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O CRISTÃO E AS FAKE NEWS

“Não espalhe notícias falsas e não entre em acordo com o ímpio, para ser testemunha maldosa” – Êxodo 23:1

Privilégio gera responsabilidade. Do orelhão com fichas na mão veio o celular. Dele vieram e-mails, WhatsApp, Telegram, Instagram etc., tecnologias que ajudaram enormemente na comunicação humana. 

As redes sociais potencializaram o poder da comunicação em massa, antes restrita à televisão e ao rádio. Surgiram as Fake News, notícias falsas geralmente feitas a partir de um recorte manipulado para transmitir aquilo que o fraudador deseja, por vídeo, imagem ou escrita. As redes sociais são neutras, mas potencializam a natureza carnal humana decaída no pecado.

O cristão é filho de Deus e foge de toda mentira e de toda forma do mal (1 Tessalonicenses 5:22). Somos da verdade, fomos ensinados pelo Senhor Jesus que o diabo é o pai da mentira (João 8:44). Devemos dizer a verdade, mesmo quando contrária aos nossos interesses. Como filhos da luz, divulgaremos somente aquilo que checamos ser verdadeiro. Nosso Mestre e nossos primeiros irmãos foram vítimas das Fake News da época.

Mateus 26:59 diz: “E os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte.”. Em 26:61, encontramos: “Este disse: ‘Posso destruir o santuário de Deus e reconstruí-lo em três dias’.”

Jesus disse essa frase, porém, eles a deturparam e tiraram do seu contexto para acusá-lo de rebeldia contra Roma, crime pelo qual foi condenado.

A mesma notícia falsa foi utilizada pelo Sinédrio para condenar Estêvão:

Nós o ouvimos dizer que esse Jesus, o Nazareno, destruirá este lugar e mudará os costumes que Moisés nos deu” – Atos 7:14 

Jesus adverte: “Digo a vocês que, no Dia do Juízo, as pessoas darão conta de toda palavra inútil que proferirem” – Mateus 12:36

Fake News são mentiras jogadas na rede mundial de computadores objetivando o erro, a fraude, o engano, derrubar reputações, prejudicar o próximo. Outro exemplo de fake News são os sites de grupos religiosos que não pregam a verdade de Deus. Sejamos seletivos nisso.

Finalmente, mesmo que a notícia seja verdadeira, utilizemos as três peneiras ensinadas na história a seguir: 

Um homem encontrou seu mestre, levando uma informação que julgava interessante:
– Quero contar coisa a respeito de um amigo teu!
– Espera um momento – disse o Mestre. – Antes, quero saber se essa informação passou pelas três peneiras.
– Três peneiras? Como assim?
– Vamos peneirar aquilo que quer me dizer pelas três peneiras. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?
– Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei se é verdade.
– A segunda peneira é a da BONDADE. Passaste essa informação pela peneira da bondade. Serás bondoso com ele? Gostaria que fizessem isso com você?

   Envergonhado, o homem respondeu:

– Devo confessar que não.
– A terceira peneira é a da UTILIDADE. É útil o que vieste falar a respeito do meu amigo? Vai ajudar em algo?
– Útil? Na verdade, não.
– Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, é melhor que o guardes apenas para ti.

“Por isso, deixando a mentira, que cada um fale a verdade com o seu próximo, porque somos membros do mesmo corpo.” – Efésios 4:25.

Se Alguém Não Tem o Espírito

Se Alguém Não Tem o Espírito

Quando você pensa em Manaus, o que vem à sua mente? Uma selva e rios imensos? Eu também pensava assim, até conhecer Manaus. A cidade tem dois milhões e meio de habitantes e é marcada por sua imponência, com muitos prédios e diversos bairros, alguns bem distantes. Entre suas atrações turísticas estão o Teatro Amazonas, o Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões, o Mercado Municipal, o Museu da Amazônia, o Bosque da Ciência e o Parque Municipal, onde se encontram animais típicos da região amazônica. Porém, um dos destaques é o Encontro dos Rios Negro e Solimões, dois cursos d’água que não se misturam, intrigando os visitantes.

Essa não-miscigenação é explicada pela diferença de temperatura e velocidade entre os rios. O Rio Negro tem temperatura média de 28 graus, enquanto o Solimões é mais frio, com média de 22 graus. Além disso, o Rio Negro flui a uma velocidade média de 2 km/h, enquanto o Solimões é muito mais rápido, com uma média de 6 km/h. Essas diferenças fazem com que os rios sigam caminhos distintos.

Esse fenômeno natural é comparado à água e óleo, embora ambos os rios sejam água, não se misturam. A peculiaridade desse encontro de águas é um exemplo fascinante da complexidade da natureza e proporciona aos visitantes uma experiência única e memorável em Manaus. De certa forma, nós também somos assim, corpo e Espírito, são opostos e guerreiam entre si.

