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O MAIOR ELOGIO

INTRODUÇÃO

Todos gostamos de ser elogiados. Precisamos até tomar cuidado com os elogios falsos, pura bajulação para nos controlar.

Mas um elogio verdadeiro, vindo de alguém que nos conhece, nos toca e incentiva. Eu pergunto a você que lê este artigo: você já recebeu um elogio inesquecível? Eu lembro de dois, que vou contar.

“Dr. Marcheti, este é meu filho, Valdir, um bom menino. Dê uma chance para ele.”

Eu tinha 17 anos e meu saudoso pai mandou esse singelo bilhete ao meu futuro patrão, a quem ele tinha pedido que me desse uma chance de emprego, meu segundo trabalho registrado. Dr. Marcheti, também já falecido, me deu essa chance e dali minha carreira profissional decolou

Mais de 40 anos se passaram e muitas das minhas decisões certas foram tomadas porque desejei continuar sendo o “bom menino” que meu pai viu em mim.

O outro elogio foi mais recente, deve ter alguns meses, veio de minha esposa Silvia. Um dia, não lembro por qual motivo, ela me disse: “você é um homem de Deus”. 

Ser chamado de homem de Deus por alguém que vive comigo, conhece não somente minhas qualidades, mas também minhas falhas, meus pecados e mesmo assim ainda me chama desse título tão seletivo na Bíblia é um elogio e tanto. Ser chamado de homem de Deus por quem conhece apenas nossa figura pública é bom, mas pode nos enganar, quando olhamos para dentro de nós. Agora ser chamado de homem de Deus por pessoa tão íntima enche e coração de alegria e lágrimas teimam em cair dos olhos.

O ELOGIO RECEBIDO POR JESUS

Por esse tempo, Jesus foi da Galileia para o rio Jordão, a fim de que João o batizasse. João, porém, quis convencê-lo a mudar de ideia, dizendo: — Eu é que preciso ser batizado por você, e é você que vem a mim?
Mas Jesus respondeu: — Deixe por enquanto, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele concordou.
Depois de batizado, Jesus logo saiu da água. E eis que os céus se abriram e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele.
E eis que uma voz dos céus dizia: — Este é o meu Filho amado, em quem me agrado.” – Mateus 3:13-17

Eis aí duas pessoas dignas de elogios, Jesus e seu primo João Batista. A humidade de João é algo notável. É um homem que sabe seu papel, de coadjuvante do protagonista Jesus. E ele aceita bem esse papel a ponto de dizer: “Eu batizo vocês com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de carregar as sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo.” – Mateus 3:11

Certa vez alguém tentou criar inimizade de João para com Jesus com estas palavras: “Mestre, aquele que estava com o senhor no outro lado do Jordão, do qual o senhor deu testemunho, está batizando, e todos vão até ele.” – João 3:26

Sempre apreciei a resposta de João: “João respondeu: — Ninguém pode receber coisa alguma se não lhe for dada do céu… Convém que ele cresça e que eu diminua.” – João 3:27,30

Ao mesmo tempo, Jesus, o Filho de Deus, sujeita-se a ser batizado por seu primo, tudo porque deseja que a vontade de seu Pai celestial seja feita. Mesmo não tendo pecado, Jesus identifica-se conosco, pecadores. E por isso levou na cruz os nossos pecados.

Agora, o texto que desejo destacar mesmo é o elogio de Deus, todo orgulhoso, um orgulho santo, para com seu Filho:

Este é o meu Filho amado, em quem me agrado.” – Mateus 3:17

A tradução Versão Fácil de ler assim traduz este texto: “Este é o meu filho querido. Ele me dá muita alegria!”

Como não ter orgulho daquele que deixou toda a sua glória para viver uma vida humilde, humana e ainda morrer na cruz por nós. Eis a razão de Deus na transfiguração de Jesus repetir o elogio:

Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: — Este é o meu Filho amado, em quem me agrado; escutem o que ele diz! – Mateus 17:5

A VLF traduz assim este texto: “Este é o meu Filho! Eu o amo muito e ele me dá muita alegria. Ouçam-no!”

É um amor recíproco, pois ante a iminente cruz, o Senhor Jesus diz: “Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice! Contudo, não seja como eu quero, e sim como tu queres.” – Mateus 26:39b

Os livros de Hebreus 5:7-10 e Filipenses 2:5-11 destacam a obediência de Jesus à vontade de Deus Pai como o responsável por sua aprovação como nosso Salvador e sua exaltação acima de todo nome.

LIÇÕES QUE PODEMOS EXTRAIR DO ELOGIO DADO POR DEUS PAI A SEU FILHO JESUS

1. Ser aprovado por Deus deve ser a nossa maior meta. 

Sim, o elogio do meu pai ainda hoje toca-me, o da minha esposa encheu meu coração de alegria, mas o maior elogio que espero é este: “Venha, Valdir, bendito do meu pai, para o reino, preparado desde a fundação do mundo” (paráfrase de Mateus 25:34).

