Certeza que você já ouviu a expressão “8 ou 80”. Ela significa que você ou faz o máximo ou faz o mínimo, e pode ser usada em várias situações.
Mas, onde é que podemos usar no sentido espiritual? Sem sequer dar atenção a isso, muitos cristãos acabam colocando essa expressão em uso todos os domingos, na hora de participar da oferta. Com o agravante de que acabam ficando sempre no “8”.
O que quero dizer com isso? Novamente quero deixar claro que o intuito desses artigos que escrevo têm a finalidade de fazer com que cada um de nós possa analisar melhor o que estamos fazendo e de que maneira estamos conduzindo nossa vida espiritual, inclusive (e principalmente) eu mesmo.
Todos nós sabemos o que as Escrituras dizem sobre como devemos ofertar. Sabemos que deve ser algo que fazemos conscientemente, planejando antes de fazer, ofertando com alegria e generosidade e colocando o Reino de Deus sempre em primeiro lugar.
Também sabemos que não somos mais obrigados a dar 10 por cento do que ganhamos pois isso fazia parte da lei de Moisés e referiu-se aos judeus e nós não vivemos debaixo da lei e sim pela graça e nossas ofertas devem ser de acordo com o nosso coração.
Mas, mesmo sabendo dessas coisas, será que realmente fazemos isso? Ao ofertarmos todos os domingos, agimos sempre da forma que sabemos que deve ser feito?
Essas perguntas são importantes para que possamos analisar como entendemos esse momento de ofertar. E é exatamente nessa oportunidade de ofertar aos domingos que, mesmo inconscientemente, acabamos usando esse “8 ou 80”.
Para ser mais específico, vamos usar um exemplo. Quando recebemos nosso salário costumamos fazer as contas e ver quais serão os nossos gastos. Assim, reservamos aquilo que vamos gastar com as contas de água, luz, celular, internet, condução, aluguel e assim por diante. Depois de fazermos essas contas aí é que vamos nos preocupar em separar algo para dar na oferta (e o pior, fazemos isso “quando” sobra alguma coisa).
Como sabemos que não temos a obrigação de ofertar 10 por cento já que o dízimo não é uma “lei” para nós, simplesmente (na grande maioria das vezes) acabamos por ofertar aquilo que está sobrando ou que, no mínimo, não “vai nos fazer falta”. E assim acabamos nos “esquecendo” de tudo aquilo que a Bíblia ensina sobre como deve ser nossa oferta, como vimos acima (com alegria e generosidade, colocando o Reino em primeiro lugar, etc).
Quando agimos assim, queridos, será que realmente estamos colocando o Reino em primeiro lugar? Será que estamos realmente obedecendo a Deus nesse sentido quando, sabendo o que devemos fazer, simplesmente fazemos diferente? E, como sempre, vamos nós tentar justificar dizendo que temos que pagar as contas, que a Bíblia ensina que o cristão não pode dever nada a ninguém, que é mau testemunho um servo de Deus não pagar suas dívidas. E tudo isso é verdade, realmente!
Mas a pergunta que deveria ser feita antes de tudo isso é “eu preciso realmente fazer tal dívida? ”; “eu preciso realmente ter tal bem material? ”; “eu preciso realmente assinar aquele determinado canal por assinatura? ”.
Nossa vida é feita de escolhas. Todos os dias estamos fazendo escolhas nas mais variadas áreas. E quando escolhemos utilizar nosso dinheiro de forma que, no final do mês, não “sobra” nada para colocarmos na oferta porque todo nosso salário já foi usado para cobrir nossas dívidas, realmente estamos servindo a Deus como Ele merece, no tocante ao que vamos ofertar a Ele?
É óbvio que não estou aqui me referindo ao valor que você está contribuindo, mesmo porque não devemos esquecer que Deus não precisa de nosso dinheiro, e nem estou querendo que esse artigo seja visto como se fosse um apelo para darmos mais dinheiro, parecendo um discurso de pessoas que pregam a teologia da prosperidade ou coisa parecida (aliás, isso poderia ser assunto para outro artigo pois, muitas vezes, com receio de parecermos com tais pessoas, acabamos por não falar nada sobre dinheiro e finanças dentro do Reino, o que acaba causando exatamente o que estou falando nesse artigo) mas precisamos sim analisar a maneira de como estamos sendo melhores servos ou piores servos de Deus, quando tratamos sobre isso. Deus não se importa com o valor que você está ofertando, mas como também bem sabemos, Ele olha para o seu coração no momento de sua oferta. É só lembrar o exemplo da viúva pobre de Lucas 21:1-4.
É errado passearmos com nossa família, irmos num shopping center, comermos uma pizza, assistir um filme no cinema? É claro que não, aliás, é muito recomendável esses momentos de união e contato com a família. O errado passa a ser quando se num passeio desses nós gastarmos, por exemplo, R$ 100,00 (e olha que esse é um exemplo de valor bem baixo) e, na hora de ofertarmos, colocarmos na coleta uma moedinha de R$ 1,00 porque foi isso que nos “sobrou”!
Minha oração é para que possamos aprender e colocar em prática aquilo que já sabemos. Dar o nosso melhor para Deus, sempre colocar o Reino em primeiro lugar, servir nosso Pai da melhor maneira que conseguimos. Esse deve ser o objetivo do verdadeiro discípulo.