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O CRISTÃO E AS FAKE NEWS

“Não espalhe notícias falsas e não entre em acordo com o ímpio, para ser testemunha maldosa” – Êxodo 23:1

Privilégio gera responsabilidade. Do orelhão com fichas na mão veio o celular. Dele vieram e-mails, WhatsApp, Telegram, Instagram etc., tecnologias que ajudaram enormemente na comunicação humana. 

As redes sociais potencializaram o poder da comunicação em massa, antes restrita à televisão e ao rádio. Surgiram as Fake News, notícias falsas geralmente feitas a partir de um recorte manipulado para transmitir aquilo que o fraudador deseja, por vídeo, imagem ou escrita. As redes sociais são neutras, mas potencializam a natureza carnal humana decaída no pecado.

O cristão é filho de Deus e foge de toda mentira e de toda forma do mal (1 Tessalonicenses 5:22). Somos da verdade, fomos ensinados pelo Senhor Jesus que o diabo é o pai da mentira (João 8:44). Devemos dizer a verdade, mesmo quando contrária aos nossos interesses. Como filhos da luz, divulgaremos somente aquilo que checamos ser verdadeiro. Nosso Mestre e nossos primeiros irmãos foram vítimas das Fake News da época.

Mateus 26:59 diz: “E os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte.”. Em 26:61, encontramos: “Este disse: ‘Posso destruir o santuário de Deus e reconstruí-lo em três dias’.”

Jesus disse essa frase, porém, eles a deturparam e tiraram do seu contexto para acusá-lo de rebeldia contra Roma, crime pelo qual foi condenado.

A mesma notícia falsa foi utilizada pelo Sinédrio para condenar Estêvão:

Nós o ouvimos dizer que esse Jesus, o Nazareno, destruirá este lugar e mudará os costumes que Moisés nos deu” – Atos 7:14 

Jesus adverte: “Digo a vocês que, no Dia do Juízo, as pessoas darão conta de toda palavra inútil que proferirem” – Mateus 12:36

Fake News são mentiras jogadas na rede mundial de computadores objetivando o erro, a fraude, o engano, derrubar reputações, prejudicar o próximo. Outro exemplo de fake News são os sites de grupos religiosos que não pregam a verdade de Deus. Sejamos seletivos nisso.

Finalmente, mesmo que a notícia seja verdadeira, utilizemos as três peneiras ensinadas na história a seguir: 

Um homem encontrou seu mestre, levando uma informação que julgava interessante:
– Quero contar coisa a respeito de um amigo teu!
– Espera um momento – disse o Mestre. – Antes, quero saber se essa informação passou pelas três peneiras.
– Três peneiras? Como assim?
– Vamos peneirar aquilo que quer me dizer pelas três peneiras. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?
– Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei se é verdade.
– A segunda peneira é a da BONDADE. Passaste essa informação pela peneira da bondade. Serás bondoso com ele? Gostaria que fizessem isso com você?

   Envergonhado, o homem respondeu:

– Devo confessar que não.
– A terceira peneira é a da UTILIDADE. É útil o que vieste falar a respeito do meu amigo? Vai ajudar em algo?
– Útil? Na verdade, não.
– Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, é melhor que o guardes apenas para ti.

“Por isso, deixando a mentira, que cada um fale a verdade com o seu próximo, porque somos membros do mesmo corpo.” – Efésios 4:25.

HUMILDADE ANTE O PODEROSO SENHOR DO UNIVERSO

HUMILDADE ANTE O PODEROSO SENHOR DO UNIVERSO

“Então Jesus foi com eles. Quando Jesus já estava perto da casa, o centurião enviou-lhe alguns amigos, dizendo: — Senhor, não se incomode, porque não sou digno de recebê-lo em minha casa. Por isso, não me julguei digno de ir falar pessoalmente com o senhor; porém diga uma palavra, e o meu servo será curado.” – Lucas 7:6-7

“E, quando os que tinham sido enviados voltaram para casa, encontraram o servo curado.” – Lucas 7:10

Hoje falarei ainda um pouco sobre o centurião. No artigo da semana passada eu destaquei o quanto o amor desse homem por seu servo e pela comunidade judaica tinha atraído sobre ele o respeito e a consideração dos líderes judaicos.

No texto de hoje vemos o quanto esse homem era humilde. No pensamento judaico do primeiro século, uma pessoa entrar na casa de outra era um ato de grande valorização. Essa é a razão, por exemplo, de Zaqueu não ter convidado Jesus para entrar em sua casa, foi o próprio Jesus quem se convidou (Lucas 19:1-10). Hoje o pensamento é inverso, nós esperamos ser convidados e isso para nós representa valorização e respeito.

Imagino alguém dizendo para o centurião romano: “O Mestre está vindo em nossa direção”. O centurião deve ter ficado aflito, pois já não tivera coragem de ir falar pessoalmente com Jesus e agora este vinha ao seu encontro. Por isso mandou os seus servos dizerem o quanto se sentia indigno que o Senhor entrasse em sua casa.

Essa é a maneira correta de nos apresentarmos diante de Deus, de nos aproximarmos dele. Somos indignos, pecadores, quanto mais nos conhecemos e conhecemos a santidade de Deus, mais devemos nos sentir indignos da presença e do favor do Senhor. É ser “pobre de espírito” (Mateus 5:3) e “chorar pelos nossos próprios pecados” (Mateus 5:4). Uma pessoa assim torna-se feliz porque é gente assim que é trabalhável nas mãos de Deus.