Carnais e Espirituais

Nós, de fato, somos muito diferentes do Espírito Santo, isso é evidente. Somos criaturas carnais, com uma inclinação natural para o contato físico, seja tocando pessoas ou objetos. Tão carnais que somos, nos tornamos acumuladores. No entanto, também somos espirituais e ignoramos ou desconhecemos a vida espiritual.

Você é muito mais espiritual do que entende, afinal, quanto tempo você vai viver no corpo? Talvez 120 anos no máximo. Pessoas que passam dos 100 anos viram até notícia e, perguntados qual o segredo, atribuem à alimentação, exercício, estilo de vida, etc. A verdade é que a longevidade começa em casa no relacionamento com os pais (Efésios 6:1-4).

Depois da morte do corpo, você será eternamente espiritual. Assim como Deus, você também é composto de 3 partes: corpo, alma e espírito. Corpo e alma têm um fim, o espírito é eterno, independente para onde ele vá. E vamos comparecer no tribunal de Cristo para responder tudo o que fizemos através do corpo, templo do Espírito Santo (2 Co 5:10; 1 Co 6:19).

Entre o Bem e o Mal

Se o corpo é templo do Espírito, o que devemos fazer através dele? Querer fazer o bem e a vontade de Deus está em nossas mentes. Todos nós queremos voltar a ser quem fomos criados lá no começo e melhorar quem somos ou nos tornamos.

Há um conflito entre o desejo de fazer o bem e a presença do mal dentro de nós. O apóstolo Paulo expressa sua frustração por se sentir prisioneiro do pecado, mesmo desejando seguir a lei de Deus. Ele reconhece sua incapacidade de se livrar dessa condição, mas encontra esperança e libertação em Jesus Cristo, agradecendo a Deus por essa provisão (Rm 7:21-25).

Agora, pegue este ser humano bem intencionado e o coloque em Cristo e Cristo lhe dá o Espírito Santo, eis a solução!

“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. (Rm 8:1, 2)

O Espírito de Cristo

Não basta ser imortal através do espírito de vida. Se comparecermos diante de Deus somente com isso, é como se comparecêssemos pelados diante de um julgamento decisório de morte e vida. Você precisa de um espírito de renovo, o Espírito Santo que não pode ser tocado pelo pecado. Somente Jesus pode dar o Espírito Santo.

Quando você nasceu, você recebeu corpo, alma e espírito. É naquele momento do encontro entre o espermatozóide e o óvulo que você recebeu o espírito de vida na terra e para a eternidade. Jesus nos chama para um novo nascimento e é naquele momento somente que Ele te dá o Espírito Santo para a eternidade.

“Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” (At 2:38)

Quem não tem o Espírito Santo pela obediência ao evangelho, então está já condenado. Não há condenação somente para aqueles que estão em Cristo Jesus porque para eles o Espírito de vida liberta do poder e escravidão do pecado.

É necessário viver segundo o Espírito de Deus, indicando que aqueles que estão na carne não podem agradar a Deus. A presença do Espírito de Deus em alguém significa que essa pessoa não está mais na carne, mas no Espírito e, mesmo ainda sendo um pecador, tem renovação constante. Isso implica em ter uma vida espiritual e em ser guiado pela justiça, com o Espírito Santo vivificando o corpo mortal.

“Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça. Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita.” (Rm 8:8-11)

Conclusão

Você tem o Espírito Santo de Cristo? Você já o recebeu? Quando? O que você precisou fazer para receber o Espírito Santo? Se você fez algo que a Bíblia não ensinou, mas seguiu uma doutrina de uma denominação, é bom questionar se realmente você tem o Espírito Santo. Revise este texto, mas não deixe de, principalmente, abrir a sua Bíblia e ler o que ela diz, é a Palavra de Deus.

Se alguém não tem o Espírito, vive na carne somente e a carne morre e você, que não tem o Espírito de Cristo, morrerá e será o fim! Se Jesus não tivesse o Espírito Santo, não teria ressuscitado. A ressurreição de Jesus é a prova de que um dia Ele voltará e julgará o mundo com justiça (At 17:31, 32).

Assim como os Rios Negro e Solimões não se misturam, o corpo não se mistura com o Espírito, apesar de estarem no mesmo lugar, porque o corpo passa e o Espírito é eterno. Acorde para o Espírito antes que seja chamado para dormir eternamente.

Mais Leitura em 2024

Mais leitura

“O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler.”
– Mark Twain

Deus poderia ter feito qualquer coisa. Poderia ter usado outros métodos, mas Ele escolheu deixar registrado por escrito. Desde o Antigo Testamento, o ensino, a sabedoria e a vida eterna estão num livro. A forma de mostrar o caminho certo começava com a leitura.

Quando Jesus chegou, destacou-se pela leitura:

“Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos nele. Então, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir. Todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que lhe saíam dos lábios, e perguntavam: Não é este o filho de José?” (Lc 4:16-22).

