“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?” – João 11:25
“Crês isto?”, foi a pergunta feita por Jesus a Marta quando esta lamentava a morte de seu irmão Lázaro. Depois de garantir que seus discípulos não passarão pela morte eterna, ou seja, o afastamento eterno de Deus, o Mestre insiste em saber se aquela promessa cabia no coração de Marta.
Às vezes falo sobre a morte com amigos, familiares e irmãos em Cristo e noto que o assunto causa certo constrangimento, como se fosse proibido. Ora, o fato de que um dia morreremos é uma certeza absoluta que cedo ou tarde alcançará a todos nós. Assim, por que temer falar de um assunto que todos nós já vivenciamos, seja entre amigos, parentes, conhecidos, muitos de nós com pessoas que amávamos muito e cuja partida causou muito sofrimento?
Para o cristão fiel, a morte não deve ser um tabu, um assunto aterrorizante, mas a certeza de que é uma das portas de entrada para a eternidade que passaremos ao lado de nosso Pai celestial, nosso irmão mais velho Jesus e toda a corte celestial. A outra porta, através da qual não passaremos pela morte, é a volta de Jesus, e todos nós, vivos, podemos a qualquer momento viver esse privilégio.
O cristão fiel deve encarar a morte com segurança e esperança de que algo melhor está por vir. Lembro da passagem na primeira carta aos Coríntios, onde o apóstolo Paulo, até zombando da morte escreve:
“Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão? ” (1 Coríntios 15:55)
Sim, para os que ainda não são discípulos de Cristo, e não estão alicerçados no Senhor Jesus, – o primeiro a ressuscitar de uma vez por todas – a morte e o que nos espera após, pode causar mesmo uma desesperança ou mesmo temor. Mas não para nós, que sabemos que já passamos da morte para a vida e que nossa morada celestial está nos aguardando.
O mesmo Paulo, em Romanos 8:38, afirma categoricamente:
Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Romanos 8:38-39)
Assim, ao contrário do que o mundo diz, que “para tudo há solução, menos para a morte”, para o cristão, até a morte tem solução e esta solução se chama Jesus. Por isso o apóstolo estava na dúvida se desejava viver ou partir logo. Por que, então a dificuldade de lidar com ela?
Lembro-me com saudade da última vez que o Sr. Davi Meadows pregou nos Pimentas, no dia 08 de julho de 2007, menos de três meses antes de sua partida. Suas palavras são tocantes:
“vivi muitos anos com saúde, por que não aceitar este meu estado hoje. Estou pronto para a morte”.
O Sr. Davi era uma das poucas pessoas que falava da morte sem constrangimento, sem medo, sem meias palavras. Ainda hoje é um exemplo de fé na certeza de que após a morte há algo bem melhor.
Viver é muito bom, ninguém deseja entrar na “fila” dos que vão morrer. Porém, que vivamos de tal maneira, seguindo e servindo a Jesus e Sua igreja, para que a morte seja apenas a maneira mais rápida para entrarmos na eternidade ao lado de nosso Senhor.