Muito diferente da atitude futura do fariseu que convidou Jesus para ir em sua casa:

“E, voltando-se para a mulher, Jesus disse a Simão: — Você está vendo esta mulher? Quando entrei aqui em sua casa, você não me ofereceu água para lavar os pés; esta, porém, molhou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Você não me recebeu com um beijo na face; ela, porém, desde que entrei, não deixou de me beijar os pés. Você não ungiu a minha cabeça com óleo, mas esta, com perfume, ungiu os meus pés.” – Lucas 7:44-46

O fariseu não deu o mínimo tratamento que se esperava que desse a um hóspede que aceita entrar na casa. Já o centurião sentiu-se indigno de receber Jesus em casa. Além de sentir-se indigno, o centurião tinha tanta fé em Jesus que sabia que apenas uma palavra do Mestre seria suficiente para curar o seu servo. Foi uma fé que deixou o próprio Senhor Jesus admirado.

O resultado foi a cura do seu servo. É o que ocorrerá conosco de maneira completa se nos aproximarmos de Deus desta maneira: com humildade, entendendo que somos indignos do seu amor, mas confiantes de que o Senhor é poderoso para fazer infinitamente mais do que pensamos e pedimos, conforme o seu poder que age em nós (Efésios 3:20).

De longe, sem pronunciar uma palavra sequer, Jesus curou o servo do centurião, possivelmente apenas através do seu pensamento. É este Jesus que seguimos hoje, poderoso, que vive para interceder e cuidar de nós (Hebreus 7:25).

A Guerra Cultural Contra Os Valores Cristãos

a guerra cultural contra os valores cristãos

Quando foi que você ganhou consciência do que era bom e ruim? Imagino que foi bem cedo. Às vezes acontece naturalmente através da descoberta entre erros e acertos, outras, alguém influencia você geralmente oferecendo uma oportunidade que deve ser escondida.

Desde então, estamos lutando para voltar à pureza e à simplicidade com a qual viemos para abençoar este mundo. O mundo impõe a sua cultura e costumes em todos e aproveitam-se da inocência e dos elos fracos. Aproveitam-se de corações imaturos.

“A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Provérbios 22:15)

A correção para a estultícia é a vara. A estultícia é querer se aproveitar de oportunidades que, na prática, devem ser feitas longe dos olhos alheios ou com outros que pensam da mesma maneira. Deus, na sua imensa sabedoria, criou a consciência que pesa e até procura a vara da disciplina. Esta é a contra cultura cristã.

A GUERRA CULTURAL

Talvez você, como eu, se incomode pela cultura avessa aos bons costumes e à própria lógica que o mundo abraça e legaliza. Eles querem tudo: drogas ilícitas, satisfação de todos os seus prazeres, afronta à fé, oposição ao casamento instituído por Deus, sem regras e convenções e muitas outras coisas.

Nos dias atuais, uma guerra ferrenha tem sido travada contra os valores divinos em diversas esferas da sociedade. Esta guerra da cultura e libertinagem de alguns é evidente em várias áreas, desde a política até a mídia, desafiando os princípios fundamentais que moldaram as sociedades por séculos. Contradizem o bom senso e até o pouco conhecimento que a ciência traz e julga saber. Tentam calar a moral e os bons costumes que, julgam eles, criam regras proibindo seus vergonhosos comportamentos.

O comportamento das pessoas sem o mínimo conhecimento do porque das ditas regras e proibições cristãs ignoram que não é o que julgam, mas uma proteção da própria vida nesta terra. Os que praticam o pecado, expõem-se ao perigo de morte e quem vai matá-los? Não os autênticos religiosos, mas pessoas que tem outros pecados e condenam pecados que consideram piores ou mais vergonhosos do que os seus (Romanos 1:32).

ATAQUES À FÉ

Vários exemplos temos para ficar firmes contra as investidas de Satanás. Ele está desesperado e tanto odeia a Deus quanto a si mesmo porque já sabe que está condenado. Deus criou o paraíso para aqueles que depositam sua fé em Jesus. Ele não pode fazer nada contra Deus e o único recurso para atingir Deus é contra o ser humano, imagem e semelhança de Deus.

Vários personagens deixaram exemplo de fortaleza na fé quando foram atacados: Daniel, Shadrach, Meshach e Abednego, Esther, Pedro e João entre outros bons exemplos a seguir. O apóstolo Pedro viu a perseguição de perto e escreveu para àqueles que foram perseguidos:

“…sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (1 Pedro 1:5-7 – Leia também 1 Pedro 2:11, 12; 1 Pedro 2:19; )

Os ataques à fé, moral, bons costumes, fidelidade, pureza e tudo o que Deus criou para nos proteger acontece nos elos fracos da sociedade. Tudo o que não presta tem se aprendido na escola, começa desde cedo até no jardim da infância. O mal não tem escrúpulos. Outro elo fraco são as mulheres. Sim, elas têm a sua força, mas através delas a vida acontece. Deus as abençoou, mas elas precisam ser protegidas, respeitadas e amadas. O mal as tem como alvo, porque vê nelas um ponto fraco. Não é por acaso que, na tentativa de salvar alguns de uma tragédia, prioriza-se as mulheres e crianças. Satanás também está priorizando as mulheres e crianças.

