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O CRISTÃO E AS FESTAS POPULARES

INTRODUÇÃO

Dia 31 de outubro foi realizada em várias partes do mundo a festa do Halloween, celebrada especialmente nos EUA.

E tem se tornado popular também no Brasil, que importa muito da cultura estadunidense, para o bem e para o mal. Não podemos deixar de reconhecer, por exemplo, que devemos aos missionários norte-americanos o trabalho evangelístico iniciado em nosso meio na década de 30, com destaque para a década de 60 em diante.

Muitas escolas fazem a festa e dividem os pais: contra e a favor. E nós, como cristãos, qual deve ser a nossa posição?

Nossas atitudes e decisões devem ter como base princípios extraídos da Palavra de Deus, uma vez que não iremos encontrar na Bíblia o mandamento “Não participarás da festa de Halloween”, mas princípios bíblicos servirão para nossa decisão.

Quero começar com o primeiro princípio que utilizo para muitas de minhas decisões:

“Examinem todas as coisas, retenham o que é bom. Abstenham-se de toda forma de mal.” – 1 Tessalonicenses 5:21-22

É importante que cada discípulo não siga o modismo, não seja como um vento levado por qualquer ensino (Efésios 4:14), mas reflita, pondere, tome a sua decisão, mas evite condenar quem pensa diferente. Todos nós prestaremos contas a Deus de nossos atos, não uns aos outros (Romanos 14:10-12).

I – A ORIGEM DE FESTA POPULARES COMO O HALLOWEEN

A maioria das festas populares, como a festa de Halloween, tem origem pagã, depois acrescida de valores cristãos.

No caso de Halloween, alguns povos pagãos na Europa tinham uma festa nesse dia celebrando o fim da época da colheita e o início do inverno. 

Essa noite estava também ligada a rituais religiosos para apaziguar os deuses e os espíritos dos mortos.

Eles acreditavam que naquela noite o deus da morte permitia aos mortos retornarem à terra, fomentando um ambiente de terror.

Através do sincretismo religioso, isto é, o fenômeno que ocorre quando elementos de diferentes tradições religiosas são combinados em uma única prática ou crença, a festa passou a ser aceitável para a religião dominante na época, o catolicismo.

Há outros exemplos de sincretismo. Cito os “santos” católicos que nada mais são que a adaptação do panteão dos deuses do Monte Olimpo dos gregos e dos romanos. Apenas trocou-se o nome, por exemplo, de Mercúrio para Paulo, entre outros “santos” do catolicismo (Atos 14:12).

Halloween – traduzido literalmente significa – “véspera de todos os santos”, isto é, 31 de outubro, véspera do dia 1º de novembro, celebrado pelo catolicismo como o Dia de Todos os Santos. Qualquer semelhança com o episódio ocorrido em atos 17:17-31 não é mera coincidência.

Para muitos, Halloween é só uma noite para se fantasiar e brincar de “gostosura ou travessura” (pedir doces de porta em porta). 

Por outro lado, há muita ênfase em coisas ruins como demônios e bruxas. 

A noite de Halloween é uma data importante no calendário de praticantes de bruxaria e satanismo.

Um irmão em Cristo mostrou fotos de uma celebração num condomínio onde trabalhou. Mais parecia um cemitério.

Outro exemplo: festa de Cosme e Damião, segundo historiadores, irmãos gêmeos que ficaram famosos por serem médicos que não cobram pelos seus serviços. Foram presos, torturados e martirizados por serem cristãos e posteriormente canonizados.

Na umbanda Cosme e Damião são associados aos filhos gêmeos de Iansã e Xangô, e representam as crianças.

Origem da festa junina

Os historiadores apontam que as origens da festa junina estão diretamente relacionadas a festividades pagãs realizadas na Europa na passagem da primavera para o verão, momento chamado de solstício de verão. 

Essas festas eram realizadas como forma de afastar os maus espíritos e qualquer praga que pudesse atingir a colheita. 

Para melhor entendermos isso, é preciso considerar que o solstício de verão no hemisfério norte acontece exatamente no mês de junho.

As comemorações realizadas por diferentes povos pagãos europeus começaram a ser “cristianizadas” a partir do momento em que o catolicismo se consolidou como a principal região do continente europeu. 

Assim, a festa originalmente pagã foi incorporada ao calendário festivo.

Essa foi uma prática comum. Para facilitar a conversão dos diferentes povos pagãos, fazia-se uma aculturação das festividades, adicionando-as ao calendário católico e acrescentando nelas elementos cristãos. 

O Dia de Santo” Antônio é comemorado a 13 de junho por ser a data de sua morte. Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália, no dia 13 de junho de 1231. Antônio foi inicialmente um frade agostiniano e foi um grande estudioso e pregador.

