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O Evangelho Relaxado

O Evangelho Relaxado

Em janeiro de 2019, estivemos em Israel e ficamos muito gratos por essa oportunidade que Deus nos deu, além da generosidade dos irmãos que ajudaram a tornar isso possível. Na ocasião, vimos de perto o comportamento das três principais religiões do mundo.

Muçulmanos e Judeus: Numa sexta-feira, enquanto estávamos lá, vi os muçulmanos pararem. Para eles, é um dia de descanso e oração. No sábado, ainda estávamos em Jerusalém, e foi impressionante! Já na sexta-feira, às 18h, tudo parou literalmente. Nem carros rodavam, nem ônibus. Comércios fecharam, ninguém vendia, ninguém comprava. Até os elevadores funcionavam automaticamente, parando em todos os andares para evitar que alguém apertasse botões. O pouco movimento que havia era dos muçulmanos, que já tinham tido o seu dia de descanso. Apesar de Jerusalém ser uma capital compartilhada entre muçulmanos e judeus, os judeus, que são maioria, ditam o ritmo e as regras. Assim, o sábado segue o costume deles.

Cristãos: No domingo, a rotina que era normal. Para nós, foi especial, pois tivemos o culto no jardim do Getsêmani, onde tomamos a ceia juntos. Não esperava nada diferente, já que os “cristãos” não têm representatividade em Jerusalém. Nosso guia era um judeu cristão e, na quinta-feira, por algum motivo, fomos visitar a denominação dele. Foi um show gospel (de horrores, alguém comentou). No domingo, alguém perguntou ao guia se eles não se reuniam para tomar a ceia. Ele respondeu:
— Não, domingo é um dia normal, um dia de trabalho aqui.

Senti vergonha por ser de um país “cristão”. Embora eu não me considere apenas cristão, mas discípulo de Cristo — o que é bem diferente! Apesar do show naquela denominação, confesso que cochilei várias vezes. A pregação era fraca e vazia e em hebraico com tradução simultânea do guia. Fiquei revoltado e precisei me conter. Espero que tenham percebido minha indignação. Mas eu esperava ver mais “cristãos” indignados com o que vimos. Uma pergunta que fiz eu ainda lembro:
— Foi para isso que Jesus morreu na cruz aqui perto? Foi para isso que Ele deixou o evangelho?

Acredito que fiz essa pergunta em voz alta. Queria ter certeza de que seria ouvido e que o Espírito Santo faria cada um entender em sua própria língua, mas infelizmente me senti meio sozinho na minha indignação. Estávamos entre brasileiros, judeus vindos da Europa, americanos e outras nacionalidades que não reconheci. Alguém perto de mim parecia ter uma atitude de “deixa pra lá, vamos relevar…”.

Eles estavam próximos ao cenáculo, dos supostos lugares onde Jesus foi crucificado e sepultado. Estavam perto do Monte das Oliveiras, onde Jesus foi recebido nos céus. E aquilo era tudo? Por que a vergonha do evangelho? O guia nos disse também que os missionários lá não se identificam como tal porque poderiam ser mal vistos ou até maltratados. Ele mesmo se apresentava como missionário cristão entre nós, mas entre os judeus, ele era um guia ou um treinador de luta marcial.

Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego.” (Romanos 1:16)
Contudo, se sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome.” (1 Pedro 4:16)

Porém, e nós aqui? Estamos muito longe disso? Apesar de estarmos a milhares de quilômetros, nossa situação é tão complicada quanto. Se eu prego que faltar ao culto é um pecado grave, se escrevo que a atitude dos denominacionais é explicável, mas não justificável, sou atacado até por irmãos. Aliás, já fui atacado. Alguém sugeriu que eu tirasse um artigo sobre o pecado de faltar ao culto do ar enquanto havia tempo; outro disse que esse tipo de artigo não deveria estar na internet (sim, eles são nossos irmãos). Está cada dia mais difícil pregar a verdade inclusive na igreja. A minoria é crítica, fraca, sem conhecimento da palavra e vivendo um evangelho doce e influenciam outros. Dizem-se missionários, evangelistas, líderes, obreiros, mas relaxam o evangelho e maldizem a Palavra com suas atitudes. Ainda temos que nos justificar para aqueles que distorcem nossas palavras para defender seus pontos de vista. Para todos, paciência. (1 Tessalonicenses 5:14).

Por que compartilho isso com você agora? Porque isso pode acontecer conosco. Podemos nos tornar relaxados e malditos. Sim, malditos.

Maldito o que só finge fazer o trabalho do SENHOR…” (Jeremias 48:10a)

“A igreja nunca será o sal da terra enquanto continuar cobrindo o evangelho de açúcar”. Nossas pregações devem ser feitas pelos melhores, mais estudiosos, pelos que leem a Bíblia e a conhecem. Devemos tirar dos púlpitos aqueles que pregam com base no conhecimento da iA ou da Internet. A pregação deve ser com base na Bíblia não na vida ou num vídeo. Os que dirigem os cânticos devem se esforçar para se tornarem regentes e não simplesmente puxadores de cânticos. Os que servem devem fazer na força que o Senhor lhes dá. A igreja deve ser dirigida por dons e não por quem quer aparecer.

No Brasil o cristianismo protestante, pentecostal e gospel está crescendo exponencialmente tanto quanto a própria população.

“…é possível que o Brasil se torne um país de maioria evangélica até 2032. Atualmente, os evangélicos representam cerca de um terço da população brasileira, enquanto em 1970 eram apenas 5%. A transição do catolicismo para o cristianismo evangélico no Brasil é um movimento religioso inédito no mundo, com impactos profundos na política, nas instituições e na vida das pessoas”. – Segundo uma reportagem.

Precisamos surfar na onde deste crescimento propagando a restauração à Bíblia, a volta ao estudo simples, sincero e sem amarras. A igreja de Cristo tem que se preparar para continuar pregando o evangelho como ele é e não como vemos e ouvimos nas denominações. Precisamos copiar mais do que está na Bíblia do que das práticas denominacionais que dão certo para o crescimento numérico.

Atualmente no Brasil já é vergonhoso ser evangélico pelos inúmeros escândalos doutrinários, financeiros e comportamentais. Conheci um empresário que me disse não contratar ninguém que se dizia religioso (evangélico). Eles foram os que lhe deram as maiores dores de cabeça. Homens se auto intitulam pastores, missionários, apóstolos e outros cargos como se fosse uma escolha e não por critérios bíblicos. Milhares os seguem procurando os seus próprios interesses e não procurando a vontade de Deus. A igreja de Cristo sempre vai ser atacada de fora para dentro e de dentro para fora. Cabe a nós ficarmos firmes e resistir as investidas do inimigo.

Diante de Deus e de Cristo Jesus que vai julgar vivos e mortos, e por causa da volta de Cristo e do seu reino, eu lhe ordeno o seguinte: Anuncie a mensagem de Deus. Esteja sempre pronto para anunciá-la, quer seja oportuno, quer não. Corrija, repreenda e aconselhe, ensinando com bastante paciência. Digo isto porque chegará o tempo em que as pessoas não vão querer mais ouvir o verdadeiro ensino. Pelo contrário, para agradarem a si mesmas, elas vão se cercar de mestres que falarão somente o que elas querem ouvir. Elas se recusarão a ouvir a verdade e seguirão as lendas. Você, porém, deve se controlar em todas as circunstâncias; suporte as aflições, faça o trabalho de um evangelista e cumpra muito bem o dever que Deus lhe deu.” (2 Timóteo 4:1-5)

Mesa Redonda
O Livro Para os Jovens Cristãos

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