2. É possível ser aprovado por Deus. Basta determinação em obedecê-lo.

As pessoas gostam de dizer: “ninguém é perfeito” para às vezes justificar sua rebeldia à vontade de Deus. Mas, sim, é possível agradar a Deus. Lembro de Noé (Gênesis 7:1), Jó (Jó 1:8), Davi (Atos 13:22), Moisés (Números 12:6-8), Daniel (Daniel 10:11-12), Maria (Lucas 10:42), Estêvão (Atos 7:55-56), entre outros, pessoas elogiadas pelo próprio Deus. Logo, sim, quando decidimos obedecer, independente das circunstâncias e conveniências (Daniel 1:8), tiramos do rosto de Deus um sorriso de obediência (1 Pedro 3:12)

3. Jesus conhece nossas fraquezas e quando as colocamos diante de Deus, Ele vai trabalhar em nós.

Quanto somos tentados, mesmo em nossas quedas, Jesus, que conhece nossas dores e tentações (Hebreus 4:15-16), se compadece e intercede por nós. Meu irmão, minha irmã, o Senhor conhece a tuas lutas para ser obediente a Ele, os bastidores da tua vida e, tenha a certeza, Ele age sempre com misericórdia para com os seus.

4. Quando nos submetemos à vontade de Deus, sempre seremos honrados por Ele.

Queremos ser honrados, aprovados e elogiados por Deus? Façamos questão de obedecer a vontade dele. Fazer ou deixar de fazer algo simplesmente por causa do nosso amor a Deus, não por causa das bênçãos dele ou por medo do seu castigo, mas porque queremos um relacionamento cada vez mais estreito com o nosso Senhor, enche o coração dele de alegria.

5. Para ser aprovados por Deus precisamos negar nossas próprias vontades, quando elas não estão de acordo com a vontade dele.

Sim, é fazer como Jesus: “Faça a tua vontade”. É agir como Paulo que “esmurrava o seu corpo e o reduzia a escravidão” (1 Coríntios 9:27) para fazer a vontade do Pai. Vida cristã é vida de renúncia às próprias vontades, de resistência ao pecado e ao diabo (Tiago 4:7 e 1 Pedro 5:6-7), de viver não pela razão, como alguns falam, mas por fé de que a vontade de Deus sempre é melhor, de sujeição à boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12:2), que sempre nos trará alegria, começando aqui na terra e terminando nas mansões celestiais.

6. Deus reinar é nós é quando nossas vontades e as dele vão aproximando uma da outra.

Buscar o reino de Deus em primeiro lugar é buscar a vontade do Senhor, o governo dele em nossas vidas. Desta forma nossas vontades e projetos solos vão deixando de existir para que o projeto de Deus se torne o nosso projeto e, como aconteceu com Paulo, todos os valores que não são os valores de Deus, tão valorizados pelo mundo sem Deus, para nós, tornam-se lixo (Filipenses 3:7-8).

7. O grande momento da vida de um filho de Deus: novo nascimento – morto e ressuscitado com Jesus e lá do céu, tenhamos a certeza, há uma festa. O dia de nosso batismo, nossa imersão nas águas.

Hoje completo 34 anos desde o dia em que desci às águas após confessar Jesus como meu Senhor e Salvador, me arrepender dos meus pecados e passar a fazer parte da igreja dele. Nesses meus quase 50 anos de vida, já tomei muitas decisões, umas certas e outras erradas. Mas a maior decisão na minha vida, com reflexos eternos, foi tomada naquela tarde do dia 20 de agosto de 1988. Naquele dia eu não ouvi, mas tenho certeza, que anjos celebraram, festa foi feita lá no céu (Lucas 15:7,10) e de lá, Deus Pai olhou para seu Filho Jesus e disse: “Este é meu filho Valdir, que alegria”. E da mesma forma como tentei ser o “bom menino” que seu José via em mim naquele bilhete, todos os dias tento ser o “bom filho de Deus”, obediente ao meu Pai celestial e ao meu irmão mais velho, o Senhor Jesus.

8. Busquemos mais e mais pessoas que conhecemos para participar dessa alegria em sermos filhos de Deus.

Como última aplicação, uma vez aprovados e elogiados por Deus, nossa maior missão é a mesma de nosso irmão mais velho enquanto esteve aqui na terra, “buscar e salvar o perdido” (Lucas 19:10).

Quero ir para o céu, mas também ser utilizado como instrumento para que o maior número possível de pessoas vá comigo, começando por minha família.

CONCLUSÃO

Todos podem ser filhos de Deus. Ele deseja falar para todos: “Este é meu filho amado, em quem tenho muita alegria”. 

Que vivamos desta maneira, todos os dias, até a volta gloriosa do nosso Senhor. 

Meu Pai, agradeço por tanto cuidado e amor para comigo durante toda a minha vida, mas, em especial, nos últimos 34 anos. Aleluia!

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