Quando pensamos na pessoa de Jesus e na forma como Ele ensinou, somos levados a imaginar um homem simples, que caminhava pelas cidades e aldeias da Judeia, cercado por pessoas ávidas por ouvir suas palavras. Ele não precisava de grandes espetáculos para atrair multidões; sua mensagem, sua presença e sua autoridade eram suficientes. Mas, e quanto ao uso de instrumentos musicais na adoração? Será que Jesus os usava ou incentivava? Vamos explorar essa questão à luz da Bíblia e entender o que ela nos ensina sobre a verdadeira adoração.

A Simplicidade do Ensino de Jesus

Jesus era um mestre que valorizava a simplicidade. Ele ensinava nas sinagogas e ao ar livre, sem a necessidade de recursos extravagantes. Seus discípulos, seguindo seu exemplo, também não usavam instrumentos musicais em suas pregações ou reuniões. O que atraía as pessoas para Jesus era a verdade de sua mensagem e os milagres que Ele realizava, que, como o Novo Testamento nos mostra, serviam para confirmar que sua palavra era, de fato, a Palavra de Deus. Em João 6:63, Jesus afirma: “As palavras que eu lhes disse são espírito e vida.” Ele não precisava de nada além de sua palavra para alcançar os corações das pessoas.

Os milagres feitos por Jesus e pelos apóstolos e alguns discípulos não tinham o caráter de reunir milhares de pessoas, mas de confirmar a palavra que era falada:

“E eles foram e pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam.]” (Marcos 16:20)

“Entretanto, Paulo e Barnabé ficaram bastante tempo em Icônio, falando ousadamente no Senhor, o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios.” (Atos 14:3)

O Uso de Instrumentos Musicais no Velho Testamento

No Velho Testamento, os instrumentos musicais eram usados em ocasiões específicas, somente no templo de Jerusalém. Eles faziam parte do culto e da adoração, mas de maneira restrita e regulamentada. Apenas alguns instrumentos eram permitidos, como vemos em 2 Crônicas 29:25, onde o rei Ezequias restabeleceu a adoração no templo conforme as instruções de Davi. Contudo, é importante lembrar que esses rituais faziam parte da antiga aliança, que teve seu cumprimento em Cristo.

Jesus e a Nova Aliança: Adoração em Espírito e em Verdade

Com a vinda de Jesus, o cenário mudou. Ele veio inaugurar uma nova aliança, que não dependia mais dos rituais do templo ou das práticas da Lei de Moisés. Em João 4:23-24, Jesus ensina à mulher samaritana sobre a verdadeira adoração:

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.”

A adoração que Jesus busca é aquela que vem do coração, que é sincera e que não depende de elementos externos, como instrumentos musicais.

O Papel do Coração na Adoração

O apóstolo Paulo, em sua carta aos Efésios, reforça essa ideia ao nos exortar:

“Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” (Efésios 5:19).

Aqui, o foco é claro: a verdadeira adoração acontece no coração. Não é a música em si que agrada a Deus, mas a sinceridade com que a louvamos. É o coração que toca a melodia que Deus quer ouvir, não um instrumento musical.

O único instrumento aceito na adoração a Deus é o coração porque quem canta, deve ser cânticos espirituais, salmos e hinos com o coração.

Um exemplo claro de que eles não usavam instrumentos está nos momentos em que se reuniam e um dos momentos mais marcantes, lembrado todos os domingos, é a ceia do Senhor diz a Palavra claramente:

“E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.”(Mateus 25:30)

Cala, mas não consente

Você certamente não vai encontrar passagem nenhuma dizendo que fumar é pecado. Você não vai encontrar passagem nenhuma dizendo que não pode passar geléia no pão da ceia. Você não vai encontrar passagem nenhuma dizendo que é proibido ofertar na quinta feira e você não vai encontrar passagem nenhuma dizendo que é pecado usar instrumentos musicais. Quando a Bíblia fala, nós devemos concordar e obedecer, mesmo se não concordar. Quando a Bíblia cala, nós devemos calar e não aumentar.

O Novo Testamento não proíbe porque ensina o que Deus quer. O que aconteceria se você fosse criança e sua mãe te desse R$ 50,00 para ir ao mercado comprar ovos. Você chegaria lá, perguntaria para o seu Zé se tem ovos, você pede uma caixa com 12. Chega em casa todo feliz e dá o ovo para a sua mãe. Ela pergunta, quanto custou? Você diz que custou R$ 12,00. Ela então pergunta:
– Onde está o troco?
– Ah, eu gastei comprando estas balas, chocolates, pirulitos e um brinquedo.
– O que? Esbreveja a sua mãe – Quem disse que você podia gastar o resto?
– É, mãe, você não disse que eu não podia.

Você sabe que vai ter consequências. Você acha que fazer mais do que Deus pediu só porque você não encontra claramente escrito proibindo te absolverá na presença de Deus? Não chegue lá para descobrir.

A Bíblia claramente ensina cantar. Quando ensina claramente uma coisa, exclui as demais por mais bonita que ficasse. Agua para ser considerada pura, tem que ser só água. Sem gosto, sem cor e sem cheiro. Adoração a Deus tem que ser pura, se acrescentar alguma coisa que Ele não pediu, deixa de ser pura por mais gostosa, cheirosa e bonita que você queira deixar.

Conclusão

Ao seguir Jesus, somos chamados a uma vida de simplicidade e sinceridade. A verdadeira adoração não se trata de quão bonito ou elaborado é o nosso louvor, mas de quão genuíno é o nosso coração ao fazê-lo. Instrumentos musicais, que foram usados no passado sob a antiga aliança, não são mais necessários na adoração a Deus. O que Ele deseja é que O adoremos em espírito e em verdade, com todo o nosso coração. Se formos capazes de fazer isso, estaremos oferecendo a Deus a adoração que Ele realmente procura.

Que possamos, então, cantar de coração, com sinceridade, sabendo que essa é a melodia que agrada ao nosso Pai celestial.