‘Esaú tomou as suas mulheres, os seus filhos, as suas filhas, todas as pessoas de sua casa, o seu rebanho, todo o seu gado, todos os bens, tudo o que havia adquirido na terra de Canaã e os levou para outra terra, longe de seu irmão Jacó.’ – Gênesis 36:6
O capítulo 3 do livro de Eclesiastes ensina que há tempo para tudo, inclusive para ajuntar-se e separar-se: ‘Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.’ – Eclesiastes 3:1. E ainda: ‘Tempo de abraçar e tempo de deixar de abraçar.’ – Eclesiastes 3:5b.
Podemos ver esse princípio no relacionamento entre Esaú e Jacó. No capítulo 33, depois de 20 anos separados, os irmãos se reencontram de maneira emocionante. Depois de conhecerem as famílias uns dos outros, Esaú ainda tenta aproximar-se de Jacó, que, educadamente e com jeito, rejeita aquele momento, seguindo seu caminho. No texto de hoje, vemos que agora Esaú resolve ficar longe de Jacó, e o versículo seguinte explica que os muitos bens de ambos são a razão do afastamento. Certamente, juntos, o relacionamento poderia novamente deteriorar-se.
Vejo aí um princípio interessante nos relacionamentos. Há pessoas cujos temperamentos impedem uma convivência mais próxima. Sabe aquelas pessoas que, quando estão juntas, quase sempre surgem motivos de desavenças, por serem diferentes e isso levar a constantes atritos?
Creio que, em casos como esses, o mais recomendável é que não estejam tão próximas. Continuam a se amar, e, se um precisar do outro, estão sempre prontos a ajudar, mas é melhor manter certa distância, exatamente para que mantenham um relacionamento cordial.
Creio que foi com base nisso que Paulo e Barnabé se separaram. Eram irmãos em Cristo, um amava o outro, mas o temperamento muito diferente de ambos os impediu de continuarem nas viagens missionárias. No entanto, não se tornaram inimigos; pelo contrário, havia entre eles respeito e admiração mútua.
Sou uma pessoa que tenta viver bem com todos. Tenho aprendido a ceder e até a “engolir sapos” em nome de um bom relacionamento. Mas há pessoas, até irmãos em Cristo, que, prudentemente, mantenho à distância. Oro por elas, e, nos encontros esporádicos, trato-as bem, mas percebo que um relacionamento mais estreito não nos fará bem. Há ainda aquelas com quem sei que não posso falar de certos assuntos, pois o clima esquenta, e, embora eu saiba como começa, não sei como terminará; por isso, evito o assunto espinhoso.
E desta maneira vamos aprendendo, aos poucos, como ter sabedoria para viver bem com todos e cumprir o maior mandamento: amar a Deus e amar ao próximo.”