“Toda a Escritura é inspirada por Deus…” – 2 Timóteo 3:16-a

A primeira lição recebida quando conhecendo o evangelho é a inspiração das Escrituras Sagradas na lição “Autoridade Religiosa”. Se a pessoa não aceita a Bíblia como autoridade religiosa, melhor parar, pois será apenas um estudo acadêmico. A veracidade da Bíblia é atestada pelo próprio Jesus.

“Santifica-os na verdade, a Tua Palavra é a verdade.” – João 17:17 e 10:35 “Se ele chamou deuses àqueles a quem foi dirigida a palavra de Deus — e a Escritura não pode falhar.”

“Escolha a sua bússola” é meu desafio quando leio a Bíblia com alguém. “Eu já escolhi a minha, os 66 livros da Bíblia”.

Mas, o que significa a Bíblia ser o livro inspirado ou soprado por Deus aos cerca de 40 homens que a escreveram (2 Pe 1:20-21)?

Muitas pensam que Deus ditou cada palavra, cochichou nos ouvidos de Moisés: “No princípio…” Moisés escreveu, “criou Deus…” e o profeta foi escrevendo. Essa é apenas parte da inspiração bíblica.

Sim, há textos ditados diretamente por Deus como Êx 20:1-20, os 10 mandamentos, escritos pelo dedo de Deus nas tábuas (Êx 31:18 e 34:4). Também nas profecias que começam com a frase “Assim diz o Senhor…” (Obadias 1:1, por exemplo).

Porém, a inspiração divina dos escritores na maioria dos livros bíblicos, exigiu que “suassem a camisa” na busca de material, exemplificado na abertura do evangelho de Lucas:

“Igualmente a mim pareceu bem, depois de cuidadosa investigação de tudo desde a sua origem, dar-lhe por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem.” – Lc 1:3.

Lucas fez “cuidadosa investigação” dos fatos ocorridos com Jesus. Entrevistou as testemunhas oculares dos acontecimentos, pois escreveu cerca de 30 anos depois. Não é de estranhar que fatos da infância de Jesus estejam lá. Certamente entrevistou Maria para: “E a mãe dele guardava todas estas coisas no coração.” – Lc 2:51-b

Como Lucas, assim fez Moisés na construção do Pentateuco e os escritores dos livros históricos do Velho Testamento, entre outros.

Alguns escritores buscaram fontes históricas de sua época, como os livros da biblioteca real: “Quanto aos demais atos de Acaz e a todos os seus caminhos, tanto os primeiros como os últimos, está tudo escrito no Livro da História dos Reis de Judá e de Israel.” – 2 Crônicas 28:26.

Vemos, ainda, citados na Bíblia, parte de livros conhecidos como “apócrifos”, isto é, não reconhecidos como inspirados como Gênesis 6:1, citação do livro de Enoque, Judas 9, do livro “Assunção de Moisés”, livro perdido, e até Hebreus 11:36 parece menção ao livro “Ascensão de Isaías”.

Uma vez perguntei ao Sr. David Meadows se esses textos eram confiáveis: “Se está na Bíblia é porque Deus permitiu”, respondeu de forma bem direta.

Bingo! A inspiração das Escrituras se baseia na fé no poder de Deus e nas Escrituras. Cremos em Deus, mas não nas Escrituras, criamos um “deus” particular. Cremos nas Escrituras, mas não em Deus, passamos a aceitar somente aquilo que “casa” com o conhecimento humano.

Foi o erro dos saduceus quando, para ridicularizar o ensino da ressurreição, limitaram-na a aspectos puramente humanos na história da viúva falecida e dos 7 maridos em Marcos 12:18-27. Qual deles era marido?

“Jesus respondeu: — Será que o erro de vocês não está no fato de não conhecerem as Escrituras nem o poder de Deus?”

Fé no poder de Deus faz acreditar nos relatos extraordinários: o nascimento virginal de Jesus e a existência de Adão e Eva. E ainda que Ele agiu na história e selecionou os relatos dos 66 livros reconhecidos como canônicos em meio a tantos outros. Compreendem agora o conceito da inspiração das Escrituras?

A Bíblia é inspirada por Deus e base para definir quais são os fundamentos da fé cristã. É a nossa bússola, a régua de nossa fé. Sem que aceitemos a Bíblia dessa maneira, como soprada por Deus, cada um tem sua “verdade”. É a origem de toda a bagunça religiosa que existe hoje.