As armas de satanás hoje nem amedrontam. Ele usa a escola, a Internet, a música, a dança, os filmes, os desenhos infantis, a poesia, a educação, as amizades, a política, etc. Fique atento…

RESPOSTA À GUERRA CULTURAL

Alguém perguntou para o irmão Norton no alto dos seus mais de 80 anos o que ele faria se ele pudesse voltar no tempo. Ele respondeu:
– Eu leria mais a Bíblia.

Esta é uma resposta muito sábia! Não importa a sua idade, a sua experiência, o quão fundo você está no pecado. Leia mais a Bíblia. Nela nós desenvolvemos a fé, a pureza, a esperança, o amor e nela nós aprendemos o evangelho, o poder de Deus para salvar a humanidade. Esta é a resposta de fé contra a guerra cultural.

É a Bíblia que nos ensina que nossa guerra não é contra as pessoas e sim contra os “principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Efésios 6:12). Devemos vestir a armadura dada por Deus para lutar e vencer.

Quanto às pessoas, vamos orar por elas e pedir as bênçãos de Deus. Vamos orar com fé e realmente pedir que elas sejam tocadas pela mão de Deus e, como nós, possam escapar.

“abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis” (Romanos 12:14)

Muitos de nós já estivemos ou ainda estamos flertando com a morte espiritual, consequências dos delitos e pecados e influência do “príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência” Efésios 2:1-3)

CONCLUSÃO

Estamos travando uma guerra espiritual. A nossa guerra não é contra as pessoas e sim contra um inimigo que já não é mais invisível e oculto. Vamos orar pelas pessoas e compartilhar com elas a solução para que saiam das garras do maligno que as engana com prazeres e mentiras que ele não vai cumprir. Vamos nos santificar para que possamos ter a esperança de ver a Deus. Nessa guerra, lembremos que Jesus já é vitorioso, de que lado você vai ficar?

REJEITADOS POR CAUSA DE Jesus – O EVANGELHO DE LUCAS

REJEITADOS POR CAUSA DE JESUS

“Bem-aventurados são vocês quando as pessoas os odiarem, expulsarem da sua companhia, insultarem e rejeitarem o nome de vocês como indigno, por causa do Filho do Homem.

Alegrem-se naquele dia e exultem, porque grande é a recompensa de vocês no céu; porque os pais dessas pessoas fizeram o mesmo com os profetas.” – Lucas 6:22-23

O texto desta semana fez-me pensar o quanto os cristãos atuais fazem de tudo para agradar as pessoas que os rodeiam e seu modo de viver quase não tem diferença quanto ao modo dos demais.

Vejamos que palavras fortes o Senhor Jesus utiliza para mostrar o que aconteceria com seus discípulos, que insistissem em defender e viver de acordo com o seu evangelho: odiados, expulsos, insultados e rejeitados como indignos. Tudo isso por causa de Jesus, porque insistiriam em mostrar que há um jeito de viver ensinado pelo Mestre.

Temos muito medo de sermos chamados de “fanáticos”, “radicais”, “intolerantes” e “exagerados” na nossa maneira de seguir o Senhor Jesus, defender seu evangelho e fazer questão de colocá-lo como assunto importante em nosso dia a dia.

Precisamos estar preparados para o fato de que, por pregarmos a verdade de Jesus, seremos rejeitados, nossa companhia será evitada pelas pessoas, não seremos convidados para determinados eventos porque “somos do contra” na palavra daqueles que nos rejeitarem ou radicais na defesa do evangelho.

O discípulo de Jesus precisa evitar ser popular no sentido de ser aceito por todos. Se isto está acontecendo, pode ser um sinal de que não estamos vivendo como sal da terra e luz do mundo (Mateus 5:13-14).

Apenas uma advertência: isto não significa ser perseguido por fazer o mal ou em razão de aprontarmos com os outros ou vivermos uma vida de hipocrisia:

“Pois que glória há, se, pecando e sendo castigados por isso, vocês o suportam com paciência? Se, entretanto, quando praticam o bem, vocês são igualmente afligidos e o suportam com paciência, isto é agradável a Deus.” – 1 Pedro 2:20

Sejamos como nossos irmãos da igreja primitiva, que se alegravam quando insultados e rejeitados por insistirem em pregar e viver Jesus, o Filho de Deus.

“E eles se retiraram do Sinédrio muito alegres por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome. E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar que Jesus é o Cristo.” – Atos 5:41-42. 

“ONDE ESTÁS”?

"ONDE ESTÁS"?

A pergunta do título deste artigo foi a que Deus fez a Adão em Gênesis 3:9, logo após ele comer o fruto proibido e se esconder. Ao analisarmos mais a fundo esse acontecimento, podemos notar algumas coisas que nos trarão ensinamentos para colocarmos em prática em nossa vida e que nos ajudarão a entender melhor a natureza maravilhosa de nosso Pai.

Primeiro, devemos prestar atenção à pergunta que Deus faz a Adão, “onde estás”. Não é razoável supor que Aquele que é Onisciente, Onipotente e Onipresente não soubesse onde estaria escondido Adão, como se fosse possível alguém brincar de esconde-esconde com Deus! Claramente, essa pergunta refere-se muito mais a uma situação espiritual do que a uma situação meramente geográfica.

