A frase sugerida para o artigo desta semana é quase um clichê no meio religioso e até mesma na igreja do Senhor.
O contexto da frase é Josué, aos 110 anos, quase se despedindo desta vida, desafiando o povo de Israel a escolher quem vão seguir: Javé, Deus Todo-Poderoso ou os deuses falsos das nações vizinhas. Ele já tomara sua decisão com a frase: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24:15).
Porém, nem todos os líderes do Velho Testamento conseguiram esse feito e quero citar três deles.
1) Eli, o sacerdote e penúltimo juiz de Israel. A razão dos filhos de Eli não seguirem uma vida fiel a Deus parece estar no fato dele ter sido bastante permissivo e não repreender os filhos em seus pecados, conforme podemos ver nos textos a seguir: 1 Samuel 2:12, 17 e 21-30.
2) O rei Davi, provavelmente em razão da incoerência que mostrou entre sua dedicação a Deus e sua queda com Bate Sebá. Sua vida pode ser vista antes e depois daquele pecado. Tornou-se fraco, sem coragem para corrigir os desmandos dos filhos, provavelmente pela culpa que carregava por seus próprios pecados: 1 Samuel 12:11-15.
3) Samuel, profeta, juiz e sacerdote de Israel, teve uma vida pessoal muito dedicada a Deus e de bastante integridade. Mas parece ter descuidado da família em razão de provavelmente ter negligenciado o tempo com ela: 1 Samuel 2:18-21, 3:1, 19-21, 8:1-7.
Tomando o exemplo desses 3 homens de Deus, quais lições podemos tirar para as nossas vidas? Para termos uma família piedosa, precisamos primeiro sermos nós mesmos exemplos de piedade e integridade. Seguem algumas lições:
1) Os pais devem ensinar sempre, sem desanimar, mesmo que os filhos não gostem. Porém, em doses homeopáticas, com o próprio exemplo de estudo e busca da vontade de Deus na Palavra (Deuteronômio 6:4-7, Efésios 6:4 e Colossenses 3:21). Os filhos precisam ser orientados e, mesmo que errem (e vão errar), devem estar cientes da diferença entre o certo e o errado vindo de seus pais.
2) O ensino deve ser coerente com a vida que vivem. É ensinar com o exemplo pessoal. Os pais não podem ter vida dupla, uma enquanto estão reunidos com a igreja e outra enquanto estão em casa. A hipocrisia e a incoerência são pontos muitos fortes para desanimar os filhos, que podem ficar revoltados quando cobrados por algo que não nos veem fazendo (Colossenses 3:21)
3) Vamos reconhecer perante os filhos quando erramos e pedir perdão a eles. Não devemos exigir perfeição dos filhos, uma vez que não somos perfeitos e eles veem nossas incoerências em casa. Devemos ainda pedir perdão quando errarmos com os filhos ou com o pai ou a mãe deles, nosso cônjuge (Atos 15:10).
4) Como o justo Jó, oremos diariamente por nossos filhos para que tenham força para dizer não às influências do mundo sobre eles; Jó 1:1-5, 31:1-2 e 29:11-17. Vejo Satanás atacando as famílias da igreja hoje através dos filhos. E é um desafio no meio de tanta mensagem satânica eles ouvirem nossa pregação sobre o evangelho. Precisamos de força espiritual que somente Deus através do seu Espírito pode conceder (2 Coríntios 10:3).
5) Descansemos em Deus e esperemos no trabalhar dele sobre nossos filhos. Permitamos que Deus discipline nossos filhos como o pai da parábola do filho perdido de Lucas 15 fez. Deixou que o filho rebelde tomasse suas decisões e que sofresse as consequências. Temos a tendência de não permitir que o processo disciplinar do Senhor seja concretizado quando vemos o filho rebelde sofrendo. Deixemos que Deus realize a boa obra em nossos filhos (Filipenses 1:6), mesmo doendo nele e, claro, muito mais em nós.
Irmãos, nossas famílias não são perfeitas. Que possamos ajudar uns aos outros, inclusive chorando no ombro uns dos outros quando passamos por crises severas na família.
A igreja é uma família espiritual formada por muitas famílias carnais em busca da espiritualidade. Que possamos nos ajudar uns aos outros.
Deus abençoe a todos nós, em especial, a nossos filhos!