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É pecado julgar?

É Pecado Julgar?

Pensamento inicial: Falar a verdade não é julgar. Há pessoas que detestam ser enganadas, outras detestam ouvir a verdade. De que lado você está? Se alguém está errado e reage de forma defensiva ou com acusações, já mostra de que lado está. Antes de decidir o que é julgamento, devemos entender o que está sendo dito, com que base e qual o parâmetro usado. Se eu pegar uma régua e medir uma folha sulfite, não estou julgando, estou revelando os fatos com base em uma autoridade para medidas.

Julgamento e a Bíblia

É comum as pessoas condenarem o julgamento alheio. É pecado julgar? Por falta de critério e estudo, ficamos à mercê de opiniões e julgamentos contra o julgamento justo e necessário. Imagine viver uma vida sem julgamento. Já pensou ir a um mercado e comprar algo sem comparar? Sim, estou sendo simplista para exemplificar a necessidade do julgamento no dia a dia.

O que importa é o que a Bíblia diz. Muitos condenam o julgamento, mas nem sempre o que parece ser dito na Bíblia é realmente o que ela diz. A maioria que condena o julgamento julga que devemos aceitar tudo e todos, inclusive os pecados, sem emitir opinião. Quem teme o julgamento pode estar escondendo algo, e é melhor ser corrigido nesta vida do que enfrentar o julgamento final. Vamos ver o que a Bíblia diz.

Devemos, sim, julgar!

Imagine uma xícara de café. Você a olha sobre a mesa. Está quente ou fria? Talvez você consiga saber vendo a fumaça ou sentindo o cheiro. Agora, esta xícara de café está doce ou não? Para saber, você precisa provar. A prova deve ser baseada em informações concretas, encontradas na Bíblia. Devemos examinar para ver se aqueles que alegam ter o Espírito procedem de Deus ou são falsos profetas.

“Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.” (1 João 4:1, NVI)

Não vale julgar com base em premissas falsas ou fracas como aparência ou opiniões pessoais. O julgamento precisa ser justo.

“Não julguem apenas pela aparência, mas façam julgamentos justos.” (João 7:24, NVI)

“…ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom. Afastem-se de toda forma de mal.” (1 Tessalonicenses 5:21-22)

O que não podemos julgar?

O contexto de cada passagem nos dirá em que situação devemos nos abster de julgamento. Muitas passagens falam sobre a inconveniência de julgar o próximo, mas não devemos isolar apenas estas passagens. E quanto às passagens que vimos acima? Elas nos instruem em questões que devemos, sim, julgar, seguindo critérios justos.

Paulo fala aos romanos sobre julgar, mas o que ele disse antes? Veja o contexto antes de se prender a um texto e criar um pretexto. Paulo fala de pecados que começaram quando as pessoas adoraram a criatura em vez do Criador. Ele diz que se você condena, mas pratica as mesmas coisas, não tem moral para julgar. O julgamento deve ser conforme a verdade. Você pode e deve julgar quando não pratica as mesmas coisas, mas se pratica, não pense que escapará por julgar. É reconhecer e apontar o pecado, mas a mudança deve começar naquele que condena pelo julgamento.

“Portanto, você, que julga os outros, é indesculpável; pois está condenando a si mesmo naquilo em que julga, visto que você, que julga, pratica as mesmas coisas. Sabemos que o juízo de Deus contra os que praticam tais coisas é conforme a verdade. Assim, quando você, um simples homem, os julga, mas pratica as mesmas coisas, pensa que escapará do juízo de Deus? Ou será que você despreza as riquezas da sua bondade, tolerância e paciência, não reconhecendo que a bondade de Deus o leva ao arrependimento?” (Romanos 2:1-4, NVI)

Na fofoca e maledicência há julgamento. Devemos nos abster de falar mal dos outros, sejam irmãos ou não. Falar mal significa ser injusto ou mentir e difamar. Julgar também tem a conotação de condenar, o que não é nosso papel. O contexto da próxima passagem trata de falar mal sem motivo e de condenar.

“Irmãos, não falem mal uns dos outros. Quem fala contra o seu irmão ou julga o seu irmão fala contra a Lei e a julga. Quando você julga a Lei, não a está cumprindo, mas está agindo como juiz. Há apenas um Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e destruir. Mas quem é você para julgar o seu próximo?” (Tiago 4:11-12, NVI)

Em outra passagem, nas palavras de Jesus, observe o contexto sem desprezar a mensagem.

“Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados.” (Lucas 6:37, NVI)

Jesus fala de várias atitudes contrapondo com comportamentos fáceis e automáticos até chegar a esta parte. São conselhos gerais, mas não devemos desprezar a mensagem.

Novamente Paulo fala aos romanos que devemos deixar de julgar uns aos outros. Nesse contexto, ele começou falando sobre opiniões, resumindo que não devemos julgar com base em opiniões pessoais.

“Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus. Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não pôr pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão.” (Romanos 14:12-13, NVI)

Julgamento na Igreja

A igreja de Corinto tinha um problema entre dois irmãos que se desentenderam e um levou o outro à justiça. Paulo reprova essa atitude e lembra aos irmãos que nós vamos julgar o mundo e até os anjos. Ele questiona: “acaso não são capazes de julgar as causas de menor importância?” (1 Coríntios 6:2)

Na igreja, devemos ter pessoas capazes de julgar nossos problemas com sabedoria.

“Portanto, se vocês têm questões relativas às coisas desta vida, designem para juízes os que são da igreja, mesmo que sejam os menos importantes. Digo isso para envergonhá-los. Acaso não há entre vocês alguém suficientemente sábio para julgar uma causa entre irmãos? Mas, ao invés disso, um irmão vai ao tribunal contra outro irmão, e isso diante de descrentes!” (1 Coríntios 6:4-6, NVI)

Juízes suficientemente sábios para julgar entre os irmãos. Alguém? Talvez não os encontre porque ninguém pede por sabedoria e Deus quer dar livremente (Tiago 1:5). Uma igreja que não tem capacidade para julgar com sabedoria, então, não entendeu a importância de ser seguidor de Jesus e ainda é composta por inexperientes na Palavra.

Julgando de forma justa

A igreja precisa ter pessoas sábias para julgar as questões entre os irmãos, isto é bíblico. A sabedoria guiará esses homens, mas, e você, como se posiciona quando ouve uma queixa ou talvez até uma fofoca?

“O primeiro a apresentar a sua causa parece ter razão, até que outro venha à frente e o questione” (Provérbios 18:17, NVI)

Não caia na armadilha de ouvir a demanda de um só. Quando a primeira pessoa reclama, parece estar com a razão, mas quando você ouve o outro lado, nota que ambos têm suas razões ou consegue ver quem está errado. Não seja precipitado ao julgar. Ouça todos os lados e não seja partidário. Se você se sente inapto por ter um relacionamento forte com um dos lados, julgue a si mesmo se deve ajudar na questão. Juízes sérios muitas vezes se abstêm de julgar por estarem envolvidos na causa e sabem que não serão imparciais.

Sempre julgue com a Bíblia aberta, como o juiz que julga de acordo com a lei. Tenha bases sólidas na Palavra de Deus; caso contrário, será sua opinião. Não esteja sozinho ao tomar uma decisão. Ninguém pode ser julgado com uma só opinião contrária ou de acusação. A sabedoria da Palavra de Deus diz que duas ou três testemunhas são necessárias (1 Timóteo 5:19).

Não faça decisões sem consultar ao Senhor. Oração deve estar em primeiro lugar.

Quem deve julgar?

Em várias questões, todos devemos julgar, mas nem todas as questões. Precisa ter qualificações para alguns julgamentos. Precisa ser sábio (1 Coríntios 6:5), ter conhecimento para julgar com justiça, ser imparcial e paciente. Tem que ter amor incondicional, compaixão, misericórdia, ser experimentado e reconhecido publicamente pela igreja. Acredito que estas e outras qualificações têm os homens aptos para serem presbíteros da igreja. Olhemos para aquelas qualificações e nos guiemos pela Palavra de Deus.

Julgar com justiça

Então você quer justiça? Comece por você, porque isso é justo. E toda medida que você usar para julgar, será usada para você também. Se você julga sem amor, misericórdia, paciência, compaixão, sabedoria e conhecimento, você também

será julgado assim. Que a medida seja justa. Por isso, “não julguem, para que não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.” (Mateus 7:1-2, NVI)

E antes de julgar, examine sua vida e tire o que te impede de enxergar com clareza. Tirar a trave do olho é uma metáfora que nos dá uma lição: a verdadeira justiça começa por nós mesmos.

“Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu? Hipócrita! Tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.” (Mateus 7:3-5, NVI)

Conclusão

Como seguidores de Cristo, somos chamados a julgar com justiça, não com hipocrisia. Devemos ser justos, sábios e compassivos, baseando nossos julgamentos na Palavra de Deus e não em nossas opiniões pessoais. E lembre-se: a justiça verdadeira começa por nós mesmos.

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