A pergunta de Deus tinha o objetivo de fazer com que Adão pudesse raciocinar sobre o mal que ele tinha feito e todas as consequências advindas daí. Se observarmos o contexto, veremos que, até o cometimento do pecado do primeiro casal, eles e Deus tinham um constante contato, e a presença de Deus lhes era um privilégio. Ao pecarem, esse contato foi rompido, e aquilo que era um prazer tornou-se um motivo de medo e tentativa de fugir de Sua presença.

Podemos usar uma licença poética e imaginar a cena, com Adão e Eva, talvez, escondidos atrás de uma árvore, com Adão com o dedo sobre a boca pedindo a Eva que ficasse quietinha a fim de Deus não os achar, como tantos de nós já fizemos ao brincar de esconde-esconde com alguém. Mas, como diz o ditado, “seria cômico se não fosse trágico”, se entendermos a gravidade do que havia acontecido. Uma cena que tanto nos lembra nossos momentos de infância estava, a partir de então, eternamente ligada ao terrível momento do ser humano deixando de ter comunhão com seu Criador por causa da desobediência e pecado.

E é isso que o pecado traz. Medo, vergonha, tentativa frustrada de fugir. E a cada pecado, o homem vai buscando maneiras de se esconder de Deus, seja ficando atrás de uma árvore, enfiando a cabeça na areia ou buscando desculpas para se justificar (como o próprio Adão, ao acusar Eva). E a cada tentativa de fuga, só ficamos cada vez mais distantes, mais afastados, mas cheios de culpa, medo e vergonha.

E nessa vergonha, deixamos de prestar atenção ao que Deus quer nos proporcionar ao nos chamar, a dizer a cada um de nós após pecarmos, “onde estás, meu filho”? Deixamos a vergonha do pecado sobrepor à voz amorosa de Deus, como a nos dizer que é só nos apresentarmos diante Dele para que possamos nos socorrer e nos oferecer seu ombro de Pai.

A história de Adão mostra que a cada dia nós também podemos escolher entre continuar tendo a comunhão e a presença de Deus ou buscarmos uma tentativa patética de nos escondermos Dele. O nosso Pai sabe exatamente onde nós estamos, mas essa Sua pergunta visa fazer com que nos encontremos a nós mesmos, perdidos em nossos próprios erros. A bondade e a misericórdia de Deus são tão mais amplas e infinitas que nem sequer conseguimos imaginar.

Não permita, meu irmão, que o pecado te faça imaginar que “ficar atrás de uma árvore ou da cortina da sala” seja suficiente para se esconder de Deus. Não foi para Adão, não será para nós. Nossos pés sempre ficarão aparecendo.

Reflexões sobre Romanos 1: Compreendendo a Condição Humana e a Necessidade da Justiça Divina

Condição Humana e a Necessidade da Justiça Divina

Quero compartilhar algumas reflexões inspiradas pelo poderoso capítulo 1 da carta aos Romanos. Ao mergulharmos nessa passagem, somos confrontados com verdades profundas sobre a condição humana e a necessidade da justiça divina.

O capítulo 1 de Romanos na Bíblia aborda vários temas, incluindo a natureza do pecado, a depravação humana e a necessidade da justiça de Deus. Paulo começa destacando a revelação divina e, em seguida, discute a rebelião da humanidade contra Deus. Ele aborda questões morais e espirituais, enfatizando a importância da fé. O contexto geral é sobre a condição humana, o pecado e a necessidade da salvação.

O apóstolo Paulo, guiado pelo Espírito Santo, nos leva a uma jornada de introspecção e compreensão da nossa natureza caída. No versículo 18, ele nos alerta sobre a ira de Deus revelada contra toda impiedade e injustiça dos homens. Essa é uma chamada para refletirmos sobre nossas próprias vidas, examinando se estamos vivendo em conformidade com a vontade divina.

“A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (Romanos 1:18)

Deus está irado contra a humanidade porque, mesmo tendo dado a solução para a perdição da humanidade, continuam ignorando o que claramente se pode ver: a existência de Deus e, por isso, se tornam indesculpáveis.

“porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.” (Romanos 1:19-21)

A idolatria é mencionada no versículo 23, destacando a troca da glória do Deus incorruptível por imagens criadas. Isso nos lembra da importância de mantermos Deus no centro de nossas vidas, não permitindo que nada ou ninguém tome Seu lugar em nossos corações.

“Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.” (Romanos 1:22, 23)

Aprendemos, com mais este texto bíblico, que o pecado, mesmo que pareça insignificante, nunca permanece pequeno e frequentemente traz consigo consequências mais graves. As ramificações do pecado são imprevisíveis, e é importante estarmos alertas. Substituir Deus ou anular a Sua soberania por criações humanas, ocupando o lugar que pertence a Deus, nos expõe ao risco de enfrentar as consequências do pecado. Um exemplo citado é a idolatria; no entanto, isso é apenas o início, pois coisas ainda mais sérias podem seguir-se.

“Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!” (Romanos 1:24, 25)

No entanto, é nos versículos 26-27 que Paulo aborda um tema delicado: a homossexualidade. É crucial abordar isso com amor e compreensão, lembrando que a Escritura nos chama a amar uns aos outros. A humanidade, imersa em pecado, não demora a encontrar teólogos que podem interpretar esses versículos de várias maneiras para se sentirem justificados por seus próprios argumentos, em vez de buscarem na graça divina a justificação. Nós, verdadeiros discípulos que desejamos ser, devemos não só aceitar com mansidão a contundência dessas palavras, mas também manter uma postura de compaixão ao discutir esses temas, reconhecendo a necessidade universal de redenção.

“Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.” (Romanos 1:26, 27)

Paulo destaca não apenas os pecados individuais, mas também a depravação coletiva da humanidade. A rebelião contra Deus é evidente, e todos nós, em algum nível, compartilhamos dessa inclinação pecaminosa. No entanto, a mensagem não é de desespero, mas de esperança.

Através da fé em Cristo, encontramos a solução para nossa condição pecaminosa. Os versículos 16-17 ressoam com a promessa do evangelho, o poder salvador que nos conduz à justiça de Deus. Devemos compartilhar essa mensagem de esperança com o mundo, reconhecendo nossa própria dependência da graça divina.

“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.” (Romanos 1:16, 17)

Em nossa vida como discípulos, lembremos que as lições de Romanos 1 não são apenas um chamado à reflexão, mas também um convite à transformação. Busquemos viver em conformidade com a vontade de Deus, amando e servindo uns aos outros, compartilhando a luz do evangelho em um mundo que precisa desesperadamente dela.

PARA NÃO PECAR

INTRODUÇÃO

Pecado é um assunto bastante presente na Bíblia é um assunto sobre o qual tenho falado e escrito bastante.

Sugiro que você que lê este artigo dê uma olhada no canal da igreja de Cristo no bairro dos Pimentas no YouTube e neste portal e verá vários artigos sobre este assunto.

Neste artigo quero dar algumas dicas sobre como fazermos para que o pecado seja exceção e não regra em nossas vidas, como seguidores do Senhor Jesus.

O texto abaixo me acompanhou na adolescência (momento de minha conversão), na minha juventude e ainda hoje é importante.

“De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra. De todo o coração te busquei; não deixes que eu me desvie dos teus mandamentos. Guardo a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti.” – Salmo 119:9-10

Porém, não basta o desejo de não pecar. Precisamos saber, primeiro, as razões para não pecar e as estratégias que a Palavra de Deus nos ensina.

POR QUE NÃO PECAR? 

O medo do inferno ou de eventual castigo de Deus? Sim, são bons motivos, mas não devem ser os principais. Até porque somente eles não serão suficientes para que nos guardemos do pecado. Vejamos 5 bons motivos.

1º Minha identidade – Romanos 6:1-7 e 2 Pedro 1:4

Normalmente agimos de acordo com aquilo que somos ou imaginamos ser. Faremos do pecado exceção quando entendermos e internalizamos o que aconteceu no momento do nosso batismo, quando, após confessarmos Jesus como nosso Senhor, identificarmos os pecados que precisaremos lutar, descermos às águas do batismo. Algo grande aconteceu conosco em termos de nossa identidade.

Naquele momento, todos os nossos pecados foram perdoados, recebemos de Jesus a promessa de que seu sangue nos limparia diariamente (1 João 2:1) e por isso o pecado precisa ser cada vez menos presente em nossas vidas.

Quem sou eu? Quem você se tornou ao sair das águas?

Resposta: morremos com Cristo, fomos ressuscitados com Ele, todos os pecados perdoados, tivemos nossos nomes escritos no livro da vida (Lucas 10:20), temos promessa de vida eterna, o Espírito Santo passou a nos habitar.

E mais: a natureza divina passou a ser infundida em nós, conforme nos ensina 2 Pedro 1:4, passamos a ser novas criaturas (2 Coríntios 5:17), o lavar regenerador de Deus ocorreu em nós (Tito 3:5). Tudo isso aconteceu após crermos em Jesus, nos arrependemos, confessamos a Ele como nosso Senhor, sermos imersos nas águas e acrescentados ao reino de Deus.

2º Meu relacionamento com Deus torna-se importante, acima de qualquer outro – 1 Pedro 3:12

De vez em quando estou tentado, doidinho para pecar. Minha carne quer ser satisfeita. Vou fazer algo pecaminoso ou deixar de fazer algo correto. E aquilo que me dará prazer.

Olho para a direita – ninguém, olho para a esquerda, ninguém. Não serei descoberto (é mentira, mas penso que não serei).

Olho para o alto e imagino Deus Pai, com Jesus ao seu lado, os dois me olham, esperando qual será a minha decisão, minha atitude.

Quantas vezes deixei de pecar e imaginei um sorriso tirado dos olhos do meu Pai celestial e do seu Filho, o Senhor Jesus, meu irmão mais velho.

Quando leio Lucas 22:31-34 com 59-62, imagino Pedro pecando, negando a Jesus, os olhos de Jesus fixos neles, o apóstolo olha para o Senhor, os olhos se encontram, ele lembra das palavras de Jesus (“Pedro, hoje você me negará três vezes”). Foi a terceira vez que Pedro se entristece, corre para um canto e chora amargamente sua queda.

Claro que uma vez arrependidos, o perdão do Senhor vem, mas não quero ter o olhar do meu Pai sobre mim no momento do pecado. Por isso, ao pensar em Deus olhando para mim, quantas vezes já deixei de fazer algo pecaminoso ou pratiquei aquilo que meu Pai (e meu Irmão) esperam de mim.

