“Chegando a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas judaicas, tinham também João como auxiliar” – Atos 13:5
“E navegando em Pafos, Paulo e seus companheiros dirigiram-se a Perge da Panfilia. João, porém, apartando-se deles, voltou para Jerusalém.” – Atos 13:13
“E Barnabé queria levar também a João, chamado Marcos. Mas Paulo não achava justo levarem aquele que se afastara desde a Panfilia, não os acompa nhando no trabalho. Houve entre eles tal desavença, que vieram a separar-se. Então, Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre.” – Atos 15:37-39
“Saúda-vos Aristarco, prisioneiro comigo e Marcos, primo de Barnabé…” – Colossenses 4:10a
“Aquela que se encontra em Babilônia, também eleita, vos saúda, como igualmente meu filho Marcos” – 1 Pedro 5:13
“Somente Lucas está comigo. Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério.” 2 Timóteo 4:11
Primo e companheiro na segunda viagem missionária de Barnabé, filho na fé de Pedro, companheiro na primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé, filho de Maria.
Este é João Marcos, cujo nome quase sempre está acompanhado de alguém de destaque nas páginas do Novo Testamento como Paulo, Pedro e Barnabé. Ele inicia como coadjuvante nas aventuras missionárias de Paulo, decepciona o apóstolo, ajuda a Pedro e termina como o autor do primeiro evangelho escrito, provavelmente a base para os demais, escritos por Mateus, Lucas e João.
João Marcos, em Atos 13:5, é auxiliar na primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé. Oito versículos depois, 13:13 vemos Marcos apartando-se, mesma palavra grega utilizada para deserdando, e volta para Jerusalém. O escrito bíblico não explica os motivos, mas, sua atitude não passou despercebida, tanto que acaba sendo o motivo da separação de Paulo e Barnabé na segunda viagem.
Não sabemos os caminhos tomados por Marcos, a Bíblia não relata. Porém, anos depois, encontramos seu nome mencionado na carta de Pedro, Paulo, especialmente em 2 Timóteo, no final da vida, o apóstolo dos gentios reconhece no jovem João Marcos uma pessoa útil para o serviço cristão. Segundo da tradição cristã, ele foi importante para que o evangelho chegasse ao Egito, sendo ainda hoje homenageado pelos cristãos daquela região.
João Marcos nos traz a mente a necessidade de humildade para não desanimarmos quando caímos. E na vida cristã, em algumas áreas ou em determinados momentos vamos cair.
E quando cairmos, talvez sejamos corrigidos até com certo exagerado, como lhe fez Paulo, mas também contaremos com um ombro amigo, como ele contou com o ombro de Barnabé, bem como alguém nos dará uma segunda chance, como fez Pedro. Talvez esses tipos diferentes de personalidades sejam utilizadas por Deus para o nosso crescimento. Provavelmente o “puxão de orelhas” forte de Paulo o tenha feito pensar em sua atitude, tenha servido para que amadurecesse. E o carinho, a paciência de Barnabé também tenha contribuído para que não desanimasse na caminhada cristã.
Sim, todos nós vamos cair em determinados momentos ou áreas da vida. Mas, sendo humildes, reconhecendo o erro e nos levantando, certamente o Senhor estará pronto para nos dar uma segunda chance. E quando nos levantarmos em vitória seremos reconhecidos até mesmo por aqueles que não acreditaram em nós, como fez Paulo no final de sua vida, ao escrever a Timóteo e pedir que Marcos lhe fosse enviado, pois se tornara uma pessoa útil (2 Timóteo 4:11).
Marcos representa em grande parte a vida cristã de toda pessoa dedicada a Deus. Vai iniciar com certa hesitação, vai falhar e decepcionar alguns irmãos, mas se permanecer dará a volta por cima, vencerá e será aplaudido no final, em especial pelo Senhor Jesus, quando encerrar a carreira.
Quais os requisitos necessários para se continuar fiel depois de uma queda e diante da descrença de alguns?
A primeira, essencial, é continuar olhando para Jesus, o exemplo, o modelo de superação, àquele a quem no final prestaremos contar. Olhando Jesus deixaremos de olhar as cobranças, as acusações talvez, o meneio de cabeça de alguns, pois só teremos olhos para fixar o Mestre, sempre pronto a dar uma segunda chance para o coração arrependido.
O segundo requisito é a humildade, para reconhecer o erro, para aceitar a correção, mesmo aquela mais firme, para voltar atrás, para nos submeter àqueles mais crescidos espiritualmente, para servir, mesmo como coadjuvantes, mesmo num serviço que pareça sem importância.
O resultado é que aquele que sonda os corações, que nos conhece, ao perceber que tudo aquilo é feito para Lhe agradar, vai nos honrar, nos levantar e colocar num lugar de destaque onde até os nossos adversários aplaudirão e reconhecerão (Tiago 4:10, 1 Pedro 5:5 e Lucas 18:14).
Irmãos, servimos o Deus da segunda chance, representado pelo pai do filho perdido de Lucas 15, um Pai amoroso, que nos deseja ter com Ele e, se porventura cairmos, estará ansioso para nos receber de volta, correrá até a metade do caminho, nos receberá com honra e curará as nossas feridas provocadas pela rebeldia ou pela queda.
Vamos vigiar para não cairmos. Porém, se cairmos, se errarmos, se pecarmos, que os sentimentos que surgem nesses momentos nos levem de volta a Ele, nosso Pai, o Deus da segunda chance, sempre pronto a nos receber nos seus braços firmes e termos. Aleluia!