Uma das principais chaves para entendermos o livro de Apocalipse é compreendermos o significado dos números no pensamento judaico. E a Bíblia está repleta deles: três de trindade, quarenta dias no deserto, doze apóstolos, dez pragas, entre outros.
Na revelação de Jesus ao seu povo, encontramos no capítulo 13, versículo 18, o número 666 como sendo o número da besta, bem como de seus seguidores.
Há muitas interpretações para este número, cujo significado aponta para o Papa (para os adventistas), Ellen White (curiosamente pelos católicos), o imperador romano (diversas possibilidades) e, nos dias atuais, Sadan Hussein, o ex-presidente Bush, entre outros.
Se o livro de Apocalipse é simbólico, também devemos interpretar de maneira simbólico o número do mal. Na numerologia judaica, o 6 é quase 7, sendo este último o número perfeito. Assim, 6 representa fracasso, imperfeição e também maldade. Pense nos seguintes exemplos: “quase fui contratado”, “quase recebi um aumento”, “quase fui eleito”, entre outros, e pense na frustração em ser apenas um “quase”.
Assim deve ser entendido o número da besta que, em Apocalipse, simboliza o Império Romano, o imperador e a falsa religião, que obrigava o povo a adorar o imperador. O Império Romano, ou a besta, tinha autoridade dada pelo dragão, que no livro representa o diabo, Satanás.
O próprio capítulo 13 (todo) explica que o diabo procura imitar a Deus. Compare o versículo 3 com o capítulo 5:6, e o versículo 4 com 5:11-13, e vemos uma imitação caricaturista por parte do dragão, desejando ser Deus.
Assim, quando João, no versículo 18, nos diz que o número da besta e seus seguidores é 666, podemos concluir que o 6 é o número dos quase: o diabo “quase” derrotou o homem no Éden, “quase” derrotou Jesus no seu ministério e na cruz do calvário mas, na hora crucial, quem se mostrou vitorioso foi Deus, na pessoa de Jesus, com a força do Espírito Santo.
Agora, por que o 6 é repetido três vezes? Mais uma vez, podemos recorrer ao próprio Deus e como o 3 representa amplitude máxima: Deus é “Santo, Santo, Santo”, tanto em Apocalipse 4:8 como em Isaías 6:3. O termo “santo” é repetido três vezes e, em algumas versões, é traduzido como “santíssimo”, ou seja, muito mais do que santos, que somos todos nós, cuja santidade deriva da “super santidade” de nosso Deus.
Assim, quando Apocalipse repete o número imperfeito, do fracasso, três vezes, está nos ensinando que as forças do mal já são derrotadas, o foram na cruz do calvário, e serão destruídas definitivamente na segunda vinda de Jesus. Veja o brado de vitória mostrado em Colossenses 2:15 e I Coríntios 15:54-55.
Desta forma, o 666 representa que quem se levantar contra Deus e seus seguidores fracassará no final, pois somente o povo de Deus, este sim é super vencedor ou, como diz o apóstolo Paulo em Romanos 8:37, em Cristo Jesus, somos muito, muito mais que vencedores. Aleluia!!!