3º Meu amor a Jesus – foram os meus pecados que cravaram meu Mestre lá na cruz – Judas 23

Na Bíblia é Jesus quem mais fala de inferno, cerca de 20 vezes. Ele tem autoridade para isso, pois sofreu aquela morte horrenda para perdoar os nossos pecados. Por ter em mente que foram os meus pecados que cravaram Jesus na cruz (Atos 2:36), eu odeio o pecado (Salmo 139:21-22) e desejo que ele seja cada vez menos presente em minha vida.

4º O ser cristão consiste nos dois maiores mandamentos, amar a Deus, amando ao próximo e guardar-se incontaminado do mundo – Tiago 1:27

Há um equilíbrio em ser cristão. De um lado, procuramos amar todas as pessoas e praticar boas obras (Tito 3:8).

Mas há também a orientação bíblica para que nos mantemos incontaminados do mundo, que jaz no maligno (1 João 5:19).

Esta é a verdadeira religião, nos ensina Tiago.

5º Há pecados que carregamos as consequências até o túmulo, mesmo nos arrependendo e sendo perdoados por Deus.

Davi nunca mais foi o mesmo depois de pecar com Bate Sebá.

Perdemos muito quando permitimos que o pecado nos domine. Um único momento nos prazeres transitórios do pecado (Hebreus 11:25) pode nos fazer perder a credibilidade, podemos perder nosso casamento, a admiração e respeito dos nossos filhos, talvez tenhamos que responder na justiça humana, até sermos presos além do principal, perdermos o respeito própria e a comunhão maravilhosa que temos com Deus.

Esse ganho financeiro compensa o preço de eventual consequência?

Esses momentos de prazer compensam a perda que terei depois?

Agora que estamos convencidos pela palavra da desgraça do pecado, podemos pensar nos recursos disponíveis para que não pequemos.

PARA NÃO PECAR

1º Travar uma guerra de vida ou morte contra o pecado – Marcos 9:43-48 e Hebreus 12:4 – precisamos, sim, falar de pecado, estudar sobre ele para essa guerra.

Precisamos levar a sério o pecado, ter cuidado e vigiar sobre nossos pontos fracos. “Vigia, irmão!”

O pecado parece inofensivo, mas não é. Ele se manifesta através dos nossos membros: olhos, mãos, pés, nossos desejos, por isso Jesus é radical e diz: “corta!” tudo aquilo que pode levar a pecar.

Decida travar uma guerra de vida ou morte contra tudo o que a Bíblia chama de pecado e essa tendência que temos para pecar.

Às vezes podemos brincar e flertar com o pecado. Isto acabará mal. 

2º Conhecer cada vez mais a vontade de Deus para saber o que é pecado – Efésios 5:17

O Salmo 119:10-11 nos ensina a guardar no coração a Palavra de Deus para não pecarmos contra ele.

O Senhor Jesus, a cada tentação, sacou da Palavra de Deus: “Está escrito” (Mateus 4).

A Palavra de Deus nos afastará do pecado ou o pecado nos afastará da palavra.

É importante conhecer a Palavra pois pecado é o que Deus chama de pecado, não aquilo que eu acho que é pecado.

3º Ter uma vida cada vez mais transparente, levando os pecados à luz, de Deus, da Palavra e de irmãos maduros em Cristo – 1 João 1:7,9 e Tiago 5:16

A força do pecado são as trevas. Quando começamos a pecar, alimentamos nossa natureza humana chamada carne. E quanto mais escondemos o pecado, mais ele tem força sobre nós.

Quando levamos nosso pecado à luz da Palavra, de Deus e se estamos tão presos a ele, a um irmão em Cristo, o pecado logo perde o poder que tinha sobre nós. A confissão, a comunhão, o viver em transparência nos ajuda a vencer nossos pecados (1 João 1:7-2:1).

4º Não permitir que o pecado utilize os meus membros para mostrar-se – 1 Coríntios 9:27 e Jó 31:1,9, Romanos 3:13-15 e Romanos 6:12-14.

1 Coríntios 9:27 é um princípio de vida para mim.

“Mas esmurro o meu corpo e o reduzo a escravidão para depois de ter pregado a muitos, não venha eu mesmo ser desqualificado”.

Não estou a fim de fazer, mas Deus manda eu fazer. Eu faço.

Estou com vontade de fazer, mas Deus diz para eu não fazer. Eu não faço.

Esmurrar o corpo é reduzir nossas vontades à escravidão de Jesus.

Gosto desta frase: “Quando tudo o que eu desejar não for a tua vontade, ME LIVRAR DA MINHA”.

Vida cristã é renúncia, é dizer cada vez mais NÃO PARA O PECADO e SIM PARA DEUS E SUA PALAVRA.

5º Conhecer-se e vigiar constantemente – Tiago 1:14-17

Eu posso agir de forma desonesta no meu trabalho? Se não vigiar, sim.

Eu posso trair a minha esposa? Idem.

Eu posso abandonar a Jesus? Se não tomar os cuidados ensinados por Jesus, sim.

Eu tenho pontos fracos na minha vida, que preciso orar diariamente, pedindo a Deus que me livre deles. E me ajude a vencê-los. 

Todos nós somos viciados em pecar (alguns são a línguas, outros os pensamentos, ainda outros um coração duro e ressentido, outros são questões sexuais e outros o amor excessivo a Manon). Qual é o seu? Eu conheço muitos dos meus.

