“E ensinava nas sinagogas, sendo elogiado por todos.
Jesus foi para Nazaré, onde havia sido criado. Num sábado, entrou na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.
Então lhe deram o livro do profeta Isaías. E, abrindo o livro, achou o lugar onde está escrito.” – Lucas 4:15-17
Quando saímos do Velho Testamento e entramos no Novo, nos deparamos com termos desconhecidos. Um deles foram as sinagogas, provavelmente desenvolvidas no tempo do exílio em razão da inexistência do templo, que fora destruído pelos babilônicos.
As sinagogas tinham múltiplas funções, sendo as mais importantes, lugar de adoração local e de ensino. Algo semelhante aos prédios, salões e casas que utilizamos hoje como local de adoração e de estudo.
O texto de hoje chamou minha atenção em dois aspectos.
1º Jesus foi à sinagoga, segundo o seu costume. Nessa época Jesus tinha 30 anos. Isto significa que durante toda a vida antes do seu ministério público, frequentar a sinagoga foi um costume semanal da família de Jesus, uma família piedosa e temente a Deus.
Hoje em dia cresce o número de pessoas que dizem não precisar reunir-se com outros para adorar a Deus e estudar a Palavra dele. Não foi desta maneira que agiu Jesus e sua família. No Novo Testamento uma pessoa individualmente não é a igreja, mas parte dela, o corpo de Cristo. Logo precisa reunir-se em assembleia, o significado da palavra igreja. Na época de Jesus aos sábados e após o estabelecimento da igreja, aos domingos, momento em que os irmãos adoram a Deus, estudam a Palavra e têm comunhão uns com os outros e especialmente participam da ceia do Senhor. Vejamos alguns exemplos:
“Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração.” – Atos 2:46
“No primeiro dia da semana, nós nos reunimos a fim de partir o pão. Paulo, que pretendia viajar no dia seguinte, falava aos irmãos e prolongou a mensagem até a meia-noite.” – Atos 20:7
“Não deixemos de nos congregar, como é costume de alguns. Pelo contrário, façamos admoestações, ainda mais agora que vocês veem que o Dia se aproxima.” – Hebreus 10:25
Em nossa família, com os irmãos na igreja nos Pimentas, fazemos questão de priorizar domingo de manhã, alguns sábados à noite e toda quarta-feira para nos reunir. É prioridade, todos vão dormir no dia anterior e acordam no dia seguinte já sabendo que iremos nos reunir com a igreja. Não vamos “à igreja”, mas nos reunir “como igreja”. Faça chuva ou sol, estejamos com vontade ou com preguiça, somente em casos extremos, deixamos de nos reunir. Como fazia Jesus e sua família ao reunirem-se na sinagoga da cidade de Nazaré.
2º Chamou-me a atenção ainda a frase no texto de hoje: “E, abrindo o livro, achou o lugar onde está escrito”.
Jesus não abriu o livro aleatoriamente para ver o que Deus queria falar. Ele conhecia as Escrituras, abriu o livro e procurou o texto que iria ler e comentar naquela reunião.
Hoje conhecemos grupos em que os pregadores e palestrantes não fazem como Jesus, mas abrem a Bíblia de forma aleatória e colocam o dedo no texto, entendendo que ali está a mensagem que Deus quer passar para a assembleia.
Jesus não fez assim e a igreja do Senhor também não. Em nossas reuniões, antecipadamente, alguém é escolhido para levar a mensagem e, em casa, essa pessoa passa tempo lendo, meditando, refletindo e estudando um texto das Escrituras que irá levar para a reunião.
O mesmo fazemos quando queremos saber qual a vontade de Deus em determinado assunto. Abrimos a Bíblia, pesquisamos os textos que abordam o assunto buscado, vemos se o texto escolhido está dentro do contexto geral da Bíblia e assim conhecemos qual é a vontade de Deus. E, claro, no meio de tudo isso, oramos a Deus, pedindo a Ele orientação e força para aplicarmos o que aprendemos.
“Por esta razão, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor.” – Efésios 5:17
Façamos, pois, como Jesus: uma vez que fomos acrescentados ao corpo de Cristo (Atos 2), façamos questão de nos reunir com os irmãos em assembleia, valorizemos esse tempo juntos e, nesse período, reservemos um tempo generoso para leitura, reflexão e estudo da Palavra de Deus. Essa leitura deve ser dirigida por alguém que, previamente, gastou tempo e energia dentro da Palavra, buscando saber qual é a vontade de Deus para a sua vida e para a comunidade cristã.