Já o dia 24 de junho teria sido o dia do nascimento de João Batista, que batizou Jesus. A fogueira de São João, um dos principais símbolos da festa junina, é acesa na noite do dia 23 de junho e preparada para queimar durante vários dias de festa. Na tradição, a mãe de João Batista teria acendido uma fogueira no alto de uma montanha para avisar Maria sobre o nascimento de João. 

Dia de São Pedro – 29 de junho, o apóstolo teria sido crucificado de cabeça para baixo, e dia de São Paulo, que por ser cidadão romano foi decapitado. Os romanos não crucificavam seus cidadãos (Atos 22:25-28). Ambos, segundo a tradição, teriam morrido no mesmo dia.

COMO O CRISTÃO DEVE, ENTÃO, TOMAR SUA DECISÃO?

  1. Há apenas uma comemoração autorizada na Bíblia para o povo de Deus.

A ceia do Senhor – instituída pelo próprio Jesus horas antes de sua morte na cruz por nós, conforme relato nos evangelhos e na carta de Paulo, além de citações no livro de Atos (Atos 20:7 e 1 Coríntios 11:17-34).

Portanto, não há nenhuma data na Bíblia, que nos instrui a celebrar a Páscoa, o Natal, Corpus Christi, entre outros feriados religiosos. No caso do Corpus Christi há a interpretação religiosa de que o pão e o suco da videira se tornam literalmente o corpo e o sangue de Cristo, doutrina chamada de transubstanciação.

Todos os domingos celebramos a única festa orientada pela Palavra de Deus, a ceia do Senhor, que relembra a morte de Cristo, nosso cordeiro pascal (1 Coríntios 5:7).

  1. Todos os cristãos são santos, tão santos como aqueles destacados na Bíblia. Nossa santidade vem da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus e não dos nossos méritos. Ao passarmos pelo crer, arrepender, confessar, sermos batizados, nos tornamos santos, conforme a maneira como Paulo se dirigia aos cristãos em cada um de suas cartas como, por exemplo, carta aos coríntios (1:1-2) e aos filipenses (1:1).

A obra de Paulo, Pedro, Maria, José e tantos outros tiveram muita influência na história da igreja. Mas elas não os fizeram mais santos do que cada um dos que hoje creem, se arrependem, confessam Jesus, são batizados e permanecem fiéis.

Portanto, tenhamos cuidado com as homenagens feitas a seres humanos, que podem levar-nos à adoração deles, o que é idolatria.

“Mas vocês não serão chamados de “mestre”, porque um só é Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. Aqui na terra, não chamem ninguém de “pai”, porque só um é o Pai de vocês, aquele que está nos céus. Nem queiram ser chamados de “guias”, porque um só é o Guia de vocês, o Cristo.” – Mateus 23:8-10

Há alguns anos alguns irmãos quiseram dedicar uma edição do boletim Amo Jesus, das igrejas de Deus na cidade de Guarulhos, para um irmão que tinha falecido e fora muito dedicado a Jesus e ao reino dele. Graças a Deus a maioria dos irmãos não concordou. Eu fui um dos contra a essa ideia e tive que conviver com o olhar reprovador de alguns irmãos, que tinham feito a sugestão.

TENHAMOS ALGUNS PRINCÍPIOS BÍBLICOS

1 Coríntios 8:1-6

“Quanto a comer alimentos sacrificados a ídolos, sabemos que o ídolo, por si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus. Porque, ainda que existam alguns que são chamados de deuses, quer no céu ou sobre a terra — como há muitos “deuses” e muitos “senhores” —, para nós, porém, há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem todas as coisas existem e por meio de quem também nós existimos.” – 1 Coríntios 8:4-6

Para os cristãos há apenas um Deus e um Senhor sobre os céus e a terra. Logo, não precisamos cultuar pessoa alguma, apenas honrar as pessoas que partiram servindo ao Senhor (Romanos 13:7, Filipenses 2 e Hebreus 13:7, 17). Para nós não existe magia, feitiçaria, seres espirituais que tememos pois “se Deus é por nós, quem será contra nós” (Romanos 8:31).

 1 Coríntios 10:15-31

Não é fato que o cálice da bênção que abençoamos é a comunhão do sangue de Cristo? E não é fato que o pão que partimos é a comunhão do corpo de Cristo?” – 1 Coríntios 10:16

O que quero dizer com isto? Que o que é sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor? Não! Digo que as coisas que eles sacrificam são sacrificadas a demônios e não a Deus; e eu não quero que vocês estejam em comunhão com os demônios. Vocês não podem beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podem ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou provocaram ciúmes no Senhor? Somos, por acaso, mais fortes do que ele?” – 1 Coríntios 10:19-22

Quando estamos fazendo homenagem a uma imagem de um “santo”, aquela imagem não é nada. Mas, por trás dela podem existir demônios e sacrificaremos a eles.