O que poderia me fazer abandonar o corpo de Cristo, abandonar o Senhor Jesus? Eu conheço muitas das minhas fraquezas, confesso a Deus, a irmãos confiáveis e sempre oro por isso.

CONCLUSÃO

Não pecar – é o desejo de todo filho de Deus que ama o seu pai. Pelas razões mostradas e temos as armas necessárias para não pecar. O Espírito Santo habita em nós para mortificar a força do pecado (Romanos 8:13).

Mesmo assim, quando Cristo voltar, nos pegará pecando, se entendemos o que é pecado. Ele nos pegará pensando o que não devemos, falando uma palavra que não deveríamos. Se ser pego fazendo algo pecaminoso no dia do Juízo Final nos levasse para o inferno, estaríamos todos perdidos.

Mas que Jesus nos pegue lutando contra o pecado, mesmo com as quedas eventuais que devem ser exceção, Ele nos pegue confessando. Que o Senhor não nos pegue chafurdando gostosamente no pecado (2 Pedro 2:20-22).

Graças a Deus que chegaremos diante do trono de Deus acompanhado de Jesus, nosso advogado (1 João 1:8-2:1). Por isso chegaremos lá, são e salvos, depois da luta diária de vida ou morte contra o pecado. Aleluia!



O Cordeiro de Deus

O lobo e o Cordeiro

Um lobo, ao encontrar um cordeiro desgarrado do rebanho, decidiu, em vez de deitar mãos violentas sobre ele, encontrar alguma razão para justificar seu direito de comê-lo. Então, ele lhe disse: “Seu tratante, você me insultou rudemente no ano passado.”

• Como? – redarguiu o cordeiro num tom choroso de voz – eu não havia nascido ainda.

O lobo então disse: “Você pastou em meus campos.”

• Não, bom senhor – respondeu o cordeiro – ainda não senti o gosto de grama.

Novamente, o lobo disse: “Você bebeu água do meu poço.”

• Não – exclamou o cordeiro – eu nunca bebi água, pois o leite de minha mãe é tanto comida quanto bebida para mim.

Após isso, o lobo agarrou e comeu o cordeiro, dizendo: “Bem! Se não foi você, foi seu pai.” E devorou o cordeiro.

Moral: O tirano sempre encontrará pretexto para sua tirania.

Não levaram Jesus às autoridades, “o levaram à casa de Caifás, o sumo sacerdote, onde se haviam reunido os escribas e os anciãos” (26:57). Mesmo de forma arbitrária, começaram um julgamento. Afinal de contas, do que acusaram Jesus?

1. Julgaram Jesus com mentiras: “Ora, os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte” (26:59). Já planejavam matá-lo, já haviam decidido isso.
2. Deturparam as palavras de Jesus: “Este disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias” (26:61). Decidiram não ouvir, pensar e entender. Jesus respondeu com silêncio à mentira. Os fatos simplesmente não existiam.
3. O acusaram de blasfêmia por ser Ele o Cristo. Jesus não pôde se esquivar do medo ou receio dos acontecimentos. A morte era inevitável e, mesmo assim, Ele não deixou de ser o Filho de Deus: “E o sumo sacerdote lhe disse: Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. Então, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou! Que necessidade mais temos de testemunhas? Eis que ouvistes agora a blasfêmia!” (26:63-65).

Mesmo diante de acusações falsas e um tribunal sem justiça e verdade, chegaram à conclusão que desejavam: “Que vos parece? Responderam eles: É réu de morte” (26:66).

Conclusão

Deixaram Jesus sozinho. Ele era o Cordeiro de Deus desgarrado do rebanho. Fizeram falsas acusações contra Ele, e finalmente, como lobos vorazes, os tiranos encontraram um pretexto para sua tirania.

LIÇÕES EXTRAÍDAS DA QUEDA DOS ORGULHOSOS

“Filho do homem, faça uma lamentação sobre o rei de Tiro e diga-lhe: Assim diz o Senhor Deus: “Você era o modelo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Você estava no Éden, jardim de Deus, e se cobria de todas as pedras preciosas: sárdio, topázio, diamante, berilo, ônix, jaspe, safira, carbúnculo e esmeralda. Os seus engastes e ornamentos eram feitos de ouro e foram preparados no dia em que você foi criado.

Você era um querubim da guarda, que foi ungido. Eu o estabeleci. Você permanecia no monte santo de Deus e andava no meio das pedras brilhantes.

Você era perfeito nos seus caminhos, desde o dia em que foi criado até que se achou iniquidade em você.” – Ezequiel 28:12-15

Eis um texto controvertido, pois, de fato, confunde os estudiosos da Bíblia. A quem Deus está se referindo através desta profecia de Ezequiel?

A maioria dos estudiosos da Bíblia aplica diretamente para Satanás e explicam assim a sua origem. Ela era Lúcifer, anjo de luz, que se rebelou contra Deus e por isso foi expulso.

Referência ao “modelo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura” reforçam essa interpretação. Além disso é dito que este ser estivera no jardim do Éden e teria sido um querubim (anjo) da guarda.

