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A Paixão e o Desespero de Lauretta

A Paixão e o Desespero de Lauretta

Todo mundo gosta de música, não é? A música tem sido usada como uma ferramenta para muitas coisas, inclusive para influenciar. Gosto musical não se discute, talvez se lamenta. Se você é jovem, já gosta de música desde criança. Você é adolescente e já está pensando em se tornar jovem. Antes de dar este passo tão importante, o que devemos aprender sobre amor e a fé? Uma música pode te ensinar sobre a vida. Esta música da qual vou falar abaixo é, na minha opinião, uma das melodias mais bonitas já composta e uma das letras mais tristes já escrita. Antes, vamos recapitular a vida até aqui.

Como é bom ser criança, adolescente e jovem, mas a maior parte da sua vida será a vida adulta e talvez até querendo voltar para ‘os melhores anos da sua vida’, no entanto tudo o que você fizer ou deixar de fazer na juventude é que você vai levar para o resto da sua vida e, depende do que você vai fazer não vai querer voltar. Contrariando os especialistas, na juventude é que você molda e consolida o seu caráter. Deus é tão bom conosco e nos deu muitos prazeres, mas que, se mal utilizados, podem tornarem-se nossa maldição. Precisamos conhecer os sentimentos e dominar sobre eles porque o sentimento é um péssimo senhor, mas pode ser um excelente servo. Sentimentos servem para nos servir, não para controlar nossas vidas.

E o que a Lauretta Tem a Ver Com Isso?

Uma das melodias mais tocantes com uma letra até pequena é a ópera Gianni Schicchi. *Gianni Schicchi* é uma ópera cômica em um ato de Giacomo Puccini, baseada em um episódio da Divina Comédia de Dante Alighieri. Ambientada em Florença, no século XIII, a trama gira em torno de uma família gananciosa que tenta alterar o testamento de Buoso Donati, um parente recém-falecido, para herdar sua fortuna.

Eles chamam Gianni Schicchi, um astuto camponês, para ajudá-los a falsificar o documento. Schicchi, entretanto, dá um golpe na própria família, deixando os melhores bens para si. A ópera explora temas de astúcia, ganância e ironia, com momentos cômicos e emocionais, incluindo a famosa ária “O mio babbino caro“, cantada por sua filha Lauretta que está perdida de paixão e quer se casar ou morrer.

Lauretta, de uma certa forma, é um retrato da juventude que está apaixonada e confunde com o amor e se deixa levar. A paixão cega e faz com que marquemos nossas vidas para sempre. Talvez você nunca vai esquecer o primeiro beijo, aquela sensação inebriante da paixão, e isto pode te perseguir para toda a sua vida. “Cabe a ti dominá-la”. Ou você a domina ou ela te devora.

Lauretta argumenta que o rapaz é ‘bello’ e por isso está apaixonada por ele. É o único argumento dela para com ele ter um compromisso. Ela quer comprar um anel para selar este compromisso e ter a permissão do pai, caso contrário, ela ameaça se matar. Isso não é amor, isso é paixão.

O que a Paixão nos Faz Sentir?

Você já se pegou sentindo aquele frio na barriga, aquela mistura de felicidade e ansiedade só de pensar em alguém? É incrível como a paxião pode nos afetar tão profundamente, mexendo com nossas emoções e até mudando nosso comportamento. Na ária “O mio babbino caro”, de Giacomo Puccini, vemos isso na personagem Lauretta, que está completamente apaixonada. Ela chega ao ponto de ameaçar se jogar de uma ponte caso seu amor não seja correspondido! Apesar de parecer exagerado, esse tipo de intensidade nos faz refletir: até que ponto a paixão deve nos conduzir?

Na sociedade atual, a paixão muitas vezes é tratado como algo que devemos “sentir” intensamente, como se fosse tudo ou nada. O problema é que, muitas vezes, deixamos que as emoções falem mais alto do que a razão e a fé. A paixão é passageira e a fé eterna. Assim como Lauretta, podemos cair na armadilha de achar que o amor romântico é o sentido maior da vida. Mas será que o amor carnal que sentimos aqui na terra é o mais importante? E como equilibramos isso com o que Deus ensina sobre amor e propósito?

A Bíblia chama este amor da carne de concupiscência, ou seja, desejo da carne. Se você se deixa levar pela paixão, é tentado e cai em pecado por este desejo e pode te custar a alma (Tg 1:12-5). Seu corpo é emprestado e você vai ter que devolver melhor do que recebeu e olha que quando recebeu era puro e santo.

O Amor que Tudo Suporta

A Bíblia nos fala muito sobre o amor, e com certeza o capítulo mais famoso sobre isso seja 1 Coríntios 13. Paulo descreve o amor como algo paciente, bondoso, que não inveja, não se orgulha, não se ira facilmente. Ele escreve:

“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13:7).

Se compararmos com o que Lauretta está sentindo, percebemos que ela tem o desespero de quem acredita que sua felicidade depende exclusivamente do amor de uma pessoa. Mas o amor verdadeiro, o amor que Deus deseja para nós, não deve nos deixar à beira do abismo, dispostos a tudo por um sentimento. O amor que vem de Deus nos traz equilíbrio, paz e um senso de propósito que vai além do nosso desejo imediato. O amor verdadeiro não deixa remorsos.

