“Hoje, se ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como em Meribá, como naquele dia em Massá, no deserto, quando os pais de vocês me tentaram, pondo-me à prova, apesar de terem visto as minhas obras.” – Salmos 95:7-9
“Por isso, jurei na minha ira: “Eles não entrarão no meu descanso.” – Salmos 95:11
Alguém já disse que aprendemos com nossos erros, mas o sábio aprende com os erros dos outros. É o que o salmo 95 nos ensina.
Depois de iniciar louvando a Deus, o salmista volta ao passado e relembra o incidente das águas de Massá e Meribá em Êxodo 17:7. Logo após sair do Egito de maneira poderosa por obra de Deus, o povo de Israel começa a demonstrar incredulidade para com o Senhor. Massá significa “teste” e Meribá “contenda”. Deus estava utilizando o deserto como teste para os filhos de Israel e eles começaram a murmurar, e entrar em contenda com o Senhor. A maioria foi reprovado.
No futuro o mesmo deserto seria utilizado como teste para Jesus, o Filho de Deus. E Ele saiu de lá vitorioso, pronto para realizar a grande obra de salvação da humanidade. Veja o texto que vem logo em seguida sua tentação no deserto.
“Tendo concluído todas as tentações, o diabo afastou-se de Jesus, até momento oportuno. Então Jesus, no poder do Espírito, voltou para a Galileia, e a sua fama correu por toda aquela região.” – Lucas 4:13-14
O que chama a atenção desse salmo é que ele utiliza o incidente de Massá e Meribá para mostrar que de incredulidade em incredulidade, de rebeldia em rebeldia, a grande maioria dos que saíram do Egito não entraram na Terra Prometida, isto é, não entraram no descanso de Deus (Números 14:26-35).
Este foi um acontecimento tão importante na vida do povo de Israel que os escritores inspirados do Novo Testamento o utilizam para nos incentivar, hoje, na Nova Aliança, a não permitirmos que a rebeldia, desobediência e incredulidade tirem de nós o descanso que nos está reservado no céu.
Sugiro a leitura de Hebreus 3:7-4-11 e quero destacar a conclusão daquela palavra de advertência feita pelo autor de Hebreus:
“Portanto, esforcemo-nos por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo aquele exemplo de desobediência.” – Hebreus 4:11
O apóstolo Paulo também toma o exemplo de rebeldia do povo de Israel no deserto para nos incentivar a não seguir esse mesmo mal exemplo:
“Mas Deus não se agradou da maioria deles, razão pela qual ficaram prostrados no deserto.” – 1 Coríntios 10:5
Portanto, que aprendamos com os que viveram no Velho Testamento. Não somente com os bons exemplos, mas também com os maus.
Há uma certeza: a igreja, o povo de Deus, coletivamente está predestinada a entrar no descanso de Deus. Porém, há algo que pode mudar e depende de nossas atitudes diárias: quem estará individualmente fazendo parte da igreja quando o Senhor voltar para nos levar ao descanso de Deus.
Esta semana completei 33 anos que estou no caminho maravilhoso de Deus. Porém, preciso continuar perseverando para que, quando o Senhor voltar para mim, seja hoje, aos 40, 50 anos andando com Ele, encontre-me sempre fiel e obediente a Ele.
É preciso tomar cuidado: uma rebeldia pode levar à outra, uma desobediência à outra, uma incredulidade à outra, até estarmos tão afastados de Deus que podemos não mais voltar.
É outro incentivo que o autor de Hebreus nos deixa:
“Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não irá demorar; mas o meu justo viverá pela fé; e, se retroceder, dele a minha alma não se agradará.” – Hebreus 10:37-38
Que o salmo de hoje nos ajude, a partir do exemplo trágico dos israelitas no deserto, a renovar nossa fé e confiança em Deus através de nossa obediência a Ele e gratidão pela salvação que Ele nos trouxe em Jesus.
A salvaçaõ já é nossa, basta desenvolvê-la (Filipenses 2:12) e valorizá-la a cada dia.