Há ainda alguns textos que reforçam essa interpretação como 

“Pois Deus não poupou anjos quando pecaram, mas, lançando-os no inferno, prendeu-os com correntes de escuridão, reservando-os para o juízo.” – 2 Pedro 2:4

“E a anjos — os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio lugar — ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia.” – Judas 1:6

No entanto, o próprio contexto do texto original depõe contra esta interpretação, uma vez que é aplicado claramente ao rei de Tiro, uma nação por muitos anos aliada à Israel, mas que, nessa época de Ezequiel, era inimiga e zombava do castigo dado por Deus ao seu povo.

Outra interpretação é que se refere ao próprio homem, criado de maneira perfeita, à imagem e semelhança do Altíssimo. Porém, desobedeceu ao Criador e um dos motivos é o mesmo que teria levado a queda do rei de tiro ou de Satanás, o orgulho, o desejo de ser como Deus.

“Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerem, os olhos de vocês se abrirão e, como Deus, vocês serão conhecedores do bem e do mal.” – Gênesis 3:5

Contra esta interpretação, mais uma vez, está o próprio texto apontando para o rei de Tiro.

Penso que o texto se refere originalmente ao rei de Tiro, pois assim diz a própria Palavra. Porém, concordo que termos como “jardim do Éden” e “querubim da guarda” não é possível referir-se a pessoa nenhuma após a expulsão do ser humano do jardim do Éden. Desta maneira, não descarto totalmente a aplicação para Adão, lá no Éden. Porém, acho difícil aplicar-se a Satanás pois, no Éden, ele já era a serpente, já estava no estado de rebelião contra Deus.

Mas, não posso deixar de reconhecer que o texto a seguir pode estar aplicando esse texto de Ezequiel a Satanás.

“Que o bispo não seja recém-convertido, para não acontecer que fique cheio de orgulho e incorra na condenação do diabo.” – 1 Timóteo 3:6

Paulo, neste texto, explica que o candidato a servir à igreja na condição de bispo/presbítero/pastor não pode ser recém-convertido para que não fique orgulhoso e caia na condenação do diabo, dando a entender que o orgulho foi o motivo da queda de Satanás, uma possível referência a esse texto de Ezequiel. Mas não podemos nos apegar a esta interpretação para criar mitos e fábulas, como faz a mídia e alguns escritos evangélicos quando abordam o assunto.

Porém, a lição mais importante é que aprendamos a lidar com nosso coração para que sejamos humildes, pois o orgulho precede a queda (Provérbios 16:18). Foi assim possivelmente com o diabo, com o rei de Tiro, com grandes autoridades como Nabucodonosor e com qualquer pessoa que não percebe que toda a fonte de poder e capacidade está no Senhor Deus e todos (mesmo o mal) não passam de servos do Altíssimo. Jamais esqueçamos dessa verdade bíblica.

“Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, os exalte.” – 1 Pedro 5:6

Que vivamos, cada dia, debaixo da poderosa mão de Deus.



O ORGULHO VEM ANTES DA QUEDA

a proud, arrogant and haughty person

“Filho do homem, faça uma lamentação sobre Tiro.” – Ezequiel 27:2

“Os navios de Társis transportavam as suas mercadorias. ‘Você se enriqueceu e ficou famosa no coração dos mares.'” – Ezequiel 27:25

No capítulo de hoje Deus continua a lamentar sobre o que acontecerá com as nações que zombaram da desgraça que se abateu sobre Israel e desta vez Tiro é destacada.

Aquela nação chegou a ser próspera e, na sua prosperidade, tornou-se orgulhosa e o orgulho foi o motivo de sua queda.

Na Bíblia esse tema é recorrente: o crescimento, o enriquecimento e o poder, muitas vezes, levam ao esquecimento da fonte de todo o poder e riqueza, Deus, e, por causa do orgulho, a pessoa ou mesmo a nação são abatidos. Começam a achar que a fonte de seu poder são eles próprios. Tantos personagens na Bíblia caíram nesse erro.

Vejamos as palavras de Nabucodonosor no auge do seu poder:

“O rei disse: — Não é esta a grande Babilônia que eu construí para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?” – Daniel 4:30

Esta palavra fez com que o rei babilônico ficasse por 7 anos como louco, até que reconhecesse que a fonte do seu poder era Deus.

O rei Ezequiel foi outro que, ao ser bajulado pelos assírios, ficou orgulhoso e ali foi a razão de sua queda:

“Mas Ezequias não correspondeu aos benefícios que lhe foram feitos, pois o seu coração se exaltou. Por isso veio grande ira sobre ele e sobre Judá e Jerusalém.” – 2 Crônicas 32:25

Eis a razão para apreciar as sábias palavras encontradas no livro de Provérbios:

“Não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário, para não acontecer que, estando eu farto, te negue e diga: “Quem é o Senhor?” Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus.” – Provérbios 30:8-9

Eis a razão de, com frequência, eu mesmo dizer: “Preciso que Deus me mantenha em rédea curta para que eu lembre que todas minhas conquistas ocorreram em razão do poder infinito dele em minha vida (Efésios 3:20), tudo o que tenho e tudo o que faço de bom é por causa da misericórdia, do amor e da bondade de Deus na minha vida (Tiago 1:17).”

Que aprendamos hoje com Tiro e os personagens destacados a sermos sempre humildes diante do poderoso Deus porque “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” – 1 Pedro 5:5. 

Que Ele não se veja na necessidade de nos abater em razão do nosso orgulho desmedido.