“João tratou de explicar a todos: — Eu, na verdade, batizo vocês com água, mas vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desamarrar as correias das suas sandálias; ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo.
“Ele tem a pá em suas mãos, para limpar a sua eira e recolher o trigo no seu celeiro; porém queimará a palha num fogo que nunca se apaga.” – Lucas 3:16-17
João Batista explica a ação de Jesus, mais poderoso, do qual ele não é digno de desamarrar as correias das sandálias. Jesus batizará com o Espírito Santo e com fogo.
Muitos pensam que o fogo representa as línguas de fogo que pousaram sobre os apóstolos no dia de Pentecostes em Atos 2:1-4. Porém, olhando o contexto, o fogo aqui representa juízo, que viria sobre aqueles que não correspondem à limpeza que o Senhor Jesus deseja fazer sobre cada pessoa.
Como bem disse anos antes Simeão, ao ver o bebê Jesus, o Senhor estava “destinado tanto para ruína como para elevação de muitos em Israel e para ser alvo de contradição” (2:34), isto é, seria impossível ficar indiferente para com a mensagem de Jesus. E vemos essa diferença em todo o evangelho.
Aqui em Lucas mostra que ante a mensagem de Jesus, as pessoas assumiriam a condição de trigo ou palha. Com a pá que o Senhor Jesus tem nas mãos separará o trigo para o seu celeiro, mas o destino da palha é o fogo, uma alusão ao fogo eterno do inferno, destino dos rebeldes.
No evangelho de Mateus há a separação entre as ovelhas e os cabritos, também em alusão ao juízo final. Os cabritos têm como destino o castigo eterno, mas as ovelhas, a vida eterna (Mateus 25:46).
O mesmo livro de Mateus mostra Jesus separando os peixes bons e os peixes ruins da sua rede. Os peixes bons são colocados no cesto, já os maus peixes serão jogados fora. O Senhor termina dizendo: “Assim será no fim dos tempos: os anjos sairão, separarão os maus dentre os justos e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.” (Mateus 13:49-50).
Já o evangelho de João mostra os seguidores de Jesus como ramos, que estão na videira que é o próprio Senhor, tendo Deus Pai como o agricultor. Aquele texto diz que os ramos que produzem são limpos para que produzam ainda mais. No entanto, os ramos que não produzem serão cortados da videira. E o Senhor Jesus continua: “Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.” (João 15:6). Neste texto de João, mais uma vez, o fogo representa o juízo.
Já ouvi algumas vezes pessoas dizerem: “quero ser batizado com fogo”. Estão fazendo um mau pedido, uma vez que ser batizado com fogo significa ser alvo de juízo e perdição.
A mensagem mais importante do texto de hoje é mostrar que, depende de nossa resposta à mensagem de Jesus, obediente ou rebelde, nosso destino. Temos a vida inteira para fazer isso, as portas dos céus estão abertas. Não demoremos, portanto, para respondermos com obediência ao chamado do Mestre.
Que no dia do Juízo Final, eu e você que lê este artigo, sejamos o trigo do celeiro, os ramos produtivos da videira, os bons peixes da rede e as ovelhas do bom Pastor, o Senhor Jesus.