No exemplo de Jesus, percebemos a importância da leitura. Sua defesa estava na leitura. Ao ser tentado por Satanás, uma frase se destaca na defesa de Jesus: “está escrito”.

A leitura é de suma importância! Não saber ler é como ser cego. Saber ler e não ler é, como dizia Mário Quintana: “o verdadeiro analfabetismo…”.

Estamos em dias em que as pessoas não leem a Bíblia em casa, muito menos na igreja. Os pregadores, que talvez leiam a Bíblia, projetam todas as passagens e não deixam as pessoas abrirem suas Bíblias. A Bíblia é a fonte de inúmeros livros, mas inútil para quem não a lê. Leia mais! Aproveite este canal de distribuição de literatura.

Tudo está nos livros! Tudo começa pela leitura! Se você quiser construir um prédio, um navio, mudar de vida, tudo está nos livros. Não há mudança de vida sem leitura. Claro que a leitura exige esforço, mas é um esforço recompensado que ninguém pode tirar de você os proveitos que você tira da leitura.

DISTINGUINDO O SANTO DO PROFANO

DISTINGUINDO O SANTO DO PROFANO

“Assim, ele mediu a área pelos quatro lados. Havia um muro ao redor, de duzentos e cinquenta metros de comprimento e duzentos e cinquenta metros de largura, para fazer separação entre o santo e o profano.” – Ezequiel 42:20

No texto de hoje, em meio a medição do templo, chamou-me a atenção o termo utilizado no versículo 20: separar o santo do profano.

No livro de Levítico abundam referências a essa separação, em especial quando ensina sobre as vestes sacerdotais e no preparo dos sacerdotes para servirem a Deus, primeiro no tabernáculo e depois no templo.

“Você e seus filhos não devem beber vinho ou bebida forte, quando entrarem na tenda do encontro, para que não morram. Isto será estatuto perpétuo entre as suas gerações, para que vocês façam diferença entre o santo e o profano e entre o impuro e o puro.” – Levítico 10:9-10

Aliás, é neste capítulo que Nadabe e Abiú morreram ao oferecerem o que a bíblia chama de fogo estranho diante de Deus. Alguns advogam a ideia de que estariam bêbados. Sua atitude é tão desaprovada por Deus, que ordena a Moisés que Arão e seus outros filhos sequer pranteiam a morte de seus parentes.

O texto de hoje ainda me lembra da orientação de Paulo, no Novo Testamento, para que a igreja exclui de si as pessoas que, sendo irmãos, vivem como pagãos.

“Na outra carta, já escrevi a vocês que não se associassem com os impuros.” – 1 Coríntios 5:9

“Mas, agora, escrevo a vocês que não se associem com alguém que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, bêbado ou ladrão; nem mesmo comam com alguém assim.” – 1 Coríntios 5:11

Este é um dos textos bases para a disciplina igreja, isto é, a separação entre o santo e o profano, acompanhado por outros textos como Mateus 18:15-22 e Gálatas 6:1.

O texto de hoje ainda me lembrou de Esaú que, ao contrário de Jacó, não fez distinção entre o santo e o profano. Enquanto Jacó valorizava o direito de ser primogênito e a bênção do pai, Esaú não levava isso em consideração, quando desdenha da primogenitura, colocando suas necessidades físicas acima delas.

“Ele respondeu: — Estou morrendo de fome; de que me vale o direito de primogenitura?” – Gênesis 25:32

No Novo Testamento, o exemplo de Esaú é utilizado para incentivar a igreja a diferenciar o santo do profano.

“Procurem viver em paz com todos e busquem a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” – Hebreus 12:14

“E cuidem para que não haja nenhum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um prato de comida, vendeu o seu direito de primogenitura.” – Hebreus 12:16

O diferencial no Novo Testamento é que não existem coisas santas como no Velho. No Novo a santidade deve existir na vida, nos valores, no comportamento, em todo o tempo, em cada discípulo de Jesus, habitados pelo Espírito Santo, que devem diferenciar o santo do profano em todas as suas decisões e atitudes, diferenciação que deve sempre usar a Bíblia, a Palavra de Deus, como base.

“Pelo contrário, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, porque está escrito: ‘Sejam santos, porque eu sou santo.'” – 1 Pedro 1:15-16

Todos os domingos nos reunimos como igreja de Deus. Que a reunião seja o desfecho de uma semana em que, em todos os nossos atos, palavras, ações, escolhas e valores, diferenciamos o santo do profano. 

JESUS NOS ENSINA A ENTENDER A BÍBLIA – EVANGELHO DE LUCAS

JESUS NOS ENSINA A ENTENDER A BÍBLIA - evangelho de Lucas

“Aconteceu que, num sábado, Jesus passava pelas searas, e os seus discípulos colhiam e comiam espigas, debulhando-as com as mãos.

