A adição de instrumentos musicais é opinião humana no lugar onde a Bíblia não fala nada aprovando. Também é opinião dizer que ela não fala nada desaprovando. No entanto, muitas práticas não são adotadas porque a Bíblia não fala nada sobre aquilo, mesmo proibindo. Então, quando a Bíblia fala claramente que devemos cantar, exclui qualquer outra atitude no louvor com música para Deus.
ESFORÇOS PARA JUSTIFICAR A MÚSICA INSTRUMENTAL NA ADORAÇÃO.
Não suportando o apoio bíblico à música vocal na adoração, são feitos muitos esforços e objeções para justificar a música instrumental. Alguns desses esforços serão resumidamente tratados:
1. Alguns tentam justificar a música instrumental na adoração do Novo Testamento dizendo que ela fazia parte da adoração do Velho Testamento. Mas se isso autoriza tocar instrumentos musicais na adoração, também autoriza a oferta de sacrifícios de animais e a queima de incenso. Se os homens citam música instrumental na adoração com base no Velho Testamento, logicamente teriam que trazer sacrifícios de animais e queimar incenso também. Se o homem abandona os sacrifícios de animais e a queima de incenso na adoração com base no fato de Jesus não os incluir no Novo Testamento, então deve também abandonar os instrumentos, pela mesma razão. (Para constatar que estamos vivendo hoje sob a lei do Novo Testamento, veja o capítulo X).
2. Argumenta-se também que é certo tocar instrumentos musicais na adoração porque são mencionadas harpas no céu. Introduzir na adoração da igreja, aqui na terra, as coisas mencionadas no céu, leva os homens a dificuldades maiores do que suspeitariam. Por exemplo, um versículo que menciona harpas também menciona “taças de ouro cheias de incenso” (Ap 5:8). É certo ter incenso na adoração só porque é mencionado que existe no céu? Não! Mas há tanta autoridade para o incenso na adoração quanto para a harpa ou qualquer outro instrumento de música. Se o incenso mencionado no céu é literal ou simbólico, certamente terá a minha aprovação. E as harpas que estão na cidade celestial, seja em linguagem literal ou figurada, serão de meu agrado. E se Deus tivesse incluído a harpa ou incenso, ou ambos, na igreja, não haveria nenhuma objeção da minha parte, mas o fato é que Ele não os incluiu.
3. Um outro grupo alega que não há autorização para a música instrumental na adoração, mas insiste que é um expediente, uma coisa diferente, algo que se pode ter ou deixar de ter. Se é uma questão indiferente, por que não a omitem, quando tantos outros se opõem a ela conscientemente? Por que insistir num expediente para a divisão do povo religioso? Aqueles que são indiferentes a esta questão não o são por causa de algo sem importância; são assim como resultado da indiferença ao princípio de permanecer fiel ao padrão divino, sem acrescentar nada ou tirar coisa alguma.
4. Alega-se que o uso de instrumentos se justifica porque ajuda o canto. Se o instrumento ajuda ou não o canto, depende do propósito com o qual cantamos. Se fazemos música com o propósito de entreter a audiência, promover um espetáculo, apelando para aqueles que não desejam adorar em espírito e em verdade, então o instrumento talvez seja útil. Este, todavia, não é o propósito do nosso canto. Um dos propósitos é ensinar e admoestar uns aos outros (Cl 3:16). O uso do instrumento nos ajudará a ensinar e admoestar? Não! Frequentemente encobre as palavras e nos impede de sermos ensinados ou admoestados. Portanto, interfere com um dos propósitos pelos quais cantamos, em vez de ajudá-lo.
5. Uma das tentativas para justificar a música instrumental é dizer que nós, ocasionalmente, usamos o diapasão. Este argumento é muito fraco e dá a franca impressão de que seus representantes querem provar seu ponto de vista a todo custo, porque a música instrumental e o diapasão não são a mesma coisa; e mesmo que fossem, não provaria que eles são aceitáveis a Deus apenas porque nos usamos o diapasão. A citação seguinte é útil: ”Tudo aquilo que é essencial para dar um comando está envolvido no comando; dar o tom é a ordem para cantar… quando um diapasão é usado para dar o tom, não é feito nada no canto que não possa ser feito sem ele… Mas quando um instrumento musical é usado com o canto, é feito algo que não pode ser feito sem ele… a saber, um outro tipo de música é feito simultaneamente com o que é feito pela voz humana. É louvar a Deus com dois tipos de música, quando o próprio Deus escolheu e apontou somente um tipo”.
6. Ocasionalmente ouvimos: “Vocês têm música instrumental em casa? Se você pode tê-la em casa, pode tê-la na igreja também”. Oh não. Temos muitas coisas em casa que não temos na igreja. Lavamos panelas e caldeirões em casa, mas não o fazemos quando nos reunimos para adorar. Comemos frango frito e molho em casa, mas só comemos pão e bebemos o suco da videira à mesa do Senhor. O Senhor ordenou o pão e o suco da videira, e isso exclui qualquer outro tipo de comida à mesa do Senhor; do mesmo modo, o Senhor mandou-nos cantar, fazer música vocal, isto exclui qualquer outro tipo de música.
7. Já foi dito que “A Bíblia não diz se devemos ou não ter música instrumental. Isto prova que ela é aceitável a Deus? Nesse caso, prova que a queima de incenso é aceitável; pois ninguém pode ler, “não queimarás incenso na adoração”. Também provaria que bife e pão quente são aceitáveis na mesa do Senhor; porque ninguém pode encontrar o mandamento, “não comerás bife e pão quente na mesa do Senhor”. Tal princípio enganoso é baseado na ideia de ser guiado pelo que a Bíblia não diz, em vez do que Ela diz. Para agradar a Deus, devemos ser guiados pelo que Ele disse, porque Ele nos advertiu a não irmos além das coisas escritas (1 Co 4:6). Prestemos bastante atenção a esse aviso.
Com este artigo, termina aqui a série sobre “MÚSICA BÍBLICA NA ADORAÇÃO”
Este texto e os próximos desta série foi tirada quase que literalmente do livro: “Por Que Sou Membro da igreja de Cristo”. Infelizmente o livro encontra-se esgotado e não pode ser reimpresso por questões de direitos.