seus inimigos, não praticam retaliação com aqueles que lhes fazem mal.

Foi algo presente primeiro na vida do próprio Senhor Jesus e relatado somente por Lucas:

“Mas Jesus dizia: — Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, para repartir as roupas dele, lançaram sortes.” – Lucas 23:34

Posteriormente Lucas mostra essa mesma atitude em Estêvão, o primeiro discípulo de Jesus morto em razão de sua fé:

“Então, ajoelhando-se, gritou bem alto: — Senhor, não os condenes por causa deste pecado! E, depois que ele disse isso, morreu.” – Atos 7:60

Estas palavras de Estêvão foram ditas enquanto ele era apedrejado por seus opositores, entre eles Saulo, futuro apóstolo Paulo (Atos 7:58)..

Depois é o próprio Paulo quem repete esse ensino do Mestre:

“Abençoem aqueles que perseguem vocês; abençoem e não amaldiçoem.” – Romanos 12:14

Comentando a instrução “Ao que lhe bate numa face, ofereça também a outra.”, penso que poucas vezes passamos literalmente por essa situação. Eu mesmo, apenas uma vez passei por isso e lamento não ter obedecido a ordem de Jesus.

No entanto, diariamente, passamos por situações em que somos desafiados a oferecer a outra face. E a maioria das vezes não é exatamente com inimigos, mas até mesmo com pessoas que amamos como, por exemplo, nosso cônjuge. É oferecer a outra face ao não respondermos aquele insulto ou crítica ou mesmo não darmos um “gelo” a quem faz algo que nos magoa. É não termos uma lista mental de pessoas e colocarmos nela para fim de retaliação, aqueles que, de alguma forma, nos prejudicaram.

Qual é a razão de deixarmos a vingança nas mãos de Deus? A mesma razão que levou Jesus a não revidar ao ataque dos seus inimigos:

“Pois ele, quando insultado, não revidava com insultos; quando maltratado, não fazia ameaças, mas se entregava àquele que julga retamente.” – 1 Pedro 2:23

Deixar a vingança de lado significa deixar nas mãos de Deus, como Jesus fez, esperando que Ele, se quiser, nos vingue, como ensinado por Paulo, inspirado por Deus, claro.

“Meus amados, não façam justiça com as próprias mãos, mas deem lugar à ira de Deus, pois está escrito: ‘A mim pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor.'” – Romanos 12:19

Que os ensinos de hoje nos motivam nesta manhã a vivermos este dia desta maneira, mostrando através de nosso jeito de lidarmos com quem nos quer o mal, que somos discípulos de Jesus e filhos amados de Deus (Efésios 5:1).



A POBREZA QUE DEUS ESPERA DE NÓS – O EVANGELHO DE LUCAS

A POBREZA QUE DEUS ESPERA DE NÓS

“Então, olhando para os seus discípulos, Jesus lhes disse: — Bem-aventurados são vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês.” – Lucas 6:20

“Mas ai de vocês, os ricos, porque vocês já receberam a consolação!” – Lucas 6:24

No evangelho de Lucas o cuidado pelos pobres e a advertência sobre o perigo das riquezas é constantemente mencionado.

De fato, as riquezas dão uma sensação de segurança que pode levar a pessoa a imaginar que não precisa de Deus. É o que vemos nas palavras do rico chamado de tolo mencionado somente neste evangelho: 

“Então direi à minha alma: ‘Você tem em depósito muitos bens para muitos anos; descanse, coma, beba e aproveite a vida.’” Mas Deus lhe disse: “Louco! Esta noite lhe pedirão a sua alma; e o que você tem preparado, para quem será?” – Lucas 12:19-20

Também é somente neste evangelho que Jesus conta a parábola do rico e Lázaro e, mais uma vez, a riqueza é empecilho para que o rico ficasse no seio de Abraão:

“Mas Abraão disse: “Filho, lembre-se de que você recebeu os seus bens durante a sua vida, enquanto Lázaro só teve males. Agora, porém, ele está consolado aqui, enquanto você está em tormentos.” – Lucas 16:25

Também é Jesus quem adverte sobre o quanto a riqueza pode atrapalhar a salvação de uma pessoa:

“Jesus, vendo-o assim triste, disse: — Como é difícil para os que têm riquezas entrar no Reino de Deus! Porque é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.” – Lucas 18:24-25

Porém, está em Lucas a explicação de Jesus sobre o perigo das riquezas:

“Assim é o que ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para com Deus.” – Lucas 12:21

Desta forma, o problema não está na riqueza em si, mas na maneira como nos relacionamos com ela. Gosto ainda do texto paralelo de Mateus que esclarece:

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.” – Mateus 5:3

A pobreza que Deus espera de nós é interna, a certeza de que não temos mérito nenhum diante de Deus. Claro que a riqueza de bens materiais pode nos atrapalhar a chegar à pobreza de espírito, mas ela não é determinante, uma vez que é o amor ao dinheiro a raiz de todos os males e não necessariamente o dinheiro em si:

“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e atormentaram a si mesmos com muitas dores.” – 1 Timóteo 6:10

Claro que, ao contrário do que o mundo religioso ensina, ninguém na nova aliança ficou rico após tornar-se discípulo de Jesus. Pelo contrário basta olhar o exemplo de Zaqueu e Barnabé:

“Zaqueu, por sua vez, se levantou e disse ao Senhor: — Senhor, vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, se roubei alguma coisa de alguém, vou restituir quatro vezes mais.” – Lucas 19:8

“Então José, a quem os apóstolos chamavam de Barnabé, que quer dizer filho da consolação, um levita natural de Chipre, vendeu um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o depositou aos pés dos apóstolos.” – Atos 4:36-37

Desta forma, a pobreza de espírito vai nos fazer generosos em repartir com os que não têm parte de nossos bens, vamos aprender a dividir nossa renda, ficando mais pobres em termos materiais e cada vez mais ricos para com Deus. 

É essa pobreza de espírito que nos fará verdadeiramente ricos.


ESTAMOS DESCOBERTOS AOS OLHOS DE DEUS – O EVANGELHO DE LUCAS

Estamos descobertos aos olhos de Deus

“Jesus, porém, conhecendo os pensamentos deles, disse-lhes: — O que vocês estão pensando em seu coração?” – Lucas 5:22

Ao descer dos céus para a terra Jesus renunciou a parte de seus atributos divinos, como podemos conferir lendo Filipenses 2:7. No entanto, um dos atributos divinos Ele não abriu mão: a capacidade de “ouvir” os pensamentos das pessoas e, mesmo de enxergar alguém que estivesse longe.

Gosto do texto paralelo a este em Marcos que diz:

“E Jesus, percebendo imediatamente em seu espírito que eles assim pensavam, disse-lhes: — Por que vocês estão pensando essas coisas em seu coração?” – Marcos 2:8

Não é por menos que Natanael reconhece a divindade de Jesus, ao ouvir do Senhor:

“Natanael perguntou a Jesus: — De onde o senhor me conhece? Jesus respondeu: — Antes de Filipe chamá-lo, eu já tinha visto você debaixo da figueira.” – João 1:48

O evangelho de João também tem um texto que mostra o quanto o Senhor Jesus conhecia interiormente as pessoas:

“Mas o próprio Jesus não confiava neles, porque conhecia a todos.” – João 2:24

O livro de Apocalipse descreve Jesus como aquele que “possui olhos como chama de fogo” (Apocalipse 1:14). Ou seja, aquele que conhece tudo, nada estando escondido das suas vistas.

Este texto faz-me, de um lado, temer, mas, ao mesmo tempo, ter segurança em meu relacionamento com esse Senhor tão poderoso.

É temeroso saber que meus pensamentos mais íntimos, as intenções do meu coração, tudo, está exposto ao Deus Todo-Poderoso. Todos nós nos conhecemos e sabemos que em nosso coração não habita somente coisas boas, mas também muita podridão, conforme o próprio Jesus nos relata em Mateus 15:19.

Ao mesmo tempo, saber que sou tão conhecido por Deus, que Ele, mais do que eu mesmo, conhece-me bem, todos os bastidores da minha vida, e mesmo assim ainda me ama, é consolador, é confortante, enche meu coração de alegria e de esperança. 

Às vezes deixamos de ser nós mesmos para agradar as pessoas. Porém, com Jesus, jamais fazemos isso, porque até mesmo nossas boas ações e obras, podem enganar as pessoas, mas, quando feitas por motivações erradas, não enganam em nada o nosso Senhor.

Saber que sou tão conhecido por Jesus e que, no final, é isto que importará, me tornará uma pessoa mais transparente, sem tanta necessidade de investir na aparência uma vez que, no final, são os segredos do meu coração que serão julgados (Romanos 2:16).

Neste dia, convido a você a, de um lado, sim, temer a esse Deus, lembrando que tudo o que fazer e pensar estará claro como o dia diante de Deus, mesmo que o faça na mais profunda escuridão (Salmo 139:8-12).