E alguns dos fariseus lhes disseram: — Por que vocês fazem o que não é lícito aos sábados?” – Lucas 6:1-2

O texto de hoje é exemplificativo sobre as maneiras erradas e corretas de interpretarmos um texto das Escrituras Sagradas.

Jesus e seus discípulos passavam por um campo e estes, por estarem com fome, colhiam e comiam espigas, e removiam a palha exterior (debulhavam com as mãos). A atitude deles era permitida pela lei de Moisés, tanto que o texto destaca “com as mãos”.

“Quando entrarem na plantação do seu próximo, podem arrancar as espigas com as mãos; porém não devem colher nada com a foice.” – Deuteronômio 23:25

Os discípulos estavam de passagem e não utilizavam uma foice para arrancar as espigas, pois o espírito do texto mosaico é atender uma necessidade, isto é, a fome e não causar prejuízo ao proprietário do campo.

Porém, havia a proibição de trabalhar no sábado. Aí entra a má interpretação bíblica. Os fariseus e líderes religiosos, a parte do texto escrito, descreveram o que significava trabalhar no sábado. Havia uma lista enorme. E incluíram colher espigas no campo. Percebe como eles “alargaram” a interpretação bíblica?

É o que pode acontecer quando vamos além do texto escrito e começamos a ir além dele, algo proibido pelas próprias Escrituras. 

“Meus irmãos, apliquei estas coisas figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por causa de vocês, para que por nosso exemplo vocês aprendam isto: “Não ultrapassem o que está escrito”, para que ninguém se encha de orgulho a favor de um em prejuízo de outro.” – 1 Coríntios 4:6

Quando ultrapassamos o que está escrito, ficamos orgulhosos e passamos a ser a autoridade, não a Palavra. Ficar somente no que está escrito e interpretamos apenas dentro do texto ou do permitido pelas Escrituras nos faz submissos à ela. É fazermos das Escrituras Sagradas a autoridade (2 Timóteo 3:16-17).

Jesus ainda nos dá uma outra dica para melhor interpretarmos um texto bíblico, no texto paralelo de Marcos: 

“E Jesus acrescentou: — O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” – Marcos 2:27

Precisamos sempre olhar a Bíblia não apenas como um manual rígido, mas a mensagem do Deus amoroso que deseja apenas o bem dos seus filhos. Todos os mandamentos bíblicos tiveram como intenção o bem do ser humano, não o contrário, o mandamento ou o escrito pelo escrito. No caso do sábado, a razão do seu estabelecimento foi o descanso, o lazer e a devoção do ser humano a Deus. Esse princípio é aplicado para o caso de Davi, exemplo utilizado no texto de hoje, para justificar ele e seus homens terem comido pães proibidos pela lei de Moisés. Claro que deve ser utilizado com sabedoria.

Finalmente, para melhor interpretarmos um texto, o Senhor Jesus nos dá mais uma dica:

“Então Jesus lhes disse: — O Filho do Homem é senhor do sábado.” – Lucas 6:5

Esta última dica de Jesus, se obedecida, evitaria muito falso ensino hoje. Vivemos debaixo da nova aliança, do novo testamento de Deus e assim, aquilo que da velha aliança não foi recepcionado pela nova, deixa de ser obrigatório. Um exemplo importante é a cobrança do dízimo. Na aliança de Jesus, nos 27 livros, não existe uma passagem que manda alguém cumprir esse requisito da lei. Tanto que o texto mais utilizado no meio religioso é o de Malaquias 3:10. O mesmo podemos dizer quanto à guarda do sábado. Afinal, como bem disse Paulo:

“Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.” – Romanos 10:4

Que estas dicas de Jesus nos ajudem a sermos estudiosos diligentes e dedicados das Escrituras Sagradas, especialmente na hora de aplicar e ensinar: ficarmos dentro do texto, buscarmos o bem do ser humano e submetermos o texto à nova aliança.



ARMADURA DE DEUS

Em Efésios 6:10-17 encontramos a descrição da armadura que Deus fornece a seus servos para que possamos lutar contra Satanás –

Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. ” 

Mas, para que usar uma armadura? A resposta mais correta é também a mais lógica. Usamos armadura porque estamos em guerra! Só pessoas que estão em uma batalha usam armaduras.

A própria passagem de Efésios acima já nos dá a resposta. Temos que ficar firmes contra as ciladas do diabo, e nossa luta é contra as forças espirituais do mal.

O apóstolo Pedro nos alerta dizendo que o diabo é como um leão andando ao nosso redor só esperando um vacilo para nos atacar (I Pedro 5:8). O versículo 16 do próprio Efésios 6 diz que o diabo está sempre lançando seus dardos malignos contra nós. 

