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Conselho de Um Pai Para o Filho

Na minha casa não recebo muita ajuda “voluntária” por parte das minhas filhas. Por isso, tenho me esforçado para manter uma lista de tarefas e atribuições para serem cumpridas por elas. Porém, o fato de ter a lista não quer dizer que as coisas são feitas com zelo, esmero, energia, satisfação, contentamento… geralmente acontece muito ‘mi-mi-mi’ sobre quem está fazendo MAIS do que outra, ou desculpas do tipo ‘não fui eu que baguncei!’… Isso costuma ser tão desgastante, por isso mencionei que tenho me esforçado para manter a lista de tarefas, já que tem dias que considero mais fácil fazer tudo sozinha… mas insisto em atribuir obrigações porque sei que as consequências de assumir tudo sozinha são muito negativas para todos. Me esforço por manter a premissa: “Não faça pelos filhos aquilo que eles conseguem fazer por si mesmos. ”

Trabalhando durante anos com a igreja, percebo que também é difícil para o adulto assumir uma responsabilidade na coletividade e sustentar o serviço com esmero, energia, contentamento, satisfação… sem desviar o olhar para comparar o seu serviço com aqueles que, ao nosso ver, não estão fazendo muito. Me pego pensando em como me sentir motivada a limpar o prédio da igreja, ou participar de mutirão de limpeza, ou preparar o pão da ceia, ou passar anos ensinado às crianças, etc, repetidas vezes, sem sentir que estou perdendo algo, ao invés de perceber o ganho disso.

O ser humano funciona a partir de dois tipos de motivação: a motivação intrínseca (que vem de dentro de cada um), e a motivação extrínseca (baseada no que vem de fora, ou seja, ganhos materiais ou emocionais).

A motivação intrínseca é mais apurada, duradoura, constante, já que se baseia em seu próprio conjunto de regras e valores e direcionam você a atuar de maneira zelosa pelo simples fato de sentir prazer em concluir a tarefa, mesmo que ninguém a reconheça ou presencie. Já sentiu um imenso prazer em lavar o banheiro da sua casa só para poder usá-lo depois sentindo o cheirinho de limpeza? Já dedicou um sábado inteiro lavando o carro, aspirando e polindo só para admirar o brilho e sentir aquela satisfação? Já se esforçou durante horas e anos para aprender a tocar um instrumento e conseguir tocar uma música inteira com perfeição? Todas essas coisas têm haver com a motivação intrínseca.

O Rei Davi entendia perfeitamente de onde vem a maior motivação para servir e aconselhou seu filho Salomão sobre os passos a serem seguidos para conservar o coração disposto e leal.

1Cronicas 28: 9-10 – “E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-o com coração perfeito e espírito voluntário; porque o Senhor esquadrinha todos os corações, e penetra todos os desígnios e pensamentos. Se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para sempre.  Agora toma cuidado, porque o Senhor te escolheu para edificares uma casa para o santuário; esforça-te, e faze a obra.”

Quando li este conselho de um pai (Davi) para seu filho (Salomão) fiquei a imaginar o quanto esse pai estava ligado a Deus num íntimo relacionamento; o conselho soa como uma experiência sendo compartilhada. Davi orienta o filho a “conhecer a Deus e servi-lo de coração íntegro e alma voluntária”. Ele está fazendo referência a um Deus próximo, aberto, generoso, que deseja se fazer conhecido e que, de antemão já me conhece profunda e intimamente.

Este conselho me ajuda a estabelecer o foco:

1°- Conhece a Deus: Busca-O e será atendido. Neste processo o Senhor fará o trabalho de aperfeiçoamento do coração e pensamentos segundo a vontade dEle. A motivação perfeita virá através do Deus Pai amoroso que tem planos perfeitos para nós e nos preenche com a certeza do nosso valor.
2°- Serve a Deus: Agora, com o coração íntegro e alma voluntária. O relacionamento com Ele inicia naturalmente o processo de servi-Lo, não do meu jeito, mas “com o coração íntegro e alma voluntária”.

Que Pai perfeito! Ele faz todo o trabalho de motivação, capacitação, orientação e preparação. A mim basta que eu dê o primeiro passo de busca, pois Ele anseia por ser achado.

Ah, como desejo aprender e seguir corretamente este princípio! Me pego colocando o “servir”, “trabalhar”, “organizar”, antes do “CONHECER” e isto é “fazer do MEU jeito”, por isso o cansaço ou a frustração às vezes tiram meu foco.

Lembro também de Marta em Lucas 10:40, que manteve ardentemente o foco em servir Jesus.  Não que o servir seja o problema, pois é algo necessário e agradável. Porém, Marta tirou o foco da motivação correta e usou de comparação com sua irmã Maria. Jesus, diante da frustração dela, tentou com amor ensiná-la que “a melhor parte” é conhecê-Lo profundamente.

Se me comparar com os “outros” provavelmente irei me colocar na posição errada da vanglória, orgulho, preguiça ou desmotivação. Se me comparar com o sacrifício de Jesus na cruz, então serei constrangida a trabalhar de maneira zelosa, voluntária, sedenta, pois o Filho de Deus é o maior e o perfeito exemplo de servo.

Quero seguir os conselhos de Davi para o seu filho, quero manter o coração voltado para o Senhor e a obra dEle. Quero manter o foco em Jesus e no Seu sacrifício por mim.

Oh, Senhor, trabalha em mim para que eu amadureça praticando a prioridade, que é te conhecer, pois entendi que é o Senhor quem me preenche para “ser forte e fazer a obra” (1Cr 28:10)

QUERO CONHECER JESUS, AQUELE A QUEM EU SIRVO.

Mesa Redonda
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