Uma disputa aconteceu entre os discípulos registrada em Lucas 9:46-48. Quem é o maior? Jesus enfim disse:
“aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande” (9:48c)
E também:
“o maior dentre vós será vosso servo. Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mateus 23:11,12).
Infelizmente, as disputas entre aqueles que professam serem seguidores de Jesus acontecem. Será que estamos contribuindo para que isto aconteça? É óbvio que Deus não aprova tais atitudes conforme os versos acima. A humildade é uma das características mais importantes do servo do Senhor:
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:3)
Jesus nos fez um chamado: Ele quer que sirvamos uns aos outros (Marcos 10:43); que consideremos os outros superiores a nós mesmos (Filipenses 2:3); e que amemos uns aos outros (Marcos 12:31). É vão declararmos que somos cristãos se não queremos ouvir e cumprir os mandamentos do Senhor Jesus. Precisamos buscar conhecer verdadeiramente a vontade de Deus para as nossas vidas em sua Palavra, para assim seguir e praticar única e exclusivamente seus ensinamentos; o que Ele realmente quer e espera de cada um de nós.
O Senhor nos incentivou a disputar quem é o maior ou o melhor? Não! Ele nos instruiu a amar uns aos outros. O apóstolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo, instruiu em 2 Coríntios 6:6 a não fingirmos que amamos uns aos outros. Mesma instrução foi dada por Pedro:
“tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (1 Pedro 1:22)
O amor cristão deve ser profundo; deve ser sincero; deve ser verdadeiro. Devemos ser gentis, hospitaleiros e amáveis para com todos independentemente de nacionalidade, grau de instrução ou posição social – estas coisas não existem no reino dos céus. O nosso amor não deve ser dado somente àqueles a quem “gostamos”, mas a todos quantos Deus espera que amemos, assim como Ele nos amou.
Questão para refletirmos: Que diferença há em amar a quem nos ama; não é assim que os incrédulos agem? Jesus disse: “Se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?” (Mateus 5:46). Que recompensa esperamos receber de Deus com tal atitude?
Na cruz, Jesus amou a todos e morreu por todos. Mas infelizmente, muitos não reconhecem seu ato de amor.
Como cristãos, devemos ser sinceros em toda e qualquer situação:
“a minha boca proclamará a verdade; e… os meus lábios abominam a impiedade” (Provérbios 8:7)
Se Jesus estivesse fisicamente andando ao nosso lado, como será que Ele analisaria o nosso desempenho como cristãos? Seríamos aprovados ou reprovados em nossas atitudes? Jesus andou no meio de pecadores para salvá-los. Jesus estava onde eles estavam. Temos ido aos locais onde eles se encontram para levar a esperança e o evangelho da salvação? (Mateus 25:34-46). Será que na correria do dia a dia, temos tempo pra praticar ensinamentos como este? É maravilhoso a comunhão entre os irmãos, as reuniões, os encontros, os grupos, os eventos e festas fraternais entre nós – há quem diga, que elas existem para recarregarmos as baterias para o árduo dia a dia, e são essenciais e necessárias – , mas e a obra redentora de Cristo, a evangelização, a visitação e o cuidado para com o fraco na fé, o aflito, o necessitado, e também, o perdido e pecador: Quem fará, quem irá, quem cumprirá, quem se disponibilizará?
Jesus foi chamado de “glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores” (Mateus 11:19). Ele foi questionado porque comeu “com os publicanos e pecadores” (Mateus 9:11), e por ir a um banquete na casa de um cobrador de impostos desprezado pelos judeus, e estar comendo e bebendo “com os publicanos e pecadores” (Lucas 5:30). Murmuravam ao seu respeito porque ele “recebia pecadores e comia com eles” (Lucas 15:2), ao passo dele responder sabiamente que “os sãos não precisam de médico, e sim os doentes” (Lucas 5:31). Os doentes precisam de médico e Jesus é o Médico para estes doentes; e nós precisamos ser seus auxiliares (enfermeiros), cooperadores com Ele no resgate das almas para o SENHOR.
As imagens que fariseus, escribas e mestres da lei – os “justos” daquela época – faziam de Jesus eram: Glutão, bebedor de vinho e amigo de pecadores. E nós, queremos ser vistos com os “pecadores”; comer, receber e banquetear com eles, ou somos “justos” demais para isso? Queremos estar só com aqueles a quem “gostamos” ou temos afinidade?
“Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam” (Lucas 6:32). “Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem isso” (Lucas 6:33). “E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto” (Lucas 6:34).
Que possamos refletir bastante sobre estas palavras de Jesus, pois elas demonstram que o cidadão do reino precisa ir muito além das atitudes daqueles que não conhecem a Deus. O discípulo faz o que seu mestre faz! Jesus disse:
“se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus” (Mateus 5:20)
O discípulo de Cristo age como seu Pai nos céus:
“Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai” (Lucas 6:35,36).
Estas são as verdadeiras atitudes de um cidadão do reino, ou seja, atitudes de um filho de Deus.
Vamos despertar para realidade do chamado de Cristo:
“Não temas; doravante serás pescador de homens” (Lucas 5:10).
É para isso que o Senhor nos chamou. Para andar como Ele andou e amar como Ele amou, servindo-o como servos em obediência a sua vontade, levando a sua mensagem salvadora aos perdidos. Ele não nos chamou para disputarmos entre nós em quem é o maior, quem sabe mais, quem pode mais, ou pior, quem manda mais. Jesus é o Senhor e só Ele tem autoridade em todas as coisas. Vamos ouvir, guardar e praticar o que Ele realmente ensina e espera de seus seguidores.
“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (João 13:34).