“Do mundo dos mortos, os mais poderosos dos valentes, juntamente com os que o socorrem, lhe dirão: ‘Eles desceram, lá jazem eles, os incircuncisos, mortos à espada.'” – Ezequiel 32:21
Nesta sétima e última profecia no livro de Ezequiel, Deus avisa que o Egito, junto com as nações inimigas do povo de Deus descerão ao mundo dos mortos, o Sheol no Velho Testamento, correspondente ao Hades no Novo. Todas elas serão subjugadas pelos babilônicos.
Este texto fez-me pensar sobre a dúvida que a maioria tem: onde ficam os mortos entre sua morte e a volta de Jesus? Na antiga aliança era do conhecimento de que as pessoas ficavam em algum lugar, junto com seus antepassados, como podemos ver nessa descrição:
“E você irá para junto de seus pais em paz; será sepultado em boa velhice.” – Gênesis 15:15
“Quando Jacó acabou de dar essas ordens a seus filhos, recolheu os pés na cama, expirou e foi reunido ao seu povo.” – Gênesis 49:33
Porém, o mundo dos mortos, como hoje, era um lugar não desejado:
“Tudo o que vier às suas mãos para fazer, faça-o conforme as suas forças, porque na sepultura, que é para onde você vai, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” – Eclesiastes 9:10
“Os mortos não louvam o Senhor, nem os que descem à região do silêncio podem fazer isso.” – Salmos 115:17
O livro de Daniel traz uma única referência sobre a possibilidade de ressurreição dos mortos:
“Quanto a você, siga o seu caminho até o fim. Você descansará e, ao fim dos dias, se levantará para receber a sua herança.” – Daniel 12:13
No Novo Testamento há uma mudança nesta maneira de encarar o pós morte, começando pela parábola do rico e Lázaro, que mostra Lázaro, o protagonista de história em um bom lugar, ao contrário do rico, no Hades, traduzido em nossas bíblias como inferno, o lugar dos mortos desobedientes a Deus.
“No inferno, estando em tormentos, o rico levantou os olhos e viu ao longe Abraão, e Lázaro junto dele.” – Lucas 16:23
A palavra inferno aqui é Hades, lugar de tormento, mas não é a outra palavra também traduzida como inferno, Geena, lugar onde ficarão os rebeldes após o julgamento final (Marcos 9:43-48)
Finalmente, em Filipenses, Paulo anseia por partir e estar logo com Deus:
“Estou cercado pelos dois lados, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.” – Filipenses 1:23
Já li que o desejo de Paulo em partir após ser executado pelo imperador é em razão da crença naquele momento de que morrer como mártir seria ir direto para o céu, sem passar pelo mundo dos mortos.
Quero, portanto, concluir com a certeza de que, apesar da Bíblia não ser clara quanto ao destino dos mortos logo após a morte e antes da vinda de Cristo, no Novo Testamento, aos mortos em Cristo, há a certeza de que após na volta de Jesus, todos os que morreram fiéis ressuscitarão, encontrarão com os Senhor nos ares e habitarão com Ele por toda a eternidade. Ao contrário dos rebeldes, que serão banidos da presença de Deus e habitarão o inferno (2 Tessalonicenses 1:8-10 e Apocalipse 21:8)
“Porque o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.” – 1 Tessalonicenses 4:16-17
Este texto da carta de Paulo à igreja em Tessalônica teve como objetivo dar certeza aos vivos naquela época que os já mortos no Senhor seriam os primeiros a ressuscitar na volta do Senhor.
Não importa não termos os detalhes, o importante é a certeza de que, por causa de nossa fé obediente em Jesus, habitaremos com Ele por toda a eternidade.