INTRODUÇÃO
“Abraão viveu cento e setenta e cinco anos. Morreu em boa velhice, em idade bem avançada, e foi reunido aos seus antepassados” – Gênesis 25:7-8
“Sê fiel até a morte”, além de ser parte de Apocalipse 2:10 é um hino que cantamos após os batismos nas igrejas de Cristo em Guarulhos. Costumo dizer que mais desafiador do que confessar Jesus como Senhor é permanecer fiel a esta confissão, como Abraão, chamado por Deus aos 75 anos e fiel a ele por 100 anos. A boa velhice ou ditosa velhice (ARA) significa não somente começar bem, mas, principalmente, terminar bem a carreira espiritual.
Lembro-me daquele sábado frio, 20 de agosto de 1988, quando desci às águas. De lá para cá foram muitas provas e tenho aplicado as ideias que seguem em minha vida para poder, com a graça de Deus, neste ano de 2018, chegar ao 30º ano de vida cristã:
1 – NUNCA TIRAR OS OLHOS DE JESUS
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.” – Hebreus 12:1-2
Por que celebramos a ceia do Senhor? Porque ali é mostrada a miséria de onde fomos tirados. Precisou Jesus morrer na cruz para pagar um preço impossível de pagarmos. O livro de Hebreus diz que Jesus é o Autor e Consumador de nossa fé – começa nele e termina nele. Podemos ficar desanimados ao olhar os nossos próprios pecados, os pecados dos outros, os problemas da vida – não é fácil viver neste mundo violento e injusto. Mas podemos olhar para as Palavras de Jesus: “E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:20).
2 – LEVAR A SÉRIO O DIABO E O PECADO
“Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” – Tiago 4:7
“Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue.” – Hebreus 12:4
Sem a ajuda de Deus somos frágeis, fracos nas garras do diabo. Lá no QG do diabo há uma placa com a minha e sua foto: “Procura-se. De preferência, morto!”
Sim, o pecado é algo sério, não podemos dar brecha… É aquela diversão sem importância… É aquele pecadinho que não vai prejudicar… Tudo o que Deus chama de pecado, é pecado e pode levar-nos ao inferno.
Vivemos uma luta de vida e morte contra o pecado (Hebreus 12:4) e Satanás não brinca em serviço: é astuto, é perigoso, quer nos fazer mal…
Sim, o diabo existe, está agindo e precisamos vigiar e resistir às investidas dele.
3 – RECONHECER E CONFESSAR AS FRAQUEZAS
“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” – Tiago 5:16
Esta frase me acompanha: “Oro para que Deus não permita que meu coração fique cheio de incredulidade e eu abandone a Ele”.
Sim, em Cristo nascemos de novo, somos novas criaturas, temos a habitação do Espírito, mesmo assim.,. somos seres humanos portadores de uma natureza decaída – assim, precisamos vigiar.
Alguém já disse: “Quanto maior a altura, maior a queda”. Grandes homens caíram quando estavam no topo em suas vidas com Deus. É só pensar nos exemplos da Davi, Pedro, entre outros. Fico com medo quando vejo uma pessoa muito cheia de santidade, de perfeição. Penso: “Isto não vai acabar bem”.
Alguns de nós preferimos viver uma vida secreta, não confia, não confessa e por isso caem. A Bíblia nos incentiva a reconhecer e confessar nossos pecados não somente a Deus, mas uns aos outros (1 João 1:7-10).
4 – UTILIZAR AS ARMAS DADAS POR DEUS
Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. – Efésios 6:10-12
Não podemos ser ingênuos, estamos numa guerra espiritual e, desarmados, somos presas fáceis. Quais são as armas de Deus? A Sua Palavra, lida e meditada diariamente, a oração orada todos os dias, o poder do Espírito Santo. Como é difícil perseverar em oração, é uma verdadeira guerra num mundo cheio de atividades e compromissos. Respondamos: quantos dias alimentei-me da Palavra esta semana? Quantas vezes parei para falar com o Senhor?
5 – ENTENDER QUE FORA DA IGREJA NÃO HÁ VIDA
“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” – Mateus 16:18
Alguém enfraquecendo na fé, o primeiro sintoma é o desânimo em estar com os irmãos, participar das reuniões, servir, começa a criticar todos… Cuidado, é arma do diabo para afastar da fortaleza de Deus.
A igreja é fortaleza para proteção – contra as setas do diabo, encontramos no carinho, nos conselhos dos irmãos, na palavra pregada, antídoto contra o mal.
A igreja é fortaleza que nos cura – da arrogância, do orgulho, do complexo de inferioridade, de nossas neuroses – somos pacientes do único médico, Jesus Cristo.
A igreja é fortaleza que nos protege do mal – podemos criar melhor nossos filhos, ter uma família mais estabilizada, ter em casamento melhor.
A igreja é fortaleza que ataca as forças do mal e tira os que lá estão prisioneiros – “tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz” (Efésios 6:15) – quando pregamos, somos os mais abençoados.
A igreja é fortaleza onde servimos com nossos dons – quer ficar firme? Sirva? Seja um voluntário na obra de Deus!
CONCLUSÃO
Abraão morreu aos 175 anos em abençoada velhice. Não sabemos quanto tempo viveremos, mas que cheguemos vitoriosos, pois nunca tiramos os olhos de Jesus, levamos a sério o diabo e o pecado, reconhecemos e confessamos nossas fraquezas, utilizamos as armas dadas por Deus e ficamos firmes, ligados ao reino de Deus aqui na terra, valorizando e servindo uns aos outros.
Assim jamais seremos derrotados e seremos fiéis ao Senhor. Até a morte.
Nota: artigo originalmente publicado na Revista Edificação, Maio de 2016, e publicado neste canal com autorização do editor daquela revista.