Ao mesmo tempo, vamos nos lembrar, que mesmo nos conhecendo tão bem, o Senhor nos ama e jamais deixará de nos amar. Nossa parte é corresponder a esse amor, vivendo uma vida de obediência a Ele.

Finalmente, saber que estamos totalmente descobertos diante de Deus e que é isso que no final das contas valerá, nos ajudará a viver, cada vez mais, em transparência e integridade, vivendo o que falamos e falando o que vivemos.

TER OS PECADOS PERDOADOS POR JESUS É NOSSA MAIOR BÊNÇÃO – O EVANGELHO DE LUCAS

Ter os pecados perdoados por Jesus é nossa maior bênção

“Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: — Homem, os seus pecados estão perdoados.” – Lucas 5:20

Imagine eu e você num grande estádio, lotado de pessoas, e de repente, numa enorme tela aparecesse, todos os atos que cometemos desde o nosso nascimento, todos os nossos pensamentos, todas as motivações verdadeiras por trás daquilo que dissemos ou fizemos…

Eu não gostaria de participar dessa experiência, pois nem todas as atitudes e comportamentos que cometi nesses meus 50 anos de vida seriam louváveis, eu me envergonharia de muitos deles. Imagine, então, os pensamentos que tive durante esse período, tudo o que desejei…

É disso que Jesus está falando quando falou para aquele homem paralítico: “Os seus pecados estão perdoados”.

Ter todos os nossos pecados perdoados é a maior obra que Jesus veio fazer ao descer na terra. Por maiores sofrimentos que tenhamos sofrido ou por maior que tenham sido as bênçãos recebidas após passarmos a seguir o Senhor Jesus, nada se compara ao fato de que, após confessá-lo como Senhor e descemos às águas do batismo, todos os nossos pecados, passados, presentes e futuros estão perdoados, enquanto permanecemos olhando para Jesus com fé, confiando no poder regenerados e purificador do seu sangue. 

É por esse motivo que Paulo, repetindo Davi, escreve:

“Davi disse: ‘Bem-aventurados aqueles cujas transgressões são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; bem-aventurado aquele a quem o Senhor jamais atribuir pecado.'” – Romanos 4:7-8

O que Jesus disse para aquele homem é o que ocorreria com todo aquele que dele se aproximasse com fé obediente, pois seria atingido pelo poder do seu sangue de perdoar.

“Sabendo que não foi mediante coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que seus pais lhes legaram, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula. Ele foi conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês.” – 1 Pedro 1:18-20

Portanto, neste dia, alegremo-nos nós, seguidores de Jesus, obedientes ao seu evangelho. Como aquele homem, estamos limpos, porque todos os pecados cometidos (aquelas coisas feias do imaginário telão mencionado no início) estão perdoados e, voltando o Senhor hoje ou a gente partindo ao seu encontro, ouviremos dele, por causa da obra dele e de nossa fé obediente: “Venha, bendito do meu Pai”.

É essa palavra de aprovação que, no final, valerá, pois terá reflexos em nossa vida por toda a eternidade.

FÉ PARA LEVAR PESSOAS AO SENHOR JESUS – O EVANGELHO DE LUCAS

Fé para levar pessoas ao Senhor Jesus.

“Vieram, então, alguns homens trazendo um paralítico deitado num leito. Eles procuravam levá-lo para dentro e colocá-lo diante de Jesus. E, não encontrando uma forma de fazer isso por causa da multidão, subiram ao telhado e, por entre as telhas, desceram o paralítico no seu leito, deixando-o no meio das pessoas, diante de Jesus.” – Lucas 5:18-19

Essa cura realizada por Jesus é extraordinária, tanto que o texto de Lucas diz: “E o poder do Senhor estava com ele para curar.” – Lucas 5:17

Porém, não haveria esse milagre relatado por Lucas se aqueles homens, em número de 4 no texto paralelo de Marcos, não tivessem aquela fé e desprendimento para levarem o paralítico numa maca, fizessem um buraco no teto acima de onde Jesus estava e tivessem descido o homem próximo do Senhor Jesus.

Qual o grau de relacionamento entre o homem paralítico e os quatro que o levaram? Seriam parentes, amigos, apenas conhecidos? Uma coisa é certa e admirável: eles amavam aquele homem a ponto de passarem por tantos obstáculos para levá-lo a Jesus.

Fico imaginando nas palavras de estímulo que receberam, mas também possivelmente nas críticas por atrapalharem tudo e chegarem ao ponto de danificar uma casa só para levarem o amigo paralítico diante de Jesus. E o dono da casa, teria permitido antes ou foi pego de surpresa?

