“Quando ele viu Jesus, prostrou-se diante dele, dizendo com voz forte: — O que você quer comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-lhe que não me atormente.” – Lucas 8:28
“Estes pediram a Jesus que não os mandasse para o abismo.” – Lucas 8:31
Na década de 80 havia um desenho animado que eu não perdia. Era o desenho do He Man e seus amigos. Quem já tem 50 anos como eu, lembra da luta de He Man e seus amigos contra o Esqueleto e seus aliados. Era a mesma história. Esqueleto parecia muito forte, He Man quase perdia, mas, no final, algo acontecia, He Man vencia Esqueleto, porém este permanecia vivo e forte para o próximo episódio. Se Esqueleto fosse destruído a série animada terminaria.
Às vezes pensamos que predomina essa dicotomia, esse dualismo na luta de Deus contra o diabo. Deus é até mais poderoso, mas tem que “suar” para vencer o mal. Não é isso que vemos na Bíblia.
Na Bíblia, apesar de antagônico a Deus, Satanás é um servo de Deus, uma vez que foi criado por Ele, mas em algum momento rebelou-se.
Há tantos exemplos da supremacia do poder de Deus na história bíblica, na qual o diabo, como os demônios na história de hoje, precisam pedir ao Senhor permissão para agir.
O caso mais célebre é a história de Jó. Deus coloca o patriarca como seu exemplo de fidelidade e retidão. Satanás quer atrapalhar a vida de Jó para provar que sua fidelidade é interesseira, que ele não seria tão dedicado assim para com Deus.
Somente com a permissão de Deus, Satanás tem poder para primeiro tocar na família e bens de Jó e depois no próprio, porém, com a advertência:
“Então o Senhor disse a Satanás: — Você pode fazer com ele o que quiser; mas poupe-lhe a vida.” – Jó 2:6
No final do livro de Jó nem vemos mais a presença do ser do mal, provavelmente envergonhado pela atitude exemplar de Jó.
Por não ter muito espaço, vou utilizar o maior exemplo, a vida de Jesus. Satanás tentou ao Senhor, usou seus discípulos contra Ele, as multidões e especialmente as autoridades.
Posteriormente todo o sofrimento do Senhor, até morrer daquele jeito desesperado na cruz: “Meu Deus, meus Deus, por que me abandonaste?”, parecia o triunfo final do mal. Porém, 3 dias depois, Jesus ressuscitou para vergonha do mal, expressa nas palavras do apóstolo Paulo:
“E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando sobre eles na cruz.” – Colossenses 2:15
Finalmente, pensando no futuro, às vezes noto até irmãos inseguros, com medo das forças do mal que, de fato, dominam hoje governos e autoridades. Caem nas teorias conspiratórias dos falsos profetas, têm medo do que será a luta final entre Deus e Satanás. Têm medo do que é chamado batalha do Armagedon. Mas, vejam só o que as Escrituras dizem a respeito:
“Marcharam, então, pela superfície da terra e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada. Porém, desceu fogo do céu e os consumiu. O diabo, que os tinha enganado, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde já se encontram a besta e o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, para todo o sempre.” – Apocalipse 20:9-10
Para os cristãos, que vivem todos os dias buscando, não sinais, nem revelações, mas buscando a única revelação que é a Palavra de Deus, “lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho” (Salmo 119:105) ao meditar diariamente na Palavra de Deus, ver o mundo hoje, é como assistir um filme que já sabemos o final: o bem triunfará. Porém, diferente dos filmes e desenhos em que o bem triunfa de forma parcial, na Bíblia, Deus age de forma soberana e as forças do mal saem envergonhadas tendo, como no exemplo do texto lido, pedir autorização para o próprio Senhor.
Gostei do que um irmão disse no domingo: “Satanás é um cachorro com a coleira segurada por Deus”, totalmente limitado pelo Senhor. Mas é um cachorro bravo, que quer nos destruir. Qual a nossa parte ante esse animal bravo?
“Portanto, sujeitem-se a Deus, mas resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês.” – Tiago 4:7
“Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará.” – Tiago 4:10
E agora, animado com essa mensagem da Palavra de Deus, termino cantando aquele cântico: “Que segurança! Sou de Jesus.”