Então, a Bíblia diz que estamos em uma luta contra um adversário que anda como um leão ao nosso redor e fica atirando dardos contra nós. Isso não é descrição de uma batalha? Quem está numa batalha não precisa de armadura?

O problema é quando o cristão não reconhece que está constantemente numa batalha, sendo atacado por um adversário incansável que fica procurando nossos pontos frágeis. Portanto, a importância de usar essa armadura é fundamental. Sem armadura o soldado morre numa batalha.

Note, na passagem de Efésios, que a armadura é de Deus. E por que é que é Deus quem nos dá a armadura? Porque ninguém melhor do que Ele sabe onde fica nossos pontos fracos e, ao “confeccionar” nossa armadura, sabe quais são os pontos a serem protegidos. 

Mas a armadura só tem eficácia quando usada! De nada adianta termos uma armadura e deixá-la guardada no armário, ou só a usarmos de vez em quando, já que a luta é constante e incessante. Pode parecer estranho, até ridículo, a ideia de que um soldado, em plena batalha, deixe a armadura em casa ou a tire por alguns momentos, com a guerra acontecendo naquele exato momento. Fazer isso é pedir para ser morto ou, na melhor das hipóteses, ficar gravemente ferido.

Entendemos agora a importância do servo de Deus usar, 24 horas por dia, a armadura que seu Deus lhe preparou? Cada parte dessa armadura tem importância fundamental para nos manter vivos, prontos para a batalha, lutando contra nosso adversário. É só usando essa armadura que temos chance contra o diabo, que é um adversário muito mais poderoso do que qualquer um de nós que ousemos querer enfrentá-lo apenas com nossas próprias forças, achando que somos autossuficientes. 

A batalha espiritual está acontecendo agora, nesse segundo, e não há como não a enfrentar. Um exército não luta contra si próprio, mas contra um inimigo verdadeiro e real. Se não decidirmos lutar no exército de Cristo, usando a armadura que Deus nos dá, isso quer dizer que estamos no outro exército, aquele que pertence a Satanás.

Você tem se lembrado que está em batalha constante? Que é um soldado de Cristo numa batalha contra o diabo? Que não defender o exército de Cristo já faz de você um soldado do exército inimigo?

Use sua armadura, querido irmão. Lute, batalhe, resista. A recompensa é extraordinária e o exército ao qual pertencemos é comandado pelo general dos generais, aquele que nunca perdeu nenhuma batalha.

Só quem desiste dessa batalha será perdedor. Que não sejamos nós!

IGREJAS DE PAREDE PRETA

Há alguns anos, surgiu no Brasil uma moda entre as chamadas “igrejas evangélicas”: a pintura de seus prédios de preto. Ao que parece, essa tendência foi importada da Austrália, onde uma influente “igreja” local começou com essa prática.

Observa-se que as “igrejas” que adotam a pintura preta geralmente têm um apelo junto a um público mais jovem e mais “descolado”. Contudo, nosso objetivo aqui é compreender a vontade de Deus e o que Ele quer que façamos. Para isso, devemos buscar na Bíblia a resposta para todas as questões. Pode surgir a dúvida se a cor das paredes de um prédio tem alguma influência, mas como servos de Deus, nossa percepção deve ser mais profunda e racional.

Ao observarmos atentamente, percebemos que esses locais que adotaram a pintura preta buscam atrair um público mais jovem, mais aberto a novidades, frequentemente ligado a uma forma de adoração a Deus voltada para música, dança, teatro, projeções de vídeos e canhões de luz – basicamente, um show. Dentro desse contexto, a cor preta se encaixa bem, destacando melhor todos esses efeitos visuais.

É importante ressaltar que o ponto não é o uso da cor preta ou de qualquer outra cor, pois isso não é certo ou errado em si mesmo. A discussão aqui é sobre o propósito disso. Se o propósito da cor das paredes é ser um “chamariz” para as pessoas, como servos de Deus, devemos estar atentos. A Bíblia nos ensina que o que deve atrair as pessoas para Cristo é a verdade – “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).

O ser humano tem a tendência de buscar sempre algo novo, algo nunca tentado, uma novidade para alcançar seus objetivos. Isso, em si mesmo, não é errado. O problema surge quando tentamos usar isso em relação às coisas espirituais, achando que começar a fazer “algo novo” para atrair as pessoas não tem nada de errado.

Você pode estar se perguntando: “Qual o mal de pintar o prédio de preto? A Bíblia não fala sobre qual cor usar!”. A resposta correta deve ser “por que eu quero pintar o prédio de preto?”. Se a resposta for “porque as igrejas pintadas de preto estão atraindo pessoas”, isso já indica que a intenção não está correta. Por que usar uma maneira de atrair pessoas baseada em algo que a Bíblia não diz? Por que usar estratégias humanas para fazer algo espiritual que Deus já nos mostrou como fazer?