Não é de estranhar que o texto diz: “Vendo-lhes a fé”. Eis a fé bíblica, não apenas interna ou contemplativa, mas uma fé que leva as pessoas a agirem, como diz Tiago, uma fé seguida de obras que a autenticam (2:17).

O texto de hoje sempre me leva a pensar até que ponto minha fé é bíblica, isto é, seguida de obediência. Também fez-me pensar o quanto amo as pessoas ao meu redor, muitas delas ainda perdidas sem o evangelho. Será que tenho procurado romper obstáculos para levá-las aos pés do Senhor Jesus, com todo o poder para curá-las da maior enfermidade humana, o pecado, que pode levar uma pessoa a passar a eternidade longe do seu Criador?

Jesus não irá direto aos pecadores, mesmo com todo o poder que tem, mas Ele confiou essa missão a mim e a você que lê esse artigo, uma vez já atingidos pelo evangelho.

A fé operante dos 4 homens e seu amor pelo paralítico motivam-me a desejar levar pessoas ao Senhor Jesus. Sejam aquelas que já são de Jesus, mas às vezes vacilam na sua fé e se afastam dele temporariamente. Sejam aquelas que ainda não conhecem o grande privilégio de fazer de Jesus o Senhor de sua vida.

Fé na Bíblia sempre é obediente, atuante, uma fé que nos leva a ter ações, em especial ações que nos aproximam (e também as pessoas ao nosso redor) do Senhor Jesus.



SENHOR JESUS, QUE O TEU MELHOR ACONTEÇA EM MIM – O EVANGELHO DE LUCAS

SENHOR JESUS, QUE O TEU MELHOR ACONTEÇA EM MIM - O EVANGELHO DE LUCAS

“Aconteceu que, estando Jesus numa das cidades, um homem coberto de lepra veio à sua presença. Quando ele viu Jesus, prostrou-se com o rosto em terra e pediu: — Senhor, se quiser, pode purificar-me.

E Jesus, estendendo a mão, tocou nele, dizendo: — Quero, sim. Fique limpo! E, no mesmo instante, a lepra daquele homem desapareceu.” – Lucas 5:12-13

A cura do leproso fez-me pensar sobre a maneira como devemos nos aproximar de Deus, pedindo algo a Ele. A lepra, na época de Jesus, era mais que a hanseníase nos dias de hoje. A pessoa passava a ficar totalmente isolada da sociedade e precisava avisar de longe sobre sua condição para que as pessoas não se aproximassem sob pena de ficarem impuras.

O leproso reconhece sua condição e prostra-se com o rosto em terra diante de Jesus. É a condição de todos nós, pecadores, sem mérito nenhum para nos aproximarmos de Jesus, o Santo de Deus.

Em seguida ele diz: “Senhor, se quiser, pode purificar-me”. Que belas e sábias palavras ele dirige ao Senhor Jesus.

Nada de dizer que Jesus é obrigado a atendê-lo, como vemos hoje alguns dizerem. O poder pertence ao Senhor, Ele é o Senhor, portanto quem se aproxima de Jesus precisa ter essa atitude de submissão à vontade dele.

É a vontade de Jesus que deve prevalecer, não a nossa. E este leproso nos ensina muito bem isso.

Gosto da resposta dada por Jesus no texto paralelo de Marcos:

“E Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou nele e disse: — Quero, sim. Fique limpo!” – Marcos 1:41

Sim, quando nos aproximamos de Deus de forma humilde, reconhecendo nossa falência espiritual, que somos nós que dependemos dele e não ele de nós, sempre encontraremos um Senhor que se compadece de nós. 

A vontade de Deus sempre é a melhor para nós. É por essa razão que hoje, quando me dirijo a Deus em oração, digo a Ele o que preciso, apresento minha petição, mas sempre faço questão de dizer no final: “Quero o teu melhor na minha vida, que pode não ser o que eu estou pedindo. Acima de tudo, quero o teu melhor para mim”.

O leproso é purificado e Jesus dá a ele a seguinte ordem: “Mas vá, apresente-se ao sacerdote e ofereça pela purificação o sacrifício que Moisés ordenou, para servir de testemunho ao povo.” – Lucas 5:14

Aquele sacrifício faria do leproso um homem plenamente restabelecido no contato com a comunidade a partir do testemunho do sacerdote de sua cura.

Hoje, limpos por Jesus, temos os canais que nos impedem de nos relacionar com o próximo e por isso somos incluídos na comunidade de Jesus, a igreja dele.

Vejamos como os milagres de Jesus, mais do que demonstrar seu grande poder, nos traz ensinos para a nossa vida de seguidores dele.