“As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo. Ainda que alguém oferecesse todos os bens da sua casa para comprar o amor, receberia em troca apenas desprezo.” – Cânticos 8:7
Recentemente li o livro de Cantares ou Cânticos e dele extraí lições preciosas para o casamento, que compartilhei em minhas redes sociais.
Encerrei a leitura daquele livro com este versículo: as muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-los. E os bens de uma pessoa não seriam suficientes para comprar o seu amor.
Claro que o livro é poético e deve ser encarado e interpretado desta maneira.
Aqui é o amor romântico e até erótico, importantíssimos no casamento.
Porém, a base de um casamento sólido é o amor ágape, descrito em 1 Coríntios 13. Este, sim, nunca acaba, conforme palavras do apóstolo Paulo
no versículo 8 daquele capítulo. Pois ali está representado o amor de Deus.
Porém, quero chamar nossa atenção para o fato de que não amamos na mesma extensão do amor de Deus, que mesmo querendo amar nosso cônjuge como Cristo nos amou, conforme Paulo nos ensina em Efésios 5:22-33, nosso amor é humano, falível e, este sim, pode acabar.
Por esse motivo concluí o livro de Cantares com a ideia de que, para não acabar, o amor deve ser cuidado, cultivado para que assim, de fato, nunca acabe.
São muitas as águas e muitos os rios que tentam afogar o amor num casamento. Começo citando as próprias imperfeições nossas. Quantos casais entram no casamento, destacando as qualidades que veem um no outro. Às vezes só veem as qualidades. Algum tempo depois, é triste, mas o mesmo casal, cada cônjuge consegue enxergar e destacar apenas os defeitos que um vê no outro. São críticas, as palavras elogiosas não existem mais ou raras. Somos imperfeitos e, por isso, no casamento, há a necessidade de paciência e perdão contínuos.
As águas e rios também representam as crises que farão parte de todo casamento: o desemprego, as dificuldades financeiras, as doenças que ambos poderão ter, o desafio para criar os filho, entre outros.
Sim, já vi casamento onde, numa crise financeira, um aceitou, sim, trocar o outro pela estabilidade financeira que um terceiro parecia oferecer. Claro que isso é uma ilusão, pois as águas e rios existem em todo casamento, mas naquele momento, aquelas águas, destruíram aquele relacionamento.
O amor de Deus por nós nunca acaba, é verdade. Mas, por experiência de quem aproxima-se dos 50 anos, o amor humano é falho, pode até mesmo acabar.
Por este motivo, deve ser alimentado, com atitudes práticas de amor, com cuidado, com respeito, com palavras carinhosas, com pedidos de desculpas e perdão nos momentos em que falhamos um com o outro. Precisamos renovar nossas palavras carinhosas e elogiosas um para com o outro, como o livro de Cantares nos incentiva. O “tanque emocional” de nosso cônjuge deve constantemente ser abastecido com palavras de afeto, carinho, elogios e afirmações.
E, claro, para nós que possuímos o amor de Deus em nossa vida, vamos aprendendo a amar um ao outro da mesma maneira que Jesus Cristo nos amou, a ponto de entregar sua vida por nós.
“Ora, a esperança não nos deixa decepcionados, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi dado.” – Romanos 5:5
Que as reflexões extraídas do livro de Cantares possam nos ajudar a investir em nosso relacionamento conjugal. Incentivo a leitura desse pequeno, mas importante livro das Escrituras.
O amor de Deus por nós nunca acaba. Que possamos ir aprendendo a amar a todos com o amor divino, começando em casa, com nossos familiares e nós, casados, com nosso cônjuge.