Ser servo de Cristo exige uma análise profunda de tudo que cerca nossas vidas, costumes e pensamentos. Se essa estratégia da cor de parede, por mais “inocente” que pareça, está sendo usada de maneira estranha, por que adotá-la? Por que correr o risco de fazer algo que, aos olhos de Deus, pode ser prejudicial?

Além disso, as pessoas, devido ao desconhecimento da Palavra, começam a usar o termo e a procurar se reunir “nas igrejas com paredes pretas”, formando mais uma denominação a partir de um costume humano que surgiu de algo aparentemente “inocente” – aliás, não é assim que todas as denominações surgiram?

Esse breve artigo não esgota o assunto, pois ele tem raízes mais profundas do que a mera cor da parede. No entanto, espero que ajude a olhar para essa e todas as outras coisas de uma maneira mais espiritual. Como disse nosso mestre Jesus em Mateus 10:16:

“Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas”.

TODA A ESCRITURA É INSPIRADA POR DEUS

“TODA a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça.” – 2 Timóteo 3:16

Por que ter que ressaltar a palavra “toda” em algo que parece tão óbvio? A realidade é que a inspiração de todos os 66 livros que formam as Escrituras, o Velho e Novo Testamento, tem sido atacada tanto internamente no meio da cristandade como externamente, entre aqueles que não professam o cristianismo. Daí a necessidade de realçar algo tão óbvio.

Hoje a totalidade das Escrituras como oriunda do sopro de Deus tem sido atacada pelas seguintes frentes:

1. Escolha pessoal – os pagãos e muitos religiosos escolhem no que vão acreditar de acordo com seu critério pessoal e suas conveniências. Eis a razão de assuntos como pecado, juízo final, por incomodarem, serem muitas vezes quase não lidos ou falados na pregação de muitos grupos. Recentemente assisti a palestra de um pastor evangélico que disse até acreditar no inferno, porém, não imagina um Deus que permita que sua criaturas passem a eternidade longe dele nessa realidade triste. Não são as Escrituras que ditam sua fé, mas suas escolhas e conveniências pessoais.

2. Somente as promessas de Deus – muitos gostam de dizer que Deus suprirá todas as suas necessidades baseando-se em Mateus 6:33. Mas esquecem que a promessa é condicionada à busca pelo governo de Deus (o reino dele) e sua vontade em nossas vidas. Há pregadores que mais parecem psicólogos, pois somente pregam o que massageia o ego ou alegra seus ouvintes e as promessas de Deus (muitas fora do contexto) são um prato cheio. Porém a Escritura consola, sim, (Romanos 15:4), mas também repreende e corrige (2 Timóteo 3:16) e esta parte da Bíblia muitos não aceitam e não ensinam.

3. O que cabe na mente humana e ela pode explicar. Creem em parte das Escrituras, mas não nas “lendas” de Adão e Eva, do dilúvio, do nascimento virginal de Jesus e da existência do inferno eterno. Para estes vale a reprimenda de Jesus: “Jesus respondeu: ‘— Será que o erro de vocês não está no fato de não conhecerem as Escrituras nem o poder de Deus?”’ – Marcos 12:24
Estes ora desconhecem a Bíblia, ora não acreditam em todo o poder mostrado pelo autor da Palavra. Sua fé é limitada ao racionalismo humano e por isso, mais uma vez, escolhem o que vão acreditar.
Outros ainda tentam conciliar as verdades de Deus com a ciência humana como a psicologia, antropologia e filosofia. O conhecimento humano, sim, pode nos ajudar, mas deve sempre estar subordinado à verdade da Palavra de Deus.
4. Apenas parte dela. Há ainda aqueles que elegem o Velho ou Novo Testamento como textos que devem ser lidos para a igreja. Puro engano. Sendo toda a Escritura inspirada por Deus toda ela deve ser ensinada à igreja. Aliás, um irmão já disse: “Ler um livro inteiro para a igreja é ensinar toda a verdade que Deus quer que a igreja conheça”. Claro que o Novo Testamento é a lei da igreja. Mas isto não significa ignorar o conteúdo da Antiga Aliança que mostra nossa origem. É um erro de pregadores deixarem a igreja quase ignorante no tocante ao conteúdo da Velha Aliança, não pregarem, ensinarem e incentivarem a leitura. Ou darem preferência ao Antigo Testamento (ocorre pouco isso) e ignorarem o Novo. Ambos os Testamentos devem ser entendidos como um complementando a mensagem do outro.

5. Palavras de Jesus – há ainda uma tendência de valorizar-se em demasia as palavras de Jesus em detrimento dos demais escritos. Claro que os 4 evangelhos são a base da Nova Aliança, mas Jesus mesmo afirmou que durante o seu ministério não ensinara toda a verdade em razão dos discípulos não estarem preparados para ouvi-la (João 16:12). Portanto, novas revelações foram feitas pelo Espírito Santo até completarem-se os 27 livros do Novo Testamento. As palavras de Jesus não são mais inspiradas do que o escritos de Paulo, Pedro, João, Moisés, Isaías e os demais homens santos que escreveram movidos pelo Espírito Santo (2 Pedro 1:20-21). Até porque as palavras do Mestre não foram escritas por Ele, mas por Mateus, Marcos, Lucas e João e até Paulo, quase 30 anos depois.

