“Assim diz o Senhor: Pratiquem o direito e a justiça e livrem o oprimido das mãos do opressor. Não oprimam nem maltratem o estrangeiro, nem o órfão, nem a viúva. Não derramem sangue inocente neste lugar.” – Jeremias 22:3
“Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça e os seus aposentos, contrariando o direito! Que faz o seu próximo trabalhar de graça, sem lhe pagar o salário.” – Jeremias 22:13
“Julgou a causa do aflito e do necessitado, e tudo lhe corria bem. Por acaso, não é isso que se chama conhecer-me?” — diz o Senhor.” – Jeremias 22:16
O livro de Jeremias mostra a idolatria como uma das causas do exílio, Judá praticava o sincretismo religioso, adorava ao Deus único, mas também adorava os deuses falsos das nações. Havia prostituição, tanto entre as pessoas nos seus relacionamentos, mas em especial na troca de Deus pelos ídolos das nações.
No entanto, não foi esta a única causa. No texto de hoje vemos que a maneira como o governo judaico tratava os mais necessitados também foi muito importante para o Senhor estar tão irado com a nação.
Em toda a Bíblia Deus tem um cuidado especial com os mais necessitados, representados no Velho Testamento pelo órfão e pela viúva. Vejamos o que o salmista diz a respeito deles.
“Pai dos órfãos e juiz das viúvas é Deus em sua santa morada.” – Salmos 68:5
A avareza, a desonestidade, o ganho desonesto também é algo que desagradou ao Todo-Poderoso, isto é, o acumular riquezas de maneira injusta, retendo o que pertence ao mais pobre e necessitado. Isto é, para o Senhor, a justiça social é algo importante e foi causadora de tudo de mal que ocorreu com Judá.
No terceiro texto de hoje o “conhecer a Deus” significava julgar a causa do aflito e necessitado.
No Novo Testamento não é diferente. A igreja do primeiro século era conhecida como aquela que cuidava dos mais vulneráveis.
“Não havia nenhum necessitado entre eles, porque os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes.” – Atos 4:34
Na igreja do primeiro século, a desigualdade entre os irmãos era combatida com os que possuíam muito diminuindo a quantidade de bens que tinha em favor dos que nada tinham.
Aliás, no grande julgamento, a maneira como tratamos os mais necessitadas é critério de salvação.
“Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Venham herdar o Reino que está preparado para vocês desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; eu era forasteiro, e vocês me hospedaram; eu estava nu, e vocês me vestiram; enfermo, e me visitaram; preso, e foram me ver.'” – Mateus 25:34-36
Finalmente, Tiago, em sua carta, repreende os que exploram os outros e mostra qual a verdadeira religião para com Deus.
“Eis que o salário dos trabalhadores que fizeram a colheita nos campos de vocês e que foi retido com fraude está clamando; e o clamor dos que fizeram a colheita chegou aos ouvidos do Senhor dos Exércitos.” – Tiago 5:4
“A religião pura e sem mácula para com o nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se incontaminado do mundo.” – Tiago 1:27
Que textos como os de hoje nos ajude a entender que o cristianismo verdadeiro não é formado apenas por belos discursos, mas desprovidos de prática. Também que um governo justo não é aquele que fala de Deus ou mesmo que exalta valores morais, mas, junto com isso, precisa valorizar o que mais precisa, na prática da justiça social. Não é por menos que o segundo maior mandamento é amarmos ao próximo como a nós mesmos (Mateus 22:39).
Se há algo que enche o coração de Deus de alegria é quando individualmente, como igreja e como nação, nos preocupamos com o pobre, o necessitado e o oprimido.