“Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é agradar aquele que o recrutou.” – 2 Timóteo 2:4
“Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” – 1 Coríntios 9:27
Lembro como se fosse hoje aquele sábado frio, dia 20 de agosto de 1988, quando ouvi dos lábios da pessoa que me batizou: “Você aceita Jesus como o Senhor da sua vida para servi-lo todos os dias, até a morte?”
Depois de dizer “sim!”, desci as águas do batismo. Mais de 30 anos se passaram, mas continuo com o mesmo ânimo, o mesmo desejo, continua pulsando em meu coração: “servir e agradar ao Senhor Jesus, que morreu por mim, é meu maior desejo, maior projeto de vida”.
Pensei em escrever sobre dedicação total e no Novo Testamento, depois de Jesus, claro, Paulo foi uma pessoa que dedicou toda a sua vida servindo a Jesus e ao evangelho e no apóstolo dos gentios eu encontro exemplo para ser um seguidor de Jesus (1 Coríntios 11:1).
Quando entendemos que fomos recrutados pelo Mestre para servi-lo em tempo integral, todo o restante, apesar de importantes, fica atrás dessa grande meta e honra.
A família (esposa e filhos) deixam de ser concorrentes, mas passam a ser nossos parceiros no serviço do Mestre. Isto acontece quando procuramos viver aquilo que pregamos aos outros dentro de casa. Em grande parte, filho afastado do Senhor é motivado pela religiosidade dos pais fora de casa e de sua carnalidade no lar. Lá em casa os ensinamentos de Jesus devem ser vivenciados primeiro pelo pai, depois pela mãe e depois serão imitados pelos filhos.
Quando entendemos que fomos recrutados pelo Mestre, nosso maior trabalho é o trabalho integral no serviço ao reino. Nosso trabalho secular torna-se nosso “bico” para o sustento, mas temos a certeza de que servindo ao Senhor em primeiro lugar, certamente Ele cumprirá com sua parte, nos sustentando, conforme Mateus 6:33. Tenho presenciado verdadeiros milagres em minha vida por “arriscar” colocar Jesus como o centro de minha vida.
Assim, na vida não existe mais o espiritual e o material, ambos se confundem, pois ambos são direcionados para o serviço daquele que nos recrutou. Nossa casa é nosso canto, mas também o lugar onde recebemos todos que precisam. O carro nos dá conforto, mas é instrumento de Deus nas visitas, nos estudos, no serviço ao próximo.
Talvez nosso maior desafio não seja externo, mas interno, dentro de nós existe aquela força que pode nos derrubar, nosso orgulho, nossos desejos carnais. Porém, como soldados, somos disciplinados pelo Mestre, que abriu mão de sua glória para morrer por nós. Assim, dia a dia, vamos “esmurrando nosso corpo”, reduzindo-o à escravidão, não nossa, mas rendido aos pés daquele que merece o melhor de nós, não os bens somente, não o tempo somente, mas todo o nosso ser, rendido aos pés de Jesus, nosso Senhor, o único nesse mundo que merece nossa dedicação total. A Ele glória e honra hoje e por todos os séculos, amém!