Sim, somos livres, conforme o versículo 23 daquele capítulo nos ensina, mas nem tudo convém e nem tudo edifica a nossa fé. E levamos a sério o vs. 14:

Portanto, meus amados, fujam da idolatria.”

O que é hoje o sincretismo religioso? Participar de ambas as mesas, a mesa do Senhor e a mesa dos demônios. Não é por menos que hoje no mundo evangélico há balada, funk, carnaval, festa junina e até halloween, acrescentadas da palavra “gospel”, isto é, do evangelho. Fica aqui a advertência para que, a pretexto de não sermos chatos, participemos de tais meses.

Vejamos ainda o princípio contido no versículo 31:

Portanto, se vocês comem, ou bebem ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.

A Bíblia e o ocultismo. Vejamos como a Palavra de Deus se refere ao ocultismo, a feitiçaria e a bruxaria.

“— Quando vocês entrarem na terra que o Senhor, seu Deus, lhes der, não aprendam os costumes abomináveis daqueles povos. Que não exista entre vocês ninguém que queime o seu filho ou a sua filha em sacrifício, nem que seja adivinho, prognosticador, agoureiro, feiticeiro, encantador, necromante, praticante de magia, ou alguém que consulte os mortos, pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor, o Deus de vocês, está expulsando esses povos de diante de vocês. Sejam perfeitos para com o Senhor, seu Deus. Porque as nações desta terra que vocês vão possuir ouvem os prognosticadores e os adivinhos, mas o Senhor, o Deus de vocês, não permitiu que vocês fizessem tal coisa.” – Deuteronômio 18:9-14

“Havendo atravessado toda a ilha até Pafos, encontraram certo judeu, de nome Barjesus, que praticava magia e era falso profeta. Ele estava com o procônsul Sérgio Paulo, que era um homem inteligente. O procônsul, tendo chamado Barnabé e Saulo, desejava ouvir a palavra de Deus. Porém o mago Elimas — e é assim que se traduz o nome dele — se opunha a eles, procurando afastar da fé o procônsul. Mas Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, olhando firmemente para Elimas, disse: — Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a maldade, inimigo de toda a justiça, por que você não deixa de perverter os retos caminhos do Senhor? Eis que, agora, a mão do Senhor está contra você, e você ficará cego, não vendo o sol por algum tempo. No mesmo instante, caiu sobre ele névoa e escuridão, e, andando em círculos, procurava quem o guiasse pela mão.” – Atos 13:6-11

“Muitos dos que creram vieram confessando e denunciando publicamente as suas próprias obras. Também muitos dos que haviam praticado magia, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos. Calculado o valor dos livros, verificaram que chegava a cinquenta mil dentários. Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente.” – Atos 19:19

 Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos imorais, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que está queimando com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.” – Apocalipse 21:8

 Vejamos quantos textos abominam a idolatria, a feitiçaria, a magia. Os irmãos na cidade de Éfeso, uma vez convertidos, largaram aquela vida, queimando todos os seus livros de feitiçaria. É a cultura que submete-se a Jesus, não o contrário, Jesus e seu evangelho submetendo-se à cultura local.

 E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” – Romanos 12:2

E não vos conformeis, ou “não vos amoldeis” a este mundo sem Deus, valores sem Deus, mas transformai-vos pela renovação da mente. E uma pessoa com a mente renovado tem apenas um prazer e seu prazer está em conhecer e prática a lei do Senhor (Salmo 1:2-3)

“Não amem o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.Porque tudo o que há no mundo — os desejos da carne, os desejos dos olhos e a soberba da vida — não procede do Pai, mas procede do mundo.” – 1 João 2:15-16

“Gente infiel! Vocês não sabem que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo se torna inimigo de Deus. Ou vocês pensam que é em vão que a Escritura diz: “É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?” – Tiago 4:4-5

O filho de Deus, comprado com o sangue de Jesus, tem um novo dono, e tem lado, o lado de Deus. Por isso passa a detestar tudo o que não é Deus, conforme Judas 23. Ele sabe que Deus, seu pai e novo dono, tem ciúmes dos seus filhos e não divide a glória dele com ninguém (Isaías 42:8).

CONCLUSÃO

Comemorar essas festas levará alguém ao inferno? Por si só, não.

Mas, lembremo-nos de Colossenses 1:13, fomos libertos do império das trevas e transportados para o reino de Deus.

Cada decisão nossa vai nos aproximar mais da luz, de Deus, e nos afastar do mundo ou o contrário, irá nos afastar de Deus e nos aproximar das trevas. Não vivamos na base do “não tem nada a ver” como alguns utilizam.

“Abstenham-se de toda forma de mal” (1 Tessalonicenses 5:22), eis um princípio importante na vida de todo aquele que fez de Jesus seu novo Senhor.

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