Muitas vezes, o melhor a fazer é se manter calado. Não porque concordamos com tudo, mas porque sabemos que certas batalhas não são necessárias. Diante de um mundo cheio de opiniões, embates e divisões, será que vale a pena gastar nossas energias com o que não altera o destino eterno? Essas questões passageiras que nos cercam são exatamente isso: passageiras. Então, o que fica? O que realmente importa?
Como cristãos, somos convidados a buscar um propósito maior e a entender que “os dias maus vão passar.” Esse conselho não é apenas uma forma de consolo, mas uma lembrança de que a nossa vida não é limitada pelas circunstâncias atuais. Nossos valores, que devem estar ancorados em Deus, nos mantêm firmes, independentemente das pressões e das opiniões ao nosso redor.
Amar como se Não Houvesse Eleição
Parodiando uma conhecida canção, “é preciso amar as pessoas como se não houvesse eleição”. Esse amor vai além das discussões políticas ou sociais que tanto nos dividem; é incondicional, voltado para a construção de relacionamentos autênticos. Amar como Cristo amou significa olhar para o outro sem preconceitos, sem rótulos, e com o desejo de que ele encontre a mesma paz e propósito que temos em Deus. E só existe um processo para alcançar a verdadeira paz: ouvir o evangelho, ter fé, se arrepender dos pecados, confessar Jesus como Senhor, nascer de novo e ser fiel à novidade de vida. Todas as outras soluções, talvez sirvam para esta vida ou para dar poder a alguém.
‘Se a nossa esperança em Cristo é somente para esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.’ 1 Coríntios 15:19
Diante disso, é importante se perguntar: qual é o nosso propósito? Será que estamos apenas repetindo as ideias dos outros ou temos clareza sobre a nossa própria caminhada? Estudos mostram que apenas 3% da população mundial possui planos por escrito e se compromete a segui-los. Isso significa que a grande maioria serve aos planos de outras pessoas. Em outras palavras, muitas vezes nos deixamos levar pela maré, apenas reagindo aos acontecimentos, sem uma direção própria e, muito menos procurando o propósito eterno e divino.
O Propósito de Vida: Plano Divino ou Ideias Passageiras?
Ter um propósito claro é essencial. Quando seguimos os passos de Jesus, percebemos que o Seu chamado não é para sermos levados pelas ideologias do mundo, mas para olharmos para o alto. Paulo disse:
“Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus” (Colossenses 3:1).
Nosso foco deve estar em buscar o Reino de Deus e viver de acordo com Seus princípios, o que inclui amar ao próximo, servir e ser luz onde estivermos.
Nesse contexto, vale uma reflexão: estamos dispostos a mudar nossas atitudes ao invés de apenas reagir ao que acontece ao nosso redor? Muitas vezes, ao nos depararmos com situações desafiadoras, caímos na tentação de responder com raiva, palavras duras e até ofensas. Mas a verdadeira transformação começa quando olhamos para dentro e mudamos nossa postura diante das circunstâncias. Afinal, Jesus não pertence a partidos ou ideologias; Ele é de cima e nos chama para viver acima das divisões terrenas.
Minorias e Liberdade: Amor e Respeito ao Próximo
Dizer que amamos as minorias ou que defendemos os mais pobres não basta. A verdadeira empatia se manifesta em atitudes concretas, na disposição de ajudar o próximo e respeitar quem pensa diferente. Como cristãos, precisamos praticar o amor, mesmo quando somos desafiados a conviver com opiniões que nos incomodam. O respeito ao outro não depende de concordância, mas sim do reconhecimento de sua dignidade como filho de Deus.
Será que estamos realmente ajudando quem precisa ou apenas nos posicionando verbalmente em prol de causas? Certamente isto pode ser comprovado quando apenas verbalizamos, mas não compartilhamos a verdade que a pessoa precisa. Depois de anos de experiência, a conclusão é fácil: não precisamos de um novo partido ou um candidato, precisamos da solução que Deus nos dá e esta solução está, não em propostas sociais, mas no evangelho. Amar ao próximo vai além de palavras; é uma prática diária, que demanda sacrifício e disposição para agir. Se afirmamos estar do lado da liberdade e do progresso, precisamos refletir: que tipo de liberdade defendemos? Estamos defendendo a liberdade ou a libertinagem?
Conclusão: A Caminho do Alto
Nossa fé nos convida a olhar para o alto e encontrar um propósito maior do que as disputas e os dilemas do mundo. Jesus nos ensina que, ao focarmos no que é eterno, encontramos paz e clareza para viver com propósito. A vida cristã não é sobre dividir, mas sobre unir. É um chamado a servir, a amar e a ser luz.
Então, antes de nos envolvermos em discussões que apenas alimentam divisões, que possamos refletir: estou vivendo em alinhamento com o que realmente importa? Estou disposto a amar e respeitar, independentemente das diferenças? Afinal, nosso propósito não é vencer debates, mas transformar vidas com o amor de Cristo.
Eu preferi ficar calado. Não porque estou de acordo e ache que “quem cala consente”, pelo contrário. Prefiro manter o que tenho como está porque estes dias maus vão passar. Se não é para mudar o destino eterno, por que vou gastar minha energia com o que é passageiro?