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QUE BOM TERMOS IRMÃOS COMO BARNABÉ

“Era o seu nome Barnabé, natural de Chipre Também chamado de José das Consolações Homem bom e piedoso, cheio de fervor e fé Homem de Deus”

Através dessa canção, composta por Guilherme Kerr Neto, ouvi pela primeira vez, com 10 anos, o nome do personagem Barnabé.

Anos depois, descobri que a canção foi inspirada no texto bíblico que segue:

“Porque era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor.” – Atos 11:24

Barnabé não era o seu nome, mas o apelido que José recebeu dos apóstolos e que significa “filho da exortação” ou melhor entendido “filho da consolação”. Às vezes pensamos que exortar é chamar a atenção, repreender, mas na verdade é animar, consolar ou incentivar. E nisto Barnabé era perito, daí ter ganho o apelido.

Ele aparece pela primeira vez na Bíblia em Atos 4:36-37 quando vendeu um campo e doou todo o dinheiro para a igreja, que seria utilizado na ajuda aos necessitados.

No entanto, o que mais gosto de destacar em Barnabé é seu espírito conciliador e sempre disposto a dar uma chance para quem muitas vezes é rejeitado pela maioria.

Logo após ser convertido na estrada de Damasco, Saulo de Tarso procura se juntar aos apóstolos e aos demais discípulos de Jesus. Porém, estes temem que o então perseguidor da igreja esteja usando uma estratégia na busca de prender e matar os seguidores do Mestre. Então, entra em cena Barnabé:

“Mas Barnabé, tomando-o consigo, levou-o aos apóstolos. Contou-lhes como Saulo tinha visto o Senhor no caminho, e que o Senhor tinha falado com ele. Também contou como, em Damasco, Saulo tinha pregado ousadamente em nome de Jesus.” – Atos 9:27

No primeiro texto citado há a primeira experiência de uma igreja na qual gentios e judeus trabalham lado a lado para o evangelho. Quando a igreja em Jerusalém fica sabendo, adivinhem quem ela manda para averiguar o trabalho? Exato, nosso irmão Barnabé. Creio eu que seu temperamento conciliador seria o indicado para valorizar o que encontrasse de bom naquela nova congregação, o que lhe daria condições de ajudar melhor algo tão novo no meio da irmandade. Olhemos o que o texto diz:

“Quando ele chegou e viu a graça de Deus, ficou muito alegre. E exortava todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor.” – Atos 11:23

Finalmente, Barnabé decide dar uma segunda chance para seu primo, João Marcos, mesmo que para isso precisasse separar-se do apóstolo Paulo, irredutível naquele momento em relevar a deserção do jovem na primeira viagem missionária (Atos 13:5,13 e 15:37-39). Talvez por isso não mais temos notícias de Barnabé no livro de Atos, uma vez que Lucas segue Paulo nas viagens missionárias.

Por tudo isso, tenho uma admiração grande pelo espírito conciliador e de aceitação existente em Barnabé. Penso que a igreja precisa de pessoas firmes como Paulo e Pedro, mas como também precisamos de “irmãos barnabés” em nosso meio, que incentivam, que procuram enxergar mais o positivo que o negativo (Filipenses 4:8)), sempre dispostos a dar uma segunda chance, que conseguem falar de um assunto espinhoso com uma palavra temperada com sal e sabedoria (Colossenses 4:6).

Admiro e destaco a importância de Barnabé porque eu reconheço não ter essa qualidade importante dele, apesar de esforçar-me e pedir a Deus que me conceda um pouco dela. Na igreja nos Pimentas costumo dizer que temos o nosso “barnabé”, nosso irmão Gilnor. Qualquer um que dele se aproxima para conversar, mesmo um assunto difícil, sairá de sua presença edificado, sentindo-se melhor, animado, com uma perspectiva de resolver aquela questão de uma forma mais tranquila.

São pessoas que agem segundo a palavra dita uma vez pela madre Tereza de Calcutá:

“Você não tem o direito de sair da presença de uma pessoa sem a deixar melhor e mais feliz.”

Por isso louvo a Deus pelos irmãos “barnabés” que Ele levanta no meio da irmadade, importantíssimos para termos um ambiente acolhedor e de paz.

N.R.: artigo escrito originalmente na edição de maio de 2021 do boletim informativo das igrejas de Cristo em Guarulhos, Amo Jesus Porque Ele me amou Primeiro, sob o tema geral “Personagens da Bíblia”.

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