Viver é uma grande questão existencial. De onde viemos, porque estamos aqui e para onde vamos? Todas estas questões se encontram na presença do trono de Deus e, mesmo que não tenhamos todas as respostas para que vivamos mais por fé do que por razões e explicações, algumas pistas cruzam-se numa pessoa. Muitos se perguntam: “Quem é Deus? Como posso conhecê-Lo? E o que isso significa para minha vida?” Essas questões tocam o coração humano porque somos criaturas feitas para buscar algo maior do que nós mesmos. No centro dessa busca está uma pergunta crucial: Jesus é Deus? Essa questão não é apenas teológica, mas também prática, pois molda como entendemos nossa fé e como compartilhamos essa verdade com os outros.
Neste texto, vamos explorar o que a Bíblia diz sobre a identidade de Jesus — por que Ele afirmava ser tanto humano quanto divino, como isso impacta nossa compreensão de Deus, e como podemos viver essa verdade em nossas vidas diárias. Vamos mergulhar juntos nessa jornada de descoberta!
1. Jesus: O Mistério da Encarnação
A história de Jesus começa com um mistério profundo: o próprio Deus se tornou homem. Isso é chamado de encarnação, e é central para o cristianismo. Em João 1:14, lemos que “O Verbo se fez carne e habitou entre nós“. Aqui, o termo “Verbo” refere-se à essência eterna de Deus, e “carne” representa Sua humanidade. Ou seja, Deus não apenas enviou um mensageiro; Ele veio pessoalmente.
Mas por que isso importa? Porque mostra que Deus não é distante ou desinteressado em nossa realidade. Pelo contrário, Ele entrou na nossa dor, experimentou nossas tentações (Hebreus 4:15) e viveu como um de nós. No entanto, ao mesmo tempo, Jesus nunca deixou de ser plenamente Deus. Quando Ele disse em João 8:58, “Antes que Abraão existisse, EU SOU”, estava usando o nome sagrado de Deus revelado no Antigo Testamento (“EU SOU O QUE SOU”, Êxodo 3:14). Essa declaração foi tão clara que os judeus entenderam imediatamente como uma afirmação de divindade e tentaram apedrejá-Lo por blasfêmia.
Aqui está o ponto: Jesus não negou Sua divindade, mas a afirmou repetidamente, ainda que de maneira sutil. Ele sabia que as pessoas precisavam de tempo para processar essa verdade incrível.
A entrada nos céus somente é possível através de Jesus. Entre tantas referências neotestamentárias que apoiam este ensinamento, quero destacar o batismo que deve ser ministrado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
2. As Declarações Claras de Jesus
Embora alguns argumentem que Jesus nunca declarou explicitamente “Eu sou Deus“, Suas palavras e ações são suficientemente claras para aqueles que têm olhos para ver. Por exemplo:
– Em João 10:30, Jesus disse: “Eu e o Pai somos um.” Novamente, os judeus entenderam isso como uma reivindicação direta de divindade e pegaram pedras para apedrejá-Lo.
– Após Sua ressurreição, Tomé, um dos discípulos, caiu de joelhos diante de Jesus e exclamou: “Meu Senhor e meu Deus!” (João 20:28). Jesus não corrigiu Tomé nem disse: “Espere, eu sou apenas o Filho de Deus!” Em vez disso, Ele aceitou essa adoração como adequada.
Esses momentos revelam que Jesus não apenas permitiu, mas abraçou a ideia de que Ele era mais do que um simples profeta ou mestre moral. Ele era, de fato, **Deus encarnado.
3. O Grito da Cruz: “Por Que Me Desamparaste?”
Um dos momentos mais emocionantes dos Evangelhos ocorre na cruz, quando Jesus grita: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46). Para muitos, isso parece contradizer a ideia de que Jesus é Deus. Se Ele é parte da Trindade, como pode sentir separação?
A resposta está no mistério da redenção. Naquele momento, Jesus estava carregando sobre Si os pecados da humanidade. Como Deus Santo não pode conviver com o pecado, houve uma ruptura temporária na comunhão entre o Pai e o Filho. Mas isso não significa que Jesus deixou de ser Deus; significa que Ele escolheu sofrer em nosso lugar para nos reconciliar com Deus.
Esse ato sacrificial demonstra não apenas a humanidade de Jesus, mas também Sua divindade. Apenas alguém infinitamente poderoso poderia pagar o preço pelos pecados de toda a humanidade. A prova final da Sua divindade é a ressurreição de entre os mortos. Do ponto de vista humano, uma ressurreição espontânea, sem a intervenção humana de um profeta ou homem especial vindo de Deus, mas Ele ressuscitou diretamente pela ação de Deus e do Espírito Santo.
“Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita.” Romanos 8:11
4. A Importância da Trindade
Tudo isso nos leva à doutrina da Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo — três pessoas distintas, mas uma única essência divina. Embora seja difícil de entender completamente, a Trindade é fundamental para entender quem Jesus é. Quando dizemos que Jesus é “o Filho de Deus”, não estamos sugerindo que Ele é menos importante ou inferior ao Pai. Pelo contrário, estamos reconhecendo Sua igualdade com Deus enquanto celebramos Sua singularidade.
Negar a divindade de Cristo seria negar o próprio evangelho. Como Paulo escreveu em Colossenses 2:9, “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” Sem Jesus como Deus, não há base para nossa salvação.
Conclusão: Permitindo que Deus Seja Deus
No final das contas, nossa tarefa não é criar Deus à nossa imagem, mas sim permitir que Ele revele quem realmente é. Quando olhamos para Jesus, vemos a face de Deus (2 Coríntios 4:6). Ele é ao mesmo tempo totalmente humano e totalmente divino — um paradoxo que desafia nossa lógica, mas conforta nossos corações.
Entender quem Jesus é transforma tudo. Nos dá confiança para enfrentar os desafios da vida, motivação para compartilhar nossa fé com os outros e humildade para reconhecer que Deus é muito maior do que qualquer conceito que possamos imaginar. Então, convido você a refletir: Você permite que Deus seja quem Ele realmente é, ou tenta moldá-Lo conforme suas preferências?
Este artigo não tem a pretenção de explicar Deus. Ele é quem Ele é e ponto!