Quando estamos começando a explorar o mundo dos relacionamentos, é comum achar que aquele primeiro amor ou paixão é tudo na vida. Mas não podemos esquecer que o amor verdadeiro é, antes de tudo, uma escolha de viver o que Deus nos ensina, de ser paciente e de esperar pelo que é bom, sem perder de vista quem somos em Cristo. Nosso valor não está no quanto somos amados por outra pessoa, mas no quanto somos amados por Deus.

Encontrando Propósito no Amor

Lauretta, em seu desespero, ameaça se jogar no rio se seu amor for rejeitado. Quantas vezes, na juventude, não sentimos esse mesmo desespero quando enfrentamos frustrações amorosas? Quando aquele ‘crush‘ não nos dá atenção, quando um relacionamento termina ou quando nos sentimos sozinhos e não correspondidos. O mundo nos diz que o relacionamento perfeito é o que vai nos fazer completos, mas Jesus nos ensina algo bem diferente.

Lembro sempre de uma moça que minha esposa conheceu numa corretora de seguros que a atendia sempre. Um dia ela não estava lá atendendo e a Teca perguntou onde ela estava e os colegas de trabalho informaram que ela morreu. Foi um choque! O motivo? ‘Morreu de amor’. O namorado a deixou e ela ficou tão triste que acabou morrendo. A paixão é uma força que deve ser usada a nosso favor e não para nos consumir.

No Evangelho de Mateus, Jesus fala sobre o maior mandamento:

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro e grande mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37-39).

Percebe como Jesus coloca o amor a Deus como o principal? É esse amor que nos dá identidade, força e a capacidade de amar os outros de forma saudável, sem nos perdermos no processo. Somente pelo amor de Deus vale a pena se consumir com todo coração, alma e entendimento, porque foi isso que Ele fez por nós. O amor de Deus nos salva, mas a paixão nos mata com tons de crueldade.

Isso não quer dizer que o amor romântico seja errado ou que não devamos buscá-lo. Pelo contrário, o amor (paixão) é um presente de Deus, algo para ser desfrutado, mas sempre com os pés no chão e os olhos em Cristo. O amor humano é uma experiência maravilhosa, mas ele deve ser equilibrado com o amor por Deus e pelo nosso propósito de vida.

Guardando o Coração e Compartilhando a Fé

A Palavra também nos alerta sobre a importância de guardarmos o nosso coração. Em Provérbios 4:23 lemos:

“Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida.”

Isso nos mostra a necessidade de ter sabedoria e cautela quando o assunto é o amor e os relacionamentos. Nosso coração, onde estão nossos sentimentos mais profundos, precisa estar protegido para que não caiamos no erro de colocar outra pessoa no lugar de Deus em nossas vidas.

Outro ponto importante é: como compartilhar nossa fé em meio às nossas experiências amorosas? Como jovens cristãos, somos chamados a sermos exemplos, não só no que acreditamos, mas também no modo como vivemos nossas vidas. Mostrar que nosso amor por Deus é a base de tudo o que fazemos — inclusive em nossos relacionamentos — é um testemunho poderoso. Ao nos relacionarmos, seja em namoro, amizade ou família, devemos sempre lembrar de colocar Cristo como o centro.

Conclusão: O Maior Amor

O que podemos aprender com Lauretta é que o amor humano é maravilhoso, mas também pode ser intenso e até perigoso quando nos deixamos levar apenas pela emoção. Jesus nos chama para algo maior: amar a Deus acima de todas as coisas e amar o próximo como a nós mesmos. O amor de Deus nos guia e nos protege de tomar decisões precipitadas ou de nos desesperarmos quando as coisas não saem como planejado.

Ao começar a trilhar o caminho dos relacionamentos, lembre-se de que o amor mais importante é o que vem de Deus. É esse amor que dá sentido à nossa vida e que nos ajuda a amar os outros de maneira saudável, segura e duradoura. E mesmo quando enfrentamos o desespero, como Lauretta, podemos sempre voltar à fonte do amor verdadeiro, que é Cristo, e encontrar Nele paz e direção.

Finalmente, uma resposta para Lauretta (a paixão) que está dentro de nós:

“Filho meu, atenta para as minhas palavras; aos meus ensinamentos inclina os ouvidos. Não os deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-os no mais íntimo do teu coração. Porque são vida para quem os acha e saúde, para o seu corpo. Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida. Desvia de ti a falsidade da boca e afasta de ti a perversidade dos lábios. Os teus olhos olhem direito, e as tuas pálpebras, diretamente diante de ti. Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam retos. Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal” (Provérbios 4:20-27)

E ainda tem espaço para mais um conselho eterno?

“Agra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas.
10 Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade. 1 Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer; antes que se escureçam o sol, a lua e as estrelas do esplendor da tua vida, e tornem a vir as nuvens depois do aguaceiro…” (Ec 11:9,10; 12:1,2)

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