6. Ir além das Escrituras – há, porém, grupos que aceitam livros não reconhecidos como canônicos no primeiro século, como, por exemplo, os 7 apócrifos católicos.
Há ainda livros escritos por pseudos-profetas como “O Grande Conflito” por Ellen White, reconhecida profetisa pelos adventistas, e o livro de Mórmon. Seus grupos dão a esses livros a mesma importância que os 66 livros canônicos. No catolicismo as autoridades eclesiásticas do grupo e a tradição têm a mesma importância que a Bíblia, o que leva aquela religião a práticas não aceitas pela Palavra como, por exemplo, o papel dos santos. Na Bíblia todos os cristãos são santos, para o catolicismo, apenas alguns escolhidos pela própria insituição religiosa.

Portanto, defendamos apenas como a verdade de Deus os 66 livros, Velho e Novo Testamento, as palavras de Jesus, dos apóstolos e dos profetas, todas verdades do céu para nos ensinar. E rejeitemos todo escrito, por mais bem intencionado que seja, como verdade de Deus. Fiquemos somente nas Escrituras.

Finalmente, além de lê-la, toda, vamos meditar nelas, estudar com seriedade as sagradas letras que podem nos tornar sábios para a salvação que vem pela fé em Cristo Jesus (2 Timóteo 3:14).

POR QUE A DOUTRINA É IMPORTANTE?

     Certa vez Sr. David Meadows explicou a importância da doutrina e a prática. Ele disse: “é como um avião, que precisa das duas asas. Sem uma delas, fatalmente cairá”.

     De fato, a doutrina não exclui a prática nem esta a doutrina. Os rebeldes normalmente dizem: “não dianta conhecer e não praticar”. Verdade. Mas, sem o conhecimento da verdade de Deus, praticaremos também de forma errada. Vejamos como viviam os primeiros irmãos na igreja primitiva:

     “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” – Atos 2:42

     No original, no grego, doutrina é “didática” ou “ensino”. Naquele momento a igreja não tinha o ensino do Novo Testamento escrito e os apóstolos eram as “bíblias ambulantes”. Desta forma a igreja perseverava, isto é, esforça-se em aprender dos apóstolos, que tinham aprendido de Jesus (João 17:14) e além disso tinham um dom especial do Espírito Santo de serem ensinados de maneira especial ensinamentos ainda não revelados por Jesus (João 16:12-13). Com o tempo, Mateus, Marcos, Lucas e João escreveram os ensinos de Jesus, bem como orientações posteriores encontradas no livro de Atos, nas cartas e no livro de Apocalipse também escritas pelos demais escritores.

     Sim, saber a razão de, por exemplo, tomarmos a ceia todos os domingos (e não apenas uma vez por mês), de não ensinarmos sobre o dizimo é importante. Não apenas porque o irmão pregou do púlpito, mas a partir de um estudo pessoal sistemático e sério das Escrituras Sagradas. Saber se estamos fazendo da maneira que Deus ensina (e não da nossa ou mesmo do grupo que frequentamos) é importantíssimo, tem importância vital, de vida ou morte, pois de fazermos da maneira de Deus dependerá nossa eternidade com Deus ou longe do Senhor:

     “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que falei, essa o julgará no último dia.” – João 12:48

     Sim, seremos julgados pelas palavras de Jesus, encontradas não somente nos evangelhos, como alguns erroneamente têm afirmado ao darem mais importância aos 4 evangelhos, mas em toda a Bíblia, pois “toda Escritura é inspirada por Deus” (2 Timóteo 3:16-17), especialmente as páginas do Novo Testamento, a nova aliança de Deus com seu povo (Hebreus 8:6-13).

     Conhecer a doutrina é de vital importância, sim, conforme Paulo nos ensina:

     “Cuide de você mesmo e da doutrina. Continue nestes deveres, porque, fazendo assim, você salvará tanto a si mesmo como aos que o ouvem.” – 1 Timóteo 4:16

     Destaco neste texto o quanto conhecer a doutrina é aplica-la são importantes. É a forma de salvarmos a nós mesmos, bem como àqueles a quem estamos ensinando.

     Finalmente, conhecer a verdade de Deus nos liberartará do erro, da ignorância e do falso ensino,  pois o Mestre disse: “conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. “ – João 8:32

     Nos afadiguemos, pois, na leitura diária e estudo da Palavra de Deus, da doutrina, do ensino do Senhor. Pois disto dependerá nosso destino eterno. Amém!

