O cristão não fica procurando apoio fora da Palavra de Deus para satisfazer sua própria vontade, “antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite” (Salmo 1:2). Ele medita, compreende e busca praticar a Palavra para ter atitudes que agradam a Deus. Ele a guarda em seu coração, para andar em santidade de vida: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Salmo 119:11). O cristão busca intensamente conhecer a vontade de seu Senhor: “Consumida está a minha alma por desejar, incessantemente, os teus juízos” (Salmo 119:20). Ele suplica a Deus que tire a “cegueira” de seus olhos para contemplar a Sua Palavra: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei” (Salmo 119:18). Seu coração está voltado para o Senhor, e assim, ele o busca ao invés de fugir dEle: “De todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus mandamentos” (Salmo 119.10).
O cristão precisa ser diligente – ativo, zeloso, aplicado – na obra do Senhor. Ele precisa progredir na fé, no amor e na doutrina. Ele precisa cuidar-se para não se envolver em negócios alheios a vontade de Deus. Ele precisa dar testemunho e ser exemplo para os outros. Com sua vida santa e consagrada, ele “salva” a si mesmo e aos outros das facilidades do pecado, tão expostas nos dias atuais, seja na TV, nas revistas, na internet, nas más conversações, na irreverência, na desobediência aos pais e a Deus, etc. (cf. 1 Tm 4:16). O cristão, como bom soldado, não se envolve com os “negócios desta vida” (1 Timóteo 2:4), antes ele procura conhecer a vontade de seu “General” – Cristo –, pois ele está numa batalha, não contra seus irmãos ou semelhantes, mas contra os poderes espirituais das trevas:
“porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Efésios 6:12)
Veja as instruções do apóstolo Paulo ao seu jovem discípulo Timóteo. Este jovem cristão é exemplo para todos nós (1 Timóteo 4:7-16):
“Exercita-te, pessoalmente, na piedade. Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa…” (vers. 7b,8). “Medita estas coisas e nelas sê diligente, para que o teu progresso a todos seja manifesto” (vers. 15).
Ser piedoso é ser zeloso, cuidadoso, e ter amor pelas coisas de Deus; piedoso é aquele que cuida das coisas do Senhor, o ama e o teme – é reverente. Tem alegria em servi-lo. Diligente é aquele que é esforçado, dedicado, ativo, aplicado e ligeiro com o trabalho de Deus. Não é negligente, nem inativo e nem infrutífero em sua vida.
“Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus. E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros. Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou. Igualmente, o atleta não é coroado se não lutar segundo as normas.” (2 Timóteo 2:1-5)
Muitos se desdobram para conquistar metas e planos na vida secular. O corredor que não se aplica nos exercícios, não tem uma alimentação adequada e não usa acessórios adequados não alcançará vitórias. No mundo e até mesmo entre os cristãos vemos o esforço e luta para conseguir uma vaga em uma universidade ou em um concurso público. Horas de sono perdidas; horas debruçadas em livros e cadernos todos os dias. Quase não sobra tempo nem para se alimentar. Porque, eu gostaria de saber, não temos a mesma garra; o mesmo empenho; a mesma vitalidade com as coisas de Deus? Porque não “perdemos” tempo debruçados na Bíblia? Porque não “perdemos” noites de sono para orar, meditar e refletir nas palavras de nosso Mestre? “o atleta não é coroado se não lutar segundo as normas”. Que nos esforcemos diligentemente.
“Seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou”. Quem conhece o exército sabe que os soldados não têm outra opção que não seja a de obedecer às ordens de seus superiores. Somos soldados, e inclusive cantamos cânticos a este respeito. Nosso general é Cristo, e Ele dá ordens explícitas para seus comandados. Elas são inquestionáveis! O soldado não barganha com seu general. O cristão não barganha com seu Senhor. O soldado não tem brechas para fugir. O cristão não procura brechas na Santa Palavra, para fugir da vontade de Deus, pois sabe muito bem que não as encontrará. Mas há uma diferença, o cristão tem algo que o soldado do exército não tem: o livre arbítrio. O cristão decide se vai obedecer ou não. Se ele obedecer, ele tem a aprovação de Jesus, se não, ele tem a sua sentença:
“Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.” (Mateus 7:23)
“Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo. Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14:26,27,33)
Jesus quer que o obedeçamos espontaneamente. Não é como no exército que somos obrigados a alistar e servir. Jesus quer que prostremos diante dEle de livre e espontânea vontade. Aquele que assim fizer servirá a Ele e aos seus propósitos.
O “servo” que resiste, é murmurador e desobediente será castigado pelo seu Senhor. Jesus não foi atrás do jovem rico, mostrando outras maneiras de segui-lo. Se queremos seguir a Cristo, precisa ser do jeito que Ele quer e não como nós queremos. Jesus não barganhou com Nicodemos uma outra maneira de entrar no reino dos céus. A única maneira é nascendo de novo, da água e do Espírito, ou seja, uma nova vida de comunhão e obediência a Deus e não mera religiosidade que não nos leva a lugar nenhum.
Somos vasos, e de barro ainda por cima. Não cabe ao vaso questionar o oleiro. Cabe ao vaso ser moldado ao gosto do oleiro. Cabe ao oleiro, quebrar o vaso ruim e fazer um novo vaso; vaso para honra. Vaso que glorifique o oleiro:
“Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.” (Jeremias 18:4,6)
“Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?” (Romanos 9:20,21)
Não é o vaso que tem valor e sim o que está dentro dele:
“Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.” (2 Coríntios 4:6,7)
A força, o poder e a glória estão em Deus e não em nós. Sejamos vasos para honra. Saibamos usar o tesouro que está em nós. Jesus disse:
“É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.” (João 9:4)
Os cristãos ao invés de usarem seu vigor físico para desonra, devem usá-lo para glorificar a Deus. Ao invés de procurar algo que apoie ideais humanos ou desejos pessoais; aprofundemos no conhecimento de Deus e de Sua vontade. Ao invés de questionarmos as ordens do Senhor, façamos como Noé que obedeceu fielmente cada instrução de Deus, sem hesitação ou resistência. Ao invés de esperarmos ficar mais velhos para agradar a Deus, agrademo-no agora tendo uma conduta santa e irrepreensível diante dEle e dos homens.
Se desejamos gloriar em alguma coisa, nos gloriemos em conhecer a Deus:
“Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR.” (Jeremias 9:23,24)
Conhecer a Deus é a única coisa que realmente tem valor em nossas vidas, pois a riqueza, beleza física e inclusive a própria vida murcharão como uma flor, que um dia nasce, cresce e atinge sua exuberância em determinado momento, mas um dia ela murcha e morre.
Glorifique a Deus com a sua vida, seja um vaso para honra! Seja um cristão piedoso.