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Visitante Seja Bem-Vindo

Visitante, Seja Bem-Vindo!

Como receber visitantes tão bem que eles comecem a se questionar: “Se esta não é a verdadeira igreja, qual será?” e que também tenham um desejo incontrolável de voltar.

Lembro-me de uma experiência pessoal. Meus pais conheceram a igreja em Curitiba nos anos 1970, e eu, uma criança de uns 7 ou 8 anos, conheci o amor de Deus que transformou minha vida. O amor de Deus estava naquela congregação, e era muito bom ir para a igreja. Lembro até que algumas das nossas brincadeiras durante a semana eram sobre as coisas que a gente via acontecendo lá, como a ceia e o batismo. Isso mesmo! A gente brincava de batismo até o momento em que se tornou sério. O amor de Deus era tão palpável na igreja de Cristo no Cajuru que a gente queria fazer parte daquela família.

Anos depois, já como evangelista experiente, tentando deixar Deus me usar para a obra, fui para o Butantã em São Paulo. Uma irmã chamada Carmélia nos recebia tão bem que parecia que a gente era visitante e, ao mesmo tempo, que já estávamos lá há anos. Ela é um exemplo de boas-vindas para todos. Ela não se importava se você tinha chegado atrasado e ela não exalava um comportamento passivo-agressivo nunca. Mesmo que a gente estivesse se culpando, ela amenizava com suas boas-vindas.

Ir à igreja aos domingos pode ser uma prática comum, mas é importante que essa experiência vá além de uma rotina. Cada culto deve ser um evento único como se fosse o último. Como discípulos de Cristo, somos chamados a enxergar nossa presença na igreja como uma oportunidade para cumprir a missão que Cristo nos deu: amar uns aos outros e criar uma comunidade unida e acolhedora. Com base em dois conceitos essenciais, “engajamento” e “hospitalidade”, vamos pensar em como transformar nossa experiência na igreja em uma verdadeira missão.

Acolher os Solitários: Uma Missão de Emergência

A solidão na igreja não deve passar despercebida. Eclesiastes 4:12 nos lembra que “um cordão de três dobras não se rompe com facilidade.” Isso ilustra a força que encontramos na comunidade e a vulnerabilidade do isolamento. Hebreus 13:2 reforça essa ideia ao nos lembrar da importância da hospitalidade, ao dizer: “Não se esqueçam da hospitalidade; foi praticando-a que, sem o saber, alguns acolheram anjos.” A primeira regra de engajamento na igreja deve ser acolher aqueles que estão sozinhos, vendo isso como uma emergência espiritual. A aproximação, uma simples conversa ou um gesto de inclusão podem transformar completamente a experiência de alguém que se sente deslocado.

Receber bem ao visitante é hospitalidade na casa do Senhor. Não somente no ambiente do prédio onde nos reunimos, mas principalmente no coração onde Cristo também habita.

Ouvi algumas vezes que uma pessoa precisa de pelo menos 7 contatos pessoais para não deixar a igreja. Isso nos alerta de que igreja é relacionamento com pessoas. Não adianta ter os melhores cânticos, mensagens e pregações se as pessoas não se conectam, não se sentem parte do corpo de Cristo na terra.

Priorizar Conexões: Amigos Podem Esperar

Sim, precisamos amar aos irmãos incondicionalmente como Jesus nos ama. O amor que temos pelos irmãos que já estão ali, não importa há quanto tempo, deve ser visto e percebido por eles e pelos que estão chegando pela primeira vez, a ponto de eles realmente terem, no mínimo, tanto o desejo de serem amados assim quanto a impressão de que acharam a família de Cristo na Terra.

Embora seja natural desejar passar tempo com nossos irmãos mais amigos (pessoas com quem você tem mais afinidade) na igreja, é crucial que não negligenciemos aqueles que são novos ou que estão menos conectados. Filipenses 2:4 nos instrui a cuidar dos interesses dos outros antes dos nossos, o que nos desafia a equilibrar nossas amizades com o compromisso de construir novas conexões. No ambiente da igreja, é fundamental valorizar as amizades existentes, mas também estar sempre disposto a expandir nosso círculo, acolhendo novos membros e visitantes com a mesma alegria que reservamos para nossos amigos próximos.

Facilitar Novas Amizades: Conectando Pessoas

Romanos 15:7 nos chama a “acolher uns aos outros, como também Cristo nos acolheu, para a glória de Deus.” Isso significa que devemos não apenas nos conectar com os novos membros, mas também facilitar para que eles construam suas próprias amizades dentro da igreja. Lucas 16:9 sugere o uso do nosso “capital social” para fomentar relações duradouras. Ser uma ponte entre pessoas que ainda não se conhecem pode ser um ato poderoso de amor cristão. Organizar atividades, pequenos grupos ou simplesmente fazer uma apresentação pode iniciar uma amizade que fortalecerá o corpo de Cristo.

A missão começa na igreja e salvar o mundo está ali no domingo. Não devemos pensar em ir ao mundo todo de uma forma tão romântica e distante se não estamos fazendo a missão com aqueles que já estão ali. No entanto, devemos ser autênticos tanto conosco quanto com as pessoas, isto é, não force a amizade. Se você for tímido você pode ter pequenas conversas e dar boas vindas e ir treinando. Se você é extrovertido, não exagere a ponto da pessoa questionar a autenticidade das boas-vindas.

A cada domingo, observe as necessidades. Se uma pessoa acabou de chegar, talvez ela não tenha nem sequer uma Bíblia e se tiver, talvez ela não saiba como manejar. Sente-se ao lado da pessoa e ofereça ajuda. Aproveite e já se apresente, pergunte o nome da pessoa e faça um tour com ela apresentando ela para os outros irmãos. Se necessário e se tiver mais visitantes, peça ajuda para outras pessoas começando com um visitante, levando ele até um irmão e tente atender mais um.

Conclusão: Todos Somos Missionários na Igreja

Tanto o engajamento ativo quanto a hospitalidade são atos de amor que refletem o coração de Deus. Nossa missão não precisa acontecer em terras distantes; ela pode e deve começar em nossa própria igreja, ao lado de pessoas que talvez estejam precisando de uma palavra amiga, um ato de bondade, ou um convite para fazer parte da comunidade. Cada gesto de bondade, cada sorriso acolhedor, e cada nova conexão formada, nos aproxima de uma igreja mais vibrante e unida, onde o amor de Cristo é vivido e compartilhado de maneira tangível.

Ao praticar essas regras de engajamento, não só enriquecemos nossa própria jornada de fé, mas também contribuímos para a construção de uma comunidade que verdadeiramente reflete o amor e a graça de Deus. Que possamos todos ser missionários dentro de nossa congregação, transformando nossa igreja em um refúgio acolhedor para todos que entrarem por suas portas.

Se nós recebermos a pessoa com amor, começando pelos irmãos que já estão ali, não importa quanto tempo e recebermos o visitante da mesma forma, é o amor de Cristo que estamos representando. A marca de uma igreja verdadeira é discípulos verdadeiros. A marca de discípulos verdadeiros é o amor uns pelos outros. Amor igual ao de Jesus (João 13:34, 35).

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