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APROXIMEMO-NOS DAS PESSOAS

APROXIMEMO-NOS DAS PESSOAS

“Então Jesus perguntou: — Qual destes três lhe parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos ladrões?

O intérprete da lei respondeu: — O que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: — Vá e faça o mesmo.” – Lucas 10:36-37

Concluindo estas reflexões a respeito da parábola do samaritano, chamou-me a atenção a pergunta de Jesus, que levou a uma resposta óbvia por parte do intérprete da lei. Este perguntara ao Senhor Jesus: “Quem é o meu próximo?”

Após contar a história que mostra o samaritano como o protagonista — algo bem característico no Evangelho de Lucas, no qual aparecem samaritanos, centuriões, cananeia, viúvas, prostitutas e cobradores de impostos como os “heróis da história”, colocando os religiosos como os “vilões” —, Jesus perguntou: “Qual destes três (levita, sacerdote e samaritano) parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos ladrões?”

Ora, todos os três passaram bem próximos do homem ferido, mas, para Jesus, somente um foi o seu próximo. O mestre da lei, a contragosto, nem tem coragem de citar o samaritano, mas apenas responde: “O que usou de misericórdia para com ele”.

Sempre imaginei que a proximidade tinha a ver com o quão geograficamente a pessoa está perto de mim, mas, por essa parábola, o próximo é aquele a quem desejo e deliberadamente me aproximo ou alguém que deseja proximidade de mim. Lembremo-nos do primeiro verbo de ação que o samaritano teve após compadecer-se do homem caído na estrada: “E, aproximando-se…” (Lucas 10:34).

Esta história fez-me pensar que podemos até estar próximos geograficamente das pessoas (no mesmo escritório, na mesma casa, na mesma rua e até frequentando o mesmo prédio da igreja), mas estarmos interiormente longe delas quando seus problemas, lutas e dificuldades não nos interessam.

Sim, na correria do dia a dia, podemos, egoisticamente, ficar tão concentrados em nós mesmos e em nossos problemas, que nem notamos o sofrimento das pessoas ao nosso redor ou, mesmo notando, seguimos cuidando de nossa vida sem nos envolver. Afinal, envolver-se dá trabalho, pois o amor custa caro.

Em contrapartida, mesmo longe geograficamente, podemos ser tão próximos a ponto de tomarmos tempo para uma ligação, uma conversa, hoje uma chamada de vídeo, e até mesmo o planejamento de uma viagem para passarmos tempo com alguém que sabemos que está vivendo lutas difíceis.

Já passei por problemas na vida nos quais pessoas bem próximas nem perceberam ou não quiseram se envolver. Em contrapartida, pessoas distantes se preocuparam, me procuraram e até vieram me visitar, apenas para saber se eu precisava de algo ou mesmo para orar comigo.

Portanto, não basta estarmos próximos das pessoas. A pergunta é se, como o samaritano, estamos sintonizados, com os corações abertos para gastarmos tempo acudindo alguém que precisa. Podemos estar tão próximos geograficamente, mas tão distantes, sem desejo de nos envolver. Em contrapartida, a distância geográfica não é empecilho para amarmos.

Que o bom samaritano nos ensine a “nos aproximarmos”, interessados, sempre que alguém estiver necessitado, começando com as pessoas com quem cruzamos no dia a dia, às vezes tão próximas geograficamente, mas tão distantes do nosso coração.

Mesa Redonda
O Livro Para os Jovens Cristãos

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