     N.R.: artigo escrito originalmente no boletim informativo das Igrejas de Cristo na cidade de Guarulhos, “Amo Jesus – Porque Ele me amou primeiro”, edição de agosto de 2021.

O ESTUDO SISTEMÁTICO DA BÍBLIA

“Esdras leu o livro em voz alta, diante da praça que fica em frente ao Portão das Águas, desde o amanhecer até o meio-dia, na presença dos homens, das mulheres e dos que podiam entender. E todo o povo tinha os ouvidos atentos ao Livro da Lei.” – Neemias 8:3

“Eles iam lendo o Livro da Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que o povo entendesse o que se lia.” – Neemias 8:8

“Então todo o povo se foi para comer, beber, mandar porções aos que nada tinham e fazer uma grande festa, porque tinham entendido as palavras que lhes foram explicadas.” – Neemias 8:12

“O Livro da Lei de Deus foi lido diariamente, desde o primeiro até o último dia da festa. E celebraram a festa durante sete dias; no oitavo dia, houve uma reunião solene, conforme estava ordenado na Lei.” – Neemias 8:18

Esdras e Neemias promovem um reavivamento espiritual no meio do povo de Israel na volta do exílio. E na Bíblia, reavivamento espiritual sempre significa uma volta às Escrituras Sagradas. Num dia solene tanto Esdras como sacerdote e escriba tira um tempo grande para ler e explicar a lei de Deus como também parece que os levitas, em grupos menores, explicam ao povo o que Deus deseja deles dali em diante.

Como resultado, eles entendem que precisam celebrar a festa dos Tabernáculos. Chama ainda a atenção o fato do povo chorar em arrependimento por seu afastamento a Deus, bem como a divisão dos que tinham algo com aqueles que nada tinham para comer. Foi um dia que começou com tristeza e terminou com muita alegria entre o povo de Deus.

Quero fazer três aplicações para os dias de hoje:

1. Hoje, a igreja, o povo de Deus, precisa, em nossas reuniões, separar tempo de qualidade e quantidade para o estudo das Sagradas Letras, como diria Paulo (2 Timóteo 3:15). E a melhor forma de conhecer-se a vontade de Deus é lendo-a sistematicamente, não tanto procurando trechos para um tema que se deseja, mas o estudo direto do texto tirando dali explicações e aplicações para os dias atuais. Estamos começando nos Pimentas a leitura, estudo e reflexão sobre o evangelho de Mateus, com 1 hora por semana em nossas reuniões de quarta-feira. Com certeza os participantes sairão com conhecimentos da vida e ensinos de Jesus naquele evangelho, bem como sobre como aplicar esses ensinos na vida. Conheço um irmão que costumava dizer que ao lermos um livro inteiro da Bíblia ficaremos conhecendo toda a verdade que o Senhor deseja que conheçamos. E esse irmão tem razão.

2. Em segundo lugar, quero destacar o fato das Escrituras terem sido lidas diariamente. Na realidade foi um evento para estudo da Palavra por 7 dias, o tempo de duração da festa.
Hoje em dia somos privilegiados pois todos temos um exemplar das Escrituras em casa. Se queremos conhecer a vontade de Deus, sermos consolados e confortados por Ele, a leitura bíblica diária é indispensável. Não há crescimento espiritual sem tempo lendo e meditando na Palavra. Muitos de nós diz amar a Palavra, mas esse amor deve mostrar-se no tempo em que passamos com ela para fazermos como diz o salmista:

“Quanto amo a tua lei! É a minha meditação todo o dia!” – Salmos 119:97

“Amo os teus mandamentos mais do que o ouro, mais do que o ouro refinado.” – Salmos 119:127

3. Como última aplicação, quero destacar o motivo da alegria vivida pelo povo de Deus naquele dia: “porque tinham entendido as palavras que lhes foram explicadas.” Costumo dizer que uma das coisas mais terríveis é a ignorância, isto é, a falta de conhecimento. Ela nos deixa dependentes dos outros, podemos ficar a mercê de falsos ensinamentos ou não teremos segurança sobre nossa fé, que vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10:17).
Na igreja do Senhor a responsabilidade é de todos: de nós que servimos, seja como evangelistas, presbíteros ou professores. Mas também é de cada discípulo de Jesus que deve diariamente ler porções das Escrituras. Essa leitura vai nos tornando sábios para nos mantermos salvos, bem como pregarmos aos perdidos a salvação que vem através de Jesus Cristo.

Sim, que conhecer a Palavra de Deus e depois aplicar seja nossa busca diária. Ao contrário do que muitos têm defendido hoje em dia, o conhecimento da vontade de Deus é, sim, importantíssimo, pois é a Palavra que nos julgará no último dia. Mas não basta conhecer, claro, precisamos depois aplicar de maneira prática em nosso dia a dia.

“Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que falei, essa o julgará no último dia.”- João 12:48